domingo, 16 de janeiro de 2022

Bruxa

Uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher antiquada, com nariz grande e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. Na época da Inquisição, estrangeiros fora da Itália ao ouvirem gritar brucia associaram a palavra com a ré. É inegável a conexão entre esta visão e a visão da Hag ou Crone dos anglófonos. É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos. Alguns autores utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia.


Algumas bruxas que antes adquiriram alguma notoriedade, como é o caso das chamadas Bruxas de Salém, a Bruxa de Evóra e Dame Alice Kytler (bruxa inglesa). São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, nos livros de Marion Zimmer Bradley (autora de As Brumas de Avalon, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra) ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice.


Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, que dentre as Bruxas que hoje nos acreditamos são os chamados Puckerel, muitas vezes tidos como espíritos guardiões da Arte das Bruxas, que habitam o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.


Diziam que as bruxas voavam em vassouras à noite e principalmente em noites de lua cheia, que faziam feitiços e transformavam as pessoas em animais e que eram más.


Hoje em dia essas antigas superstições como a da bruxa velha da vassoura na lua cheia já foram suavizadas, devido à maior tolerância entre religiões, sincretismo religioso e divulgação do paganismo. Gerald Gardner tem destaque nesse cenário como o pai da Religião Wicca, a religião da moderna bruxaria pagã, formada por pessoas que são bruxos/as mas que utilizam a "Arte dos Sábios" ou a "Antiga Religião" mesclada a práticas e conhecimentos de outras tradições. A classificação de magia como negra e branca não existe para os bruxos, pois se fundamentam nos conceitos de bem e mal, que não fazem parte de suas crenças, por isso, como costumam dizer, toda magia é cinza.


A Arte das Bruxas como era feita antes é chamada de Bruxaria Tradicional, ainda remanescendo até os dias atuais em grupos seletos, via de regra ocultos. Hoje também pode-se encontrar uma vasta quantidade de livros e sites que explicam a "Antiga Religião" mas geralmente se tratam de Wicca, pois os membros de grupos de Bruxaria Tradicional costumam preferir o ostracismo, revelando-se publicamente apenas em ocasiões especiais ou para que novos candidatos os localizem.


A etimologia da palavra é incerta, mas acredita-se venha do italiano brucia(queima), que vem do verbo bruciare(queimar) ou de brixtia, que vem do nome da deusa gaulesa Bricta. Há também uma possível relação com alguns vocábulos proto-celtas, como brixtom e brixtu, os dois com significados que envolvem magia ou feitiços. No passado céltico, os adeptos da Bruxaria, ainda no caso do Tablete de Larzac, denominavam o termo "bruxaria", no português(como descrito acima), por "Brixtia"(isto é, Bardaria), na língua céltico-francesa antiga. Conquanto, São Patrick, membro da Igreja Católica Céltica(ou 'Culdee'), da Irlanda medieval, ensinou uma oração Cristã, de caráter anti-pagão e anti-bruxesco, chamada "Eu Me Levanto Hoje: o escudo de são Patrick", onde Patrick fala em "Leis negras dos pagãos" em uma língua céltica como "Dubrechtu gentliuchtae", "Leis falsas dos hereges" em céltico como "Saebrechtu eretecdae", e "Encantamentos de bruxas e alquimistas ou ferreiros, e dríades ou druidas" em céltico como "Brichtu ban ocus gobann ocus druad"; isto é, a grafia céltica de "leis negras" e de "leis falsas" contém a palavra "brechtu", o que atesta que "brechtu" possui a denotação de lei ou doutrina, ao passo que, para referir-se às Bruxas em si, a palavra utilizada em céltico é "Brichtu", um termo intimamente associado à lei ou doutrina, de modo equivalente ao Tablete de Larzac ("Brictom") e ao Tablete de Chamalières ("Brixtia"), levando em consideração que, no irlandês antigo, a palavra "bricht" significa "encantamento ou fórmula mágica" e, no bretão antigo, a palavra "brith" significa "bruxaria ou magia", isso atesta que tais grafias, presentes em línguas célticas, constituíam-se a etimologia comum para os termos "bruxa" e "bruxaria" que, no caso desta etimologia-raiz, como já apontado anteriormente, para referir-se aos "Bryxs" ou "Bardos" ou "Aedos", isto é, quem havia conquistado um Grau Iniciático ou que possuíam Iniciação na Bruxaria, cuja Lei Hermética era aprendida através da memorização dos ensinamentos mágico-espirituais de forma poético-encantatória para a rememoração atávica destes.


História


À afirmativa de existência de bruxas à forma retratada em registros da Idade Média, incluindo histórias infantis que permaneceram em evidência até os dias atuais, admite-se uma ressalva: elas parecem ter existido apenas no imaginário popular como uma velha louca por feitiços enigmáticos, surgidas na esteira de uma época dominada por medos, quando qualquer manifestação diversa ou mesmo a crença na inexistência de bruxas da forma retratada pelas autoridades clericais era implacavelmente perseguida pela Igreja.


A feitiçaria já era citada desde os primeiros séculos de nossa era. Autores como o filósofo grego Lúcio Apuleio (123-170) fazia alusão a uma criatura que se apresentava em forma de coruja (Hécate) que na verdade era uma forma descendente de certas mulheres que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos.


Para os intelectuais, estes acontecimentos não passavam do imaginário popular, sonhos, pesadelos e, assim, recusavam-se a admitir a existência de bruxas. Porém, entre muitos povos não era assim: os éditos dos francos salianos falavam da Estrige como se ela existisse de fato. Os penitenciais atestavam a crença nessas mulheres luxuriosas. No início do século XI, Burcardo, o bispo de Worms, pedia aos padres que fizessem perguntas às penitentes no intuito de descobrir se eram seguidoras de Satã, (…) se tinham o poder de matar com armas invisíveis cristãos batizados (…) Se sim, quarenta dias de jejum e sete anos de penitências.


Até ao século XIII a Igreja não condenava severamente esse tipo de crendice. Mas nos século XIV e XV, o conceito de práticas mágicas, heresias e bruxarias se confundiam no julgo popular graças à ignorância. Eram, em geral, mulheres as acusadas. Hereges, cátaros e templários foram violentamente condenados pela Inquisição, tomando a vez aos judeus e muçulmanos, que eram os principais alvos da primeira inquisição (século XIII). Curiosamente, foi exatamente a partir da primeira inquisição que a iconografia cristã passou a representar o "Arcanjo Decaído" não mais como um arcanjo, mas com a aparência de deuses pagãos, como Pã e Cernunnos. Tal fato levou, séculos após, à suposição de que bruxas eram adoradoras do demônio, que, no principal livro cristão (Bíblia), relata que ele pode possuir diversas formas, portanto, relacionavam-no aos deuses delas. O uso alternativo do nome Lúcifer para designar o mal encarnado, na visão cristã, agravou a ignorância a respeito do culta das bruxas, uma vez que o nome Lúcifer, pela raiz latina, representa portador/fabricante da luz (Lux Ferre), inescapável semelhança ao mito grego de Prometeu, que roubou o fogo dos céus para trazê-lo aos homens.


O movimento de repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média, alcançou maior intensidade no século XV para, na segunda metade do século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria no norte da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira metade do século XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira metade do século XVII, diminuindo para 3 na segunda metade daquele século e para um único no seguinte. (Claude Gauvard - membro do Institut Universitaire de France).


Em 1233 o Papa Gregório IX admitiu a existência do sabbat e esbat. O Papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja.


Uma psicose se instalou. Comunidades do centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453) uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas às mulheres da região, de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a interrogatórios e torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes contra as crianças, e condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal. As que não confessavam eram, muitas vezes, linchadas e queimadas pela multidão, irritada com a falta de condenação.


Os tratados demonológicos e os processos de feitiçaria se multiplicaram, por volta de 1430, marcando uma nova fase da história pré-iluminista, de trágicas dimensões. Em 1484 o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. Em 1484 a publicação do Malleus maleficarum ("Martelo das Bruxas") orientou a caça às bruxas com ainda maior violência que obras anteriores, associando heresia e magia à feitiçaria.


A Inquisição, instituída para combater a heresia, agravou a turba de seguidores inspirados por Satã. Havia, ainda, um componente sexista. Os bruxos existiam, mas eram as mulheres, sobretudo, que eram queimadas nas fogueiras medievais.

Reinos de Quimbanda

O conceito de «reinos» na Quimbanda refere-se a zonas de poder ou pontos de força onde se acredita que existe uma grande concentração de energia, as quais se manifestam poderosamente, o que possibilita que os espíritos, os Exus e Pombagiras, também se manifestem com mais força. Existem espíritos que estão definitivamente conectados a determinadas zonas de poder, e há outros que apenas «respondem» nelas, que «comem» (quer dizer, que aceitam oferendas) naquelas áreas mágicas, mas não estão diretamente conectados a elas. E é nestas zonas de poder, portanto, que uma melhor conexão é estabelecida com estes espíritos. Um exemplo: os espíritos do Reino das Almas auxiliam as pessoas/almas que passam pelo processo de transição vida-morte; eles respondem melhor, portanto, onde essa transição ocorre: hospitais, igrejas com capelas funerárias, necrotérios etc.

Na medida em que o Chefe Império Maioral de todos os Infernos aumentou os limites de seu reinado através da obra dos Exus, as Pombagiras e os adeptos da Quimbanda, gradativamente uma classificação de reinos começou a ser estabelecida na tradição literária. Na década de 1950 Aluízio Fontenelle (1913-1952) apresenta dois Reinos e seus respectivos Povos: o Povo das Encruzilhadas e o Povo do Cemitério. Uma conformação inicial de estrutura dos reinos começou a se desenvolver a partir da ideia das Sete Linhas de Quimbanda apresentadas por Lourenço Braga em 1941: Malê (ou Malei), Almas, Cemitério (ou Caveiras), Nàgô, Mossorubi, Caboclos e Mista. Uma tradição literária nunca começa antes de seu corpo religioso. Disso inferimos que se em 1941 Lourenço Braga conformou essa estrutura de Linhas, é porque elas já eram estabelecidas nos terreiros e choupanas há muito tempo. Seja como for, não se sabe quando a partir da década de 1970, nem como ou onde, das Sete Linhas de Quimbanda desenvolveu-se a estrutura hermética dos Sete Reinos da Quimbanda.

Essa estrutura de Sete Reinos e Sete Povos respectivamente se alinha ao arcano do septenário hermético, ficando assim: Encruzilhadas, Cruzeiros, Almas, Matas, Cemitérios, Lira e Praia. De acordo com a casa ou tradição literária, cada um dos Sete Reinos comporta sete, nove ou mais Povos/Falanges. Não existe um consenso e assim como ocorreu na Umbanda – por conta da universalidade da cultura banto e que culminou em que cada casa/tradição conformou seu sistema e métodos – as choupanas de Quimbanda, suas famílias (ou tradições) têm estruturado sistemas ligeiramente diferentes, mas inteiramente convergentes. Um exemplo é a Quimbanda Mossorubi que divide os Reinos em: Encruzilhadas, Almas, Lira, Água, Terra, Matas, Trevas, Oriente, Africanos. Como sempre defendo, a cultura é um espírito vivo que se movimenta; muitas tradições afro-brasileiras e descendentes diretas destas se alimentam umas das outras: a força que na Quimbanda Mossorubi se manifesta como um reino completo com seus diversos povos, como é o caso do Reino das Trevas, na Quimbanda Nàgô se manifesta como um Povo dentro do Reino da Lira (em algumas casas dentro do Reino das Encruzilhadas), quer dizer, o Povo das Trevas.

E muito embora haja essa divisão energética e vibracional entre os reinos organizada de acordo com o septenário hermético, existe uma confluência vibracional intensa entre alguns reinos e isso é demonstrado nas ações de Exus e Pombagiras híbridos, quer dizer, que respondem em duas ou mais zonas de poder (i.e. reinos). Na Quimbanda Nàgô há uma relação estreita entre o Reino da Lira e o Reino das Encruzilhadas. Por outro lado, há uma relação estreita entre o Reino das Encruzilhadas e o Reino dos Cruzeiros. Eles podem ser compreendidos como «reinos complementares», um sendo a extensão do outro. Se a Encruzilhada é o ponto de partida, por isso é o primeiro reino, então o Cruzeiro é o caminho, por isso apresentado como o segundo reino na classificação septenária.

Diferente da tradição Mossorubi que opera com Nove Reinos, a Quimbanda Nàgô opera com Sete Reinos. Para um adepto que trabalha nessas duas tradições (Nàgô e Mossorubi), por exemplo, quatro Reinos da Quimbanda Mossorubi (Terra, Águas, Matas e Africano) e seus respectivos espíritos respondem todos dentro de apenas um dos Reinos da Quimbanda Nàgô, me refiro ao Reino das Matas. Da mesma maneira, todas as tradições das Sete Linhas respondem umas dentro das outras; a Linha dos Caboclos Quimbandeiros responde dentro do Reino das Matas na Quimbanda Nàgô e dentro dos Reinos Africano e das Matas na Quimbanda Mossorubi; da mesma maneira, as Linhas dos Caveiras e das Almas respondem dentro do Reino dos Cemitérios. Essa análise e descrição reflete o imaginário de um kimbanda nàgô, que pode convergir em seus ritos às práticas de outras linhas, quando passa a ser denominada «linha cruzada». Essa interação e confluência entre as Sete Linhas parece ter dado a ignição para o desenvolvimento hermético dos Sete Reinos, notada herança «cabulista».

No caminho de desenvolvimento e consistência do imaginário, cosmovisão e sistema mágico da Quimbanda baseado na cabalá septenária hermética, a intensa miscigenação cultural e influxo mágico das tradições que alicerçam a Quimbanda foram fundamentais na conformação dos Reinos. O Reino das Encruzilhadas é uma herança de òrìṣà Èṣú e de seu papel como Senhor dos Caminhos na cultura tradicional yorùbá; como este foi o primeiro Reino, a tradição diz que dele diretamente nasceu a Kimbanda Malê (ou Malei) e os espíritos que a compõem passaram a ser considerados «o alto comando do Povo de Exu» e por isso entende-se que essa Linha seja a cúpula de espíritos que regem e comandam os Reinos de Exu. O Reino dos Cemitérios desenvolveu-se a partir da confluência mágico-cultural entre as crenças religiosas do povo banto e o kardecismo; a prática tradicional católica de devoção às almas abençoadas do purgatório nas segundas-feiras inspirou a conformação do Reino das Almas a partir de reminiscências da Cabula, culto banto que convergiu malês, católicos e kardecistas. O termo «táta» na Quimbanda (e Umbanda) vem dessa convergência espiritual da Linha das Almas; aliás é correto dizer que as Sete Linhas de Quimbanda vêm diretamente da Cabula. 

Falando sobre as influências mágico-culturais na conformação dos Reinos da Quimbanda, é interessante notar aqui – e não deixar de significar sua importância – a ação do Espírito de O Livro de São Cipriano na formação da Quimbanda.

O catolicismo romano considera que as almas do purgatório são espíritos lamentosos que precisam de ajuda, negando a possibilidade de que elas tenham algum poder para ajudar a legião dos vivos. A corrente mágica transmitida pelo O Livro de São Cipriano aportou em nossa terra junto aos portugueses, o catolicismo e as bruxas ibéricas condenadas exiladas. O Livro de São Cipriano resgata um pensamento mágico do Mundo Antigo, de que os mortos podem ser convocados a se levantarem de suas sepulturas velhas para auxiliarem os vivos em suas demandas da vida. Na Antiguidade Clássica era o papel do «gōes» (feiticeiro) convocar através de lamentações fúnebres (goécia/goetia) os «nekydaímōn», i.e. os mortos sem descanso.

Quando eu menciono que toda Quimbanda é cipriânica, quero dizer com isso que a corrente mágica-faustina transmitida pelo O Livro de São Cipriano foi fundamental no estabelecimento de muitos fundamentos práticos presentes na Quimbanda – de todas as linhas. Um dos fundamentos práticos de influência cipriânica na Quimbanda (e Umbanda) é o trabalho mágico, místico e religioso com a Linha/Reino das Almas; outro, por exemplo, é a especialidade da Quimbanda Nàgô, o envultamento de fetiches e testemunhos (técnica muito conhecida no Vodu), uma prática presente na feitiçaria do Mundo Antigo greco-romano que foi preservada nas edições de O Livro de São Cipriano.

Então é possível ver uma evolução com o passar do tempo nos conceitos acerca dos Reinos da Quimbanda, concluindo que o desenvolvimento deles começou com a ideia das Linhas para depois incluí-las dentro dos Reinos e Povos de Exu e Pombagira.

A Quimbanda é filha da Pequena África, uma comunidade de escravos alforriados ou fugitivos remanescentes dos períodos colonial/imperial de várias etnias africanas, negros cristianizados, islamizados hermeticamente treinados etc. e um antro de capoeiras, cafajestes, prostitutas e pivetes na região portuária do Rio de Janeiro que buscavam e encontravam identidade e acolhimento cultural, local que se tornou o berço do samba, intimamente associado às casas de Macumba e de Candomblé no início do Séc. XIX. Foi na Pequena África que a «colcha de retalhos» da Quimbanda começou a ser costurada devida intensa descarga de energia e intercâmbio cultural, atuando como um «ponto de força» catalisador para conformação dos Reinos de Exu. A Pequena África como zona de poder, com bares, hotéis, bordeis, tráfico de drogas, comércios de todo tipo, centros e casas de religião, peregrinações e visitas turísticas etc., tudo isso com encruzilhadas, enseada, mata, cruzeiros, igrejas e cemitérios, movimentos energéticos de causas naturais e humanas, deu início a conformação da Quimbanda como a conhecemos, como se romanticamente a Quimbanda fosse filha da «Casa da Lira».

Lira é o nome dado a um dos Reinos da Quimbanda, assim nomeado em função do instrumento mágico-musical criado pelo deus Hermes de mesmo nome e que nos cultos órficos da Grécia Antiga esteve associado a Orfeu que, inconformado com a morte de sua esposa desceu ao Submundo e com sua voz e o som da lira que carregava encantou todo o mundo ctônico: a Roda de Exíon parou de girar, as pedreiras de Sísifo deixaram de oscilar, Tântalo se esqueceu completamente da fome e da sede, as Danaides descansaram de seu trabalho eterno e até Hades adormeceu. Após incansável obstinação em romper as trevas do Submundo em direção à luz, Orfeu retornou do mundo dos mortos. Esse é um mito com muitas camadas. A catábase de Orfeu é àquela mesma tradicional do xamanismo: o iniciado morre na contemplação do além sobrenatural e «encontrando-se», torna-se detentor do mistério. De posse do arcano, ele é transmitido a outros que, levantando-se das sombras para clareza da vida, preparam-se para imortalidade da alma.

Orfeu foi músico, poeta, profeta e o inventor da teologia pagã. Com sua lira ele encantava pássaros, feras e homens, colocando-os a dançar em êxtase ou acalmando-os em sono dopaminérgico. Celebrado iniciado nos mistérios, um Herói do mundo grego antigo, ele educava bestas selvagens a tornarem-se homens civilizados, levantando espíritos caídos e obscurecidos (ignorância espiritual) a se tornarem indivíduos luminares (clareza espiritual) no intuito de vencerem a obscuridade e de alcançarem a «imortalidade». É lá, entre os «Imortais» nos Campos Elísios, que Orfeu espera ao som de sua lira os adeptos de seu culto. Compreender Orfeu, o orfismo e os cultos dionisíacos é o melhor caminho para começar a se compreender o Reino da Lia.

O orfismo foi um conjunto de tecnologias espirituais que envolviam a dança e celebração da música, da poesia e da literatura como mecanismos de transe, êxtase, catarse e gnose que, embora alimentado por influências dionisíacas, pitagóricas e apolíneas, contrasta todas elas, porque as celebrações órficas tinham objetivos soteriológicos apenas, a busca pela transcendência das trevas em luz; por esse motivo Orfeu foi instruído a não olhar para trás quando caminhava para fora do Submundo. O «não olhar para trás» é o desapego que a alma deve ter em relação à escuridão e ignorância, despertando para luz. (Leve este conhecimento para seus despachos!) Homens que celebravam os mistérios órficos eram convidados a entrarem sem armas, quer dizer, vazios completamente do apego a transitoriedade do corpo e a experiência da corporificação para serem totalmente preenchidos pelos «encantos líricos inebriantes». Essa é a «fórmula mágica» do Reino da Lira, a festa, a dança, o canto e o frenesi para transcendência do profano e a admissão ao reino do sagrado. É isso que encontramos em uma gira de Quimbanda, o sabbath e as núpcias com o Canhoto! O Reino da Lira na Quimbanda, como o nome aponta, é órfico e ele o herda pelos arcanos mágicos que preserva através das ações dos Exus e Pombagiras da Lira.

O Reino da Lira é um dos Reinos mais surpreendentemente intrigantes. Ele poderia ser comparado a Opus do Atu XV, o Diabo do Tarot e a imagem do Bode de Mentes, o trabalho do Homem Negro do Sabbath. O Povo – Linha ou Reino dependendo da tradição – das Trevas está diretamente associado ao Reino da Lira, como seu aspecto sombrio e vampírico, representando a bestialidade desenfreada, a ignorância soberba de si mesma, o homem perdido em vícios diversos, drogas, sexo, álcool e diversões de todos os tipos. É por isso que na Quimbanda Lúcifer conecta-se diretamente ao Reino da Lira.

Na Quimbanda Mossorubi o arcano luciférico da vitória sobre a ignorância espiritual é representado no sincretismo entre Lúcifer e Exu Rei da Lira (vulgarmente conhecido como Sr. Sete da Lira), porque Lúcifer é a Luz que brilha na escuridão, a Chama Negra que crepita nas Trevas; a força logoidal que impulsiona a evolução humana, o Portador da Luz. É interessante salientar nesse ponto que as origens do Reino da Lira encontram-se na necessidade humana de evolução. Quando a consciência do homem desenvolveu-se ao ponto de filosofar e se civilizar, compor poemas, literaturas e magníficas obras de arte, enfim, «criar» (ação logoidal), nasceu o Reino da Lira. A mente e a natureza humana tateiam as escuras em dicotomia, pois junto ao impulso luciférico de busca pela sabedoria, em igual medida existe a busca desenfreada pelo cativeiro e escravidão dos sentidos apegados aos prazeres, vícios e impulsos desmedidos (ignorância), forças representadas pelo Reino das Trevas. Não vê aqui o Atu XV do Tarot, o Diabo? Sr. Sete da Lira na Quimbanda traz essa força da busca órfica pela luz, que é a conquista da sabedoria sobre a ignorância. Esse sincretismo ocorreu porque o Sr. Sete da Lira governa o Reino da Lira, cujas emanações luciféricas são contínuas. Sua força ígnea é terrivelmente visceral e ela se opõe a estagnação, a constrição, a escravidão e a servidão, sejam culturais, sociais, religiosas e interpessoais. A fórmula mágica do Reino da Lira é o retorno da obscuridade a luz pelo poder do êxtase, da gnose e da catarse.

Nesse ponto podemos voltar a Pequena África, o antro de capoeiras, cafajestes, pivetes e prostitutas que inspirou o Reino da Lira e a famosa Falange dos Malandros.

Os livros da tradição literária da Quimbanda no Brasil costumam mencionar a cidade de Lira no norte de Uganda na África como uma inspiração para o Reino da Lira na Quimbanda, uma vez que a cidade foi no passado e ainda é hoje um importante centro comercial. Como vimos anteriormente a Quimbanda como culto dos mortos envolve a estrutura da sociedade; por extensão seu trabalho mágico opera sobre essa engrenagem: o mundo das almas encarnadas e a relação que elas estabelecem com a Natureza, consigo mesmas e com seus pares. Vimos também que o Reino da Lira está diretamente conectado a necessidade humana de evolução, socialização, comunicação, expressão e fundamentalmente, harmonia e equilíbrio entre as partes, em conexão às virtudes ígneas solares que harmonizam a operação dos seis planetas herméticos: Terra, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter, o Sol sendo o sétimo. E finalmente vimos que o nome dado ao Reino da Lira é de inspiração órfica e envolve os mistérios do êxtase através da música, da dança e da arte, por esse motivo alguns o chamam de «Reino do Candomblé».

Mas a inspiração para conformação do Reino da Lira como o conhecemos hoje na Quimbanda está muito próxima de nós: a cultura que se desenvolveu na Pequena África na região portuária do Rio de Janeiro, local onde se aglomeravam africanos de muitas etnias e onde se estabeleceu muitos negócios: bares, hotéis, cabarés, casas de apostas, tráfico de drogas, terreiros e casas de religião, comércios de todo tipo etc., somado a muita diversão, regozijo e deleite dos sentidos e prazeres; um antro de boêmios capadócios (capoeiras malandros valentões e brigões) seresteiros, o «povo da lira» como eram chamados. Eles se aglutinavam para cantar, dançar e tocar nas ruas, fazer a segurança de personalidades políticas, prostíbulos, casas de apostas e de religião. Eram também acusados de serem trapaceiros e de cometerem crimes e jogatinas diversas. Com estes capoeiras, malandros cariocas, nasce a inspiração arquetípica do Povo dos Malandros no Reino da Lira nos domínios da Quimbanda.

No meu texto Os Reinos da Quimbanda eu menciono que o Reino das Matas é àquele que mais espelha a natureza do Chefe Império Maioral como útero e fonte dos Sete Reinos e todas as criaturas que apareceram, se desenvolveram e vivem nele, incluindo as duas humanidades, homens e mortos. Se o Reino da Lira está diretamente associado à necessidade humana de evolução, comunicação/interação e harmonia, o Reino das Matas está associado ao processo de evolução de todas as espécies e o desenvolvimento das capacidades e habilidades de sobrevivência e adaptação na Natureza. É o reino da pluralidade das formas e o desenvolvimento delas como espécie através do aprimoramento dos instintos e do homem como indivíduo pensante.

A Makaya é o reino que recebe as almas para a jornada da encarnação e por causa disso está diretamente associada à ancestralidade humana. Por esse motivo o Reino das Matas foi chamado também de «Linha Africana», fazendo referência às almas africanas, espíritos de xamãs e guerreiros que morreram em solo brasileiro. Algumas tradições sustentam que são reinos distintos, o das Matas e o Africano, mas de alguma maneira conectados, porque a Linha Africana não representa apenas a ancestralidade africana, mas a ancestralidade de toda humanidade. Em diversas culturas autóctones espalhadas pelo globo à comunicação com os espíritos ancestrais está associada a rochas e pedreiras, ao movimento dos rios, a brisa dos ventos ou ao sopé de uma árvore.

A Makaya é frondosa, abundante, soberba, gloriosa, gigantesca e cuja virtude é àquela da «expansão» e crescimento contínuo da vida em adaptação ao meio; trata-se de uma força jupteriana tamanha que deixa qualquer admirador estupefato.


Sete vela enterrei

Sete velas eu queimei

Acendi meu caldeirão e

Chamei Pantera Negra para a

Gira do Cramulhão.


NOTAS:


[1] Para um estudioso escutar essa expressão dentro do contexto da Quimbanda deve ser difícil, mas é inevitável: a Quimbanda brasileira é um amálgama de africanismo, brasileirismo e eurocentrismo. Existe hoje um movimento forte de reafricanização na Umbanda e na Quimbanda, combatendo a inserção de elementos europeus nos cultos. Embora isso seja positivo por muitos motivos, fundamentalmente o resgate cultural, o eurocentrismo fez parte da formação destes cultos e não há como fugir dessas raízes europeias. É interessante notar esse movimento cultural: enquanto a Umbanda embranqueceu o feiticeiro negro, alguns kimbandas e «makumbeiros» têm se esforçado por devolver ao negro os seus poderes e autoridade espiritual dentro dos cultos. Não há como fugir da ideia – e fato – de que ouve um embranquecimento deliberado na Umbanda. A maioria dos sacerdotes e chefes de terreiros de Umbanda é branca. Sobre a Árvore da Vida da cabalá hermética, em breve apresentarei um estudo iniciático entre os Reinos da Quimbanda e as sephiroth da Árvore da Vida, incluindo processos fisiológicos e transmutação alquímica.

[2] Como expus no texto sobre Exu Gererê presente neste site, as «linhas» de Quimbanda não são «vertentes» de Quimbanda, mas grandes agrupamentos primários de espíritos classificados segundo seus padrões vibratórios (frequência) e que respondem «dentro» das diversas «vertentes» de Quimbanda: Malê (ou Malei), Mussurobi, Nàgô, Almas etc. O que as «vertentes» de Quimbanda oferecem são as «chaves de acesso» a esses agrupamentos de espíritos que com o passar do tempo e instrução espiritual deles mesmos foram organizados em «reinos» e «povos». As «vertentes» são definidas, portanto, pela «maneira» como propõem os fundamentos e as chaves de acesso.

[3] Em uma discussão sobre esse tema, um tatá nganga mais antigo da tradição disse que o primeiro livro a conter a conformação septenária dos Sete Reinos foi a obra de Bàbá Osvaldo Omotobàtálá, Reino de Kimbanda. Nessa obra encontramos a seguinte ordem dos Sete Reinos: Encruzilhadas, Cruzeiros, Matas, Cemitérios, Almas, Lira (ou Candomblé) e Praia. Mas o autor diz logo no início do livro que ele se esforçou por compilar o maior número possível de informações para tecer sua construção do sistema, que ele mesmo diz ser uma aproximação a organização da Kimbanda. Há inúmeros erros no livro. O autor diz que o Grimorium Verum, um grimório vernacular salomônico do Séc. XVIII e que foi o manuscrito por trás da sincretização de Exus com demônios, é mais antigo que o descobrimento do Brasil. Para o autor, portanto, seria impossível estabelecer essa equivalência. Bom, se a questão é a crítica quanto a sincretização, há outros argumentos muito melhores. E muito embora ele tenha se esforçado por criar uma cosmogonia em que Exu, por incrível que pareça, tenha sido criado por Nzambi (o Deus Absoluto), a dinâmica cosmogônica dele é muito equivalente a demonologia cipriânica-faustina dos grimórios unida a mesma visão de Fontenelle onde Lúcifer, o Belo, decidiu reinar na obscuridade. Como em Fontenelle, em Omotobàtálá também Exu se rebela e a partir de si cria sete seres inferiores, os Reis dos Sete Reinos, da mesma forma que se estabelece a hierarquia infernal nos grimórios cipriânoco-faustinos. Eu falei desse tema no texto Os Sete Reinos da Quimbanda.

[4] A cabalá do número sete, para Sete Reinos e Sete Povos tem sido cogitada como a conformação mais ideal. Mas o Reinado de Maioral tem se estendido e novos Povos e Falanges têm surgido dentro dos Sete Reinos.

[5] A Cabula é um culto banto fundado no Espírito Santo, embora autores diversos discordem do local de sua fundação. Algumas famílias de cabulistas tinham adeptos maçons, convergindo muitos símbolos maçônicos utilizados por essas famílias no ritual de Cabula. De igual modo há autores que discordem dessa influência maçônica na Cabula. Seja como for isso foi transmitido de alguma forma a Macumba carioca e depois a Umbanda e Quimbanda.

[6] Veja meus textos Quimbanda Teurgia-Goetia e A Herança da Feitiçaria Ibérica na Quimbanda.

[7] Eu venho tratando com detalhes sobre ciprianologia, tradição cipriânica-faustina da magia e a influência cipriânica (ibérico-faustina) na Quimbanda em muitos textos em breve revisados disponíveis.

[8] Veja Humberto Maggi, Queen of Sevem Crossroads. Hadean Press, 2020.

Kimbanda - Uma Visão Geral

A Lei da Kimbanda vêm dos bantos, dos povos Angola-Congo.

A misturança ou ainda podemos dizer sincretismo entre o Exu-iorubá e os Ngangas e Tatás (almas de chefes kimbandeiros das nações bantas) foi o que deixou esse ar de confução no povo, que muitos até mesmo sendo “feitos na kimbanda”, não entendem, ou ó que é pior tratam-no de diabo.

Na verdade, o Exu da kimbanda não é o Exu-iorubá (orixá ou imalé dessa cultura). Os Espiritos que chegam na linha da kimbanda são espíritos de ngangas ou tatás, aquelos que encarnados na terra eram sacerdotes bantos adouradores de algum nkisi ou mpungu.

No Brasil, o culto aos npungus e nkisis à través dos seus mensajeiros – os ngangas – foi misturado na escravidão com o culto aos Encantados e aos pajés ( da cultura tupí-guarani ) e também com o dos iorubás, surgindo os siguintes novos cultos, fruto da miscelánea:


Macumba

Que vêm de “ma-kiumba” (espíritos da noite).


Foi assim chamado o mais primitivo culto sincretista no sul do Brasil (e o primeiro originado em Brasil), dada sua maior prepônderancia banto; é déla que descem os outros cultos afro-brasileiros com influência das naçoes Angola-Congo, Tupi-guarani, Nagô e a Igreja, nessa ordêm. A ração de se chamar makiumba (logo após por deturpação da palabra ficaria makumba ou macumba) foi justamente, porque é um culto que se faz na noite, onde deberiam-se chamar necesáriamente os espiritos da noite (almas de outros sacerdotes do culto – Eguns ou Ancestrais). No culto iorubano-nagô conhece-se e rinde-se culto aos Ancestrais-Egun, porém elos são afastados dos rituais aos orixás, tentando ter um contato com outro tipo de energias, isto ajudou, para que os rituais onde se chamabam eguns fossem menospreçados, pejorados e mal interpretados. Por outro lado, a Igreja também condenaba os cultos con influência indio-banto onde se fazia beberagem e supôstamente orgias.

Na verdade, as danças bantos eram no Brasil e ainda são na África bastante eróticas, e também é verdade que os Guias bebem e pitam, porém estão muito distante de ser uma orgia ou um beberagem.

Depois, quando os grupos de nações começan procurar sua identidade, dividem-se os principais compônentes da makumba, aparecendo: Candomblê de Angola; Candomblê de Congo; Candomblê de Caboclo ou dos Encantados; Catimbó; – todos elos em procura duma raiz cultural – y também, a finais do século XIX surgem da macumba urbana (onde tinhan muita participação os brancos pôbres e os descendentes de escravos) a Umbanda e a Kimbanda com influências para o Espiritismo e com muito sincretismo. Na kimbanda, permaneceu grande parte do culto aos ngangas da nação Angola-Congo, porém misturado com o diabo (pêlas influências dos mitos e tabúes dos proprios integrantes – que não tinhan conhecemento das orígems – ) e também embaixo do pé do orixá iorubá Exu.


Na África

Em terras bantas, muito antes de chegada do branco, já existia o culto aos ancestros (chamados depois no Brasil “guias”). Também era conhecida a palabra “mbanda” (umbanda) significando “a arte de curar” o “o culto pêlo qual o sacerdote curaba”, sendo que mbanda quer dizer “o Além – onde moram os espiritos”.

Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como “kimbandas” (ki-mbanda = comunicador com o Além ).

Quando chegam os portugueses e tem contatos com os reinos bantos, procuram comerciar com elos de um jeito pacifico. Mais tarde, o Rei do Kongo (manikongo) descendente do primeiro ancestro kongo divinizado o Tatá Akongo converte-se ao catolicismo, sendo que também fazem o mesmo todos os seus vasalhos. Pôde-se apreciar então que os negros bantos já na África são evangelizados por vontade própria, fazendo elos mesmos em suas terras sincretismos entre Santos e Nkisis. Porém uma parte banta não aceitou, nem adoutou a evangelização, sendo que tramaram uma revolução em contra do rei do Congo, mesmo ainda, para se mostrar opôstos ao branco e os Santos, adoutaram dizer que eram do Diabo. Esses povos bantos eram os Bagandas, Balundas e Balubas.

Ao tempo os Bagandas em revolta conquistaram a região de Angola e logo após quasi todo o reino congo (que estaba formado por vários reinos vasalhos). Um dos reis bagandas foi Ngola Mbandi, de onde provêm o nome de Angola.

Esses revolucionarios estabam apoiados pêlos grandes feiticeiros e guardiões das tradições bantas, sendo também que sua bandeira estaba formada pêlas côres da tribo dominante: vermelho e preto (muito depois seriam as cores de Angola).

Os Luba-Lunda, que ajudabam na guerra em contra do branco e os reinos congos evangelizados usaban como bandeira as côres vermelhas, pretas e brancas.

Debemos também dizer que depois de muito tempo de paz entre portugueses e congos, um dos descendentes do Rei do Congo para não perder o reino decidiu se-unir ao pensamento das outras tribos, pegando novamente seu nome africano e declarando a guerra em contra dos portugueses, se aliando com o resto dos povos bantos.

Por sua parte, os portugueses levaram-se milhares de escravos bantos para o Brasil, entre elos encontrabam-se partidarios dos dois grupos bantos: os evangelizados e os defensores das tradições. Este ultimo grupo, já no Brasil, siguiu sendo revoltoso, contrário a todo o que vinha do branco, e tambêm em parte “inimigo” dos escravos feiticeiros que sincretizaban os nkisis com os santos.


No Brasil

No periodo da escravidão, os bantos dos dois grupos (revolucionários e evangelizados) pegam contato com os grupos tupi-guaranis, existindo também entre os indios dois grupos afins aos grupos bantos: indios bruxos que não aceitabam os santos (se-identificando com o diabo) e os indios evangelizados que gostabam da idéia do sincretismo santoral. Esses grupos juntan-se para fazer suas magias por separado, e dizer, os negros bantos contrários ao branco e os santos com os indios bruxos; e os negros bantos evangelizados com os indios evangelizados.

Daí o surgimento de duas correntes paralelas e opôstas que seriam conhecidas no Brasil como Umbanda – o culto dos caboclos e pretos evangelizados; e a Quimbanda – o culto dos caboclos e pretos que não aceitaram viver em baixo do pé do Deus dos brancos, se aliando ao Diabo (inimigo do branco) e com Exu (aquele que também era olhado como um demônio).

Aliás, temos dizer que, com o passo do tempo, quando morrem os escravos dos dois grupos, são chamados e incorporados a través do trance por seus descendentes, ao principio na Macumba e logo na Umbanda . Porém, os espiritos chegabam todos num mesmo terreiro sem tanta diferenciação, e até se confundindo os grupos. Os descendentes de escravos o que menos queriam era de ser chamados satanistas ou macumbeiros, por isso votaram aos grupos revoltosos em baixo do pé dos grupos evangelizados e a Kimbanda ficou sendo uma sub-linha da Umbanda.

Porém os próprios Espiritos se encarregaram de fazer a separação e hoje em dia podemos dizer sem lugar a dúvidas que existem duas religiões paralelas e diferentes: a Umbanda – onde chegam os Espiritos Guias dos Pretos e Caboclos evangelizados, vestidos de branco, humildes, que acreditam nos santos e os orixás, onde não se faz sacrificios de animais, que não fazem o mal, etc. E a Kimbanda – onde chegam os Espiritos Guias dos Pretos e Caboclos que trabalham para bem ou mal, com sacrificios de animais, lujo, orgulho, revolução e que não acreditam nos Santos da Igreja, defensores de tudo o que seja africanismo, e aceitam aos orixás e nkisis.

Cabe dizer, que os seguidores das distintas ramas da umbanda, adoutam e adaptam as duas linhas (umbanda-kimbanda) segundo os preceitos e as influências maioritarias da sua Casa de Religião. Por exemplo, aquelos que fazem Umbanda Branca (sem sangue) votam a kimbanda em baixo da mesma e para os Exus tampouco matam. Aquelos que fazem culto aos Orixás iorubas e também practicam Umbanda, dadas as influêcias iorubanas, olham na Umbanda como na Kimbanda um culto aos ancestros (ou Linha de Almas) submetidos aos Orixás, fazendo para os ancestros rituais de sacrificios (principio fundamental dessa cultura).

Hoje em dia podemos dizer que a Kimbanda se liberou da Umbanda, existindo um culto separado só prá Exu da Kimbanda e fora do contexto umbandista.


1) Reino das Encruzilhadas

Que sendo chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas, goberna tudas as pasagens dos Exu que ali trabalham. Sua função principal é abrir os caminhos para os outros Guias chegarem e também para os filhos e fregueses.


2) Reino dos Cruzeiros

Chefiado por Exu Rei dos Sete Cruzeiros e Pombagira Rainha dos Sete Cruzeiros, goberna tudas as pasagens dos Exu que trabalhan nos cruzeiros (não confundir com encruzilhada).


3) Reino das Matas

Chefiado por Exu Rei das Matas e Pombagira Rainha das Matas. Goberna todos os Exu que trabalham nos verdes ou locais que tenham árbores a excepção do Cemitério, que pertence a outro reino.


4) Reino da Kalunga Pequena (Cemitério)

Gobernado por Exu Rei das Sete Calungas ou Kalungas e Pombagira Rainha das Sete Kalungas. Esses Exu tambêm são chamados pêlo nome de Rei e Rainha do Cemitérios. Geralmente quando diz-se “calunga” nas giras de kimbanda é para nomear ao cemitério. Trabalham neste reino todos os Exu que moram dentro dos cemitérios exclusivamente.


5) Reino das Almas

Chefiado por Exu Rei das Almas Omulu e Pombagira Rainha das Almas. Eles também são conhecidos pêlo apelo de Rei e Rainha da Lomba, porque gobernam todos os exu que trabalham em locais altos. Porém, os Exu deste reino também trabalham em hospitais, morgues, etc.


6) Reino da Lira

Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblê (ou Rainha das Marias). Seus apelos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pêla dança, a musica e a arte ( lira e candomblê). Dentro do reino da Lira, que tambêm as veces é chamado “reino do candomblê” não pêlo culto africanista aos orixás, sinão por ser issa palavra sinônimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exu que tem que ver com a arte, a musica, poesia, bohemia, ciganeria, malandragem, etc.


7) Reino da Praia

Gobernado por Exu Rei da Praia e Rainha da Praia. Dentro dele encontram-se todos os Exu que trabalham nas praias, perto d’agua o ainda dentro dela, podendo ser salgada ou doce.


Chamada de Pombagira, Bombogira, Exu-mulher ou ainda Bomobonjira é conhecida a Entidade feminina da kimbanda. Esta forma de chamar para Ela é sem lugar a dúvidas pêla influência banta (Angola). A Entidade banta Aluvaiá-Pombagira foi então submetida à Entidade iorubana Exu, sendo colocada como sua mulher.

Em kimbanda, debemos dizer que a Pombagira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos iorubas. Ela pôde ter muitos maridos, que tornam-se seus “escravos” ou empregados. Na conceição da kimbanda, tudas as Entidades são duplas, é dizer, cada uma delas pôde se apresentar em baixo da apariencia de homen ou mulher. Por seu lado, os Exu-homens pôdem ter muitas mulheres, as quais passam a ser suas escravas ou empregadas. É muito comum usar o número 7 (sete) para dizer quantas mulheres ou homens pôde ter uma Entidade, isso é assim, por ser um numero cabalístico e mágico.

Cada Exu-homen da kimbanda tem sua parte feminina ou contrapartida, que na verdade são a mesma Energia em baixo de apariências distintas, temos assim:

Exu Rei das Encruzilhadas / Pombagira Rainha das Encruzilhadas; Exu das Matas / Pombagiras das Matas; Exu Giramundo / Pombagira Giramundo; Exu do Cravo Vermelho / Pombagira da Rosa Vermelha; Exu Mulambo / Pombagira Maria Mulambo; Exu Sete Capas / Pombagira Sete Saias; Exu 7 Estrelas / Pombagira 7 Estrelas; etc.

Cada pessoa têm pêlo menos uma parelha de Exu que age e mora perto dela desde o dia do nascimento. Que um homen tenha como Guia uma Pombagira ( que incorpore nêle ) não quer dizer que ele vai-se tornar homossexual, ou vai mudar seu gôsto pêlas mulheres, como muitos pensam; nada disso, ele vai seguir sendo o mesmo homen de sempre. O mesmo é para as mulheres que tiverem um Exu. Isso é para os casos onde puxa-se somente uma das duas Entidades da kimbanda que possui cada um como minino, pois existem muitas casas onde são puxadas as dois (Exu-homen e Pombagira), sendo que tampouco Elos vão influir na definição sexual da pessoa. O que acontece é qui muitos se aproveitam para votar as culpas em Exu. Pode acontecer também que alguma pessoa tenha duas pombagiras e dois exus, uma parelha de exus que estaba submetida aos espiritos evangelizados e que logo após foi liberada, e uma parelha de exus que se apresentou sem estar em baixo do comando da umbanda.

Quando incorporada no cavalo, a pombagira mostra-se quase sempre bonita, feminina, amável, elegante, sedutora, mais também tem vidência, é certera e sempre têm algum conselho para aquelos que estam sofrendo por um amor.

Ela gosta das bebidas suaves: vinhos dôces, licores, cidra, champagne, anis, etc. E gosta dos cigarros e cigarrilhas de bôa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anels, brincos, pulseiras, etc.

Sendo que existem muitos milhares de pombagiras, e que cada uma tem sua propia pessoalidade, torna-se muito dificil uma descrição geral.

Suas oferendas levam ovos, maçãs, morangos, perfumes, pentes, espelhos, flores (especialmente rosas – nunca botões), bebidas, cigarros, etc.

As principais pombagiras em ôrdem jerarquica são as correspondentes aos sete pasagens da representação feminina de Exu Rei, Pombagira Rainha, após temos 63 pombagiras chefas, sendo cada uma delas a contrapartida de algum dos Exu chefes que já apresentamos na parte onde falamos dos povos de Exu.

As funções principais de Pombagira es ajudar para os seus em todos os casos de amor, mais também é usada a sua força para desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar doenças varias.


Kimbanda


Pessoas mais próximo ao plano seres espirituais terrenas, com todos os costumes e vícios condenados a vagar pelo espaço, surgindo na Umbanda como “Lexus”, que geralmente aparecem como “almas que sofrem” a serem doutrinados, revelando uma forte influência espiritismo kardecista.

As manifestações destas entidades ocorrem em cerimônias ou reuniões que são chamados de “kimbanda ou linha vermelha”. Ambos Exu (homem) e Pombagira (mulher) dependem de seus respectivos chefes de legiões e falanges, supervisionados pela mesma “Bara” (San Antonio no sincretismo religioso).

Dividido em dois “povos” Exus de “Povo da Calunga” (cemitério) cuja cor nas roupas dos médiuns, guias ou colares de protecção e velas, é preto e branco e “Povo da Encruzilhada” (ruas), onde em os itens nomeados cor predominantemente vermelho e preto.

Segundo a mitologia, Exu era o nome próprio de um Orixá, assistente e companheiro de Omulu, senhor da peste, varíola e da morte. Em kimbanda, Exu Caveira, Exu Ganga, Exu das Sete Cruzes, Exu Tiriri, Exu Capa Preta, ou manifestação feminina Exu Maria Padilha, Exu Sete Saias, Pombagira das Almas, Exu Cigana, Exu Maria Mulambo, – para citar os mais Popular – permanecem assistentes Omulu, ou seja, um Orixá. Durante as visitas às casas de religião muitas vezes ter ouvido meus próprios colegas ou a participar de uma mesma sessão o seguinte comentário de pessoas, instituições Umbanda linha branca (Caboclos) são bons, mas as entidades Linha Vermelha (Lexus) são ruins, este é um ponto que eu gostaria de esclarecer, para eles um espírito é bom, se não são os homens “hostis”, “ruim” se estiver.

O Exus como ensinar as tradições e experiências, são hostis, pode machucar: daí o seu “mal”, mas tenha cuidado, porque um Exu bem doutrinado com um meio devidamente encaminhado no prazo de leis religiosas, pode ser a ferramenta assistência eficaz de um paroquiano que vem consultar essas agências para problemas materiais ou espirituais.

Entidades especialistas para executar trabalhos ou manchar a feitiçaria ou magia negra, cultuado casa aberta durante todo afro-americano cultos, o zagueiro e custódia terreiro (templo), geralmente localizado na entrada principal, onde você oferendas de velas, charutos, bebidas e refeições . Ofertas para deixar dependendo de sua afinidade e Exu questionada, pode ser a margem de um rio, no adro da igreja, uma encruzilhada, floresta, selva, etc, etc

Se uma pessoa vem para a Lexus “para o mal”, não umbandista já não afirmam que é um pecado, um pecado que deve, necessariamente, ser purgado karmicamente.

Para muitos tema kimbanda é conflitante e comentar sem saber, ou ter conhecimento da verdadeira raiz dessa prática religiosa, eu pergunto:

Vai ser no mundo materialista e pecaminoso em que vivemos é o desejo mais forte de perguntar, bem essas entidades que trabalham para os pobres? Porque o mal atribuído a uma entidade que só impõe a ordem, em troca de um presente? Quem é o culpado? Exu e Pombagira?

Todos aqueles que em algum momento têm a oportunidade de estar em uma instituição Kimbanda, lembre-se sempre … não abortar o seu Karma, ou da entidade.

Procure usar este imenso poder para o bem.

Magno Oliveira.


Kimbanda

Existen dos tipos principais de “kimbanda”:


a) Línea de kimbanda o Exu de Umbanda

b) Kimbanda Angola ou “Exu de Alto Astral”


a) Linha kimbanda ou Umbanda Exu – que estão sob o comando do Supremo Umbanda (Cabloclos, Pretos, etc), no processo de evolução, e não sacrifícios de animais e são parte integrante da Umbanda, sendo que não há ” taxa de prontidão “especial para essa linha, mas que é feito em conjunto (todas as linhas de Umbanda). A pessoa recebe o título de Chefe ou Cacique de Umbanda. O culto Exu aqui não está separado da Umbanda, mas é o seu “mensageiro”, o que gostaria de fazer uma sessão uma vez por mês, pelo menos, e separadamente das outras instituições “direito”. Os elementos são considerados Esquerda ou Mal (isto é baseado em sincretismo), por isso é pelo menos possível chamada.

b) Kimbanda Angola ou “Exu de Alto Astral” – que não estão sob o controle das instituições da Umbanda, mas seria subordinado a Nkisis ou forças da natureza diretamente. Mix de Yoruba rituais aqui com o culto dos antigos praticados pelas nações Angola-Congo. A fusão entre a Umbanda Exu com este tipo de resultados ritual no que é conhecido principalmente no sul do Brasil, Uruguai e Argentina, como parte de “Exu de Alto Astral”, ou simplesmente Kimbanda onde você mal consegue separar um tipo de quimbanda outro olho. Os bezerros, caprinos, ovinos, aves, etc Neste tipo de obrigações Kimbanda, como sacrifícios de animais são feitos São necessários pelo menos sete (7) obrigações “quatros” para adquirir o grau de Chefe de Kimbanda Kimbanda ou Nganga, além de conhecimento deve adicionar a pessoa durante esses anos. CULT ISTO NÃO está subordinado a UMBANDA, portanto, há vários graus de iniciação e obrigações que nada a ver com isso têm (Na Umbanda tradicional animais) não são sacrificados.


EXU Rei das Sete Encruzilhadas


Esta entidade é apresentada como um homem idoso com a pele escura, olhos castanhos e barba vermelha grelhada. Traga a metade do seu corpo (o lado esquerdo) queimado, com a perna esquerda não funciona bem, isso é muito comum que se baseia em uma bengala. Não deve ser confundido com Seu Sete Encruzilhadas (Exu das Encruzilhadas 7), porque tem um tipo mais novo de apresentação.

Prefere bom uísque potável de qualidade e fumar charutos grossos, sua voz é rouca, forte e profunda. Quando é expressa numa forma, também como azeitonas.

Seu olhar é insustentável e quando alguém parece destinada a atravessá-lo, sabendo seus segredos mais íntimos. As pessoas que o conhecem imediatamente notar alguma autoridade nele e respeitá-lo.

Divide-se em passagens que enviou ao mundo para transmitir suas mensagens através de seus cavalos (médiuns), sendo que isto acontece com todas as outras entidades Kimbanda. Suas roupas são quase sempre vermelho-preto, com acabamento branco e às vezes traz tons dourados (quando fora da Encruzilhada da Lira), prefere a capa e chapéu. Gostaria de trabalhar com pequenas sessões públicas que tenham força espiritual, onde neles se concentram são os melhores para dar o melhor de si. Não importa a quantidade, mas a qualidade eo resultado da cerimônia.

Em sua última encarnação foi um banto tatá Nganga, que foi trazido para o Brasil como escravos. Ele começou a chegar na Umbanda, como um “exu de baixo” e foi levantado para “alto” quando os sacrifícios apropriados foram feitas na Kimbanda.


Quando perguntado por que ele chamou de “da Lira” respondeu:

“Lira é uma cidade Africano, é nas fronteiras orientais do Reino Baganda, eu venho de lá …”

Tem um sério, simpático e tranquilo, mas também pode ser enérgico e com raiva quando algo não gosta. Ter prazer em ensinar e doutrinar, por isso é sempre trazendo dúvida para quem faz perguntas, desde as perguntas mais incomuns, como “por que há estrelas …” até os mais comuns como “quero saber se meu marido está me traindo. .. ”

Apesar das Exu Rei 7 Encruzilhadas para se colocar em um lugar privilegiado por alguns autores (que escreveu muito subjetividade), ele diz que não é o absoluto kimbanda Rei, mas é apenas um dos diretores.

É rígido e severo quanto a seguir as tradições e rituais são cumpridos passo a passo como deve ser, porém, como todos “exu” está aberto a mudanças, ativado e inovações, desde que o mesmo pode ser feito por Exu possuir.

Exu Rei 7 Encruzilhadas Umbanda, kimbanda trabalhando Baba disse Osvaldo Omotobàtálá. Baba Osvaldo em kimbanda si recebe Exu Rei Cigano 7 Liras.

Seu objetivo é comandar o Reino de Encruzilhadas cujos membros atuam principalmente como ligantes especiais entre todos Exu.

Subdivide-se enquanto em outras passagens que estão chegando nos meios, por exemplo:


Exu Rei das 7 Encruzilhadas da Lira

Exu Rei das 7 Encruzilhadas da Kalunga

Exu Rei das 7 Encruzilhadas da Lomba

Exu Rei das 7 Encruzilhadas da Mata

Exu Rei da Praia das 7 Encruzilhadas


EXU Veludo


Este Exu, vem da costa oriental de África, era swahili (ARABIZED preto). Use um turbante na cabeça, e rico pano de veludo trazido do Oriente, que lhe valeu o apelido de Kimbanda “Veludo” (veludo – em Português). Dada a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e que lhe estão associados. Isso não significa que ele não funciona com os ciganos, ao contrário, tem mesmo uma passagem ou caminho é apresentado como um.

Têm muito conhecimento sobre magias que são feitas com tecidos, tesouras, agulhas e outros ingredientes pemba. Estradas abertas e trabalho negativo limpo feito em cemitérios. Como o bom whisky e grossos charutos.


Algumas das formas são:


Exu da Meia Noite Veludo

Exu Veludo Cigano

Exu Veludo 7 Encruzilhadas

Exu Veludo Menino (Veludinho)

Exu Veludo 02 de julho Cruzeiros

Exu das Almas Veludo

Exu Veludo dos Infernos

Exu Veludo da Kalunga

Veludo Exu da Praia

Exu Veludo do Oriente

Exu Veludo Sigatana

Exu Veludo do Lixo


EXU MEIA NOITE


A Noite Exu da Meia sabemos era descendente de escravos negros que viviam em Minas Gerais. Sua especialidade é a de praticar feitiços ou trabalhos são realizados sob a influência dos planetas, as estrelas e suas posições. E ele prefere, como o nome indica, não trabalhar ou receber oferendas a meia-noite, mas não marca o relógio, mas a magia, que é calculado dividindo as horas do dia, quando não há luz solar e encontrando apenas sua metade.

Gosto de beber uísque e fumar charutos. Seu vestido é de cor negra, com alguns tons de vermelho. Terno preto, chapéu e às vezes traz uma camada.


Algumas das formas são:


Da Meia Noite Exu Kalunga

Exu Meia Noite das Almas

Exu Meia Praia da Noite

Exu Meia Noite do Mar

Exu Meia Noite do Oriente

Exu Meia Noite das 7 Encruzilhadas

Exu Meia Noite da Capela

Exu Meia Noite do Cruzeiro

Exu Meia Noite da Mata


EXU CIGANO


Este, como o nome indica, se manifesta sob a forma de um cigano. Quando eu morava era um cigano árabe, que veio como escravos para o Brasil junto com um contingente vindo da África Oriental. Seu nome em vida era Hassam. Como o primeiro cigano começou na religião afro-brasileira, que se reuniu em cativeiro com os outros escravos, obteve o privilégio de ser o comandante de todos os outros ciganos começou, e é, portanto, o chefe da aldeia cigana. Então, quando ele começa a aparecer, pela primeira vez no início de Macumba, Umbanda e, finalmente, no “Exu High” é divulgado como “Cigano L’eru”, que significa “escravo cigano que foi” dar para entender que era um dos que veio primeiro.

Sua roupa é feita de tecidos coloridos, turbante e bombachudo estilo árabe. Sendo um dos poucos ciganos (homens) são apresentados desta forma, já que a maioria vem com chapéu de feltro, lenço, calça, camisa e colete; pois são muitos ciganos mais recentes no tempo.

O outro Exu se manifesta como ciganos, quase nunca são chamados “ciganos”, mas geralmente são Almas de Ciganos começou no culto, mas venho em nome de qualquer outro Exu do Alto Comando, por exemplo, Exu Corcunda Cigano.


Algumas das estradas são ramos onde se pode obter vários Roma:


Exu Cigano do Oriente – O que vem da África Oriental, Arábia e outros países asiáticos.

Cigano faz Exu Circus – O trabalhador – como o nome sugere – nos circos e em todos os locais de diversão pública são feitas.

Exu Cigano do Pandeiro – O que vem com um pandeiro na mão, bom dançarino, tem um estilo turco.

Exu Cigano Caló – que representa a Roma, que veio ao Brasil a partir de Portugal, Espanha e França.

Exu Cigano da Praça – Aquele que se envolve a buscar oportunidades nos mercados, feiras e parques, fazendo negócios.

Exu Cigano Romanó – Quando apresentado como um cigano vindo de qualquer um dos países da Europa Oriental.

Exu Violino Cigano fazer – Essa é a passagem em que pode tocar violino, sendo um cigano romeno.

Exu Cigano da Lira – Isso refere-se a dois conceitos: a) se trata de uma cidade Africano chamado Lira e era originalmente um ponto de encontro entre várias raças ao comércio; b) que está escrevendo músicas qualificados, cantando e tocando vários instrumentos.

Exu Giramundo Cigano – Isso não deve ser confundido com “Exu Giramundo-cigano”, pois Cigano Giramundo Exu é uma passagem que mostra Cigano sob o aspecto de andarilho apontava em sua carroça viajando de cidade em cidade. No entanto, Giramundo-cigano é a representação de Exu Giramundo através de uma passagem como cigano.

Exu Cigano fazer Garito – O trabalho nas casas de jogo ilegal. Devemos notar que “den” é uma palavra cigana.


Ainda há muitas sub-ramos derivados de passagem precoce e outras passagens.


RESUMO


Exu Angola – Pertencente ao do povo Cativeiro das Almas.

Exu Cobra Preta – Uma empresa Povo das Cobras que trabalha dentro do Reino das Matas.

Exu Come-Fogo – Round perto dos crematórios e pertence ao forno do povo.

Exu Coquinho dos Infernos – Isso faz parte do grupo de Povo DOS Infernos (dentro do Reino da Lira)

Exu da Estrada – Que trabalha nas estradas e rodovias (Cruzeiro do povo da Rua)

Exu da Lama – tem a responsabilidade onde há fogo e faz parte do Povo do Forno.

Exu Dalva – Ela pertence a Cruzeiro do Espaço do Povo. Gosta de trabalhar quando está amanhecendo e recebe oferendas em terrenos abertos.

Exu do Ar – Funciona sob o comando de Exu dos Ventos.

Formiga Exu – A empresa Povo das Campinas, se esconde perto de formigueiros, onde tenta uma de suas comidas favoritas: formigas.

Exu Gato – preferem trabalhar nas encruzilhadas dos montes.

Exu Gerere – O trabalho no mar, pertence ao povo dos pescadores, de fato, seu nome significa “vermelho” na língua Bantu.

Exu Time-Grande – Outro nome usado para se referir a Exu Meia-Noite.

Exu Kolobo – Trabalhando em cemitérios e ataques com doenças, pertence ao povo de mirongas.

Exu Lalu – Trabalho em praia Encruzilhadas sob as ordens de Exu Mirim.

Exu Limpa-Trilhos – caminhos de carreira em abertura de estradas trens, pertence ao povo da Encruzilhada de Trilhos e seu supervisor é Exu Marabô.

Exu Mangue – vive em pântanos, por isso às vezes é chamado de Exu do Pantanal, pertence ao Povo de lama.

Exu Pinga-Fogo – Pertencente a dois Fornos Povo ou do Fogo (itens Vila Fogo)

Exu Relâmpago – Work in Povo da Encruzilhada do Espaço (pontos cardinais), sob as ordens de Seu Sete Gargalhadas.

Exu Sete Horas – Matéria de Cruzeiro do Espaço do Povo.

Exu Tira Toco – Funciona florestas de eucalipto para o mar pertence ao Povo da Praia da mata ..

Tranca-Exu Gira – Trabalho em cruzeiros sob as ordens de Exu Tranca Tudo.

Pombagira da Terra – Trabalhos em cemitérios.

Pombagira Rosária – Trabalho em mercados e feiras.

Pombagira Sete Folhas – Uma empresa Povo Das Arbores e trabalha na entrada dos montes.


Kimbanda


A Quimbanda, também conhecida popularmente como macumba, quimbanda (ou kimbanda) nunca deve ser confundida com a Kiumbanda (magia negra), pois está presente na Umbanda desde a sua fundação pelo médium Zélio Fernandino de Morais, já que o mesmo admitiu ter um Exu como guia por ordens de seus guias.

A Quimbanda é onde atuam os Exus e Pomba-Giras (também chamados de “Povo de Rua”), eles fazem uso de forças negativas (isso não significa malignas), muitas vezes estão presentes em lugares onde possa ter Kiumbas (obsessores-seres malignos), em portas de templos religiosos de qualquer espécie, cemitérios, encruzilhadas, ruas e estradas.

São os responsáveis pela segurança das pessoas, eles te ajudam a se proteger de espíritos obsessores, mas você também deve fazer sua parte, evitando desequilíbrio emocional, excesso de bebidas alcóolicas.

Ao contrário do que muitos pensam, na Quimbanda não é feito entregas (oferendas) com animais, sangue ou qualquer coisa do gênero, já que ao ser feita uma entrega com carne ou sangue a oferenda é cercada por kiumbas.

Uma entrega para um Exu contém farofa de milho, cebola e pimenta (basicamente), podendo conter outras ervas e temperos, além de alguma bebida que geralmente é cachaça, uísque ou conhaque.


Kimbanda

O que é Quimbanda / Kimbanda?


A Quimbanda ou Kimbanda não é simplesmente mais uma das linhas existentes dentro dos cultos afro-brasileiros, suas influências não são somente Bantu, Nagô e Yorubá, também abrangem em larga escala vários aspectos da Religião Indígena, Católica,  o Espiritismo moderno, a alquimia, o estudo da natureza fundamental da realidade e Correntes Orientais.

É importante lembrar que o sincretismo entre Exu e o Diabo existe, salvaguardando várias confusões ao verificar que atualmente muitas pessoas pensam que a Quimbanda é um culto satanista, tendo aquele sentimento de dualidade aonde as pessoas vêem o bem e o mal em uma luta eterna confundindo a figura do Diabo com tudo de ruim sem lembrar que Ele já teve seu martírio e foi vencido por Deus que é Quem determina o espectro e a liberdade de suas ações desde o princípio dos tempos.

O conceito de polaridades, positiva e negativa não se encaixa no plano material, aonde não quer dizer o mesmo que atitudes, positiva e negativa, principalmente tratando-se de energia pura. É como disse o sábio preto velho Pai Maneco, falando da importância dos Exus, apontou uma lâmpada e disse: Aquela é resultado do perfeito encontro entre o positivo e o negativo.

É bom deixar claro também que o Exu da Quimbanda não é o mesmo Exu do Candomblé aonde ele é um Orixá menor da cultura Yorubá, o Exu da Quimbanda é geralmente um Egum sendo que na maioria dos casos é a Alma de alguém que pertenceu ao culto, conscientemente ou não, e agora trabalha como mensageiro dos Orixás, como Exu, mais ou menos o mesmo que ocorre em outras Linhas e Bandas dedicadas a algum Orixá, por exemplo como na Linha de Ogum trabalham Espíritos de Índios e Negros que em vida foram guerreiros, usaram espada e de alguma forma pertenceram ao culto, como sabemos que Seu Ogum Sete Espadas e Ogum Sete Ponteiras do Mar não são o mesmo que o Orixá maior Ogum.

Os Espíritos, Exus, com os quais estamos tratando tiveram em sua maioria encarnações aqui na Terra em finais do século XIX e princípios a meados do século XX, daí vêm as suas vestimentas e a forma de seu comportamento.

Ainda na questão do sincretismo é muito importante frisar que os autores que até hoje discorreram sobre o assunto usaram um organograma básico para apresentar o que muitos pensam ser a verdadeira organização hierárquica da Quimbanda mas é somente a cópia de um livro antigo de evocação e cultos diabólicos da cultura ocidental que fala sobre os demônios, suas hierarquias e poderes, o Grimorium Verum.

Considerando que este livro já existia muito antes do descobrimento do Brasil e que a Quimbanda como conhecemos é uma religião brasileira afirmo que é errado basear-se neste organograma como base para estudarmos este assunto porém não devemos esquecê-lo pois os Exus, como nós, tiveram já várias encarnações, alguns inclusive viveram nos primórdios da nossa civilização como por exemplo Exu Tata Caveira que foi um Sacerdote no Egito antigo ou inda mais longe Exu Caveira que a 30.000 anos atrás era um nômade bruxo e curandeiro, outrora estes Espíritos já trabalharam no plano astral nesta mesma Linha e alguns até ajudaram a escrever o Grimorium.

A Umbanda não vive sem a Quimbanda, como a árvore não vive sem a copa ou sem a raiz, então com base em estudos e prática na Quimbanda podemos afirmar que o culto como o conhecemos é o mesmo praticado na maior parte dos Terreiros de Umbanda do Brasil que para obterem equilíbrio em seus trabalhos cultuam as Sete Linhas da Umbanda e as Sete Linhas da Quimbanda, desta forma podemos discorrer aqui sobre o assunto de uma forma mais ampla e que leve a implementar os atuais conhecimentos sobre os Exus.

Quimbanda não é sinônimo de satanismo e de jeito nenhum pode ser ligada a obscuridade, é apenas um termo usado no Espiritismo é uma forma de estar na vanguarda do Espiritismo e da magia trabalhando a espiritualidade como um todo, uma ferramenta destinada a evolução espiritual através do poder e dos conselhos destes nossos guias protetores, os Exus, que tanto nos auxiliam nas horas de aflição.

Embora não devamos julgar sabemos sim que lamentavelmente existem pessoas inescrupulosas e de má índole que usam a magia da Quimbanda para a prática do mal mas isto é culpa exclusiva do homem e não das entidades, não podemos culpar o veneno por matar e sim aquele que o utiliza como arma, não podemos culpar o Exu por fazer o que lhe é pedido mas sim quem se aproveitou deste contato espiritual para pedir que praticasse o mal. Nunca podemos esquecer da imutável Lei do Karma, tudo o que você fizer volta pra você.

Existe muita confusão a respeito do termo Macumba e acho importante esclarecer isto, este nome deriva do Banto maquiumba que quer dizer espíritos da noite, também este nome era usado no sul do país para definir mulheres negras no tempo da escravidão, por isso o uso do nome ainda hoje é usado de forma preconceituosa por pessoas ignorantes a respeito do assunto.

A Macumba pelo que sabemos é o mais primitivo culto sincretista do Brasil e originou-se na região sul dada a sua maior predominância da nação Banto, é desta nação que descendem a maior parte dos cultos afro-brasileiros com influências da Igreja Católica, Indígenas e das nações do Congo, Angola e Nagô.

A principal razão do culto ser denominado como Macumba foi justamente por motivo de os rituais serem realizados à noite em razão de os trabalhos serem feitos com Eguns e porque durante o dia os negros trabalhavam sem descanso, vem daí a interpretação errada do ritual pelos leigos, os negros que praticavam a Maquiumba ou como ficou conhecida Macumba eram geralmente menosprezados, perjuriados e mal interpretados pelos que os escravizaram em razão de sua fé.

A Igreja também condenava estes cultos com influências indígenas ou africanas dizendo que praticavam beberagens e até orgias. É verdade que as entidades bebem e até pitam e que as curimbas, danças, as vezes são bastante sensuais mas venhamos e convenhamos que entre isto e orgias e beberagem há uma grande diferença.

Quando os grupos de nações começaram a procurar e a valorizar mais a sua natureza e identidade cultural é que a Macumba se dividiu, surgiu então o Candomblé de Angola, o Candomblé do Congo, o Candomblé de Caboclo ou dos Encantados e o Catimbó, no final do século XIX surgiu a Macumba Urbana que tinha participação de brancos pobres e descendentes de escravos, finalmente no inicio do século XX surgiram a Umbanda e a Quimbanda com uma forte influência do Espiritismo e com o sincretismo religioso.

A formação da Quimbanda teve uma forte influência dos escravos e índios que sincretizaram Exu com o Diabo por este ser inimigo dos brancos e por não aceitarem os Santos Católicos, identificando-se assim mais uma vez com o Diabo. Com o advento da Umbanda começou o trabalho de Quimbanda em Terreiros de Umbanda o que deu sustentação firme aos trabalhos com os, Compadres, Exus e assim formatou-se o atual culto da Quimbanda.

Na verdade pode-se dizer que a Quimbanda como a conhecemos atualmente nasceu juntamente com a Umbanda em 15 de novembro de 1908 pois uma Linha completa o outra formando esta força que nos da vida e este reino cheio de luz.

A Quimbanda esta organizada hierarquicamente em sete grandes reinos, as Sete Linhas da Quimbanda, sendo que na Quimbanda também é Oxalá quem manda, o Sr. Omolu é o Rei,  coroado por Oxalá, este delega os poderes aos Exus Chefes de Falange:


1.    Linha das Encruzilhadas: Exu Tiriri

2.    Linha dos Cruzeiros: Exu Meia Noite

3.    Linha das Matas: Exu Arranca Toco

4.    Linha da Calunga Pequena (cemitérios): Exu Caveira

5.    Linha das Almas: Exu Tranca Ruas das Almas

6.    Linha da Lira: Exu Sete Liras

7.   Linha da Calunga Grande (praia): Exu do Lodo


É importante lembrar que quando o Exu, qualquer um Deles, estiver incorporado no Pai de Santo, no dirigente dos trabalhos, Ele esta trabalhando com a Coroa e por este motivo é o Chefe dos trabalhos da Gira de Quimbanda tendo liberdade de movimento entre os Reinos através do contato com os outros Exus presentes no trabalho. Trabalhar com os, “compadres”, Exus requer muito respeito e consideração por parte dos dirigentes, médiuns e consulentes pois são Entidades muito poderosas, de muito Axé.


Fonte: www.planetaumbanda.com.br

Quimbanda

Quimbanda é um conceito religioso de origem afro-brasileira, uma linha de trabalho diferente da Umbanda e Candomblé ainda controverso quanto a sua real definição na atualidade. Por vezes, é classificada como uma religião autônoma. A diferença na escrita não difere nos trabalhos da religião, o que confunde algumas pessoas que acreditam haver diferenças, a Quimbanda com "Q" somente foi adaptada por não existir a letra "K" no alfabeto português quando a religião foi implementada no Brasil.

É identificado por alguns como o lado esquerdo (polo negativo) da Umbanda, ou seja, que tem todo conhecimento do mundo astral, inclusive da magia negra, e que podem ajudar a fazer o bem. Suas entidades vibram nas matas, cemitérios e encruzilhadas, também conhecidos como "Povo da Rua" e abrangem os mensageiros ou guardiões Exus e Pombagiras.

A palavra "Quimbanda" (Kimbanda) vem da palavra africana em Bantu que significa "curador" ou "xamã", também se refere a "Aquele que se comunica com o além"

A Quimbanda trabalha mais diretamente com os exus e pomba giras, também chamados de povos de rua, de uma forma que não é trabalhada na Umbanda pura. Estas entidades, de acordo com a cosmologia umbandista, manipulam forças negativas, o que não significa que sejam malignos. Geralmente estão presentes em lugares onde possam haver quiumbas, obsessores, também conhecidos como espíritos atrasados. Os Exus e Pombagiras trabalham basicamente para o desenvolvimento espiritual das pessoas, com o intuito de evolução espiritual, além de proteção de seu médium. Como são as entidades mais próximas à faixa vibratória dos encarnados, apresentam muitas semelhanças com os humanos.

A entrega de oferendas é comum na Quimbanda, assim como na Umbanda, mas variam de acordo com cada entidade. Podem ser oferecidas bebidas alcoólicas, tais quais, cachaça (marafo), uísque ou conhaque, entre outras, além de velas e charutos.

Lourenço Braga, discípulo de Zélio de Moraes, escreveu em 1942 o livro Umbanda (magia branca) e Quimbanda (magia negra), onde ele lista sete linhas da Quimbanda:


Linha das Almas - Exu Omulu

Linha dos Caveiras - Exu Caveira

Linha de Nagô - Exu Gererê

Linha de Malei - Exu Rei

Linha de Mossurubi - Exu Kaminaloá

Linha dos Caboclos Quimbandeiros - Exu Pantera Negra

Linha Mista - Exu dos Rios/Exu das Campinas


Existe outro tipos de Quimbanda, que fala sobre um culto de Exu independente, denominada de "Quimbanda independente".

Esse culto fala sobre a prática da Quimbanda sem vinculação com a Umbanda.


História

O termo "quimbanda" (da mesma forma que o termo "umbanda") tem origem na língua umbundu, e dentro do Candomblé de Angola designa, desde o período pré-colonial, um rito próprio, cujo sacerdote que o pratica é chamado de "Tata Quimbanda".

No Brasil, com a fundação da Umbanda, o termo quimbanda passou a ser usado para descrever trabalhos espirituais que, dentro da cosmologia da Umbanda, não obedeceriam seus preceitos fundamentais não sendo, no entanto, necessariamente malignos. Frequentemente é confundida com a Quiumbanda, que é a prática de trabalhar espiritualmente com quiumbas.