sábado, 3 de março de 2018

Magick


Magick é um termo cunhado por Aleister Crowley para diferenciar a sua filosofia mágica dos espetáculos ilusionistas circenses, uma vez que no inglês moderno não existe distinção para "magia" e "mágica", além de fazê-lo sob uma ótica cabalística. Uma de seus objetivos, era estender o conceito ao cotidiano humano, não isolando a magia da capacidade humana comum.

O homem, durante várias eras, subordinou-se, pela ignorância ou por medo, a vontades de deuses, sejam em panteões ou egocentricamente únicos.

"Todo homem e toda mulher é uma estrela", e Magick é o meio de seguirmos as nossas órbitas em harmonia com o próximo, e a Vontade (Thelema em grego, que tem o mesmo valor numérico de Ágape, Amor) é o motor dessa ação.

Etimologia

Do Inglês Medieval magique do Francês Medieval, do Latim magice, do Grego magikE, feminino de magikos Magian, magical, do magos magus, feiticeiro, de origem Iraniana; semelhante ao Antigo Persia feiticeiro magus.

Definição

Segundo o Magick in Theory and Practice:

"Magick é a Ciência e a Arte de causar mudanças de acordo com a Vontade".

Complemento explicativo do livro:

"é meu desejo informar ao mundo certos fatos do meu conhecimento. Eu, portanto, tomo as "armas mágicas" caneta, tinta e papel e escrevo " encantamentos" estas frases em linguagem mágica, isto é, a qual é entendida por pessoas que desejo instruir. Invoco "espíritos" tais como tipógrafos, editores, livreiros e assim por diante e os instruo a passar a minha mensagem áquelas pessoas. A composição e distribuição é um ato de Magick pelo qual provoco mudanças de acordo com minha Vontade".

Postulados

Ainda de acordo com o Magick in Theory and Practice:

"Qualquer mudança que se queira, pode ser obtida com aplicação da Força do tipo e graus próprios, de maneira apropriada, através do meio adequado ao objeto desejado."
Complemento:

"desejo preparar uma "onça" de Clorito de Ouro. Preciso pegar o tipo certo de ácido, nitrohidroclorídrico e nenhum outro, na quantidade suficiente e com a energia adequada e coloca-lo em um recipiente que não se quebrará suscetível a corrosão, de tal maneira que não produza resultados indesejáveis, com a quantidade suficiente de ouro e assim por diante. Toda mudança tem suas próprias condições. No presente estado de nosso conhecimento e poder, algumas mudanças não são possíveis na prática; não podemos causar eclipses, por exemplo, ou transformar chumbo em lata, ou gerar homens a partir de cogumelos. Mas é teoricamente possível provocar em qualquer objeto, qualquer mudança do qual este objeto é capaz por natureza; e as condições são descritas no postulado acima".

Teoremas

De forma mais específica o Magick in Theory and Practice lista os seguintes teoremas:

Todo ato intencional é uma ato de Magick.
Todo ato bem sucedido enquadra-se ao postulado
Todo fracasso prova que um mais requisitos do postulado não foram atendidos.
O primeiro requisito para provocar qualquer mudança será através do entendimento qualitativo e quantitativo das condições.
O segundo requisito para se provocar qualquer mudança é a habilidade prática para se colocar em movimento as forças necessárias.
Todo homem e toda mulher é uma estrela. Quer dizer, todo ser humano é intrinsecamente um indivíduo independente com seu papel e direção próprios.
Todo homem e toda mulher tem um curso, dependendo parcialmente do indivíduo e parcialmente do ambiente, que é natural e necessário para cada um. Qualquer um que seja forçado a sair de seu próprio caminho, por não entender a si mesmo ou por oposição externa, entra em conflito com a ordem do Universo e sofre de acordo.
Um homem cujo desejo consciente disputa com a sua Verdadeira Vontade está desperdiçando suas forças. Ele não pode esperar influenciar o seu ambiente com eficiência.
Um homem que realiza a sua Verdadeira Vontade, tem a inércia do Universo para ajuda-lo.
A Natureza é um fenômeno contínuo, embora não saibamos, em todos os casos, como os fatos são conectados.
A ciência nos torna aptos a tirar proveito da continuidade da Natureza pela empírica aplicação de certos princípios cuja interação envolve diferentes tipos de pensamentos, conectados uns aos outros de modo além de nossa atual compreensão.
O homem ignora a natureza de seu próprio ser e seus poderes. Até mesmo a idéia e limitações estão baseados em sua experiências do passado, e cada passo no seu progresso aumenta seu império. E não há, portanto, razão para se designar limites teóricos ao que possa ser, ou mesmo o que ele possa fazer.
Todo homem sabe, mais ou menos, que sua individualidade compreende diversos tipos de existência, até mesmo ele sustenta que seus princípios mais sutis são simplesmente mudanças sintomáticas em seu corpo físico. Preceito similar pode ser extendido a toda natureza.
O Homem é capaz de ser e usar qualquer coisa que percebe, porque tudo que ele percebe é, de certo modo, uma parte de seu ser. Ele pode, desta forma, subjulgar todo o Universo do qual ele é ciente e sua Vontade Individual.
Toda força no Universo é capaz de ser transformada em qualquer tipo de força pelo uso dos meios adequados. Há, desta forma uma inesgotável fonte de qualquer tipo de força que precisemos.
A aplicação de qualquer força afeta todo tipo de existência que esteja no objeto ao qual ela é aplicada, e qualquer um dos tipos é diretamente afetado.
Um homem pode aprender a usar qualquer força, para servir a quaisquer propósitos, tirando proveito dos teoremas acima.
Ele poderá atrair para si mesmo, qualquer força do universo, tornando-se um receptáculo adequado para isto, estabelecendo a conecção adequada ás condições para que a natureza desta força fluir através dele.
O senso que o homem tem de si mesmo como sendo um ser á parte a oposto a alguma coisa, o isola. O Universo é uma barra condutora de energia.
O homem pode somente atrair e empregar as forças para as quais ele é realmente apto.
Não há limite para a extensão das relações de cada homem com o Universo em essência; porque tão logo ele se faça uno com qualquer pensamento, os meios de meditação param de existir. Mas seu poder em utilizar esta força é limitado por seu poder mental e capacidade e pelas circunstâncias de seu ambiente.
Cada indivíduo é essencialmente suficiente a si mesmo. Mas ele é insatisfatório a si até que estabeleça uma correta relação com o Universo.
Magick é a Ciência de entender a si mesmo e suas condições. E a Arte de aplicar este entendimento á ação.
Todo homem tem o direito de ser o que é.
Todo homem que pratica Magick, cada vez que age ou pensa, visto que o pensamento é um ato interno cuja influência afeta, embora isto não ocorra no momento.
Todo homem tem o direito, o direito da auto preservação, para satisfazer-se ao extremo.
Todo homem deveria fazer de Magick a chave de sua vida. Deveria aprender suas leis e viver por elas.
Todo homem tem o direito de satisfazer seus desejos sem temer que isto possa inferir com o desejo dos outros; porque se ele estiver em seu caminho, a falha será dos outros caso interfiram com ele. Porém, há um sendo restrito e convencional, no qual a palavra pode ser usada sem deixar muito de lado a posição filosófica acima:
Magick é o estudo e uso daquelas formas de energias que são:

a - mais sutis que os tipos físico e mecânico comuns
b - acessíveis somente aqueles que são (de um modo ou de outro) 'Iniciados'.

Temo que isto possa parecer obscurum per obscuris; mas este é um dos casos - estamos aptos a encontrar vários no decorrer de nossas pesquisas - o qual entendemos bem o bastante para todos os propósitos práticos e o que desejamos, mas que nos fogem com mais e mais freqüência, por mais que lutemos para definir sua importância.

Poderíamos fazer até coisa pior se tentássemos clarear as coisas fazendo listas de fatos históricos, tradições ou experiências e classificando isto como sendo, e aquilo como não sendo, verdadeiramente Magick. Os casos similares poderiam nos confundir e nos deixar perdidos. -- o texto na íntegra pode ser consultado no "Magick Theory and Practice", parte 3

Referências
Liber ABA parte III- Magia em Teoria e Prática, Aleister Crowley

Esse artigo refere-se ao Sistema Mágico de Aleister Crowley e que foi totalmente exposto em sua obra prima Magick in Theory and Practice. Sendo que é um termo variante do termo de Magic que foi popularizado por seu autor na Era Vitoriana.

Grande Obra


A Grande Obra (do latim Magnum Opus), em Thelema, é o processo da consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião e aprendimento e cumprimento da Verdadeira Vontade. O conceito se origina da Alquimia medieval, e chegou a Thelema através da Magia Hermética informada pela Qabalah.

Na Qabalah

O termo "grande obra" não existe nos textos cabalísticos clássicos como o Zohar e o Sepher Yetzirah. No entanto, o conceito aparece nos escritos de cabalistas ao longo da Renascência:

Não ore por suas próprias necessidades, pois sua oração não será aceita. Mas quando quiser orar, faça-o pela aflição da Cabeça. Pois qualquer que você esquecer, a Divina Presença também esquece.
É porque o homem é uma "porção de Deus do altíssimo". Qualquer parte que falta, também existe no Todo e o Todo sente a falta da parte., Você deve portanto orar pela necessidades do Todo. (de um discípulo de Cabalista R. Israel Baal Shem Tov)

O Cabalista Judeu Clássico é menos preocupado com a Grande Obra como uma manifestação da "Verdadeira Vontade" do que com ele ser partícipe em trazer o mundo de volta ao estado que o Criador queria. Assim acha-se a corrente dos movimentos Cabalístas Judaico tal como o Kabbalah Center em Jerusalem recrutando novos "convertidos" à Cabalah (tal como a Madonna) numa tentativa de trazer cada novo Cabalista para dentro de seu conceito de Grande Obra. Conforme mais indivíduos entram no sistema Cabalístico, mais próximo o mundo se aproxima da perfeição que foi originalmente concebida no esquema Cabalístico.

Eliphas Levi e a Golden Dawn

Eliphas Levi, o primeiro dos "magistas cerimoniais" modernos e predecessor da "Golden Dawn" definiu a Grande Obra assim:

A magnum opus é pré-eminentemente a criação do homem por ele mesmo, que é, a total e completa conquista que ele pode fazer de suas faculdades e seu futuro; é pré-eminentemente a perfeita emancipação de sua vontade.

A encarnação moderna da Golden Dawn define a Grande Obra como "um termo emprestado da magnus opus da alquimia. Refere-se ao caminho da evolução espiritual da humanidade, crescimento e iluminação, que é a meta da magia cerimonial"

A Interpretação de Crowley no Novo Aeon

Assim como na Golden Dawn, Thelemitas vê a Grande Obra, no mínimo com respeito ao magista individual, como sendo a busca pelo Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião. No entanto, Crowley nunca perdeu de vista que a Grande Obra individual contribui em última instância para a Grande Obra do Universo:

A primeira condição de associação da A.'.A.'. é que se jura identificar sua própria Grande Obra com o [trabalho] de erguer a humanidade a níveis maiores, de espiritualmente, e em qualquer outra maneira. (Magick Without Tears, cap. 9)

Era prática dos thelemitas na Abadia de Thelema em Cefalu, após "dizer 'Will' antes de comer", adicionar o questionamento: "Qual é sua Grande Obra"? (Magick Theory and Practice, cap. 13).

Cidade das Pirâmides


A Cidade das Pirâmides, dentro do sistema místico de Thelema, é o lar dos adeptos que conseguiram cruzar o grande Abismo, tendo derramado todo seu sangue na Taça ou Graal de Babalon. Ele destruiram suas identidades terrenas, tornando-se nada mais do que um punhado de areia (i.e. os aspectos remanescentes de seus Verdadeiros Eus sem o auto-sentido do "eu") e torna-se impregnado como um Bebê dentro de Babalon. Dentro, eles tomam o nome ou título de Santo ou Nemo (Latim para Não-Homem). No sistema da A.´.A.´. eles são chamados de Mestres do Templo. É um passo no caminho da purificação espiritual e um lugar de descanso para aqueles que tiveram sucesso em abrir mão de suas ligações com o mundano.

Desses adeptos, está escrito no Aethyr 14 do The Vision and the Voice de Aleister Crowley:

Esses adeptos parecem como Pirâmides — seus capuzes e robes são como Pirâmides.
E o Anjo diz: Em verdade, a Pirâmide é o Templo de Iniciação. Em verdade, também é uma tumba (que também é um phallu, que morre para transmitir vida a outros). Pensaste tu que há vida dentro dos Mestres do Templo, que se sentam encapuzados, acampados sobre o Mar? Em verdade, não existe vida neles.
Suas sandálias eram a pura luz e eles as tiraram de seus pés e as lançaram no abismo, pois este Æthyr é o solo sagrado.
Aqui nenhuma forma aparece e a visão de Deus face-a-face, que é transmutada em Athanor chamado dissolução, ou martelada numa forja de meditação, é nesse lugar, nada mais que uma blasfêmia e um escárnio.
E a Visão Beatífica não está mais e a Glória do Altíssimo não está mais. Não existe mais conhecimento. Não existe mais êxtase. Não existe mais poder. Não existe mais beleza. Pois esse é o Palácio da Compreensão, pois tu és uno com as cousas Primevas.

A Cidade existe sob a Noite de Pan (or N.O.X.) dentro da Sephirah de Binah na Árvore da Vida.

No Confessions (p. 620-621), Aleister Crowley descreve sua visão de entrada na Cidade das Pirâmides:

Eu fui imediatamente manchado de escuridão. Meu Anjo sussurrou as palavras secretas por meio onde se partilha os Mistérios dos Mestres do Templo. Agora meus olhos vêem (o que primeiro pareceram formas de pedras) os Mestres, velados em imóvel magestade, envolto em silêncio. Cada um era exatamente como o outro. Então o Anjo lançou-me entendimento aonde minha aspiração conduziu: todos os poderes, todos os êxtases, terminado nisso - eu entendi. Ele então me disse que agora meu nome era Nemo, sentado entre os outras formas silenciosas na Cidade das Pirâmides sob a Noite de Pan; aquelas outras partes de mim que deixei para sempre abaixo do abismo devem servir como um veículo para as energias que foram criadas pelo meu ato. Minha mente e corpo, privado de ego que eles tinham até agora obedecido, estavam agora livres para se manifestar de acordo com suas naturezas no mundo, para devotarem-se a ajudar a humanidade em sua evolução. No meu caso, eu fui lançado na Esfera de Júpiter. Minha parte moral era ajudar a humanidade pelo trabalho Jupiteriano, tal como governo, ensino, criação, exortando os homens a aspirarem se tornarem mais nobres, mais sagrados, mais trabalhadores, mais nobres e mais generosos.

A próxima fase de iniciação — na A.'.A.'. o grau de Magus — é ter o Grande Fogo queimando a poeira de seus corpos em uma Cinza branca.

References
Crowley, Aleister. (1998). The Vision & the Voice : the Equinox, IV(2). York Beach, Me. : Samuel Weiser.
___. (1979). The Confessions of Aleister Crowley. London;Boston : Routledge & Kegan Paul.

Choronzon



Choronzon (também conhecido como 'Coronzon' ou pelo número '333') é um demônio originado dos escritos do século XVI dos ocultistas Edward Kelley e John Dee no sistema de magia enoquiano. No século XX ele tornou-se um elemento importante no sistema thelêmico, fundado por Aleister Crowley, onde Choronzon é o habitante do Abismo, acreditando-se que seja o último grande obstáculo no caminho do Iniciado. Thelemitas acreditam que caso ele seja encontrado com a preparação necessária, então sua função será a de "destruir" o Ego, o que permite ao adepto mover-se além do Abismo chegando à Cidade das Pirâmides.

Variações no nome

Incluindo a forma a qual Crowley escreve, parecem haver três alternativas. Meric Casaubon afirma que o nome é Coronzon (sem o 'h') em seu ‘True and Faithful Relation…’. No entanto, essa é uma variação da palavra escrita nos próprios diários de Dr. John Dee. Uma terceira maneira de se escrever, Coronzom, é listada no dicionário de enoquiano de Laycock, citando um manuscrito original (Cotton XLVI Pt. I, fol. 91a) como sendo a fonte da variante.

Choronzon de acordo com Crowley

Conhecido também como o Demônio da Dispersão, Choronzon é descrito por Crowley como uma personificação temporária das forças delirantes e inconsistentes que ocupam o Abismo. Neste sistema, é dada forma a Choronzon em evocação apenas de modo que ele possa ser dominado.

Crowley afirma que ele e Victor Benjamin Neuburg evocaram Choronzon no deserto do Saara. No relato de Crowley, não está claro se Choronzon foi evocado em um triângulo salomônico vazio enquanto Crowley sentava em outro lugar, ou se o próprio Crowley foi o meio no qual o demônio foi evocado. Quase todos os escritores com exceção de Lawrence Sutin interpretam a passagem como tendo sido a segunda opção. No relato, Choronzon é descrito como uma forma mutante, que é tida variavelmente como um relato de uma metamorfose real, uma impressão subjetiva de Neuburg, ou uma invenção da parte de Crowley.

O relato descreve o demônio jogando areia sobre o triângulo de modo que o quebrasse, em seguida atacando Neuburg 'na forma de um selvagem nu', fazendo com que Choronzon voltasse com a ponta de uma adaga. A descrição de Crowley do evento foi criticada como sendo inconfiável, já que as páginas originais impotantes estão arrancadas do caderno no qual isso foi escrito. Isso, juntamente com outras inconsistências no manuscrito, levou a expeculação de que o evento foi muito floreado de modo que suportasse o próprio sistema de crença de Crowley. Além disso, de acordo com o livro The Magic of my Youth de Arthur Calder-Marshall, Neuburg deu um relato completamente diferente do evento, afirmando que ele e Crowley evocaram o espírito de um operário egípcio.

Acredita-se que Choronzon é contido em restrição pelo poder da deusa Babalon, habitante de Binah, a terceira Sephirah da Árvore a Vida. Tanto Choronzon quanto o Abismo são discutidos por Crowley em seu Confessions (cap. 66):

"O nome do Habitante no Abismo é Choronzon, mas ele não é realmente um indivíduo. O Abismo é vazio de forma; é repleto de todas as formas possíveis , cada uma igualmente vazia, cada uma deste modo maligna no único sentido da palavra - que é, sem significado mas perverso, na medida em que almeja se tornar real. Estas formas rodopiam sem sentido em acúmulos ocasionais como demônios de poeira, e em cada chance de agregação afirma ser um indivíduo e grita: "eu sou eu!" embora esteja ciente o tempo todo de que seus elementos não possuem um vínculo verdadeiro; de tal forma que a menor perturbação dissipa a ilusão assim como um cavaleiro, encontrando um demônio de poeira, faz dele uma chuva de areia caindo na terra."

Referências
Aleister Crowley. "ZAX - O Chamado do Décimo Aethyr" em A Visão e a Voz
Dee, John, edited by Meric Casaubon. A True and Faithful Relation of What Passed for Many Years Between Dr. John Dee and Some Spirits. Kessinger Publishing. ISBN 0-7661-0812-0
Rowe, Benjamin. "The Illusion of the Abyss."
Thelemapedia. Choronzon.

Corpo de Luz


O Corpo de Luz é a parte da consciência que deixa o corpo e carrega seus sentidos e consciência durante a viagem astral.

A respeito da substância do corpo da luz, pode-se supor que este é mais ou mais menos equivalente à corrente elétrica chamada por alguns de Prana, Chi, etc., que é reunida em uma forma útil semelhante ao praticante. É ao mesmo tempo uma parte integrante de você, e também algo comandado por você, bem como uma boneca, fantoche ou uma marionete

O corpo da luz, ou "laeca scin", "trabalha" em um reino distante diferente do mundo “físico” normal que é visto como a interação entre os vários elementos, o mais notável elemento da terra, é essa energia. É muito provável que o corpo de luz seja uma manipulação na parte do mágico que possui uma corrente elétrica maior responsável pela consciência e a vida nos seres humanos e outros seres vivos, e pode-se dizer talvez que esta é a "a corrente elétrica ativa e viva" na matéria e em determinadas formas existe como espíritos variantes.

Deste modo o "Reino Astral" é visto como sendo mutio diverso do mundo físico, devido à grande variedade de "quantidade" e freqüência desta força sutil dentro das várias matérias (ou corpos) do mundo físico.

Chefes Secretos


Acredita-se que os Chefes Secretos são autoridades cósmicas transcendentes responsáveis pela operação e regulagem moral do cosmos ou pela supervisão das operações de uma organização esotérica que se manifesta exteriormente na forma de uma ordem mágica ou loja. Seus nomes e descrições variaram com o tempo, depende daqueles que refletem suas experiências de contato com eles.

Uma das primeiras e influentes fontes sobre essas augustas entidades é Karl Von Eckartshausen cujo livro "A Núvem Sobre o Santuário", publicado em 1795, explicou em algum detalhe seus caráteres e motivações. Vários ocultistas declararam pertencer ou ter tido contato esses Chefes Secretos e tornaram essa relato conhecido a outros, dentre eles está H.P. Blavatsky (que os chamou de "Mestres Tibetanos"), Dion Fortune (que os chamou de "ordem esotérica"), Max Heindel (que os chamou de "Irmãos Maiores")

Na Golden Dawn
A Hermetic Order of the Golden Dawn foi fundada por aqueles que declaravam estar em comunicação com os Chefes Secretos. Um desses Chefes Secretos era Anna Sprengel. Seu nome e endereço foram decodificados dos Manuscritos Cifrados

S.L. MacGregor Mathers
Em 1892, Mathers estava convencido que tinha contatado esses Chefes Secretos e que isso confirmava sua posição como cabeça da Golden Dawn. Ele declarou isso em um manifesto, quatro anos depois, dizendo que eles eram humanos e viviam na Terra, ainda possuiam terríveis poderes superhumanos. Ele usou esse status para fundar a Segunda Ordem da Golden Dawn, bem como o ritual de Adeptus Minor.

Astrum Argentum
Chefes Secretos (ocasionalmente "Chefes Secretos da A.'.A.'.") é o termo que Aleister Crowley usou para denominar essas entidades sobrenaturais (praeter-humanas) que conduzem o progresso da humanidade para fins que geralmente estão além da compreensão do homem mortal.

Crowley obteve o primeiro conceito de Chefes Secretos vindo da Hermetic Order of the Golden Dawn, cuja operação era justificada por autoridades destes. No entanto, o ocultismo do século XIX era cheio desses tipos de "mestres secretos".

Os Chefes Secretos estão pelo menos no grau de Magus e Magister Templi, e podem estar, ou não, na forma humana dependendo de suas próprias necessidades no momento, e são completamente desconhecidos ao restante da humanidade exceto em raras ocasiões em que estes verificam que faz parte do seu plano se revelar a uma pessoa.

Crowley declarou acreditar que as entidades Aiwass, quem lhe ditou o Livro da Lei, Ab-ul-Diz e Amalantrah que se comunicou com ele em outros trabalhos, eram todos "Chefes Secretos". No Magick Without Tears também disse suspeitar que um homem de seu conhecimento (o qual ele não conta) também era um Chefe Secreto.

A discussão inicial dos Chefes Secretos está no Magick Without Tears, capítulo 9, embora o termo apareça em muitas escrituras de Crowley. Nas suas "Confissões", Crowley freqüentemente examinou acontecimentos de sua própria vida em termos dos quais ele supôs terem sido planos dos Chefes Secretos.

Os Chefes Secretos são dotados de imensos poderes, chamados "Vibrações Ofidianas" (Ophidian Vibrations) que os possibilitam "insinuarem [a si mesmos] em quaisquer circunstâncias desejadas." (Magick Without Tears, 9:92) Estes poderes permitem aos Chefes Secretos "induzir uma garota a bordar uma tapete, ou iniciar um movimento político para culminar em uma guerra mundial; tudo em busca de algum plano sagrado além da competência ou da compreensão dos pensadores mais profundos e sutis." (Magick Without Tears, 9:92-93)

Hermetic Brotherhood of Luxor
A Hermetic Brotherhood of Luxor refere-se a um "Círculo Interno" de mestres eruditos que podiam ser contatados através da clarividência.

Na Teosofia
Os Mahatmas (literalmente, "Grandes almas") da Sociedade Teosófica foram um outro caso importante. Os "Mestres Revelados" de Johnson explora a possibilidade de que, ao invés de guias do outro mundo ou fontes fictícias de legitimidade, os Mahatmas Teosóficos eram pessoas históricas com quem Blavatsky se associava.

Maçonaria e Rosacruz
Possivelmente o exemplo mais antigo do conceito de Chefes Secretos é encontrado nos "Superiores Desconhecidos" (Superiores Incognitii) do Rito da Estrita Observância, um corpo Maçônico Templário fundado pelo Baron von Hund no meio do século XVIII. Alguns escritores (Kenneth MacKenzie, por exemplo) acreditava que os "Superiores" de Hund eram os Jesuítas. Ao mesmo tempo, entretanto, a Ordem Alemã Gold-und Rosenkreuz também se referira ao seus próprios Chefes Secretos misteriosos (Unbekannte Oberen).


Fontes

King, Francis (1978). The Magical World of Aleister Crowley.
Wilson, Colin (1987). Aleister Crowley: The Nature of the Beast. ISBN 0-85030-541-1
Crowley, Aleister. (1991). Magick Without Tears. Israel Regardie, ed. New Falcon Publications.
Crowley, Aleister. (1989). The Confessions of Aleister Crowley: An Autohagiography. Edited by John Symonds and Kenneth Grant. London: Arkana.
Godwin, Joscelyn, Christian Chanel, John P. Deveney. (1995). The Hermetic Brotherhood of Luxor: Initiatic and Historical Documents of an Order of Practical Occultism. York Beach: Weiser.
Johnston, K. Paul. (1994). The Masters Revealed: Madame Blavatsky and the Myth of the Great White Lodge. Albany: SUNY Press.
MacKenzie, Kenneth. (1877). The Royal Masonic Cyclopaedia. (reprint) Kila: Kessinger.
McIntosh, Christopher. (1997). The Rosicrucians: The History, Mythology, andn Rituals of an Esoteric Order. (3rd revised edition). York Beach: Weiser.

AUMGN Origem & Significado



Deveria ser vantajoso fazer um estudo meio detalhado da visualmente estranha palavra AUMGN, pois sua análise proporciona uma excelente ilustração dos princípios os quais o Praticus pode construir suas próprias Palavras Sagradas.

Esta palavra foi proferida pelo próprio Mestre Therion, como um meio de declarar seu próprio trabalho como A Besta, o logos do Æon. Para entender isto, precisamos fazer uma consideração preliminar da palavra a qual ela substitui e da qual ela foi desenvolvida: a palavra AUM.

A palavra AUM é o mantra sagrado Hindu o qual foi o supremo hieróglifo da Verdade, um compêndio do Conhecimento Sagrado. Muitos volumes foram escritos levando isto em consideração; mas, para nosso atual propósito, será necessário apenas explicar como isto veio para servir de representação do principal princípio filosófico dos rishis. Primeiramente, representa o curso completo do som. É pronunciada forçando a respiração de trás da garganta com a boca inteiramente aberta, através da cavidade bucal com os lábios moldados de forma a modificar o som de A para O (ou U), aos lábios fechados, quando se transforma em M.

Simbolicamente, isto anuncia o curso da Natureza procedendo da criação livre e sem forma, passando pela preservação controlada e dotada de forma, até chegar ao silêncio da destruição. Os três sons são harmonizados em um; e assim a palavra representa a Trindade Hindu de Brahma, Visnu e Siva, e a operação no Universo de sua energia triúna. Ela é, assim, a fórmula de um manvantara, ou período de existência manifesta, que se alterna com um pralaya, durante o qual, a criação está latente.

Análise Cabalística

Analisado cabalisticamente, a palavra possui propriedades similares:

A é o negativo, e também a unidade que o concentra em uma forma positiva. A é o Espírito Santo, o qual concebe Deus em carne sob a Virgem, de acordo com a fórmula conhecida pelos estudantes de The Golden Bough (O Ramo Dourado). A é ainda o “Bebê no Ovo” assim gerado. A qualidade de A é, então, bissexual. Ele é o ser original – Zeus Arrhenothelus, Bacchus Diphues, ou Baphomet.
U ou V é o filho manifesto. Seu número é 6. Refere-se, portanto, à natureza dual do logos como divino e humano; o entrelaçar do triângulo certo e do triângulo inverso no Hexagrama. Ele é o primeiro número do Sol, cujo último número▫ é 666, “o número do homem”.
(Nota: O Sol sendo 6, um quadrado 6x6 contém 36 quadrados. Nós dispomos os números de 1 a 36 neste quadrado, de modo que cada linha, coluna, e diagonal somem o mesmo número. Este número é 111; o total de todos é 666.)
A letra M exibe a término deste processo. Ela é “O Enforcado” do Tarô; a formação do individual a partir do absoluto é concluída por sua morte.
Nós vemos, desta maneira, como AUM é, em qualquer sistema, a expressão de um dogma que implica catástrofe na Natureza. Ela é cognata com a fórmula do Deus Assassinado. A “ressurreição” e “ascensão” não estão implícitas nisto. São invenções mais recentes sem a base necessária; elas podem ser descritas de fato como os fantasmas de Freud, conjurados pelo medo de encarar a realidade.