quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O QUE SÃO SIGILOS E QUAIS SEUS USOS PRÁTICOS?



Provavelmente, não há outro aspecto da magia que seja tão amiúde mal-compreendido como estas icônicas figuras lineares. Muitas vezes, a elas são atribuídos um poder magicko intrínseco e algumas são tão comumente usadas que a maioria das pessoas sequer as reconhece como sigilos.

Simplificando, um sigilo é um símbolo que representa uma força específica, geralmente, uma entidade em um ícone gráfico simples, reconhecível. O Dicionário Inglês Oxford define sigilo como um selo ou sinete, derivado de signum, uma marca ou um token que sobrevive no uso arcaico da palavra, significando uma pequena imagem. Além disso, define-o como um símbolo ocultista ou dispositivo que supostamente tem poderes misteriosos e esse uso aparece originalmente na literatura a partir de 1650. Há outra escola de pensamento que deriva a palavra do hebraico סגולה que tem sido erroneamente traduzida como um item de efeito espiritual ou um talismã, mas a tradução mais exata seria pequena possessão/encanto fazendo desta derivação duvidosa.

Uma definição mais prática de um sigilo foi escrita por Israel Regardie: "A palavra Sigilo significa simplesmente 'assinatura'. Assim o sigilo de um Arcanjo é a assinatura simbólica deste ser. Estes sigilos foram originalmente extraídos dos tradicionais Kameas ou quadrados mágicos". Mesmo esta apenas define um pequeno conjunto de símbolos do grupo maior chamado sigilos e realmente apenas se refere aos símbolos utilizados por magos cerimonialistas para representar os vários espíritos e anjos que eles evocam em suas operações. Para realmente compreender a natureza dos sigilos, discernir sobre seus usos fundamentais e os tipos de entidades que podem representar se faz necessário um exame mais detalhado.

Diferentes Classes de Sigilos



Existem quatro tipos gerais de sigilos que representam entidades, forças planetárias ou específicas identidades espirituais. Alguns destes sigilos são universalmente reconhecidos e entendidos como é o caso dos signos astrológicos, alguns sigilos são símbolos bem conhecidos no meio ocultista como os selos dos espíritos da Goetia e outros são únicos e contém a identidade de uma entidade em um símbolo misterioso, muitas vezes especificamente concebido por um mago para um propósito imediato. Há também os selos e símbolos pessoais ou sinais identificativos que podem ser classificados como sigilos tais como aqueles utilizados no sistema de magia enochiana ou o selo de uma ordem mágica.

1. Sigilos Gerais

Os símbolos que são usados para representar os planetas e os signos na astrologia são, estritamente falando, os sigilos mais simples. Os símbolos para os planetas pode ser rastreados até o século II d.C. onde aparecem, em forma proto-moderna, no Planisfério de Bianchini e tiveram a sua forma familiarizada no Renascimento ou após o século XII. Esses símbolos foram primeiramente concebidos como monogramas dos deuses que eles representam assim Mercúrio é representado por um caduceu e Marte por um círculo (escudo) e uma seta (lança). Da mesma forma os glifos astrológicos são ideogramas das criaturas do zodíaco que eles representam, de modo que Escorpião é representado pelo movimento ondulatório de um ferrão de escorpião e Capricórnio pela cabeça e corpo de uma cabra com a cauda de um peixe.

Os alquimistas também empregaram um conjunto semelhante de sigilos para representar muitos de seus princípios e estes têm sido adotados por magos para uso próprio. O símbolo para o sal coincide com o elemento Terra, enquanto o símbolo de Mercúrio é universal em todos os estudos ocultistas. Estes sigilos alquímicos são geralmente constituídos de formas simples, básicas, como triângulos, cruzes ou círculos representando forças específicas da natureza ou elementos alquímicos.

2. Sigilos de Entidades

A forma mais desenvolvida de sigilos é usada para simbolizar uma entidade específica. Esta classe de sigilos inclui os clássicos ícones utilizados para representar os 72 espíritos da Goetia que a maioria das pessoas associam com magia cerimonial. A criação destes sigilos deriva das letras dos nomes das entidades que eles representam e geralmente tem o formato de um monograma.

Esses tipos de sigilos apareceram pela primeira vez em textos sobre magia no século XIII, sendo o mais famoso o Heptameron de Pedro d'Abano publicado em 1287 em que os sigilos ainda são quase reconhecidamente letras. Quando os Três Livros de Filosofia Oculta (De Occulta Philosophia libri III), de Cornélio Agripa, foram publicados em 1533 a forma dos sigilos tornou-se mais linear e desenvolveu o estilo das imagens que são utilizadas na moderna magia cerimonial.

A próxima evolução significativa dos sigilos veio com a publicação, em 1575, do Arbatel of Magic de um autor desconhecido. Este livro introduziu os Espíritos Olímpicos e deu sigilos para representá-los. Esses sigilos foram provavelmente derivados dos quadrados mágicos dos planetas e tornaram-se estilizados pelo uso.

Talvez a forma mais desenvolvida de sigilos é a encontrada no conjunto utilizado para representar o 72 espíritos na Goetia, ou Chave de Salomão. Este grimório apareceu pela primeira vez no século XVII, embora a maior parte do material tenha sido retirado de fontes anteriores, mais notavelmente do De Praestigiis Daemonum (A Falsa Hierarquia dos Demônios) de Johann Weyer publicado em 1563. A importância da Goetia foi padronizar esses sigilos e apresentá-los como o ponto focal de um sistema de magia cerimonial.

Esta sistematização dos símbolos que tornaram-se os sigilos da moderna magia cerimonial começou em sua plenitude na obra fundamental do ocultismo publicada por Francis Barrett em 1801, Celestial Intelligencer, vulgarmente conhecida pelo título, The Magus (O Mago). Este livro reúne os ícones gráficos que são usados para representar as forças planetárias em Magick reunidos em um formato reconhecível pela primeira vez. O Mago é conhecido por ter tido uma profunda influência sobre Eliphas Levi e pela Golden Dawn ter usado suas ilustrações como uma parte essencial de sua literatura instrucional  para a prática magicka.

Estes sigilos modernos são criados através de um método simples onde se considera o valor de cada uma das letras de um nome no quadrado mágico do planeta correspondente. Por exemplo, o Espírito de Saturno é nomeado Zazel ( זזאל) que é então traçado a partir do quadrado mágico de três produzindo uma figura linear simples. O início do sigilo é marcado por um pequeno círculo e este é atravessado por uma reta terminando o nome. Há regras simples como usar uma curva dupla para marcar uma letra dupla e adicionar uma corcova a uma linha para indicar que esta cruza outra. Desta forma, um simples desenho linear pode ser feita para representar o nome de qualquer entidade.

Os magos modernos continuaram a desenvolver o design e uso de sigilos e eles são muitas vezes relacionados com a Magia do Caos. O mais notável mago que desenvolveu um sistema para criação e utilização de sigilos foi Austin Osman Spare que publicou seu método n'O Livro dos Prazeres, em 1913. Spare era ao mesmo tempo associado com a O.T.O e com a A.·.A .·. , e criou seu método a partir da prática de criação de sigilos desenvolvida em Herméticas Ordens de Magia Cerimonial, principalmente entre os Adeptos da Golden Dawn do início do século XX.

Segundo a teoria de Spare, o objetivo da operação toma a forma da entidade para a qual o sigilo precisa ser projetado. Isto é feito através da síntese de um símbolo gráfico a partir das palavras que melhor expressam o resultado desejado e, em seguida, usando um dos vários métodos simples para concentrar a energia para carregar o sigilo.

3. Sigilos Talismânicos

O terceiro tipo de sigilos também é baseado nos Kameas ou quadrados mágicos planetários. Os selos usados para representar os planetas são um pouco mais complexos do que simples sigilos de muitas entidades menores, mas também são criados a partir da conexão entre os números nos quadrados mágicos. Neste caso a imagem é composta seguindo o toque em cima de cada número em um quadrado mágico de forma que este seja uma representação equilibrada da força planetária que está sendo retratada. Como estas imagens são utilizadas para mostrar a natureza fundamental de um talismã e sua autoridade/poder invocada para ser utilizada para dirigir o espírito que vai ser confinado no talismã ou controlado por este, esses símbolos são geralmente considerados juntamente com os próprios quadrados mágicos.

Outros projetos gráficos simples que se enquadram sob o título geral de sigilos talismânicos são as figuras lineares, como o pentagrama e o hexagrama, que são utilizadas para expressar uma força espiritual específica. Todos os sigilos são usados em conjunto para criar um design talismânico exclusivo que  expressa o objetivo do mago. Os sigilos gerais mostram a natureza da cerimônia com os sigilos específicos sendo o meio através do qual a entidade invocada pela operação é controlada pelo talismã.

4. Sigillum e Pentáculos

No sentido mais amplo da palavra sigilo é o sinal que o mago utiliza para representar a si mesmo ou, mais precisamente, sua Grande Obra. Sigilos deste tipo muitas vezes representam a conquista de um nível específico de realização espiritual como o Selo de Babalon de Crowley que representa a incorporação do segredo de Babalon e a Besta em sua Grande Obra. Esses sigilos funcionam na medida em eles são utilizados cada vez que o mago realiza uma cerimônia e estes conectam-no em uma coesa série de medidas em direção à iluminação.

Este tipo de sigilo pode ser composto a partir de componentes de todas as outras classes de sigilos para criar um potente e único símbolo que representa todo o curso de vida do mago. Em outros casos, esses super-sigilos são utilizados como um mapa simbólico do universo do mago expresso num sistema específico de Magick como o Sigillum Aemeth de John Dee que é o pentáculo para a operação da Magia Enochiana.

Usos Práticos dos Sigilos




O uso prático de sigilos se estende muito além de qualquer cerimônia individual, eles também são comumente usados para marcar as armas magickas a fim de indicar os poderes específicos para os quais estas foram consagradas. Por exemplo, o Bastão Magicko deve ter os sigilos do Nome Divino do Fogo, YHVH Tzaboath ( יהוה צבאות ) e do Arcanjo Miguel ( מיכאל) inscritos sobre ele para mostrar de onde vem seu poder. Da mesma forma os símbolos que o magista usa em seus pentáculos e lamens também devem mostrar a competência e a autoridade que estes tem para dirigir as entidades representadas pelos sigilos específicos usados em uma cerimônia.

Quando sigilos são usados para representar o objetivo de uma cerimônia eles se tornam o foco da força espiritual ou magicka que é invocada pela operação. Neste caso o sigilo torna-se um símbolo da vontade do mago que é tratado como a entidade a qual o símbolo representa. Personificando os desejos do mago e os sintetizando em ícones gráficos, sigilos tornam possíveis criar um símbolo para cada objetivo magicko, ao mesmo tempo permitem uma interpretação mais ampla do significado dos glifos e assim, talvez, um menor acerto no desfecho das operações.

O uso mais comum para sigilos é a construção de talismãs e amuletos. Eles são usados para representar as entidades que estão sendo invocadas ou conjuradas durante a cerimônia que é realizada para consagrar o talismã. A confecção de talismãs geralmente inclui o quadrado mágico do planeta que rege a área de atuação do talismã e, portanto, a chave para interpretar os sigilos que foram utilizados na sua concepção transmite a legibilidade dos símbolos que foram utilizados. Desta forma, os sigilos que são usados para criar uma imagem/talismã podem ser representações simbólicas muito precisas do objetivo pretendido pelo mago.

O exemplo clássico do uso de sigilos como um dispositivo talismânico é na Goetia, onde o magista utiliza o sigilo em um talismã que ele coloca no Triângulo Magicko como base para o espírito que ele está a evocar manifestar-se. O mesmo sigilo é copiado em um amuleto que o mago usa como um lamen e a partir do qual ele manifesta a autoridade para dirigir o espírito que está a conjurar para realizar o seu desejo.

Sigilos são as mais elásticas e versáteis ferramentas disponíveis para magos cerimonialistas, porque eles podem ser usados para representar quase qualquer tipo de entidade ou objetivo. Muitos magistas colecionam uma boa quantidade de sigilos pessoais à medida que desenvolvem suas habilidades e progridem em sua iniciação e estes misteriosos símbolos são uma importante parte da prática da magia cerimonial.

Traduzido por Lizza Bathory de Ankhafnakhonsu Esoterica

The Order of Phosphorus (TOPH)



A The Order of Phosphorus (TOPH) é um corpo iniciático da tradição Luciferiana apresentada nos trabalhos de Michael W. Ford e adeptos associados. A Tradição Luciferiana é baseada em muitos textos chave que definem a filosofia e corpus específico da prática magicka conhecida comumente como 'Caminho do Adversário', 'Corrente Adversária' e 'Magicka Luciferiana'. A tradição por si deriva de inúmeras tradições de feitiçaria e artes especializadas, voltadas a sabedoria e ao poder dentro do Caminho Luciferiano.

O Adversário é primeiramente um símbolo ou "máscara deífica" de inúmeras, mas ainda únicas, manifestações; representadas pelas energias inerentes ao corpo e a natureza interna do indivíduo. A TOPH utiliza um sistema conectado e estruturado para realmente aplicar a filosofia Luciferiana e mergulhar o adepto nas trevas e ascende-lo como um único Portador da Luz, moldando o caminho que você deseja trilhar em sua vida. Bruxaria Luciferiana e Magica do Adversário são as ferramentas que o Iniciado utiliza em seu único caminho para manifestar a curto e longo prazo seus desejos e objetivos.

O Corpus de conhecimento Magico é transmitido ao iniciado de forma desafiadora que deve ser completamente experimentado antes da iniciação formal começar. O iniciado adquire o conhecimento, intuição e poder para se tornar o centro de seu mundo; responsável pelo seu sucesso e realização. A transmissão magica da Corrente do Adversário é unica e vivenciada pelo iniciado pela iluminação alquímica dos poderes infernais e empíreos. O iniciado cria e reconhece o poder do inconsciente, mente primitiva e entende que ela é 'Leviathan', a serpente quebrada e espiralada das águas do caos.

Este é o centro da fundação que guia seus desejos negros, paixões e instintos predatórios; simbolizados pelo círculo do 'self', conforme seu despertar ocorre. Neste círculo de Leviathan, a União Infernal da linhagem de Samael e Lilith dá ignição a sua consciência demoníaca na forja do 'self'; como os Arcontes de nossa tradição Luciferiana, as fagulhas dão ignição a Chama Negra encarnada no que pode ser conhecido como Baphomet, a Besta ou Caim, o simbólico véu dos mistérios do feiticeiro idealizado.

O atual trabalho da TOPH:

Os iniciados da TOPH são um corpo autônomo de indivíduos que buscam conhecimento e poder de acordo com suas preferencias, dentro de várias estruturas e disciplinas magicas. Isso inclui atividades, covens, lojas e práticas solitárias.

Os objetivos primários da TOPH, no presente momento, são compreendidos como a fundação de um caminho de instrução magica para o indivíduo aplicando a filosofia Luciferiana como definida no livro 'Sabedoria de Eosphorus', chamando individualmente para a Corrente Adversária através da feitiçaria da tradição da Bruxaria Luciferiana. Existem muitas e variadas fundações dentro dos grimórios primários 'Adversarial Light - Magick of Nephilim', 'Bible of the Adversary', 'Dragon of Two Flames' e 'Drauga - Ahrimanian Yatuki Dinoih'. Cada corrente iniciática sendo diferente e devendo ser explorada baseada no grau de atração natural do feiticeiro; dentro da estrutura básica encontrada no Gradebook 0°.

De acordo com o espírito de mudança da Tradição Luciferiana, iniciados formulam frequentemente manifestações da Tradição Luciferiana; todas como caminhos de auto-aprimoramento e evolução contínua voltada a Verdadeira Vontade (Daemon) e manifestação do espírito para benefício do Adepto e da TOPH.

(traduzido por Azi Dahaka; TOPH I°)
Ba Nam I Aharman.

Cânticos


Diabolus

Dies irae, dies illa
Solvet Saeclum in favilla
Teste Satan cum sibylla.
Quantos tremor est futurus
Quando Vindex est venturus
Cuncta stricte discussurus.
Dies irae, dies illa!

Sanctus Satanas

Sanctus Satanas, Sanctus
Dominus Diabolus Sabaoth.
Satanas - venire!
Satanas - venire!
Ave, Satanas, ave Satanas.
Tui sunt caeli,
Tua est terra,
Ave Satanas!

Oriens Splendor

Oriens splendor lucis aeternae
Et Lucifer justitae: veni
Et illumine sedentes in tenebris
Et umbra mortis.

Canto Genérico:

Ad Satanas qui laetificat juventutem meam. (Satanás, Patrono da Juventude e da Felicidade.)
Veni, omnipotens aeterne diabolus! (Venha, Eterno Diabo Todo-Poderoso!)
Pone, diabolus, custodiam! (Diabo, semeie a discordia.)

Invocação à Baphomet

Nós estamos armados e perigosos antes dos campos sangrentos da história;
Destituídos de dogma - mas prontos para esculpir e desafiar o visitante.
Prontos para apunhalar,
Fujam, Corram gritando do Homem.
Pronto e disposto a imolar mundo por mundo
Com nossa chama ardente.
E os que deixarmos dirão que passamos por aqui, como Mestres,
Entre as espécies o Homem se sobressaiu.
Nosso ser tomou a forma de desafio
E nos erguemos e lançamos nosso olhar de matança.
E agora nós viajamos nas chamas ardentes
Nosso testamento é a glória!
AGIOS O BAPHOMET! AGIOS O BAPHOMET!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Santuário de Itsukushima


O Santuário de Itsukushima (em Japonês 厳島神社, Itsukushima Jinja) é um santuário xintoísta situado na ilha de Itsukushima, perto da cidade de Hatsukaichi, na província de Hiroshima, no Japão, que foi construído sobre a água.

Foi considerado Património Mundial pela UNESCO em 1996 e está protegido por severas leis de protecção do património. O santuário é gerido pelo governo japonês.

A ilha de Itsukushima é uma das muitas ilhas do Mar Interior(em japonês: 瀬戸内海, Seto Naikai) e é onde se localiza o monte mais elevado da região, o Monte Misen (530m). Devido ao costume xintoísta de adoração de montanhas o local foi considerado sagrado - e como tal vedado à presença humana, desde tempos remotos. Assim, o Santuário foi construído sobre a água, junto à ilha, que é hoje considerada parque natural.

Considera-se que o Santuário de Itsukushima foi fundado em 593 D.C., mas a sua existência só está confirmada a partir de 811 D.C.. Tornou-se conhecido como o "Santuário do país de Aki" durante o Período Heian, entre 794 e 1185.

Há registos que em em 1168, um Sacerdote xintoísta, Saeki Kagehiro, teria reconstruído e ampliado os edifícios, para a sua configuração atual. Acredita-se que esta reconstrução teria sido financiada por Taira no Kiyomori, um dos mais poderosos chefes de clã do Período Heian. Taira considerava que os seus sucessos políticos e militares se deviam à influência dos kami de Itsukushima e aí prestava culto em todas as ocasiões importantes.

Os edifícios principais do Santuário foram destruídos por um incêndio em 1207, durante o Período Kamakura (1185 a 1333). Foram reconstruídos oito anos depois, apenas para sofrerem nova destruição pelo fogo em 1223. Foram novamente reconstruídos em 1241 e são desta data os edifícios que encontramos, atualmente, no Santuário.

Uma vez que o ltsukushima-jinja se encontra construído sobre o mar sofreu danos frequentes ao longo dos tempos, especialmente o grande Torii, que sofreu múltiplas reconstruções, a última das quais em 1875. Também foram acrescentados novos edifícios: o Gojûnotô (o pagode de cinco níveis) em 1407, o Tahôtô (o pagode de dois níveis) em 1523 e vários Honden (edifícios com altares a Kami específicos).

A ilha de Itsukushima ganhou um importante papel comercial devido à sua posição no Mar Interior. No Período Muromachi foi construído um mercado, a volta do qual começou a desenvolver-se uma área urbana. Um templo budista que foi construído perto do cume do Monte Misen também atraía muitos peregrinos. A ilha foi perdendo o seu carácter sagrado e restrito, tornando-se um local de grande beleza pela integração paisagística das suas belezas naturais e dos seus edifícios religiosos.

Descrição

Os Santuários xintoísta delimitam um determinado espaço sagrado (Keidai) e têm habitualmente uma vedação (tamagaki) separando-os do espaço exterior profano. Nas imediações e na sua entrada há, habitualmente portões rituais ou torii assinalando a passagem a um espaço sagrado. Dentro deste espaço há vários edifícios (honsha) com funções rituais específicas.

Assim, no Santuário de Itsukushima, os edifícios principais são o Honden (edifício principal e santuário), o Haiden (oratório) e o Heiden (edifício das oferendas) alinhados com o grande Torii. Á sua frente está o Hirabutai (plataforma cerimonial), onde têm lugar as danças cerimoniais (Kagura). Do Hirabutai saem dois corredores para Este e para Oeste, que se ligam aos edifícios secundários do templo.

Existe ainda um segundo conjunto de santuários chamado o Sessha Marodo-jinja.

Os edifícios apresentam o estilo arquitetônico tradicional conhecido como: Ryōnagare-zukuri

Existem muitos santuários xintoístas no Japão mas o Itsukushima Jinja é universalmente reconhecido como um dos mais belos e bem conservados e constitui o melhor exemplo de arquitetura tradicional e valiosa técnica artística, integrada numa paisagem natural extraordinária.

Kami



Kami (神 em japonês) tem três significados:

Significado do ideograma 神 nas palavras 'seishin' (精神 - mente, espírito) ou 'shinsen' (神 - eremita chinês com poderes sobrenaturais). Este significado veio da língua chinesa.
Kami do xintoísmo, ser com poderes que um ser humano comum não tem como: espíritos da natureza, protetores ancestrais, divindades relacionadas à prática religiosa do Xintoísmo.
Deus ou deuses. No século XVI, com a introdução do catolicismo no Japão, Deus era traduzido para japonês como deusu (デウス), para distinguir o termo de kami e de buda. Porém, a partir da Era Meiji o uso da palavra deusu foi trocado por kami.

Kami no xintoísmo

Significado de kami

O Xintoísmo é um politeísmo. Ou seja, reconhece muitas divindades. O termo usado para as referir é “kami”. Note-se, todavia, que esta palavra não corresponde exactamente ao que nas religiões monoteístas se entende por “deus”. Para essas religiões, “deus” tem um sentido de transcendência e superioridade, habitante de um mundo superior. Também há desses deuses no Xintoísmo, mas o conceito não é suficiente. Kami designa toda a sorte de espíritos invisíveis e poderosos. O termo liga-se etimologicamente ao sentido de “divino, supremo, elevado, superior” e é preferível a qualquer tradução. Nas escrituras antigas, aparecem outros nomes para designar o divino, mas todos caíram em desuso.

No princípio, kami designava tudo aquilo que era fora do vulgar, tanto divino como demoníaco. Tal carácter foi-se perdendo até, mais tarde passar a designar propriamente o sagrado. Parece haver algum sentido em relacionar os kami venerados em cada aldeia com objectos que tinham um papel preponderante e que foram sendo progressivamente deificados, até se lhes reconhecer carácter sagrado. Hoje em dia, são inúmeros os kami. As escrituras falam de 800 miríades (8 milhões), mas tal número não tem correspondência com a realidade das divindades veneradas. Seja como for, há um grande número de kami, desde os nacionais até aos patronos das aldeias, que muitas vezes nem sequer têm nome: são simplesmente a divindade local.

Tipos de kami

os kami ligados a forças incompreensíveis da natureza. Qualquer fenómeno detentor de força superior e extraordinária, ou de carácter misterioso, veio a ser venerado como divino. Assim, temos kami relacionados com astros (Sol, Lua, estrelas), com fenómenos meteorológicos (chuva, tempestade, relâmpago), com actividades humanas (alimento, colheitas, arroz). Estes kami são geralmente hierofanias despersonalizadas, ainda que alguns apresentem rasgos incipientes de personalidade. A este grupo pertence o kami considerado mais eminente pelos japoneses: a deusa do Sol, Amaterasu O-mikami, venerada no santuário nacional de Ise, o maior do Japão. Estas divindades dignam-se descer a objectos rituais de forma temporária ou permanente, a instâncias dos fiéis;
kami relacionados com a fecundidade e o crescimento, com poder criativo e vigoroso, invocados pelos fiéis como defensores da vida, em situações de perigo;
são também venerados como kami, e este é um aspecto interessante e peculiar do Xintoísmo, alguns seres humanos. Heróis, pessoas que se destacaram aos mais diversos níveis, podem ser considerados divinos e venerados, tendo imensos templos por todo o Japão. A estes há que acrescentar os imperadores, durante muito tempo eram considerados equivalentes a kami vivos, por descenderem directamente da deusa do Sol. Certos antepassados e fundadores de comunidades foram também divinizados. Há que distinguir, no entanto, divindades de espíritos dos mortos: destes, só alguns podem ser considerados kami.
Há elementos naturais concretos, tais como árvores, rios, nascentes, cascatas, que suscitam a adoração dos fiéis. Nesse caso, porém, não são considerados divindades em si, mas antes sua morada. O kami manifesta-se naquele elemento concreto, e por isso é que ele é digno de veneração. Neste conjunto, merece especial destaque o culto das montanhas. Frequentes no Japão, elas têm particular importância por serem a origem das nascentes, pois a água dos rios é essencial à agricultura. Foram por isso consideradas morada de kami importantes, e como tal veneradas.

Apesar desta diversidade, os kami têm entre si vários aspectos em comum:

são divindades geralmente vagas, sem personalidade, e incorpóreas, o que lhes permite habitar em vários locais ao mesmo tempo;
dada a sua grande multiplicidade, nunca são considerados omnipotentes, omniscientes ou absolutos. O Xintoísmo, por isso, reconhece a possibilidade de existência de outras divindades;
no entanto, os kami são superiores ao homem e têm conhecimento das coisas passadas, presentes e futuras. Exercem domínio sobre a natureza, que podem aplicar em favor do homem. Por isso, o crente dirige-lhes preces, para que se voltem a seu favor.
têm repugnância por tudo quanto é impuro, pelo que só admitem quem está livre da impureza, lançando castigos sobre quem as provoca.

Lista de Kamis

Shinigami, deus da morte responsabilizado de levar as almas dos mortos para o outro mundo;
Abbuto, invocado para a cura de doenças;
Maakyury, Deusa da sabedoria e da água;
Tsuki, Deusa do amor e da justiça;
Maasu, Deusa do fogo;
Amaterasu-oo-mikami, Deusa do Sol
Tsukuyomi-no-kami, Deus da lua
Susano-oo-no-mikoto, Deus do mar e das tempestades
O-Kuni-nushi, Deus da terra
Raiden, Deus do raio

Mitologia japonesa


A mitologia japonesa explica o surgimento dos deuses, como o mundo foi criado e a origem dos imperadores japoneses. Estas histórias estão em dois livros: o kojiki e o nihonshoki, porém estes livros divergem em alguns trechos.

Muitas divindades aparecem na mitologia japonesa, aqui são os mais proeminentes: Por exemplo, Ninigi ou Ame-Nigishikuni-Nigishiamatsuhiko-Hikono-Ninigi-no-no-Mikoto, também pode ser abreviado como: Hikoho-no-Ninigi ou Hono-Ninigi.

Mito da criação

Os deuses convocaram dois seres divinos à existência, o macho Izanagi e a fêmea Izanami, e ordenou-lhes para criarem seus primeiros lares. Para ajudá-los a fazer isso, os deuses deram ao Izanagi e Izanami uma lança decorada com jóias, chamado Amenonuhoko (lança do céu). As duas divindades eram a ponte entre o Céu e a Terra (Amenoukihashi) e agitaram o mar com a lança do céu. Quando as gotas de água caíram da ponta da lança, a ilha Onogoro-Shima foi formada. Eles desceram à ilha a partir de uma ponte do céu. Eles tiveram dois filhos, Hiruko e Awashima, mas eram imperfeitos e não eram considerados como deuses. Em seguida, eles colocaram as duas crianças num barco que foi arrastado pela correnteza de Onogoro-Shima. Então eles perguntaram aos deuses o que eles fizeram de errado. Após receberem a resposta, Izanagi e Izanami decidiram se casar novamente e seu casamento foi um sucesso.

Desta união nasceram o Ohoyashima, ou as oito principais ilhas do Japão. Eles criaram muitas ilhas, muitas divindades e culturas.

Izanagi e Izanami

Izanagi e Izanami geraram todos os outros kamis do mundo, mas Izanami morreu ao dar à luz ao Kagutsuchi (encarnação de fogo). Perdido em raiva, Izanagi matou Kagutsuchi. Sua morte também criou dezenas de divindades. Izanagi inconformado com a morte de Izanami empreendeu uma viagem a Yomi ou "a terra sombria dos mortos." As saídas de Yomi são guardadas por criaturas terríveis e é onde os mortos vão para, aparentemente, apodrecer por tempo indefinido. Uma vez caída lá, a alma nunca mais poderá voltar para a terra dos vivos. Ela, prometendo retornar, diz que vai para o Submundo e que lá ele não poderia ir, tendo de esperar. Izanagi espera, mas depois de muito tempo resolve quebrar a promessa e vai atrás de Izanami. Izanagi procura Izanami e rapidamente a encontrou. Inicialmente Izanagi não poderia vê-la porque as sombras a escondiam, mas ele pediu a Izanami para ela voltar com ele. Izanami disse que era tarde demais pois já tinha comido o alimento do submundo e pertencia agora a terra dos mortos. Ela não poderia voltar à vida. Izanagi ficou chocado com a notícia mas concordou em retornar ao mundo superior, mas antes pediu para deixá-lo dormir na entrada do submundo. Enquanto ele dormia ao lado dela, Izanagi pega uma pente que prendia o cabelo de izanami acendendo fogo para usar como uma tocha. Sob a luz da tocha, ele observa a forma horrível de Izanami outrora bela e graciosa. Agora era uma forma de carne em decomposição que dava luz a vários demônios, com vermes e criaturas demoníacas deslizando sobre seu corpo. Ela, percebendo a audácia de seu marido, manda os demônios o perseguirem. Fugindo das criaturas demoníacas, Izanagi pega a pente e o quebra, jogando seus pedaços no chão. Os demônios, famintos, devoram os brotos de bambu que surgiram da pente. Izanagi foge dos demônios, e rolando uma pedra enorme, os prende no Yomi. Izanagi furioso por Izanami lhe trair, usa os poderes do sol e destrói todos os demônios. E assim começou a existência da morte, causada pelo orgulho de Izanami.

Sol, Lua e Mar

Enquanto Izanagi purificava-se no rio após se recuperar de sua descida ao Yomi diversas divindades eram formadas em ornamentos e impurezas que desprediam de seu corpo. Diversas divindades surgiram quando ele mergulhou o rosto na água para se purificar. Os kamis mais importantes foram criados a partir de seu rosto:

Amaterasu (encarnação do sol) a partir de seu olho esquerdo
Tsukuyomi (encarnação da lua) de seu olho direito e
Susanoo (encarnação do mar) do seu nariz
Izanagi dividiu o mundo entre eles. A deusa Amaterasu herdaria os céus, Tsukuyomi tomaria o controle da noite e Susanoo seria o deus da tempestade e dos mares.

Susanoo

Susanoo, descontente com a negociação destinada a remediar uma disputa entre os seus dois irmãos, faz grandes patifarias à irmã Amaterasu, 'deusa do Sol', a ponto de a fazer fugir para uma caverna chamado Iwayado, deixando o mundo na escuridão. Todos os outros kami, reunidos, concebem então um plano para a fazer sair. Com grande alarido, gritos e risos, despertam a curiosidade da deusa solar, que a leva a entreabrir a entrada da caverna. Atraída por um espelho colocado à sua frente, acaba por sair, sendo então fechada a caverna, para a impedir de que entrasse novamente. Garantida de novo a luz, Susanoo é condenado a pagar uma multa e a ser desterrado dos céus. Mais tarde, ele arrepende-se e acaba por presentear a irmã com um esplêndido sabre retirado do corpo de um dragão que ele matou.

Susanoo aparece em várias histórias. Uma história fala do comportamento impossível de Susanoo contra Izanagi. Izanagi, cansado de sofrer ataques de Susanoo, desapareceu no Yomi. Susanoo desgostoso concordou, mas tinha negócios inacabados para resolver primeiro. Ele foi para Takamagahara (céu) para dizer adeus a sua irmã, Amaterasu. Amaterasu sabia que seu irmão não tinha boa intenção em mente e se preparou para a batalha. Amaterasu pensando que Susanoo queria o Takamagahara para si vai ao encontro de Susanoo.

Susano propõe um acordo para provar que suas intenções são boas. Amaterasu concorda. Primeiro, Amaterasu pega a espada de Susano e cria três deusas, as Munakata Sanjojin. Então, Susano pega um colar de jóias de Amaterasu e nascem cinco deuses, todos homens.

Amaterasu diz que os deuses que nasceram a partir do colar de jóias foram feitos a partir de um objeto seu, portanto são filhos dela. Amaterasu afirma também que as deusas que nasceram da espada são filhas de Susano. Todos os deuses dominavam um elemento da criação e da destruição: o ar, a luz e a natureza. Ambos os deuses reivindicaram a vitória. A insistência causou violentas campanhas que atingiu seu clímax quando Susanoo jogou um 'cavalo morto celestial' sobre os teares das criadas tecelãs de Amaterasu onde uma de suas criadas morreu. Amaterasu fugiu e se escondeu na caverna chamada Iwayado. Enquanto a deusa do sol desapareceu, as trevas cobriam o mundo.

Susanoo e Orochi

Susanoo desce a Izumo nas proximidades de um rio hoje conhecido como Hiikawa. Lá, Susanoo percebe hashi sendo carregados pela correnteza e decide subir o rio. Susanoo encontra o casal de idosos Ashinajichi e Natejichi chorando. O casal tinha oito filhas, porém o monstro Yamata no Orochi que possuía oito cabeças, oito caudas e olhos vermelhos vinha uma vez por ano e comia uma de suas filhas. Sua última filha, Kushinadahime estava prestes a ser devorada. Susanoo, percebendo a relação do casal de idosos com a deusa do sol Amaterasu, ofereceu sua ajuda. O casal então promete a mão de sua filha se Susanoo exterminasse o monstro. Susanoo mata Yamata no Orochi, se casa com Kushinadahime e constrói um castelo para morar com ela.

Ōnamuji (Ookuninushi) era descendente de Susanoo. Ele, junto com seus muitos irmãos, concorreu a mão da princesa Yakami de Inaba durante a viagem de Izumo para Inaba. Ōnamuji sofreu muito devido a inveja de seus irmãos. Perseguido por seus inimigos, ele se aventurou no reino da Susanoo onde se encontrou com a filha do deus vingativo, Suseri-hime. Susanoo testou várias vezes Onamuji mas no final, Susanoo aprovou Ōnamuji e previu sua vitória contra os seus irmãos. Ookuninushi e Sukunahikona desenvolvem o Ashihara no Nakatsu Kuni criando as regras da agricultura, medicina e magia.

Tsukuyomi

Tsukuyomi ou Tsukiyomi, também conhecido como Tsukuyomi-no-kami, é o deus da lua no xintoísmo e na mitologia japonesa. O nome Tsukuyomi é uma combinação das palavras japonesas lua/mês (tsuki) e "ler; contar"(yomu). Outra interpretação de seu nome é a combinação de "Noite iluminada pela Lua" (Tsukiyo) e um verbo significando "Olhando para" (miru). Ainda outra interpretação diz que o kanji para "arco"(弓, yumi) foi corrompido com o kanji para "yomi". "Yomi" Também pode se referir ao mundo subterrâneo, apesar desta interpretação não ser bem aceita.

Tsukuyomi foi a segunda das "Três nobres crianças" nascidas quando Izanagi, o Deus que criou a primeira terra, Onogoro-shima, lavou seu olho direito enquanto se banhava para purificar-se de seus pecados depois de escapar do mundo subterrâneo e das correntes de sua enraivecida esposa, Izanami. De qualquer forma, em uma história alternativa, Tsukuyomi nasceu de um espelho feito de cobre branco na mão direita de Izanagi.

Depois de subir a escada celestial, Tsukuyomi viveu no "paraíso", também conhecido como Takamagahara, com sua irmã Amaterasu, a Deusa do Sol.

Ashihara no Nakatsu Kuni

Amaterasu e os outros deuses do Takamagahara declaram que eles deveriam governar o Ashihara no Nakatsu Kuni, então governado por Ookuninushi. Vários deuses são enviados a Ashihara no Nakatsu Kuni, mas falham em seu objetivo. Amaterasu pergunta aos deuses quem deveria ser o próximo enviado. Os deuses respondem que deveria ser Itsunoohabari ou seu filho Takemikadzuchi.

Takemikadzuchi e Amenotohibune são enviados ao Ashihara no Nakatsu Kuni. Lá chegando Takemikadzuchi finca a espada Totsuka no Tsurugi no chão. Takemikadzuchi se senta e diz a Ookuninushi que Amaterasu ordenara que Ashihara no Nakatsu Kuni fosse governado por um de seus filhos. Takemikadzuchi vai então conversar com Kotoshironushi, filho de Ookuninushi e Kotoshironushi se esconde. Em seguida vai conversar com outro filho de Ookuninushi, Takeminakata. Takeminakata tenta medir forças com Takemikadzuchi, mas é derrotado.

Amaterasu envia então Takamimusubi para conversar com Ookuninushi. Takamimusubi diz a Ookuninushi que Amaterasu lhe construiria um grande castelo em troca do controle do Ashihara no Nakatsu Kuni. Ookuninushi pede um grande castelo, para seus 180 filhos morarem e depois disso desaparece. Este castelo é o santuário Izumo Taisha, em Shimane.

Prosperidade e eternidade

Ninigi conheceu a princesa Konohana-Sakuya (símbolo de flores), a filha de Yamatumi (mestre das montanhas). Eles se apaixonaram e Ninigi pediu a Yamatumi a mão de sua filha. Yamatumi ofereceu a mão de suas duas filhas, Iwanaga (símbolo de pedra) e Sakuya (símbolo de flores). Mas Ninigi escolheu Sakuya.

"Iwanaga é abençoado com a eternidade e Sakuya com a prosperidade", disse em lamentação Yamatumi, recusando Iwanaga, sua vida será curta a partir de agora. Devido a isso, Ninigi e seus descendentes tornaram-se simples mortais.

Sakuya deu à luz a três filhos. Os nomes das crianças foram Hoderi, Hosuseri, e Howori.

Hoderi e Howori

Hoderi vivia de pesca no mar, enquanto seu irmão Howori vivia de caça nas montanhas. Um dia, Howori perguntou ao seu irmão se trocaria de lugar por um dia. Howori tentou pescar, mas não conseguiu nada e também perdeu a vara de pescar de seu irmão. Hoderi furioso não aceitou seu pedido de desculpas. Enquanto Howori estava sentado na praia, perplexo, Shihotuti disse para ele viajar em um navio chamado Manasikatuma com um destino desconhecido. Na sequência deste parecer, Howori chegou à casa do Watatumi (mestre dos mares). Alí ele conheceu Toyotama, filha de Watatumi e se casou com ela. Depois de três anos de casamento, se lembrou de seu irmão e sua vara de pescar, em seguida, falou com Watatumi sobre isso. Watatumi (mestre dos mares) rapidamente encontrou o anzol preso na garganta de um peixe dourado e Howori devolveu para o seu irmão. Watatumi também lhe deu duas bolas mágicas, Sihomitutama, com poderes para provocar inundações e Sihohirutama, que poderia causar terremoto e mandou Howori junto com sua namorada de volta para sua terra.

Shinigami

Shinigami (死神, Deus da Morte; é uma entidade presente na cultura japonesa. Seu trabalho é "levar" a alma dos humanos para o outro mundo. Seria um pouco equivalente a figura conhecida da Morte no Ocidente. Geralmente é usado para expressar qualquer deus da morte. Por exemplo no budismo Enma é o deus que julga e pune depois da morte (Jigoku) e no xintoísmo é a Izanami.

Animismo


Animismo (do latim animus, "alma, vida") é a visão de mundo em que entidades não humanas (animais, plantas, objetos inanimados ou fenômenos) possuem uma essência espiritual.

O animismo é usado na antropologia da religião como um termo para o sistema de crenças de alguns povos tribais indígenas, especialmente antes do desenvolvimento de religiões organizadas. Apesar de cada cultura ter suas próprias mitologias e rituais diferentes, o "animismo" é um termo usado para descrever o segmento mais comum e fundacional das perspectivas "espirituais" ou "sobrenaturais" dos povos indígenas. A perspectiva animística é tão fundamental, mundana e diária que os povos indígenas mais animistas sequer têm uma palavra em seus idiomas que corresponda a "animismo" (ou mesmo a "religião"); o termo é uma construção antropológica, e não uma designação dada pelos próprios povos.

Em grande parte devido a essas discrepâncias etnolinguísticos e culturais, existe um debate sobre se o animismo refere-se a uma ampla crença religiosa ou a uma religião de pleno direito. A definição atualmente aceita de animismo só foi desenvolvida no final do século XIX por sir Edward Tylor, que criou-o como "um dos primeiros conceitos da antropologia, se não o primeiro".

O animismo abrange a crença de que não há separação entre o mundo espiritual e físico (ou material) e de que existem almas ou espíritos, não só em seres humanos, mas também em alguns outros animais, plantas, rochas, características geográficas (como montanhas ou rios) ou de outras entidades do meio ambiente natural, como o trovão, o vento e as sombras. O animismo rejeita, assim, o dualismo cartesiano. Exemplos de animismo podem ser encontrados em formas de xintoísmo, serer, o hinduísmo, o budismo, a cientologia, jainismo, paganismo, e neopaganismo. Alguns membros do mundo não tribal também se consideram animistas (como autor Daniel Quinn, o escultor Lawson Oyekan e muitos neopagãos).