segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A Tradição Tifoniana Por Fernando Liguori


Nota 

Existe uma grande controvérsia a respeito do que `é' a Tradição Tifoniana e qual é a sua diferença, p.e. da Tradição Draconiana. Ainda, muitos estudiosos dizem que elas são as mesmas, mas não são. A Tradição Tifoniana foi o Culto Draconiano `sistematizado' no antigo Egito. Quando o Culto Draconiano saiu da África Primal ele atingiu sua apoteose nas Dinastias pré-monumentais do antigo Egito, se tornando `ali', a Tradição Tifoniana. Entretanto, o Culto Draconiano é o substrato primêvo de todas as grandes religiões centradas no Culto a Deusa Primordial e seu filho, e seus traços mais marcantes são encontrados no Vodu, no Tantra Hindu, no Sistema Kahuna Polinésio e nos Cultos 
Xamânicos Sul-Americanos e Asiáticos.

Definição da Tradição Tifoniana

O termo "Tifoniana" já fora usado extensivamente no século XIX pelo brilhante Gerald Massey ao longo de suas obras de religião antiga, como uma descrição para àquelas pessoas que adoraram a Deusa Primordial, identificada nos céus como a grande constelação da Ursa Maior. A adoração desta deusa precedeu todas as formas de adorações masculinas e sua essência ainda hoje é refletida como a `Mãe Natureza'. Já fora provado que nesta fase primordial da civilização o papel do macho na procriação não era compreendido. Nesta concepção, gravidez e nascimento eram processos misteriosos que envolviam a fêmea que parecia se dividir enquanto dava a luz.

Nesta fase à deusa Tifon e seu Filho Seth eram tidos como `uma entidade comum' na concepção teogônica desta Tradição. 
A civilização evoluiu ocorrendo assim uma mudança gradual de percepção, a adoração moveu-se de uma fase matriarcal lunar (a deusa) para uma fase patriarcal solar (macho-deus). Antes dessa mudança de percepção, o papel do macho na procriação era incompreendido e o resultado desta incompreensão significou um balanço dramático no pêndulo universal e o princípio masculino cresceu em maior ênfase que o princípio 
feminino. As deidades não escaparam deste mar de revisionismo e a guerra outorgou ao deus masculino a supremacia, instaurando assim uma nova ortodoxia. Àqueles que não se renderam ao novo culto e continuaram sua adoração a deusa primordial, foram taxados como antiquados, depois como estranhos e perversos, e finalmente como uma ameaça. A visão solar foi consolidada em uma política de estrutura patriarcal de sociedade e isso conduziu na instauração generalizada de uma adoração solarita que mais tarde seria a concretização de um conflito político gerando perseguições aos adoradores da deusa. Os Adeptos da "Velha Tradição Tifoniana" sofreram com o resultado.

Os Tifonianos então passaram a serem vistos como opositores, àqueles que iam contra as tradições contemporâneas. Ao longo das dinastias egípcias, Seth, Seth-Tifon ou só Tifon recebia uma descrição mitológica como "opositor", tendo Seth preso em uma batalha perpétua contra Horus. Deve ser levado em consideração pelo leitor que a mitologia sempre acompanha a mudança de paradigma que envolve os povos. Assim, as lendas mitológicas sempre descrevem essa mudança de paradigma se contradizendo com descrições mais antigas. P.e., nas dinastias solaritas, Tifon é descrita junto com Seth como "o tormento perpétuo" de Horus, ao contrário de Deusa Primordial de tempos mais remotos. No mundo Juidaico-Cristão, cuja tradição fora influenciada pela civilização Egípcia, o opositor foi identificado como Satanás (Satã), Lúcifer, o Diabo. O termo "Satã" é derivado de uma conjunção entre o Deus `Seth' e a Deusa Lunar Egípcia `An'. Nestas tradições, a mulher é retratada como a `sedutora' que, com o uso do sexo, sensualidade e desejos corporais é considerada imoral e suja. No Judaísmo ortodoxo p.e., que tem a autoridade patriarcal calcada no Velho Testamento, a mulher, durante seu período menstrual é segregada porque é considerada impura. Em tempos modernos, o extremo horror da misoginia está arraigada na religião patriarcal onde milhares de mulheres são torturadas como bruxas hereges por causa de seu culto a Deusa Primordial.

Este medo irracional do `feminino' desde a Idade Média diminuiu, embora ainda haja essa ignorância em tempos recentes, veja p.e. os movimentos de propriedade feminina dos anos sessenta.

A Tradição Tifoniana deveria ser encarada sob a luz do `reparar' o equilíbrio entre os sexos, encorajando o princípio feminino em uma nova idade de esclarecimento. Isso não significa uma restauração da adoração a Deusa Primal, mas um equilíbrio entre os princípios femininos e masculinos.

Outra derivação do termo "Tifon" é a sua afinidade com a palavra "Tufão"3. O Tufão é uma poderosa força de destruição centrípeta. É a "Força & Fogo" caracterizada pela descrição do advento do Aeon de Horus que desde 1904 instaurou catástrofes e destruições no mundo. O Tufão entra em uma área previamente tranqüila e instaura o Caos pela destruição que causa. Contudo, essa destruição é a mudança cíclica tão 
compreendida pela magick, i.e. existe a necessidade de se colocar sobre o solo as antigas estruturas para que o novo possa ser erguido. Assim, ainda hoje o termo "Tifon" causa pânico, isso se dá pelo fato de que pessoas não preparadas para mudanças repentinas sofrem com os `venenos' emanados pela fórmula mágica da Tradição Tifoniana, i.e. a mudança brusca e repentina causada pela força do Tufão. Seu impacto na consciência causa mudanças bruscas, tanto internas quanto externas e isso pode levar ao que chamamos de `efeito dominó'. Em curto prazo isso pode representar enormes dificuldades, e nós, Adeptos desta Tradição, devemos estar preparados pare este desafio.

A perspectiva Tifoniana, entretanto, é muito mais ampla do que a consciência humana é capaz de perceber. Essa perspectiva Tifoniana é uma consciência cósmica. O que nós fazemos em nosso trabalho mágico é ampliar nossa consciência humana além dos Círculos do Tempo e do Espaço para conseguirmos captar as emanações estelares desta Corrente Mágica.4

Existem inúmeras interpretações para o termo "Tifoniano". A implicação, porém, é sempre a expansão de consciência além dos níveis normais de percepção. Assim, nós somos interpretados como opositores por sermos Tifonianos, todavia, hoje em dia, essa oposição está relacionada com a aceitação de uma visão limitada de nós mesmos. O poder do Tufão destrói essa falsa percepção de `si mesmo' de maneira a podermos `perceber' um Universo além dos Círculos do Tempo e Espaço.


O Aparecimento da Tradição Tifoniana


O `AL vel Legis' I:56 declara que "Todas as palavras são sagradas e todos os profetas verdadeiros; salvo unicamente que eles entendem um pouco; resolvem a primeira metade da equação, deixam a segunda inatacada." Os últimos 100 anos viram o nascimento de uma nova eternidade, um esclarecimento que traz a luz de uma nova liberdade escolar livre da falsa superstição. Isso aumentou nossa consciência histórica e derramou abundante luz na supressão violenta do pensamento humano e da espiritualidade que estavam sob o domínio dos líderes da Cristandade. As cruéis perseguições patriarcais ameaçavam o livre-pensador que tinha de se proclamar Cristão para se salvar das torturas 
e da selvageria. Surpreendentemente, a Igreja Católica era sempre o culpado maior. Era essa uma das predominantes razões para o segredo da tradição oculta: proteger os Iniciados das escolas de mistérios, bem como seus segredos de Iniciação dos espreitos olhos da autoridade religiosa Cristã. A palavra "oculto" inserida no nome `ocultismo' reflete esses mistérios escondidos. Contudo, não era somente a Igreja Cristã, em seus vários disfarces, que suprimiam as informações dos julgados heréticos. No Antigo Egito cujas dinastias atravessaram mil anos, a batalha espiritual sob a luz do domínio político-religioso levaram a perseguição dos adoradores da Deusa Primordial. Historicamente, o 
mito de Seth e Horus, os dois irmãos que se digladiavam pela supremacia é uma representação mítica da luta dos Solaritas contra os ifonianos. 

O Deus Seth que é simbolicamente representado pelo Planeta Saturno (Binah), `o Planeta por trás do Planeta' Vênus, é representado pela Estrela Sírius, o `Sol por trás do Sol'. Efetivamente isso simboliza Seth como o Iniciador, a Verdadeira Fonte Criativa da Influência Vibrante que cria a expansão da consciência. Mas Seth fora taxado como maligno após o crescimento de lendas que expressavam um simbolismo de falsa-moral, p.e. o mito de Caim e Abel. Contudo, em contra partida, o mito da Besta Selvagem e da Mulher Escarlate expressa a natureza da expansão da consciência promovida pela vibração astral de Seth. Mas tais mitos servem como um teste de iniciação que podemos chamar de `teste de intenção', mantendo o profano afastado dos mistérios. Assim o poder do Tufão (Seth) como mudança que a Iniciação traz, orresponde àquela batalha eterna na natureza entre a ordem e o caos. Psicologicamente, a Iniciação no Deserto de Seth (Tufão) causa caos porque desafia e destrói os modos condicionados de pensar e da falsa-percepção. Portanto, é uma ameaça ao estado condicionado e ortodoxo daqueles que 
"entendem um pouco".

Claramente, a Tradição Tifoniana é uma Tradição de Iniciação e Iniciação é Realização. Aqueles que souberam interpretar os espetáculos dos mitos durante a história da humanidade compreenderam os sistemas de Iniciação promovidos por esta egrégora.

Na Árvore da Vida, o glifo do Planeta Saturno e do Deus Seth é a Sephira Binah (Compreensão). Esta Tradição durante a história das civilizações se mascarou sob numerosas formas, mas seu espírito visionário continuou intacto. É importante reconhecer este fato como mágico, assim aplicamos a ele um termo conhecido como parampara.5 Isso significa que a Tradição se expandiu externamente, extraterrestremente iluminando a consciência do homem em fases distintas da evolução. Estas reverberações, quando efetivamente canalizadas, agem como um manancial criativo de vibração. Esse manancial está oculto para a maioria dos cientistas e religiões fundamentalistas. Algumas personalidades como Austin Osman Spare, Salvador Dali, Leonardo Da Vinci, Isaac Newton e etc., eram ocultistas e descreviam a ciência como uma prosperidade mágica.

Com o advento do Novo Aeon, Aleister Crowley deu início ao renascimento da Tradição Egípcia pré-dinástica de Seth-Tifon em oposição a Trindade Osiriana. A diferença essencial entre os dois Cultos é a ênfase que se coloca sobre o princípio do gênero de Seth-Tifon, a Mãe Virgem e seu Filho em oposição ao Culto Osiriano representado pela paternidade individualizada.

Neste contexto, este renascimento deveria ser notado pois O Livro da Lei é uma poderosa transmissão Tifoniana para uma nova era de veneração e reconhecimento do principio feminino. Este princípio no Livro é chamado de Nuit, o Círculo em Expansão Infinita. Entretanto, distinto da dourada era Tifoniana Egípcia, o principio masculino também tem seu lugar reconhecido. Ele é o ponto onipresente conhecido como Hadit. Em Magick em Teoria e Prática Crowley enfatiza:


O Espaço infinito é chamado a Deusa NUIT, e o ponto infinitamente pequeno e atômico, no entanto, Onipresente, é chamado de HADIT. Estes são imanifestos. Uma conjunção destes dois infinitos é chamada RA-HOOR-KHUIT, uma Unidade que inclui e dirige todas as coisas. 

Essa Tradição não tem nenhuma semelhança à obscura idade dos deuses agonizantes cujo paternalismo desequilibrado causou sofrimento desnecessário. Contudo, o Culto revivido pelo O Livro da Lei está completamente em comunhão com o Equilíbrio de Energia Criativa Ígnea de Mäat combinando harmoniosamente a qualidade feminina de intuição delicadamente conjugada a receptividade. Seth é o Deus da Iniciação e Saturno é o Planeta do Karma. A Iniciação se dá desobstruindo, i.e. destruindo bloqueios indesejados para o progresso iniciático. O caos causado pelas conseqüências do Karma é uma parte essencial do processo de Iniciação sendo percebido em um estado cíclico uniforme. 
Todavia, para aqueles que absorvem a essência da Tradição Tifoniana, os véus opacos são rasgados de maneira que a verdadeira luz dá o brilho necessário a este tema porque Karma é o que chamamos de "consciência de pecado".

Crowley lutou muito por suas descobertas e deu início a modernas compreensões. Isso criou um caos porque amedrontou os ocultistas ortodoxos que não conseguiam perceber a visão de Crowley e chafurdados em seu `sono' de consciência, se apegavam a velhos conceitos já revogados do velho aeon. Crowley por toda sua vida foi perseguido por aqueles que não lhe compreendiam, assim como os Osirianos e Cristãos "endiabraram" a Criativa Força do diabo Seth ou Satã. Crowley ensinava àqueles indivíduos que buscando a verdade, adotavam o título ou a posição de Tifonianos e é curioso notar que Crowley declarava que seu Sagrado Anjo Guardião era Shaitan-Aiwass, uma forma de Seth, o Iniciador.6

Felizmente as atitudes estão mudando! Crowley suportou, ainda que com todas as suas faltas pessoais, inúmeras dificuldades para colocar em funcionamento as fundações espirituais de nosso Novo Aeon. Invocando Seth-Horus ele nos deu a verdadeira noção de nossa divindade interna e nos ensinou o modus operandi para a ativação e realização deste potencial criativo ilimitado.

O trabalho de Crowley foi continuado e perpetuado até hoje por alguns ícones da Filosofia thelêmica. O primeiro a dar `verdadeiramente' continuidade ao seu trabalho foi Frater Achad que descobriu a Chave para O Livro da Lei e anunciou as premissas do Aeon de Mäat pela primeira vez em 1948, quarenta e quatro anos após do Equinócio dos Deuses que Crowley denominou como o Aeon de Horus. Os estudos qabalísticos de Achad derramaram muita luz para nosso crescimento espiritual e nos fez compreender o conceito de Espaço e Tempo calcando a base e o fundamento científico da Tradição Tifoniana. Ele também descobriu o verdadeiro significado da Trindade Thelêmica (93). 
Outro ícone de importância no atual contexto é Kenneth Grant que assumiu o controle do ramo Inglês da O.T.O. em 1955, fundando uma Loja chamada Nova-Isis para canalização vibracional de forças além de nosso Sistema Solar. Os frutos de seu trabalho foram registrados nas suas obras que expõem suas descobertas desenvolvendo o processo que Crowley havia iniciado muitos anos antes. Estas descobertas foram cientificamente comprovadas sob a luz de uma nova perspectiva. Tais descobertas formaram a Ponta da Lança do Sistema Tifoniano durante os últimos trinta anos atraindo inúmeras pessoas sob uma nova Gnosis para o caminho da Iniciação. A Tradição Tifoniana em efeito é um 
Tufão, um Vendaval, uma Vibração Fundamental de expansão da consciência que tem um papel importante evolução da humanidade. 



A Tradição Tifoniana Hoje


Deveria ser prontamente notado que quando nós dizemos "Tifoniano", queremos dizer muito mais do que a Deusa Tifon e seu Filho Seth. Assim, como nos aprofundamos na questão histórica, está na hora de adentrarmos na questão mais importantes deste tema: a 
relevância desta Tradição hoje, seus benefícios e o que ela pode trazer ao moderno Iniciado.


Daqui em diante alguns véus serão levantados para que o `verdadeiro' processo iniciático formulado por esta Tradição Tifoniana sejam rasgados e a luz sobre o tema seja um foco ou brilho que afete os níveis de percepção espiritual do leitor.

A Tradição Tifoniana representa a Força e o Fogo e sua aplicação representa uma aspiração e devoção no coração de cada Iniciado. Esta é a Flama de Hadit que queima no coração de cada Homem. Da mesma maneira, a shakti que é a Kundalini-Shakti que dá a cada Iniciado o poder de suportar a manifestação vibracional da Tradição Tifoniana que se manifesta como existência Una. Não obstante, para a maioria das pessoas uma individualidade desordenada aparece ao se iniciarem nesta Tradição. Mas este é o Poder do Tufão no qual temos de aprender a trabalhar para o desenvolvimento de nosso processo iniciático até que o senso de individualidade possa ser dissolvido. Isto acontece porque tudo em todo Universo está conectado ao seu duplo.

Entretanto o trabalho parte sempre de um princípio. Embora a consciência seja um princípio contínuo, o ser humano possui um senso egóico o qual necessita trabalhar e purificar. A Iniciação, compreensão e purificação que este processo requer variará a cada pessoa. É uma falácia da mente crer que há uma fórmula prescrita ou uma `apostila' passo a passo para este processo. Isso não existe, da mesma maneira que não existe uma fórmula para felicidade absoluta. Mas o que nós podemos fazer é aplicar princípios mágicos ao nosso Dharma ou padrão de ser, nossa Verdadeira Natureza. Cada pessoa se desenvolverá de maneira diferente no caminho iniciático e na descoberta de seus próprios egos e essência, o que o levará a um caminho onde possa estar em maior contato com o Universo. Um exemplo clássico de uma discrepância espiritual entre indivíduos é a aproximação e apego ortodoxo a um texto mágico-religioso como p.e. O Livro da Lei.

Essa transmissão espiritual, i.e. o `AL vel Legis', tem, no passado quanto no presente, recebido inúmeros comentários ilustres, mas seu valor mais precioso é o que ele significa `pessoalmente' para nós mesmos, i.e. a experiência espiritual direta que nós ganhamos com sua utilização pessoal, permitindo que seu Fogo ilumine os íntimos intervalos cíclicos de nosso Verdadeiro Ser. Desta maneira o Iniciado transcende as especulações filosóficas e entra em contato com seu verdadeiro espírito. Fazendo isso o Iniciado pode tecer seus próprios rituais e meditações em relação aos versículos mais particulares e especiais para ele.

A Iniciação é um Caminho Interno, solitário, embora paradoxalmente isto nos conduza sempre para o exterior. A idéia é simples e afeta cada instante de nossas vidas, p.e. o fato não é você ouvir qual é a sensação de se beber um copo d'água, mas sim bebê-lo, experimentá-lo. É uma viagem a fonte do Nilo em busca de um manancial interno.

Quando o Iniciado descobre isso realmente, ele encontra seu Real Guru, aquele que deveria ser a principal fonte de sua preocupação e busca espiritual, sua projeção interna mais sublime, o Sagrado Anjo Guardião.

A Consciência é um continuum. Subconsciente, inconsciente, supra-consciência e etc., são meras classificações que dão definições a certos aspectos deste continuum. Nós podemos falar: `nossa consciência', mas isto é uma ilusão. Nós não possuímos consciência, não obstante, é ela que nos possui e opera por nós. Ainda, nossa consciência é um fluxo constante e não um paralelo fixo para `trocas' de consciência de um momento para outro. Este é um processo que classificamos como `Obscura Consciência'. A Iniciação deveria ser considerada o processo da dissolução dos véus dessa Obscura Consciência.


Às vezes pode demorar algum tempo para que o Iniciado conclua que tudo o que existe é consciência em transição, agregações inconstantes e instáveis que aparecem diante dele como uma forma estável. As práticas místicas de várias tradições possibilitaram os antigos Iniciados a perceberem estes processos. O ser humano não consegue perceber todos os processos da consciência, sua faixa de consciência é bastante 
estreita e está acostumada a evoluir por convulsões em detrimento da realidade de sobrevivência e tudo àquilo que se vincula a este processo instintivo. Entretanto, é vasto o campo de progressão da consciência e práticas mágicas ou místicas podem, efetivamente, expandir a consciência além da percepção cotidiana do homem profano.

Meditações regulares e exercícios respiratórios como pranayama têm efeitos drásticos, embora seus efeitos sejam na maioria das vezes externos no decorrer das práticas.

Contudo, o impulso habitual, a prática contínua, disciplina a mente e o corpo tendo um efeito permanente tornando a Iniciação um modo de vida irresistível. Isso significa que a ampliação da consciência foi contínua e permanente. Quando isso ocorre nós nos damos conta de nossa crescente individualidade (identidade) e nos afastamos cada vez mais da máscara de nossa humana encarnação. Essa é uma aspiração gloriosa da Flama Interna de Hadit e o Iniciado deveria se esforçar por obter estes resultados como os Magos, Feiticeiros, Xamãs e Bruxas... 
O ser humano está em sua existência cotidiana completamente adormecido: sonhado.

A Iniciação é um processo onde o homem, sofrendo as convulsões do Poderoso Tufão pode acordar. Isso é simples assim! Tradições diferentes com terminologias diferentes, essencialmente, chegam a este mesmo ponto: a sublime divisão entre o sonho do profano e o despertar do Adepto. O Iniciado pode escolher o processo que quer para seu trabalho com a Kundalini saltando de um sistema para o outro ou adentrarem neste Grande Colegiado Espiritual que é a Tradição Tifoniana e desfrutar do Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Embora os sistemas sejam em grande parte diferentes entre si, eles compartilham de um único objetivo: o transcender das humanas 
limitações em busca de uma maior ampliação da consciência em níveis perceptuais.

Anteriormente eu mencionei o fato de que o Coração da Tradição Tifoniana é a Força e o Fogo. Mitologicamente esse processo é demonstrado pela Serpende ou o Dragão das Profundezas, uma poderosa entidade que emerge das profundezas da consciência repentina e silenciosamente causando sua grande devastação. O que é devastado é a restrição da consciência humana. "Eu não trago a paz mas a espada." Essa é uma intrusão da consciência humana por poderosas forças internas, atávicas. Essa mesma idéia está inserida na Gnosis Lovercraftiana como no Culto de Cthulhu, o deus que salta das profundezas do `Mar' após estar adormecido pelas idades.

O Sagrado Anjo Guardião é uma entidade que efetivamente é encontrada por aqueles que verdadeiramente percorrem o caminho da iniciação. Ele não é uma entidade extática ou objetiva, mas um rápido olhar para Eternidade. A consciência é protoplasmática, troca seus fluídos constantemente, se expande e se contrai. Como a consciência pode ser refinadamente expandida, em virtude das experiências mágicas e místicas, essa consciência cósmica crescentemente entra em um estado de ruptura da mesma maneira que nubla o brilho do sol. Nestas etapas, a qualidade da experiência do magista é aumentada pelo tipo de iniciação que está a percorrer porque por mais cobiçoso que possa ser, a mente não pode saltar e agarrar o infinito e eterno por sua perspectiva passageira, entretanto a consciência pode ser transportada para fora dos Círculos do Tempo e Espaço por um momento, sofrendo assim as infinidades do divino, se objetivando com o Anjo. A inércia do grande oceano da consciência assimila os redemoinhos do êxtase espiritual, dos menores para os maiores. É assim que o Anjo se `move' para o aspirante de tempos em tempos e na ocasião certa. O aspirante sente quando é chegada à hora e se `abre' para a conjunção suprema. 
Como mencionei antes, o Real Guru é interno e em condições thelêmicas isso representa a Verdadeira Vontade que é mais uma `faceta' da Vontade Universal ou Consciência Cósmica. Uma vez que o Adepto descubra sua Verdadeira Natureza, o alinhamento com ela deveria ser automático, embora não seja tão fácil, ele possui o impulso do Universo atrás dele. Ele deve chegar a ponto de compreender que todos os 
Instrutores e Gurus espirituais externos são exteriorizações do Real Guru ­ a Verdadeira Vontade.

Para alguns de vocês que neste momento lêem este artigo, tudo isso pode soar abstrato ou confuso, mas realmente é muito simples. Existe em nossa Iniciação uma direção e um impulso, uma força gravitacional que nos puxa. Através de práticas constantes e de muita disciplina a consciência é refinadamente expandida. A constante disciplina para o progresso apressa nossa forma evolutiva e com certeza pode nos `salvar' 
das dores de diversas encarnações ao caminho do nirvana. Dedicação, persistência e disciplina são absolutamente essenciais para a ampliação permanente da consciência para que o Adepto colha as recompensas da transcendência espiritual.

Alguns dos leitores já ouviram falar nas entidades præter-humanas. Este termo denomina entidades que estão `além' dos seres humanos. Nas tradições ocultas tais entidades são consideradas fora do alcance geral de manifestação humana e não estão sujeitas as mesmas leis de tempo e espaço que operam nossa dimensão. As histórias mitológicas estão repletas de contos do tráfego destas entidades com o ser humano. P.e., 
Moisés recebendo os Dez Mandamentos; a conversação de Saul na estrada para Damasco; as sessões de John Dee e Edward Kelly com os Anjos Enochianos; e o contato de Aleister Crowley com Aiwass, Amalantrah e Abuldiz. O contato com tais forças normalmente é considerado benéfico e o resultado desta comunicação é um elixir de novos conhecimentos e um entendimento mais amplo do Universo externo e interno. 
Existem muitas especulações que deste 1947 (com a crise nuclear) inúmeros contatos com UFOs foram travados. Mas esse tema foge ao nosso estudo. 
Embora seja de meu conhecimento que tais seres sempre travam contato com Iniciados, na maioria dos casos o magista ou aspirante deve possuir um trabalho interno (mágico) bem feito e elaborado, talvez por muitos anos, antes de poder contatar e manter tráfego com estas entidades. O propósito e benefício deste trabalho está claro para àqueles que assim o fazem. O corpo humano deve estar preparado para o impacto das vibrações energéticas præter-humanas. Ainda, deve haver um refinamento na percepção e na sensibilidade de forma que tais contatos sejam verdadeiramente efetivados. Com a devida preparação, um magista treinado e disciplinado não é enganado por entidades 
hostis do plano espiritual. É comum vermos aspirantes achando que em prévias vidas foram Hitler, Jesus, Crowley e etc. Na maioria das vezes sua descoberta veio por meio de uma revelação espiritual, fruto do contato com entidades espirituais. Enquanto o aspirante não for bem preparado, tentará de todas as maneiras travar contatos com tais entidades, contudo, ele parecerá um rádio velho ou desajustado onde somente extática e ruídos desconexos são sintonizados. Não podemos nos esquecer que nossa consciência é contínua e que somos cercados por entidades que, como uma multidão de agregados passageiros, lutam pela nossa atenção.

Existe uma Inteligência præter-humana que é, modernamente dizendo, associada a Tradição Tifoniana. Ela é conhecida como Lam.7 A primeira publicação oficial da AA (Argenteum Astrum) a apresentar o retrato de Lam foi o The Blue Equinox de 1919. O primeiro contato de Crowley com esta Inteligência foi no curso da Operação de Amalantrah, no mesmo período. Sua imagem hipnótica traz uma forte semelhança com os E.T.s que vemos nos filmes modernos, embora sua pintura houvesse sido efetivada anos antes deste arquétipo ser estilizado no inconsciente coletivo. Pode ser dito que os atuais cultos ufológicos têm mitificado de certa maneira as condições destas entidades e a 
incursão externa extraterrestre poderia ser considerada como um efeito consciente.

Ao recorrer a Lam, esta Inteligência Præter-Humana, geralmente, uma pergunta é feita: "Ele é uma entidade ou uma energia?" O problema surge quando há uma tentativa de ver algo não-humano do ponto de vista de uma perspectiva humana, assim categorizações tendem a desmanchar todo o trabalho prático contido nesta Inteligência. Os físicos nucleares enfrentam um dilema semelhante no nível subatômico, pois seria inseguro definir o quantum como uma partícula ou como uma onda de energia.

Quem sabe, talvez, Lam deveria ser considerado como uma máscara, ocultando assim áreas de nossa consciência além de nossa consciência normal. O Tráfego com Lam pode levar o Adepto a experimentar e desfrutar de um nível de percepção mais profundo de nossa consciência. Esta é a essência dos contatos com tais entidades.

Desta maneira o homem se esquece "de pequenos homens verdes em ternos engraçados" que é a maneira humana de se observar o desconhecido, e começa a experimentar um oceano vasto que é a consciência colocando as faltas humanas e as dificuldades em uma perspectiva mais equilibrada. Esta é a colheita do humano para com o Præter-Humano. Como este é um assunto que nos interessa bastante, uma Célula desenvolvendo o Culto de Lam está agora em operação dentro da O.T.O. e seus resultados serão logo publicados, com a possibilidade no futuro, da participação externa para os interessados.

A Tradição Tifoniana deve ser observada como o efeito de transformação através do contato com essas forças que estão além da consciência humana. O propósito disto é ampliar a consciência humana, tanto externa quanto interna enriquecendo as infinitas possibilidades espirituais. Existe um grande espaço interno que atravessa uma faixa de freqüência muito larga da qual nós formamos uma fração. Entendendo isso, o Adepto anseia pelo contato externo através dos Portais do Exterior se preparando para o efeito do vendaval que isso acarretará na consciência. A taxa da adaptação da consciência neste processo é a chave da sobrevivência e da sanidade do Mago e seu sucesso, como sempre, é o pivô de uma evolução contínua como ser humano.

Abraçando a Tradição Tifoniana nós abraçamos nosso destino com uma energia criativa e ígnea que nos levará a novos mundos antes imperceptíveis para nós. Alegria e equilíbrio harmonioso formarão a parte essencial de nosso sublime sonho escolhido quando subirmos e bebermos no Cálice brindando o sucesso de nosso verdadeiro testamento alinhado a nossa Verdadeira Vontade.

 Notas:

1.     Veja Culto das Sombras, Grant, Capítulos 2 & 3.
2.     Veja o artigo Anuttara Amnaya & a Escola Kaula, por Fernando Liguori.
3.     "Typhon" = Tifon e "Typhoon" = Tufão.
4.     A O.T.O. se vale de técnicas psico-sexuais para abertura de portais transplutonianos a fim de canalizarmos essa Corrente.
5.    A O.T.O. funciona como uma rede cósmica, porque seus membros não estão — em um sentido mágico — centrados sobre a Terra. Suas zonas de atividade oculta estão localizadas nos espaços os quais incluem e transcendem simultaneamente níveis astrais de consciência. A O.T.O. é controlada por contatos dos planos interiores focados hoje através de um grupo de correntes individuais canalizadas fora dos Círculos do Tempo e Espaço.
6.     Veja Aleister Crowley & o Deus Oculto, Kenneth Grant, Capítulo 1.
7.     Veja o artigo O Culto de Lam, por Fernando Liguori.

Fernando Liguori
Shaitan-Aiwass

A Influência Tifoniana na O.T.O. Brasileira Por Fernando Liguori


Heru-Ra-Ha – a consciência fálico-solar – manifesta-se como a corrente ativa representada por Horus como Ra-Hoor-Khuit (IXº) e como a corrente passiva representada por Seth ou Shaitan, Hoor-paar-Kraat (XIº). Estes são os modos duais da operação de Baphomet.
Frater Aossic-Aiwass, 718 U X° O.T.O. [Kenneth Grant]

O simbolismo da Lua encontra-se no XI°, que é o reverso e complemento do IX°, e não envolve a sodomia como é suposto, mas sim a Corrente Lunar conhecidacomo Elixir Rubeus ou o Ouro Vermelho
Frater Aster, 666 U IX° O.T.O. [Euclydes Lacerda]

A Ordo Templi Orientis (O.T.O.) é o nome dado a uma Organização Espiritual, uma Ordem Secreta, formada por um Corpo de Adeptos cuja finalidade é o estabelecimento de uma Corrente Mágica chamada Shaitan-Aiwass.1 Ela é a incorporação externa de uma Ordem Oculta conhecida pelo nome de Grande Fraternidade Branca. Aleister Crowley nomeara esta Fraternidade de Kenneth Grant ou ATAT.2 Esta Ordem Oculta se manifestou no Ocidente como a Golden Dawn em 1886. Antes desta manifestação específica, esta Fraternidade era composta por inúmeros representantes e autoridades espirituais – muitos deles não abertamente declarados – como Sir Edward Bulwer-Lytton, Éliphas Lévi, Gerald Massey, Fabre d’Olivet e etc. Bulwer-Lytton estava diretamente conectado com Adeptos continentais como Lévi, Papus, Steiner e Hartman, todos celebrados personagens do Ocultismo Ocidental. Estes Adeptos compunham a Fraternidade Hermética da Luz. Esta Fraternidade foi finalmente concentrada no plano físico por volta de 1895 pelo Dr. Karl Kellner, um Adepto austríaco que revelou o verdadeiro nome da Fraternidade como Ordo Templi Orientis ou Ordem do Templo do Oriente. O Oriente é o locus do nascer do sol, a fonte de toda  iluminação.3 Adam Weishaupt (1748-1830) fora o Adepto que concentrou e transmitiu a essência desta Corrente Mágica em uma Organização Espiritual chamada de Ordem dos Illuminati. Antes dele, Jacques De Molay (cerca 1312) concentrou e transmitiu esta Corrente através da Ordem dos Cavaleiros do Templo.4

Mysteria Mystica Maxima foi o nome dado a O.T.O. quando Crowley assumiu sua liderança afim de transmitir os Mistérios desta Antiga Tradição Espiritual. Aleister Crowley nomeara esta Tradição Mágica com o nome de Thelema. Este é o moderno nome de uma antiqüíssima Tradição Arcana uma vez conhecida como Sabedoria Estelar, cujas raízes remontam a Lemúria e Atlantis. Esta Tradição fora perpetuada nos Mistérios da América do Norte, Central e Sul, bem como nos Cultos Marinhos da Polinésia. Mas ela alcançou sua apoteose no período pré-monumental da História Egípcia nas Dinastias Draconianas. Posteriormente esta Sabedoria reapareceu nas Tradições do Extremo Oriente e nos Cultos Xamânicos da Ásia Central.5

O nome da Ordem sempre esteve envolto por uma nuvem de mistério. Mas os véus de mistério que a envolvem somente podem ser rasgados por àqueles despojados Adeptos que, tendo absorvido completamente a essência da Corrente transmitida por ela, perpetuam as vibrações ocultas do denominada Culto Shaitan-Aiwass.6

Esta Corrente é o atual renascer de um culto vastamente antigo cujas raízes podem ser rastreadas desde os antigos ritos praticados no interior da África e perpetuados no Egito pré-monumental. Ele recebe o nome de Culto Draconiano. Este é o culto da Serpente de Fogo7 representado celestialmente pelo complexo estelar conhecido como Draco, o Dragão ou Besta que cospe-Fogo das Grandes Profundezas (do Espaço). O pleno desenvolvimento deste Culto Draconiano dos Mistérios Africanos alcançou seu ápice no Egito pré-monumental onde recebera o nome de Tradição Tifoniana, pois Tifon era o nome dado a Deusa Primordial e a Mãe de Seth.8

Na Tradição Tifoniana, Seth era a divindade atribuída a Sothis (Sírius), o Grande Sol da constelação denominada Canis Major. Nesta Tradição, Sothis simbolizava o Sol por detrás do Sol de nosso sistema solar. Sothis era para os egípcios a Estrela Dupla, àquela que criava e refletia imagens. Sothis ou Seth era o Sol no Sul, a baixa região, i.e. a África. Em egípcio, Cão é An. Quando os devotos do Princípio Feminino – Draco, Tifon, Nuit, Isis – invocavam Seth (Sothis), o Deus da Constelação do Cão (An), eles chamavam-no de Seth-An.9 A palavra tornou-se Satan ou Shaitan, a Estrela da Constelação do Cão, o Senhor das Regiões Infernais (Sul) ou a Região do calor Infernal (África). Posteriormente, a concepção astronômica e geográfica desta Tradição fora deturpada e interpretada no sentido teológico do inferno cristão. Esta é a raiz de onde se deriva chamar o diabo de cão negro.10

O principal expoente do renascimento desta Tradição em tempos recentes fora o mago inglês Aleister Crowley. Em abril de 1904, nos dias 8, 9 e 10, ele recebera de uma entidade praeter-humana um grimório mágico contendo as Chaves que mudariam o destino da humanidade. Este grimório fora deliberado por Aiwass, o ministro de Hoor-paar-Kraat, ou Seth, Shaitan. Crowley interpretou esta entidade como seu Sagrado Anjo Guardião e posteriormente o desenhou na forma de um ser com características extraterrestres. Eu me refiro ao retrato de Lam11 que apareceu em sua exposição denominada Almas Mortas, 1919.

Este evento que teve efeitos duradouros até o fim de sua vida ficou tecnicamente conhecido como O Equinócio dos Deuses. Era o início de uma nova era, um Novo Aeon atribuído ao Deus Horus. Aiwass assim é o canal da energia extraterrestre que está permeando a atmosfera da terra durante o presente Aeon de Horus, além de um canal aberto entre a Humanidade e os Great Old Ones.12

Todo o trabalho de Crowley fora baseado nos códices encontrados neste grimório mágico conhecido como Líber AL vel Legis,13 e ele, posteriormente, se referiu a seu trabalho como sendo a redescoberta da Tradição Sumeriana. Em Magick em Teoria & Prática Crowley se refere a Aiwass como o “Lúcifer solar-fálico-hermético; O Demônio, Satã ou Hadit de nossa unidade particular do Universo Estrelado. Esta serpente, Satã, não é inimigo do Homem, foi Ele quem fez os Deuses de nossa raça, conhecendo o Bem e o Mal, Ele declarou ‘Conhece-te a ti Mesmo!’ e ensinou a Iniciação.”

Assim, Crowley tipifica a Verdadeira Natureza em todo homem e mulher, a Verdadeira Vontade, por um Sátiro, uma forma de Sat-An ou Seth, Shaitan-Aiwass, o Deus Oculto.14

Shaitan-Aiwass é um termo técnico. Ele denomina a Tradição Sumeriana redescoberta por Crowley através do AL conforme transmitida por Aiwass. Foi através dos Mistérios contidos no Soberano Santuário da Gnosis, IX° O.T.O., que Crowley adestrou sua capacidade de recepção do Culto que estava despertando. Fora na Forma Divina de Horus – Hoor-paar-Kraat (Seth) – que Crowley absorveu o fogo-estelar emitido por Nuit. LAShTAL, ou Nuit-Seth-Horus, fora a completa fórmula de magicksexual polarizada praticada por ele no Culto Shaitan-Aiwass.

O Culto Shaitan-Aiwass redescoberto e transmitido por Crowley foi perpetuado por seu aluno e sucessor mais proeminente, o mago inglês Kenneth Grant que assumira o posto de Gão-Mestre da O.T.O. em 1970.15 Afim de incorporar toda a Corrente Mágica lhe transmitida por Crowley, Kenneth Grant assumiu o mote de Aossic. Este é o nome da entidade mágica agindo como intermediária entre os Great Old Ones e a O.T.O. Ele adotou o nome em combinação com Aiwass afim de consolidar uma ligação entre seu Sagrado Anjo Guardião, a humanidade e os Great Old Ones servindo como um Canal-Vivo, receptor e emissor da Corrente Shaitan-Aiwass. Isso ficará mais claro no curso deste texto.

O nome Aossic e seu número, 300, possui uma significância especial quando atribuído a Qabalah Thelêmica. Este é o número da letra Shin (s), a letra de Shaitan atribuída ao Fogo e Espírito. Este também é o número de KPHR, a força que transforma e regenera os ‘mortos’. Seu símbolo terrestre é o escaravelho que aloca seus ovos em excrementos; seu símbolo extraterrestre é Kefra, o Deus do Sol da Meia-Noite, i.e. a energia dourada de força criativa enterrada na escuridão da matéria (Maät/Nuit).16

Outro número de Aossic é 625, um número-chave no Culto de Thelema no sentido em que ele representa a energia mágica que liga Aiwaz (93) com Shaitan (359). Shaitan é conhecido como o Senhor da Dupla Baqueta de Poder, cujo poder (i.e. 359), sendo duplo, soma 718. Aiwaz (93) somado a Aossic (625) também resulta em 718, um número de suprema significância na Qabalah Thelêmica.17

Em termos não-qabalísticos, Aiwass (418) ou Aiwaz (93) transmite o poder da Dupla Baqueta (Shaitan/Seth/Satan) através de Aossic. Deve ser considerado que estes nomes não representam pessoas, mas forças; eles são veículos impessoais da Corrente Mágica característica e incorporada pelo Culto da Besta (666). Portanto, afim de incorporar a Fórmula da Corrente Mágica de Shaitan como transmitida por Aiwass, Kenneth Grant assumiu o nome completo de Aossic-Aiwass, cujo número é 718.18

No Brasil, a primeira Organização Espiritual de cunho thelêmico foi fundada em 1975 pelo mais proeminente aluno de Marcelo Ramos Motta, o responsável pela introdução do Culto Theriônico em terras brasileiras. Euclydes Lacerda de Almeida é o nome do fundador da Sociedade Novo Aeon. Sua fundação era a tentativa – bem sucedida – de transmitir a Corrente Shaitan-Aiwass no país. Em princípio, a Sociedade Novo Aeon fora fundada sob os auspícios do próprio Marcelo Motta. Entretanto, inúmeros eventos levaram a separação do mestre com o discípulo, o que resultou na afiliação de Euclydes, e portanto da Sociedade Novo Aeon, a Ordo Templi Orientis, cujo Grão-Mestre era Kenneth Grant.19

Euclydes Lacerda já havia sido patenteado como IX° O.T.O. por Marcelo Motta e portanto já se encontrava de posse do Soberano Segredo da Ordem. Motta, por sua vez, já havia recebido o IX° de Karl J. Germer, o curador da Ordem após a morte de Crowley, assim estando completamente apto a iniciar e patentear Lacerda.

A pedido do próprio Marcelo Motta, Lacerda entrou em contato com Kenneth Grant enviando-lhe uma detalhada carta sobre os acontecimentos no Brasil que envolviam o nome da Ordem, bem como seu pedido de afiliação. Em detrimento deste contato Lacerda foi aceito no Soberanto Santuário da Gnosis, VII° O.T.O., para isso, tendo de enviar seus diários mágicos para uma acurada análise do Grão-Mestre da Ordem. Desta maneira, a partir de 1978 a Sociedade Novo Aeon passava a ser uma representante da O.T.O. com direitos de utilizar tanto o Lamen quanto o nome da Ordem.

Lacerda foi aceito no Soberano Santuário da Ordem sob o mote de Frater Zaratustra, 734 U VII° O.T.O. Este número tem significância na Qabalah Thelêmica. Ele é 2 x 367, um número que significa ‘o Ser Oculto’. No Culto Theriônico, o Ente Silente, o Deus Oculto, é a Partícula-Consciência conhecida como Hadit, portanto, Hoor-Paar-Kraat, Seth, Shaitan. Assim, Lacerda assumia seus ordalios como um duplo trado: a manifestação e expressão da Corrente Shaitan-Aiwass e a interpretação dos eventos desta expressão como um profundo significado entre ele e seu Sagrado Anjo Guardião. Ainda, o número 367 significa ‘o Pupilo do Olho’. Novamente uma expressão de significante relevância. O ‘olho’ é ayin (i), a letra do Atu XV, O Diabo, cuja atribuição zodiacal é Capricórnio. Na Árvore da Vida, o Caminho representado por este Atu conduz a Tiphereth, o Centro do Sagrado Anjo Guardião. O Diabo é Pã, Baphomet, Seth. Ele é a Chave ou Nome do Pilar das Profundezas, que tem como Guardião o Velho Demônio chamado Choronzon, cujo número é 333, também o número de Shugal, ‘o Ladrador’ ou ‘Cachorro do Deserto’, a imagem zoomórfica de Sírius o ‘Negro’ ou a ‘Obscura Unidade’, o ‘Supremo Negativo’. A sigla “O.T.O.”.

Ilustra essa fórmula: os “Os” de O.T.O. referem-se à letra hebraica Ayin, significando assim “Um Olho” ou “Uma Fonte”. O significado destas letras é um importante passo para o entendimento do simbolismo mágico. Em um senso, o duplo Ayin indica a função mágica dos gêmeos Horus e Seth. O Olho esquerdo, o de Seth, é a morada do Fogo-Serpente e está incorporado na Mulher Escarlate; o Olho direito, o de Horus, é o Solar-Fálico Olho d’A Besta incorporado no Sacerdote. Entre os Olhos ergue-se, fulminante, a Árvore-Vontade, cujos Ramos transmitem os relâmpagos destes dois pólos, o caminho da direita e o da esquerda. Observando, a soma qabalística de “O.T.O.”, tomando como base suas letras “cheias”, Ayin + Tau + Ayin = 666, o número d’A Besta Solar que Lacerda iria incorporar em sua iniciação ao IXº onze anos mais tarde. Isso indica o implícito elo entre a O.T.O. e o sistema Thelêmico ou Theriônico; mesmo antes do Equinócio dos Deuses, em 1904. Assim pode-se ser dito que a futura função da O.T.O. seria velar qabalísticamente este nome.20

Onze21 anos mais tarde, em 1989, após inúmeras probações e ordálios, Lacerda é aceito no IX° O.T.O., sendo devidamente patenteado por Kenneth Grant. Para esta etapa de sua iniciação, ele assumiu o mote de Frater Aster, 666 U IX° O.T.O. Desta vez ele incorporava completamente todas as atribuições espirituais que se iniciaram onze anos antes. 666 possui profunda relevância na Qabalah Thelêmica. Ele é o número de Choronzon-Shugal (333 + 333), a Dupla Besta. Como também OMMV SThN, Ommo Satan, a Satânica Trindade Tifon-Apófis-Besz. No Ritual de Neófito da Golden Dawn o lugar da assim chamada Trindade Maligna de Tifon-Apófis-Besz é dada em Yesod, o “Fundamento”, consagrada a Seth. Besz ou Vesz, equiparado a Aiwaz, foi o primeiro deus que transformou-se d’A Besta ao Homem. Assim, como o pombo, em um sentido espiritual, Lacerda passou a expressar completamente o Culto Shaitan-Aiwass via O.T.O. O Pombo – no Selo da O.T.O. – é um símbolo intercambiável com a Espada, sendo lampejado entre os vórtices. O Pombo é lampejado para baixo, vindo diretamente do “Olho no Triângulo” (o Vórtice Estelar de Nuit), para o Cálice (o Vórtice Lunar de Babalon). Assim, o ele é um Mensageiro que executa a ligação ou cruzamento entre a Consciência Cósmica (Extraterrestre) e a mente subconsciente do homem. Através da Cruz, o Tau nas iniciais “O.T.O” que este inspirativo “pulo” entre o Céu e a Terra é realizado. Utilizando a Fórmula assentada pelas iniciais O.T.O., a Terra é feita Luz-Estelar e o Adepto é transformado em Deus neste Novo Aeon. Este é o Segredo da Transformação do Homem em Deus que dentro da O.T.O. está centrado no IX° O.T.O.22

Sob o pseudônimo de Frater La-Achad-Al, Euclydes Lacerda escreveu um valoroso ensaio onde a Gnosis Tifoniana foi exaltada e transmitida de forma criativa e original. Este ensaio, A Deusa Negra, sendo um Estudo Qabalístico de “Meu Verdadeiro Nome”, relata a busca de Lacerda a compreensão de seu Real Ser, ao mesmo tempo que sob a influência Tifoniana o ensaio relata um intenso e devocional amor a Grande Mãe, denominada pelo autor como Nuit-Nu-Bhavani-Kali. Sendo o ensaio uma síntese poética dos diários mágicos de Lacerda entre os anos de 1977 a 1981, ele transmite – aos olhos daquele que entende – os Mistérios contidos no VIIIº, IX° & XI° O.T.O. No texto, Kenneth Grant, o Adepto “que mostrou um panorama inteiramente novo no que concerne a Ciência dos Magi” é referido como O Instrutor. O ensaio verdadeiramente é um estudo conciso das Fórmulas Mágicas contidas no Soberano Santuário da Gnisis, O.T.O.

Na O.T.O., a maior parte da Instrução transmitida a Lacerda se deu por Soror Tanith, 789 U IX°.23 Esta Adepta incorporava e transmitia de forma magnífica o Culto Shaitan-Aiwass. 789 também é um número de importante relevante na Gnosis Tifoniana, ele é o número de Tanith como o ‘Dragão das Profundezas’, i.e a forma primordial de Babalon.24 Ele também é um glifo mágico da Mulher Escarlate, e é significante que o número de Ipsos, 696, somado ou fundido com a Corrente 93, totaliza 789. Este número compreende o VII°, o VIII° e o IX° O.T.O., e as respectivas afinidades destes Graus com a natureza Venusial, Mercurial e Lunar das vibrações indicadas por estes números. A soma do 7, 8 e 9 sendo 24, indica o Caminho do Dragão Aquático ou a Serpente Marinha, TNTh. 7 + 8 + 9 = 24 = o Caminho de Escorpião ou da Mulher Escarlate. O número 789 é, portanto, da mais alta significância na Qabalah de Thelema. Ele conecta o Aeon de Horus com o Aeon de Maät tornando possível à fusão de Horus e Seth25 em uma única imagem. O Caminho 24 na Árvore da Vida e o Túnel que se encontra sob ele são atribuídos ao Escorpião, o glifo astrológico da Mulher Escarlate. A fórmula mágica deste Túnel de Niantiel é a da mudança através da corrupção ou putrefação.26 Ela comporta determinadas técnicas mágicas necromanticas envolvendo o corpo astral e os kalas da sacerdotisa em transe. 789, portanto, se refere às vibrações Venusianas, Mercuriais e Lunares em um rito tri-uno envolvendo a fórmula do VII°, VIII° e IX° O.T.O. Vênus é a adocicação; Mercúrio é a magick (particularmente a magick sexual); e a Lua é a deusa em sua última e mais completa manifestação.27

Na década de 90 Euclydes Lacerda se distanciou de Kenneth Grant e fundou seu próprio ramo brasileiro da Ordem sob os auspícios da Sociedade Novo Aeon. Seu nome fora conhecido como Ordo Templi Orientis – Tradição Brasileira Aster IX° - Parzival XI°.28 Mas qual a influência de Grant e da Tradição Tifoniana na O.T.O. brasileira?

A O.T.O. de Lacerda era composta por Células independentes as quais ele nomeava de Lojas. Estas Células estariam conectadas a uma Célula-Mãe, mas seriam independentes entre si, podendo cada uma formular seus próprios rituais se assim desejassem.

Um dos alunos mais destacados de Lacerda fora por alguns anos meu Instrutor. Eu me refiro ao Sr. Tarcísio Oliveira Araújo que junto a Lacerda fundou uma Ordem Iniciática chamada O.C.T. (Ordem dos Cavaleiros de Thelema). Ele fora iniciado por Lacerda no IX° O.T.O. e como tal assumira o mote de Frater Benhoor, 402 U IX° O.T.O. (e O.C.T.). O número 402 é outro de importância para Gnosis Tifoniana. Ele é o número de OKBISh, aranha, o que nos remete ao significado da Deusa Aranha e seu Grimório Mágico, tecnicamente denominado Líber 29 ou O Livro da Aranha. Este grimório fora recebido durante inúmeras transmissões ocorridas nos rituais da Loja Nova-Isis por várias sacerdotisas engajadas nos ritos mágicos. A Loja operou entre 1955 e 1962 e fora fundada por Kenneth Grant na Inglaterra.29

De certo Benhoor não estava familiarizado com O Livro da Aranha ou a gnosis por ele transmitida, entretanto, eu pude notar que ele era imbuído de profunda criatividade mágica, recebendo assim lampejos desta gnosis que ele inconscientemente incorporava. Foi através deste Iniciado que muitos dos documentos da O.T.O. Brasileira, bem como da O.C.T. chegaram as minhas mãos. Seu papel em minha vida teve muita importância. Ele também instruiu minha mãe, Fátima G. Passos que na época assumira o mote de Soror Ra, 201 U como uma Probacionista da ATAT. Através deste mote ela procurava incorporar a ‘Justiça dos Justos’, uma referência ao Atu VIII, O Ajustamento. Ele também instruiu, via O.C.T., a sacerdotisa que atualmente me acompanha nas Operações Mágicas da Loja Shaitan-Aiwass. Ela assumira o mote de Soror Lilith, 81 U e fora patenteada por ele como a Sacerdotisa da Lua na Ordem. 81 é o número da Lua, bem como da Bruxaria. Ele possuiu inúmeros significados, mas dentre todos um apenas nos chama a atenção, aquele da projeção ou acesso, via a Sephira Yesod ao Lado Negro da Árvore da Vida. Sua marcante característica como uma sacerdotisa onírica a transforma em uma Mulher Escarlate de alto calibre.

É interessante notar aqui uma de nossas experiências mágicas. Certa manha eu fui convidado por Tarcísio a ir com ele em uma Loja estabelecida da O.C.T. Esta Loja era financiada por Frater ABN ShLIMH, 438 U,30 cujo Mestre de Loja fora um professor de história conhecido como Rodrigo Duque. Chegando lá Frater Benhoor estava paramentado. Ele pediu que eu me despisse e adentrasse ao Templo.

O Templo era uma salinha muito pequena. O chão era azul. Na parede havia dois ou três quadros desenhados por Aster, no fundo, uma tenda artificial fora edificada. Era verde. No altar, havia a carta do Atu XII, um AL, uma adaga com um pantáculo.

Dependurada sobre o altar, agarrada a janela, havia uma plastificação da Estela da Revelação. Ele posicionou-me frente ao Altar, levantou seu capuz e beijou-me no rosto, dizendo as palavras: eu te recebo como irmão no Soberano Santuário.

Em seguida ele realizou o Ritual Menor do Pentagrama, banindo, seguido pelo Ritual Menor do Hexagrama, invocando. Posicionou-se ao meu lado, de frente para o altar e iniciou uma invocação a Babalon. Em seguida ele instruiu-me acerca da prática espiritual que iríamos efetivar. Começamos então a Missa da Fênix conforme praticada no Oitavo Grau da O.T.O. Após o término da Missa, eu fui instruído, após a energização do VIII° O.T.O., em uma meditação induzida onde um sigilo especialmente preparado para ocasião fora por ele desenhado. Eu deveria visualizar o sigilo que se encontrava em cima do Altar nas quatro direções do espaço. Uma das direções tinha de ser tomada como o foco principal de minha visualização. Seguindo a minha intuição eu posicionei-me no quadrante Sul do Templo, enquanto ficava de frente para o Norte.

Após um breve período de concentração eu pude projetar minha consciência através da firme visualização do sigilo. Adentrei a um lugar completamente desconhecido por mim, uma região que jamais havia visitado em práticas anteriores. Entretanto, eu conseguia sentir ali uma natureza mercurial porque as imagens passavam muito rápido.

Eu não conseguia ver claramente as entidades que se aproximavam de minha consciência, mas as conseguia sentir de forma extraordinária.

Continuei em frente até chegar em Templo Negro. Neste Templo haviam cinco Grandes Portais. Eles estavam fechados por uma estranha massa espessa, uma névoa sensiente que causava-me arrepios e a sensação de medo era muito forte. Eu já conseguia ver as formas de habitantes estranhos daquela região. Eu temia ser atacado a qualquer momento, mas me parece que uma presença sempre ao meu lado dava-me segurança. Em meio a grande massa de névoa que velava os Portais eu conseguia ver alguns números alocados em cada um deles: 8, 1, 9, 11, 7. Eu escolhi o número 8 como o Portal a ser atravessado por mim. Logo empreendi uma viagem para dentro da névoa deste Portal. Uma estranha sensação de enjôo começava a tomar conta de mim. Eu não conseguia ver nada e parecia que a névoa era completamente intoxicante. De repente, em um rápido lampejo, fui arremetido a um buraco negro que não tinha fim. Quando me dei conta estava deitado no chão do Templo e Frater Benhoor tentava me acordar.

Posteriormente eu analisei as considerações qabalísticas desta experiência. Ao somarmos 8 + 1 + 9 + 11 + 7 = 36. Este é o número místico de Mercúrio, o que confirma a validade das visões. Este é o número da Safira-Estrela, bem como o número d’A Besta, pois 1 + 2 + 3 + ... 36 = 666. Esta é a Estrela do Cão Estelar (Sothis) que irradia misteriosas energias trans-aeônicas dos golfos do Espaço Estelar através do Sol de nosso sistema. Ela é a Estrela por detrás do Sol, ou Filho por detrás do Sol, cuja representação astronômica é a Estrela de Isis, Sothis. Horus é o Filho deste Deus, o Sol ou Pai de nosso sistema solar.

Assim, a influência chagada até a mim naquele Ritual fora transmitida através de uma Corrente Mágica de Adeptos: Therion-Aossic-Thanith-Zaratustra-(Aster)-Benhoor, cujas fórmulas são 666-718-789-734-(666)-402. Estava comprovada a influência Tifoniana na O.T.O. Brasileira. Uma influência – antes de mais nada – Espiritual.

Naquele mesmo dia Frater Benhoor entregou em minhas mãos um envelope. Ele era Vermelho e em seu frontispício acompanhava a frase Soberano Santuário em letras Douradas. Dentro do envelope continham algumas instruções que recebiam nomes como O Ritual de Energização do Sétimo Grau, Os Grandes Casamentos do Oitavo Grau, A União do Sol & da Lua do Nono Grau e um Juramento Mágico que continha em sua essência os dizeres:

[...] estando em sã consciência, declaro que através de Meu Instrutor, um Mestre da Ordem, tomei conhecimento dos meus Instintos Humanos, e por minha Verdadeira Vontade, fui Consagrado como Sacerdote nos trabalhos de Magick Sexual, para que eu possa levar adiante os trabalhos da Grande Obra.

Finalmente é necessário adicionar algumas considerações acerca da metodologia básica de análise que utilizei neste texto. O método é conhecido como gematria. Por que? Porque a gematria possui uma suprema vantagem sobre qualquer outro método de exegese por sua operação de dois sentidos: cria e ao mesmo tempo interpreta! Os números podem significar ao Qabalista ponderações significativas dentro da estrutura de seu universo mágico, pois embora não possuam nenhuma realidade absoluta, possuem um significado relativo. Os números são desdobrados conseqüentemente como meios mágicos de se invocar energias específicas (shaktis) adormecidas no subconsciente do magista. A shakti não se encontra no número, mas no magista. Sendo ele abundantemente ‘equipado’ com números mágicos – significativos a ele – não existe limite para sua criação mágica quantitativa aos mundos que pode construir. O magista não visa prever o futuro, mas criá-lo de acordo com as leis de seu próprio universo mágico. Assim, literalmente, é possível criar por meios mágicos (ou seja, por números) um universo inteiramente novo. A gematria criativa depende conseqüentemente do uso redirecionado da subjetividade, envolvendo um refinamento da faculdade ‘críticoparanóica’ porque se torna possível revelar afinidades ocultas e descobrir conexões entre as palavras que possuem significados diferentes, mas vibrações idênticas. Assim ver-se-á que não se trata apenas da aceitação de equações pré-determinadas, mas do fluxo-revelar da Qabalah numérica. Por este meio é possível descobrir ligações entre idéias díspares e efetuar mutações que produzem as entidades na matriz da paranóia magicamente controlada. Salvador Dali sempre aplicou técnicas similares nas artes visuais. O hábil magista encontrará uma perfeita frutificação mágica ao adaptar esta fórmula de acordo com suas próprias exigências.

Embora as mulheres sejam melhores do que os homens para receberem oráculos da mesma natureza do AL, S’lba e OKBISh, é possível que o homem se ‘afine’ a um grau de receptividade requerido para provocar o ‘sono magnético’ no qual imagens e visualizações florescem. Nas Operações da Loja Shaitan-Aiwass31 o Culto Zos-Kia é praticado de maneira efetiva nas operações de Soberano Santuário, onde os Adeptos unem o sistema de ‘sigilização’, símbolos sencientes e Invocações Tifonianas aliadas a práticas psico-sexuais que compreendem o VIIIº, IXº e XIº O.T.O. Isso produz resultados notáveis. Assim, recomendo aos leitores que já se encontram trabalhando com a colaboração de Pitonisas a dar um sentido Tifoniano a suas invocações; estas que são especialmente potentes para trazer ou aterrar as circunstâncias requeridas. O trabalhar com a Corrente Tifoniana, mais do que outros sistemas, induz a uma série de visualizações, muito mais prováveis nos indivíduos sensíveis a impressões estéticas, fazendo com que o magista-artista expresse-as linearmente de maneira artística. Mas existem indivíduos que não possuem proficiência na esfera artística ou do trabalho criativo onde o refinamento involuntário da imaginação inconcebida reside. Mas é de se surpreender que estes indivíduos muitas vezes possuem capacidades oníricas efetivamente necessárias ao Trabalho Tifoniano, onde o sono sem sonho jaz claramente no transe místico. Seja qual for o resultado, visível ou não, ele é geralmente acompanhado por um estado de paz interna e talvez, do êxtase.

Notas:

1 Este é o Supremo foco do Culto Thelêmico ou Theriônico que canaliza as Energias de Sírius (Shaitan) através do Ministro Aiwass, uma Inteligência praeter-humana contatada por Aleister Crowley em 1904 no Cairo, Egito.
2 Esta é a Estrela de Seth ou Sothis (Sírius) – o Sol no Sul.
3 As iniciais O.T.O. possuem um significado próprio e especial; além de serem uma Fórmula Mágica, elas simbolizam a energia fálico-solar da Besta que posteriormente fora incorporada no selo pessoal de Aleister Crowley, o Terceiro Gão-Mestre da Ordem.
4 Para uma história concisa da Ordem veja Kenneth Grant, O Renascer da Magia, Capítulo 1.
5 Veja Instruções Preliminares da O.T.O. por Michel Staley.
6 Portanto, a O.T.O. é o Portal Oculto para o influxo do Mágico Poder da ATAT.
7 I.e. a Kundalini.
8 Kenneth Grant. Cultos das Sombras, Glossário.
9 A composição de Seth-Anúbis que deu origem a palavra Satan. Anúbis é o Cão Dourado, Seth o Cão Negro.
10 A Deusa Negra, Euclydes Lacerda de Almeida.
11 Lam é uma entidade extraterrestre com a qual Crowley estabeleceu contato em 1919. Desde então inúmeros membros da O.T.O. obtiveram um mágico intercurso com Lam. Kenneth Grant enfatiza que Lam é a ligação entre o sistema estelar de Sírius e Andrômeda.
12 Great Old Ones ou Os Poderosos Antigos: Também conhecidos como Ancient Ones ou Old Ones. Eles são os poderes ocultos que estão neste momento regendo o planeta além de muitos outros corpos celestiais. Estão ocultados em grimórios como: Necronomicon, O Livro da Lei, Sabedoria de S'lba, Livro da Aranha, entre outros do passado e do presente. Eles irradiam suas influências através das Estrelas, além de possuírem secretos representantes sobre a Terra. Os emissários dos Old Ones ou Os Antigos são normalmente sem nomes, mas membros de Suas raças delegam o tráfico de conhecimento-estelar para contatar com determinados terrestres que são preparados para especiais tarefas de abdução ou comunicação relatada por: Al Hazred, Helena Blavatsky, John Dee, Edward Kelly, Éliphas Lévi, Aleister Crowley, Austin Spare, Kenneth Grant, Michael Bertiaux, Margareth Ingalls, etc., manifestando-os na história da humanidade para propósitos de comunicação de certas chaves para os Portais do Além (i.e. Daäth), através da Seita da Sabedoria Estelar, a Esotérica Ordem de Dagon e através dos Drukpas (ou Dropas) e Nyingmapas do Tibete e Butão. Nos tempos modernos suas atividades ocorrem através dos Mestres Secretos da ATAT e através da Ordem Tifonianna Oculta ou Temple of the Outer Ones - O.T.O. Estes Deuses também podem ser chamados de Elder Ones ou Deuses Primogênitos, Outer Ones ou Deuses do Além ou de Fora, e também de Maatianos. Quando os Maatianos manifestam-se na Corrente Ofidiana são conhecidos como Great Old Ones.
13 Eu irei me referir a ele como AL.
14 Kenneth Grant. Aleister Crowley & o Deus Oculto, Capítulo 1.
15 Como Crowley anteriormente, ele renomeou o nome da Ordem como O.T.O. Tifoniana. Assim o fez porque na época em que assumiu o posto de O.H.O. da Ordem uma certa organização expúria clamava ser a genuína Ordo Templi Orientis. Assim, foi necessário identificar o antigo Corpo de Adeptos que Crowley reviveu como a O.T.O. original desenvolvida por Kenneth Grant em concordância com os requerimentos da Corrente Tifoniana.
16 O significado da palavra ‘excremento’ pode ser encontrado em Kenneth Grant, Nightside of Eden, Parte I, Capítulo 7.
17 718 é o número de Aossic (300) mais Aiwass (418), assim como o número da Estela da Revelação cuja fórmula mágica é conhecida como Abominação da Desolação.
18 Kenneth Grant, Outside Circles of Time, Capítulo 8.
19 O atual Rei Mundial (ou Cabeça Externa) da O.T.O. chama-se Kenneth Grant e seu endereço é 3 Alba Gardens – London – WC 11 England. Foi reconhecido por mim como tal. Carta privada de Marcelo Motta a Euclydes Lacerda datada de 10 de dezembro de 1971.
20 Kenneth Grant. Nightside of Eden, Parte I, Capítulo 5.
21 Onze (11) é o número da magick ou energia tendendo a mudança. 11 também é o número a undécima letra do alfabeto hebraico, cuja atribuição é Júpiter, sendo a Águia seu veículo mágico simbolizado na forma feminina.
22 Kenneth Grant. Nightside of Eden, Parte I, Capítulo 5.
23 A Nova Yorquina Janice Ayers que atuou como X° O.T.O. nos EUA de 21 de março de 1980 a 18 de fevereiro de 1983.
24 Esta forma da Corrente Ofidiana é ativada pela fusão das Correntes 93 (Horus) e 696 (Maät). Isso produz 789, o número de Tanith. Assim como Babalon, Tanith é um ‘ofício’, não uma persona.
25 O Filho e a Filha; o Sol e a Lua.
26 Kenneth Grant, Nightside of Eden, Parte II, Capítulo 14.
27 Veja o artigo Elementares Artificiais & a Vitalização de Bonecos Mágicos sob a Égide dos Mistérios Draconianos, por Fernando Liguori.
28 Parzival era o mote de Marcelo Motta.
29 Veja o artigo Kenneth Grant: uma Apreciação do Trabalho de Frater Aossic-Aiwass, 718 U X° O.T.O., por Fernando Liguori.
30 Wanderley Camargo, um funcionário da Mercedes Benz.
31 Uma Célula estabelecida pelo presente autor para recepção de transmissões de um planeta transplutoniano chamado Isis o qual foi descoberto por Kenneth Grant. A Loja opera com o sistema de Grant concernente ao Culto Shaitan-Aiwass.

Fernando Liguori
Shaitan-Aiwass





Ordo Draco-Thelemae



Loja Shaitan-Aiwass
TRADIÇÃO DRACONIANA
Ordo Draco-Thelemae

Ritual da Estrela Nu-Isis
Para Invocar a Corrente 93 e as Energias Transplutonianas de Nu-Isis
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.

0. No centro do Círculo Mágico, de frente para o Norte.
1. Faça a Cruz Abraxaz: Eleve os dois braços pela lateral do corpo. Una as mãos em cima da cabeça e vá descendo-as vagarosamente até a altura do tórax como em um gesto de oração. Enquanto realiza este procedimento, vibre Iao.
2. Ainda, de frente ara o Norte Estelar, mantenha as mãos unidas na altura do tórax. Os braços formam um ângulo de 45º graus. Vibre: Sabbaoth. 
3. Cruze os braços sobre o tórax, palmas abertas, pontas dos dedos tocando os ombros, cabeça erguida. Faça o Sinal Estelar de Nu-Isis sobre si mesmo. Visualize a Kundalini como o shin flamejante subindo da base da coluna, no muladharacakra, até o anahatacakra. Enquanto o faz, inspire e vibre silenciosamente o mantra AUM.
4. Visualize a Corrente Ofidiana da Kundalini como o shin flamejante subir pela coluna do anahatacakra até o vishuddhacakra. Realize o Sinal de Horus, em direção ao Norte, enquanto vibra com intensidade o mantra HA!
5. Faça o Sinal de Roor-paar-Kraat (chamado de Sinal do Silêncio). Como anteriormente, realize novamente o Sinal Estelar de Nu-Isis. Visualize o shin flamejante subir do vishuddhacakra ao ajnacakra. Em profunda concentração, visualize-se no centro da Estrela Flamejante do Rubi Estelar. Esta estrela, no centro da vesica piscis, é abraçada pelas asas do abutre que emite seu choro.
6. Vá até a extremidade do Círculo Mágico, frente ao Norte, com o dedo polegar direito entre o dedo indicador e o médio, trace o pentagrama da Luz Estelar de Nu-Isis: Faça o Sinal de Horus e vibre: NUIT. Faça o Sinal de Lilith seguido pelo Sinal do Silêncio. 
7. Gire no sentido anti-horário até o Leste e trace o pentagrama como anteriormente. Faça o Sinal de Horus e vibre: THERION. Faça o Sinal de Baphomet seguido pelo Sinal do Silêncio.
8. Gire no sentido anti-horário até o Sul9 e trace o pentagrama como anteriormente. Faça o Sinal de Horus e vibre: HADIT. Faça o Sinal de Tifon. 
9. Gire no sentido anti-horário até o Oeste10 e trace o pentagrama como anteriormente. Faça o Sinal de Horus e vibre: BABALON. Faça o Sinal de Ishtar seguido pelo Sinal de Silêncio.
10. Gire no sentido anti-horário até o Norte.
11. Frente ao Norte, faça o triplo sinal de Tifon: primeiro o Sinal de Horus ou Entrante. Aqui pronuncie a Palavra do Aeon. Faça o Sinal de Hoor-paar-Kraat ou Silêncio. Assim a Corrente 93 é concentrada e fixada na aura do magista. Faça o sinal de Seth-Tifon. As quatro Estrelas de Nuit devem aparecer flamejantes nos quatro quadrantes.
12. Ainda, de frente ao Norte, trace duas vezes o hexagrama: acima da cabeça e abaixo dos pés, visualizando uma coluna de energia erguendo-se do chão até o espaço, formando assim uma grande parede energética.
13. A Luz Estelar de Nuit pousa acima, cintilante e arrebatadora, descendo diretamente até o centro da terra, nutrindo a secreta semente que nascerá do útero de I.S.I.S.
14. Em silêncio, faça novamente o Sinal Estelar de Nu-Isis. A consciência é, aqui, concentrada completamente no anahatacakra. 

Considerações acerca do Ritual da Estrela Nu-Isis.

O primeiro movimento, que culmina na assunção da Forma Divina da Criança de Isis (pelo Sinal Estelar de Nu-Isis) declara a Árvore do Conhecimento existindo abaixo, atrás ou do lado esquerdo da Árvore da Vida (o Adepto) que se estende para cima em direção à eternidade e ao infinito.
A 'Criança Mágica', a 'Criança Alquímica' ou homúnculo, e a 'Criança Coroada & Conquistadora' de Thelema são expressões que se referem não a qualquer criança humana nem a qualquer característica infantil refletida pela humanidade, mas sim a fórmula mágica do Horus Antigo ou Horus o Grande, i.e. Seth, o Gêmeo Negro do Amsu-Horus.Novamente, o 'Bebê do Abismo', a 'Criança de Isis', são expressões que incorporam a noção do homúnculo mágico ou anão, o gnomo, a deidade aleijada e corcunda ­ a energia solar no Amenta, a Casa do Deus Oculto. Ele é representado por uma criança porque, como uma criança ele possui o potencial de ambos os sexos. Esta deidade oculta é o totem andrógeno dos Mistérios Maiores refletidos nos Menores. Os habitantes de Amenta são os mortos mumificados esperando para ascenderem como Horus ou voar como o falcão dourado da escuridão da terra. A criança ou bebê levanta-se de um mundo invisível e é um símbolo daquele mundo.
O Ritual da Estrela Nu-Isis, contém a fórmula viparita do Pentagrama, cuja formulação reversa evoca forças de fora ou detrás da Árvore da Vida. O Ritual da Estrela Nu-Isis, é o método secreto de deslacrar os túneis e de abrir os portais que admitem aquelas forças. Ele é utilizado em qualquer um dos Graus que compõem o Soberano Santuário da Gnosis, i.e. os Graus VIIIº, IXº & XIº O.T.O. Estes Graus incorporam operações psico-fisiológicas de magick-sexual. Ainda, estes Graus comportam fórmulas de controle onírico relacionadas aos três estados de consciência: jagrat (estado de vigília), swapna (sonho) e sushupti (sono sem sonho). Os Adeptos da O.T.O. são portanto Adeptos do Controle Onírico em suas formas mais elevadas.
O VIIIº O.T.O. comporta o sujeito e seus sutis objetos relevantes aos pensamentos, fantasias, sonhos, sendo tipificado pelas Estrelas e o Olho-Estelar da Deusa. O IXº O.T.O. envolve o sujeito e o objeto, e está relacionado com o estado de vigília. Ele é tipificado pelo sol e pela lua. O XIº O.T.O. é o Portal que abre os espaços transplutonianos tipificados pelo estado sem forma do sono sem sonho atribuído ao cão negro (Plutão). 
O magista que é um Adepto do controle onírico e da arte da mágica discriminação será capaz de detectar na consciência, em qualquer momento, seu corrente estado operativo, orientando suas operações em concordância com o nível detectado. Este é um estágio avançado na iniciação e demanda um alto grau de consciência ativa combinada com sua forma passiva a fim de refletir precisamente a imagem invocada pela mente. Por meio desta fórmula, contatos diretos e imediatos podem ser estabelecidos com as radiações transplutonianas de Nu-Isis. Estas radiações irão se manifestar como entidades eletromagnéticas via o Portal do IXº. Tais entidades são conhecidas como as Crianças de Isis e seus zootipos são as borboletas. As Crianças de Isis raramente interceptam ou se emaranham com almas terrestres, somente um Adepto é capaz de fazer uma ligação concisa o suficiente para incorporar suas radiações. É necessário uma técnica apurada na assunção da Forma Divina do zootipo das Crianças de Isis a fim de manifestar sua presença. Este é o trabalho da Loja Shaitan-Aiwass: preparar Adeptos para o mágico estabelecimento destas Forças. É pelo confinamento de Osiris, governante do Amenta, na yoni da sacerdotisa, que se dá o nascimento da Criança de Isis.
A Criança de Isis, a Nova Sexualidade, a Tumba da Concentração, são termos familiares aos Adeptos da Tradição Draconiana, assim como os conceitos dos Saltadores dos Caminhos Retrógrados. A influência destes conceitos fluem atualmente pela Loja Shaitan-Aiwass, Culto Zos-Kia, e pela La Couleuvre Noire.
As estrelas nos quatro quadrantes são a manifestação da fálica luz Aur que equilibra as serpentes duplas, Obi. O pentagrama é um símbolo de poder e de defesa, além de transmitir a força marcial através de seu traçar. Representa o homem como microcosmo e é por excelência um glifo do poder feminino. Eles devem ser traçados com muita concentração e é requerida uma visualização potente. O traçar dos pentagramas deve ser o maior possível. Melhor seria se ele atingisse suas extremidades no muladharacakra e no sahasraracakra. Eles devem ser visualizados em chamas escarlates e douradas.
Este ritual não estabelece guardianias como p.e. o Ritual Rubi Estrela (ou Ritual da Estrela de Sangue). Os Adeptos Draconianos, em suas operações com os Túneis de Seth, não formulam guardianias, posto que seu Círculo Mágico, nestas operações, não representa uma proteção propriamente dita ­ ainda que represente o estado de vigília ou a consciência desperta do Adepto ­ mas sim um Portal de ingresso e egresso de Forças que se encontram do outro lado dos Círculos do Tempo & Espaço. Geralmente, os Círculos nestas Operações representam Daäth e são traçados com onze pontas.
O Hexagrama Unicursal deve aparecer acima e abaixo do magista. Ele forma assim o piso e a abobada do Palácio de Luz do Sagrado Anjo Guardião, se estendendo ao infinito como o Falo Espiritual. O Hexagrama é uma representação do Homem espiritual, i.e. o macrocosmo. Assim, o homem, 5 (Pentagrama), unido a Deus, 6 (Hexagrama), forma o 11 (onze), o número de todos aqueles que seguem Nuit, pois este é o número da Magick ou Energia tendendo a Mudança, daí, transformação ou mágica transmutação.
A imagem dos Pentagramas de Nu-Isis é estabelecida nos quadrantes, formulando assim 20 marcações no total. 20 é o número do marma Kaph, que se manifesta na matéria através de seu movimento giratório. A Dupla-Baqueta Fálica do Sagrado Anjo Guardião é estendida acima e abaixo do magista, simbolizando as 12 marcações do Hexagrama macrocosmico. O Khabs (Estrela) ou Ente-Anão é estabelecido no Khu em sua mágica ressurreição do corpo.
O magista assim se encontra em um Palácio de Pedras Estelares de 32 marcações que simbolizam toda a Árvore da Vida. Quando a consciência é recolhida em uma única marcação, e a Luz é absorvida no secreto Olho de Tifon, então o 33º Portal de Daät é aberto. A sombra da Árvore cessa sua manifestação ao magista que neste momento se encontra em suas próprias trevas. Então a Besta "que é o fim que ainda não é" multiplica a si mesma em sua própria imagem erguendo-se como a Torre Fulminada que é o Falo de Seth.O abutre, nos pináculos de seu poder cessa seu choro ante os Nomes de Deus e a blasfêmia do homem não mais existe.
Tudo é esperado no dia do Julgamento ante o Senhor do Aeon, Horus! Pois o Olho a tudo devora enquanto o devorado é Não! 

Notas:

Aquário ­ Nuit.
IAO = 17, o número da Dupla-Corrente separada pelo poder da e-S-pada, i.e. Zayin. 17 é o número de GDI, 'Capricórnio como o Bode'. Ele também é o Número da Estrela de Nuit, pelo Tarot, o hé (final) do Tetragrammaton ou a Filha (Mâ) do Culto de Maät.
Pronúncia: SABAO. A palavra enumera 374, a fórmula mágica das irradiações infernais (i.e. subconscientes) pela Corrente 93, portanto "Existe um esplendor em meu nome oculto e glorioso, como o sol da meia-noite é sempre o filho." (Liber AL vel Legis III:74.) O gesto que acompanha esta vibração mântrica cruza o anahatacakra (no sistema hindu) ou Tiphereth (no sistema qabalístico) é amplificado e informado por Neschamah (o aspecto mais elevado ou divino da Luz Astral no homem). Os Qliphoth ou  'cascões diabólicos' são esmagados no nada pela força da Vontade. Os Sete Palácios são Santificados.
Este gesto concentra a Luz ou Aur de Nu-Isis internamente. Este é o sinal do pentagrama, da virgem, do eremita perfeito ou da alma que ascende. Este sinal é feito sobre o próprio corpo do magista ou sobre o Altar da Arte (onde se encontra o Material Base) nas Operações Herméticas. Ele simboliza as seis direções no espaço e existe uma correspondência com o 13º Caminho, gimel, na Árvore da Vida. Este gesto forma o símbolo chamado labarum; nos tempos antigos, este era o símbolo sumeriano da deusa-celeste, Anu.
AUM é o mantra semente do universo. É a penúltima palavra do AL vel Legis (III:75). Ele enumera 47, o número atribuído à genitália feminina e, por permutação qabalística, 47 = 74, o número de od, significando 'eternamente'. Od é uma forma alternativa de Aud, a Luz Estelar de Nuit transmitida por qoph, o marma localizado na parte de trás da cabeça (veja Cultos Sombrios, cap. 1). A referência pode ser interpretada como a continuidade de Nuit revelada através de suas estrelas, almas iluminadas ou kalas.
Ha = 6, vau, o falo, a luz de Aur (207) que divide e equilibra a serpentes gêmeas da luz Aub ou Obi, a corrente astral; assim a Luz Estelar ou Aud é realizada através de Coph Nia (veja AL vel Legis III:72).
Note que o polegar = Espírito; 1º dedo = Júpiter/Água; 2º = Saturno/Terra; 3º = Sol/Fogo; 4º = Mercúrio/Ar. O polegar é sempre colocado entre o primeiro e segundo dedos para se traçar sigilos ou sinais no aether.
Leste, Touro. O corpo ou a imagem da Besta se erguendo.
Sul, Leão. Hadit ou o Deus Oculto nas profundezas do submundo ou Túneis de Seth.
Oeste, Escorpião. A Mulher Escarlate ou a Alma Elemental da Natureza.
Fazendo assim três voltas e meia no total; a 'quadratura no círculo' pelo poder de Marte, a Kundalini ou Força Oculta.
Concentrar internamente toda a força e energia do ritual, sendo o magista cuidadoso em não impor sobre ela sua vontade, desejo, imaginação ou razão. Assim, a Corrente 93 é invocada pela emissão de uma silente vibração que atravessa, jaz e vai além do magista. Então,  sobre uma bela e jovem virgem na fonte da primavera que a Palavra é obtida. Esta virgem deverá ser beijada e abraçada repetidamente antes que a Palavra nasça das silentes profundezas.
O divisor da dupla Luz Obi, quem se auto-impinge e se ergue, assim o mágico Aud é realizado para redimir a terra.
I.S.I.S.: "Infinite Space, and the Infinite Stars". AL vel Legis, I:22.
Veja O Livro dos Mortos.
Compare Krishna, o Negro 'curvado sob três lugares', o som cuja flauta simboliza o mantra OM - atribuído as três voltas e meia da Serpente de Fogo.
Porque 5 (o Pentagrama) é o número da Mulher; 25 (5x5) é a mais completa expressão de sua fórmula.
I.e. o Exterior ou Subconsciente.
Uma Célula da Ordo Tifonianna Occulta, formulada por Fr. Shabbathai, 718 U em 2003.
Formulado por Austin Osman Spare e Kenneth Grant em 1948.
Culto da Serpente Negra, uma Ordem Oculta cujas técnicas jazem no âmago do Vodu Gnóstico.
Revelações, XVII:8.
A Besta conhecida nas Tradições Orientais como Ishwara e Maya.

Fernando Liguori
Shaitan-Aiwass

O.T.O. Tifoniana


Editado e com anotações por James M. Martin

Eu passo a acreditar que Kenneth Grant, Cabeça Externa da Ordem assim chamada "O.T.O. Tifoniana", tem mais autoridade do que qualquer um que clame por isto. Na ordem de demonstrar a verdade dessa asserção, devo prover você, o leitor, com uma pequena lição de história, que segue, expondo em uma ordem mais ou menos cronológica. Nossa história começa em 1942, 14 de Março para ser exato, quando Crowley escreveu para Karl Germer: "Devo apontar você o meu sucessor como O.H.O. mas sob termos especiais. Está completamente claro para mim que uma completa mudança na estrutura da ordem, e em seus métodos é necessária. O Segredo é a base, e você deve selecionar a pessoa exata." (1*) Crowley chamou Kenneth Grant "uma clara doação dos Deuses" e sobre o escrito em seu diário em Feb de 1945: "Valor de Grant: se eu morrer ou f or para os Estados Unidos, deve ser um homem treinado para tomar conta da O.T.O. Inglesa."


De onde a autoridade de Crowley deriva?

Em Abril de 1912, ele foi patenteado Grão-Mestre (X°). Até 1914 e a eclosão da Guerra, somente duas lojas estavam operativas no Reino Unido: uma por Crowley e a outra encabeçada por G.M. Cowie que, como um L. Ron Hubbard, mais tarde escapou com o tesouro da Ordem. Não havia dúvida, então, que Crowley permaneceu como suprema autoridade sobre a O.T.O. na Inglaterra pelas próximas décadas (embora ele tenha sido expulso da O.T.O. por Theodor Reuss em 1921). Por volta de 1945, Gerald Gardner, "nosso amado Scire" o líder de muitos bruxos Britânicos, alegadamente foi patenteado "para constituir um campo da Ordo Templi Orientis, no grau de Minerval", cujo documento foi aparentemente assinado por Crowley. (2*) Gardner, contudo, nunca encontrou tempo para dirigir o campo, e é dito que somente isto levou a decisão de Gardner em permitir a Grant trabalhar os três primeiros graus.

Em Julho de 1951, Karl Germer escreveu para Frederic Mellinger, dizendo: "Se Metzger tivesse acesso a todos os trabalhos de A.C. na forma que Grant teve, eu tinha me inclinado a vê-lo [como] um caso paralelo. Todavia – como Grant – parece haver falta de dinheiro." (3*) Em 18 de Janeiro de 1952, Germer escreveu a Grant, "se quisermos obter a O.T.O. devidamente de volta, nós necessitamos de um líder competente, não somente para Inglaterra, mas para o mun do todo. Deve ser alguém que conheça a coisa por dentro... eu tenho freqüentemente pensado que você poderia ser escolhido para o trabalho."

O próprio Germer recusou a aceitar as obrigações do O.H.O. desde que ele acreditava que a O.T.O. de Reuss tinha mais autoridade do que a O.T.O. de Crowley (Quando o "o fundador espiritual" da ordem, morreu em 1905, Carl Kellner, um próspero industrial Alemão e Maçom, morreu em 1905, Theodor Reuss assumiu a liderança. Sua concessão de autoridade para Crowley foi limitada a encabeçar uma subsidiária da O.T.O. chama da Mysteria Mystica Maxima.)

Nos anos 50, Grant estabeleceu contato com a ordem Alemã da Fraternitas Saturni. Esses eram Thelemitas que trabalhavam de acordo com princípios estritamente Maçônicos. Grant, em 1955, anunciou em um manifesto sua descoberta de uma "corrente" Sírius/Set, e, em Abril daquele ano, fundou a Loja Nova Ísis em Londres. Na página 6 do documento, ele nomeou Eugen Grosche, um antigo adversário de Germer, como um associado. Isto enfureceu Germer, que tomou "violenta objeção" a recomendação. (4*)

Grosche exacerbou a situação pela publicação, em sua própria revista Alemã, uma breve versão do manifesto de Grant. Isto irritou Germer, que, em 20 de Julho de 1955, ele redigiu uma "Nota de expulsão" que excomungou Grant, e proibiu Grosche de publicar quaisquer dos escritos de Crowley. Na Inglaterra, um certo Noël Fitzgerald foi apontado como "representante pessoal" em assuntos da O.T.O. para Grã-Bretanha. (5*)

Durante todo esse tempo, um rival a autoridade de Germer dirigia com muito êxito a "O.T.O." na Suíça: Hermann J. Metzger, que parece ter sido um espinho no ponto de vista de qualquer O.T.O.. Ele tinha uma reputação para espírito litigioso que rivalizava ao de Marcelo Ramos Motta, mas Grant aparentemente conseguiu entender-se com ele. Grant disse-me que durante os anos 50 ele tinha "uma correspondência agradável com Herr Metzger."(6*)

Um dos dois executores literários de Crowley, John Symonds, escreveu a Gerald Yorke em Setembro de 1969, que ele apoiou totalmente a reivindicação de Grant em ser O.H.O. (Isso não foi provavelmente uma surpresa: os dois homens tinham colaborado na edição e anotação de diversos trabalhos de Crowley, incluindo uma edição da "autohagiografia" e Magick, este último é considerado como obra-mestra de Crowley.) Motta, em Outubro do mesmo ano, ignorante da carta de expulsão de Germer, expressou disposição a reconhecer Grant como O.H.O.. (7*)

Assim mais recentemente em 1976, os membros de Grant escreveram na revista deles – Sothis que "Karl J. Germer, tendo ele mesmo provado cego para a implicação da carta de Crowley à ele, fracassou em entender e aceitar quando – logo após a morte de Crowley – Grant submeteu seus planos para mudança... continuou a lembrar àqueles que mantém o conceito do velho-æon da O.T.O. (8*) que eles não produziram – nem podem jamais produzir – a insignificante evidência de uma corrente criativa em quaisquer de suas formas."

Não deveria ser esquecido que a corrente "Califado" (que significa o cabeça da Loja Agape Californiana, embora esse termo em parte alguma é explicado exatamente), outrora foi inteirado os escritos de Grant via os publicadores Canadenses de suas revistas, ou que Michael Bertiaux, líder da Ordo Templi Orientis Antiqua, deixou em conhecimento que "eu sabia que K. Grant era o O.H.O." (9*).

Grant tem o mesmo direito quanto qualquer um em reivindicar a si próprio o O.H.O.. Germer não o tinha expulsado, isso seria simplesmente destituído de possibilidade, e como se diz, ele é o único reclamante pessoalmente expulso por um predecessor. Em um nível de criatividade, Grant, explorando as idéias da F.S., Frater Achad, e M.P. Bertiaux, é definitivamente um dos cabeças espirituais da O.T.O..

Isto seria explicado como um cabeça nacional, ou X° é ambos eleito ou apontado. Sob Reuss existia um juramento, um tipo de ritual da Maçonaria Livre, com senhas, apertos de mãos, e sinais, e mesmo um selo mágico, portando um apontamento de um X°. Uma questão surge: Foi mesmo Grant apontado cabeça, ou X° ou o mais alto renque de um membro em um país automaticamente se tornado X°? Por este tópico, se a expulsão de Grant por Germer, desligou o primeiro de uma pretensão a ser X°, o misterioso Noël Fitzgerald assumiu aquela direção em algum ponto?

Anotações por James M. Martin
König adiciona: "De fato, existe uma versão ampliada/revisada do sistema da O.T.O. por Crowley no Instituto Warburg em Londres." Nesse ínterim, como fac-símile em König: "How to make your own O.T.O."
Existe razão para acreditar que Gardner falsificou essa Patente, como comparação dos manuscritos expostos de Gardner e de Crowley.
Em uma carta a Martin, datada de 23 de Dezembro de 1989, Grant falou de uma espécie de "por conta das mãos" na qual Crowley passou o governo a ele, em 1945, dando-o um retrato de "Lam" como um selo de autoridade.
Carta a König, datada de 11 de Agosto de 1987.
Tais cartas de apontamento eram o equivalente oculto de um poder de procuração. A inquietação de Germer foi mostrada na adição das palavras "válido até revogar".
Carta a König, datada de 11 de Agosto de 1987.
Algumas suspeitas de um motivo posterior por parte de Motta: Grant tinha ilimitado acesso a uma riqueza de correspondências não publicadas de Crowley e a incunábulos [*] na pessoa de John Symonds, materiais que a O.T.O. do "Califado" foi incapaz de procurar. Motta pode ter desejado efetuar um contrato de uma publicação Americana com Symonds. É difícil para um publicador Americano acionar um na Inglaterra.
Fra. Achad, e, depois, Andahadna (agora Nema) estabeleceu um Æon de Hórus e Ma’at, disse ser uma "dupla corrente." Grant está escrevendo extensivamente sobre isto.
Carta a König.


O "Califa" Willian Breeze sobre a O.T.O. de Kenneth Grant e a relação ao "Califado" : O "califado" da O.T.O. é um mito. Segunda a justa leitura das "cartas do califado" de Crowley à McMurtry apresentará, McMurtry foi o segundo Califa, e Germer o primeiro... Uma irônica verdade é que Grant, até sua expulsão em 1955, era um membro de boa-fé da O.T.O. do "califado" – sob Germer." [em Abrasax IV; 4, Texas 1992, 41]

[*] Nota do Tradutor – Livro impresso nos primeiros anos da arte de imprimir, até 1500.



Apêndice de Março de 2000
Datas Chaves próprias de Kenneth Grant



1904 – Aiwass comunica o Livro da Lei ao Crowley no Cairo. 
1914 – Primeira Guerra Mundial.
1915 – Crowley obtém o Grau de Magus; primeiro registro dos Outer Ones de Yuggoth
conforme citado no Wilgus em seu livro ‘The Illuminoids’. 
1924 – Crowley clama o Grau de Ipssissimus. Grant nasce.
1926 – Achad recebe a Palavra do Æon (ALLALA – 93).
‘The Call of Cthulhu’ por H.P. Lovecraft.
1939 – Segunda Guerra Mundial. Primeira transmissão de S’lba recebida por Grant. 
1943 – Grant ‘recebe’ The Chronicles of Kr[alnia].
1944 – Grant conhece Crowley.
1945 – Explosão Atômica. John W. Parsons conhece L. Ronald Hubbard.
1946 – John Parsons em ‘Babalon Working’ incorporando em forma quase humana do
espírito de Babalon, que motivou Parsons a anunciar a transmissão de um quarto capítulo do Liber AL de Crowley.
Grant iniciou-se dentro da A.ֹ.A.ֹ. (Argentum Astrum, Silver Star, Anuttara Ammaya). O IX° de Grant é confirmado.
1947 – Crowley morre. Início da Era UFO.
1948 – Achad anuncia o Æon de MA–ION (Maat). Grant é reconhecido como IX° por Karl Germer. Grant trava conhecimento com Austin Osman Spare.
1952 – Spare e Grant fundam o Zos Kia Cultus. 
1954 – Inaugurada a Loja Nova Ísis, não se tornando operacional até,
1955 – Grant assume o O.H.O. depois da então chamada ‘expulsão’ por Germer. 
1962 – Loja Nova Ísis concluída e reabsorvida dentro da O.T.O. Germer morre.
1969 – Publicação do ‘Confessions’ de Crowley, co-editado com John Symonds. Início do renascer mundial Thelêmico.
1972 – Primeiro Volume dos livros publicados de Grant.
1974 – Liber Pennæ Prænumbra recebido por Soror Nema. 

A O.T.O. TIFONIANA funciona como uma rede cósmica que não opera através de lojas fundadas no plano terrestre, porque seus membros não estão — em um sentido mágicko — centrados sobre a Terra. Suas zonas de atividade oculta estão localizadas nos espaços os quais incluem e transcendem simultaneamente níveis astrais de consciência. A O.T.O. Tifoniana não é, portanto, uma incorporação num sentido mundano — esta é controlada por contatos dos planos interiores focados hoje através de um punhado de correntes individuais canalizadas fora dos círculos do tempo e espaço. Referente a Thelema a O.T.O. Tifoniana é considerada ser a Máquina, enquanto a A.·. A.·. é a Operadora.

Não existe comparação com outras versões da O.T.O., essencialmente porque não existe rituais ou cerimônias de iniciação em qualquer estrutura de grau. As bases de iniciação é a assimilação do direto trabalho mágico e místico. Isto se aplica que toda iniciação é em efeito auto-iniciação. Existe uma pequena importância de determinar um trabalho de grau na O.T.O. Tifoniana. Contudo, a ênfase está sobre o mapeamento do iniciado em seu próprio método. Existe é claro a experiência de outros a puxá-lo.

Arnoldo Krumm-Heller y el Nazismo

Rosa-Cruz VII;1, 27.4.33, page 4.
Arnoldo Krumm-Heller: "Hitlerianismo"

Rosa-Cruz VII;10 dated 27.1.34, page 79.
Arnoldo Krumm-Heller: "El Problema Judio y Jesus el Nazareno"

Rosa-Cruz VIII;7 dated 27.10.34, page 55.
Arnoldo Krumm-Heller: "Una Cruzada del Budismo"

Rosa-Cruz IX;2 dated 27.6.35, page 16.
Arnoldo Krumm-Heller: "Buzón"

Arnoldo Krumm-Heller to the High School of Hennigsdorf, 1/6/1937




























p. 2 - Los Hebreos, imitadores por excelencia, dieron a conocer la ciencia de descifrar el destino de sus Letras y si aún es hermoso y aún divertido el descifrar en la Kábala los nombres hebreos, éllos han silenciado que robaron ese sistema de los Nórticos [...] y
p. 3 - ANGELES DE LUZ, seres plenos de sustancia crística, con los que estamos conectados como raza blanca, como raza superior de la humanidad. La LOGIA BLANCA no puede admitir en su seño a los negros ni a los amarillos, pues la Ley de conexion exije que sus componentes sean de raza blanca.