sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Logos Mantram Magia

 

SUMÁRIO
SOBRE A TRADUÇÃO
DEDICATÓRIA.
RESPOSTA AO MEU CARO MESTRE HUIRACOCHA
INTRODUÇÃO
A LINGUAGEM E A PALAVRA
TUDO IRRADIA
O MESTRE FALOU… E NOS ESCUTAMOS EXÓRDIO
A LÍNGUAGEM DIVINA
A LÍNGUAGEM NATURA E PRIMITIVA
O VERBO – GÊNESIS
CONCLUSÃO
NOTAS
SOBRE A TRADUÇÃO

Aqui está publicada em nosso idioma, a obra-prima do Dr. Krumm-Heller: Logos Mantram Magia.

Fico muito feliz em traduzir essa obra para o português, não sou tradutor profissional, mas me empenhei muito em alcançar o espírito original da obra e do Mestre Huiracocha. Demorei muito tempo para conseguir um resultado satisfatório, pois não queria uma “tradução de internet”. Incluir algumas imagens, e também notas informativas e esotéricas para os irmãos e irmãs iniciadas na senda Rosa-Cruz.

Assim, espero que os leitores possam elevar seus espíritos e encontrarem a Linguagem Perdida, sob os auspícios do Crestos Solar.

O TRADUTOR AMADOR

DEDICATÓRIA

Para ao nosso iluminado mestre invisível, cujo nome não deve ser publicado, aos nossos queridos mestres BASILIDES1, PERDURABO2 e RECNARTUS3 que me inspiraram e ao meu querido discípulo Don JESUS ALVAREZ PONCE, que eu dedico este trabalho, como um tributo humilde de respeito, gratidão e amor.

O AUTOR

RESPOSTA AO MEU CARO MESTRE HUIRACOCHA
Muito querido Mestre:

Em vossa última consideração, em 03 de abril, a bordo do vapor Berlin, você se dignou a escrever para confirmar nossas entrevistas astrais. Direi que a carta estava à espera do momento certo e também do livro Logos, Mantram, Magia, porque percebi que em breve o livro estaria em minhas mãos.

Bem, querido Mestre, entre você e eu já existe algo mais, do que apenas um vínculo de discípulo; creio que hoje as minhas palavras vibram no ritmo da harmonia indelével dos Santos Mestres.

Eu fui um privilegiado na qual você dava mais afeição do que aos outros? Não, porque eu cruzei o seu caminho como um dos muitos que vinham para ouvir a sua voz, para alcançar algum resultado útil dos seus ensinamentos.

Eu fui um daqueles que, por acaso, cruzou o seu caminho para descobrir as sete letras do sagrado nome dado aos adeptos? Não, porque eu era um desconhecido com ponto de interrogação.

Eu fui um daqueles que vestiam o manto da inocência, na qual visitaram você algum dia sem saber o por quê? Não, porque o meu espírito inquieto, depois de lutas internas, ansiava por orientação e quando me aproximei de você, eu sentia que o chamado foi perfeito.

Eu fui um dos muitos que chegaram até você para satisfazer minhas ambições? Não, porque o altruísmo habita em mim, e a minha dor cresce ao saber que estava possuído de tão grande virtude e não conseguia utilizá-la para o bem da humanidade.

É por isso que eu vim até você, envolvido na brisa fresca e pura da madrugada. Talvez, eu era como um dos frutos colhidos ao contato amoroso de uma mão hospitaleira, que as colhe em plena maturidade, momentos antes da inevitável queda, na qual seria machucado pelo golpe do vento, aonde teria brotado em um local menos ingrato? Talvez.

Eu fui um daqueles, na qual querendo aprender, inesperadamente, fui obrigado a ensinar? Talvez, porque ignorando tudo o que sabia, sabia tudo o que ignorava.

Eu fui um daqueles que andavam pelo mundo ignorando a mim mesmo, fingindo presunçosamente conhecer a Deus? Não, porque o meu espírito já irradiava na minha mente, transmitindo mensagens sobre a origem do próprio cristianismo.

Eu fui um daqueles que ansiavam um pouco de luz interior, como uma casa, na qual têm uma instalação elétrica completa, faltando apenas conectar os fios com o cabo de alta-tensão, para que girando a chave aparecesse o “sim”, que significa a luz interior? Talvez, no entanto, mais de uma vez eu senti as centelhas de luz que vinham de uma corrente misteriosa.

Será que eu sou um daqueles que habitam temporariamente uma casa e descobre que em seu interior há um porão onde haviam tesouros inestimáveis? Talvez, porque em minha casa eu descobri esse lugar sagrado….. E ali brota a água benta da imortalidade, na qual um mero toque da varinha mágica é imantada pelos poderes secretos da natureza.

Será que eu sou um daqueles que surgem da profana multidão, como as boias oceânicas que guiam os velejadores ao longo do mar revolto da vida? Eu não sei, a verdade é que o meu foco adverte os pilotos, e os meus sinais são interpretados de forma brilhante… onde está o FAROL MAIOR.

Será, então, que eu vou ser aquele que com seu toque atinge o despertar? É possível que assim seja; mas escuta MESTRE, mensageiro favorito dos Santos, na qual impuseram a missão de transmitir seus ensinamentos. BEM, VOCÊ SABE: TU ÉS TANTO QUANTO EU E EU SOU TANTO QUANTO TU.

Meu espírito aproveitou a oportunidade que outros não tiraram proveito, ou estava reservado apenas para mim.

Em meu interior há sete letras dispersas que reuniram-se em silenciosa união harmônica.

Minha antena psicológica recebeu com grande emoção SEU CHAMADO PERFEITO.

Meu altruísmo era minha insígnia representada por um Sol coroado de ouro.

Minha mente já madura pelas experiências da vida, todas elas muito amargas, dolorosas… mantiveram o sumo concentrado do meu excelso coração.

Em minha viagem, tropeços e quedas foram bons instrutores, que mais tarde me forçaram a mostrar o caminho para outros.

Ignorando o que sabia, sempre encontrava um paliativo para a minha dor, pois em minha mente, sempre ativa, fecundava alguma ideia que serviu como recurso no momento da provação.

Contendo em mim todas as possibilidades de uma manifestação espiritual, também havia uma poderosa influência astral, cuja corrente, nada estranha para mim, produzia chispas intuitivas que me iluminaram através da aparente escuridão.

E, finalmente, TU SABES, querido Mestre, aquele local sagrado, que encontrei nas profundezas do meu ser, é o altar das minhas mais altas aspirações. Ali está erguida minha cruz, na esperança de que as sete principais virtudes se convertam em sete atributos da minha alma. Então, as sete rosas vermelhas florescerão na minha cruz.

Reúna-se com estas minhas expressões, exatamente como fora na minha alma, os eflúvios do meu coração, meu abraço fraterno e desejo que as rosas floresçam em vossa cruz.

CARLOS B. GONZALEZ (V:.M:. RAUMSOL)

Córdoba – Argentina.

INTRODUÇÃO
Durante a minha viagem através das Américas, minha missão era organizar lojas, oferecer palestras, conferências e realizar trabalhos rosacrucianos. Eu tive a oportunidade de anunciar algumas notas sobre o LOGOS, o qual correspondem a ensinamentos que me foram deixados por um elevado Mestre.

Eu ofereci a meus discípulos, então, ampliar e publicar este trabalho em um prospecto, para colocá-lo ao alcance de todos, e agora cumpro essa promessa com o desejo, a par, de incentivar o estudo e ajudar também à aqueles que não puderam me escutar. Mas antes de começar a verdadeira chave iniciática e facilitar a compreensão fundamental, eu ofereço – por meio de Prefácio – algumas lições sobre o valor DA LINGUAGEM E DA PALAVRA.

A LINGUAGEM E A PALAVRA
Quando forçado a estudar a origem da Linguagem em geral, também é forçado, como meta, descobrir a origem da Palavra.

Para fazer isso, temos uma disciplina, regra ou ciência, na qual todos nós conhecemos, a Etimologia. Ela não só nos ensina essa origem, mas mostra em cada palavra a razão para a sua existência, o seu significado e a sua forma …

Etimologia, vem da palavra ETYMOS ou ETUMOS (verdadeiro, legítimo, real) e LOGOS (palavra, verbo). Sua ação principal será para que retrocedemos na busca de uma origem genuína e legítima de cada palavra em sua forma mais primitiva.

Platão foi um dos primeiros pesquisadores que lidaram com esta ciência. A busca da verdade por esse caminho foi tentado por ele e ainda mais tarde pelos Estoicos4. Estes últimos – cuja base tomaram de Homero – sempre acreditaram que a Linguagem não havia sido uma criação arbitrária, mas um produto da natureza. Mas, enquanto, os mais antigos tinham essa crença firme, ele encontrou um meio, uma passagem de retorno para sair ao encontro da Verdade em si; posteriormente, foi na Filosofia moderna, que materializou o uso da Ciência da Filologia, na qual, se tornou parte da gramática, esquecendo que precisamente as sociedades secretas como a Maçonaria, tiveram e têm a Gramática como sagrada5.

A Etimologia, no entanto, em seu aspecto moderno, tem um raio bastante reduzido. Ela apenas procura explicar, limitadamente, a origem de cada palavra em um idioma, ficando claro que cada idioma não é outra coisa senão uma corrupção ou apenas um reflexo de outra anterior. Mas a verdadeira raiz, o verdadeiro germe, não conseguem descobrir…

Os Filólogos, geralmente, vão ao sânscrito e estudam, aprofundam, e encontram sua relação com o grego, latim, germânico, eslavo, celta, etc., e tentam provar cientificamente que o Hindu-germano é, para eles, o mais arcaico e ajustados para certas leis da língua… Isso é certamente uma referência a parte material da Palavra e do Som, mas não em termos de BASE ESPIRITUAL, e da PROFUNDA RAIZ DO VERBO que se encontram escondidos. A primeira é como a História da Palavra, e seu curso através do tempo. O segundo não é alcançado pelos estudos históricos. A história como ciência é limitada e nós pretendemos procurar em trilhas de valores eternos e ilimitados…

Temos, por nossa parte, dois aspectos da Etimologia: a Genética e a Pragmática, tomamos por base, então, para a investigação de nossas regras Rosa- cruz, o eterno TRIO6.

Se você dar-nos a Palavra escrita por um lado e do outro o Som material, justo é reconhecer que falta um Mediador, a Respiração, o Espírito que une o sinal e o som. Encontrado isto, e verificado o Trio, descobrimos realmente o destino da Palavra, do Karma e do Logos.

Qual é a parte pragmática?

Pragmática… Essa palavra me faz lembrar dos meus estudos médicos. Nós conhecemos uma doença sob o nome de PRAMAGTAMNESIA, que tem certo número de internos em manicômios, e consiste em produzir no paciente um estado cerebral tal, que perde completamente a capacidade de reconhecer objetos pelas suas denominações, ignorando o seu significado. Assim, o paciente não sabe o que é um relógio, um bastão, um livro, um chapéu…

No caso exclusivo que estamos tratando, ao que parece, toda a humanidade sofre da mesma doença…

Nós nos esquecemos, em absoluto, o objeto das Palavras. Devemos fazer um retorno para a aprendizagem.

Tanto a Etimologia Genética como a Pragmática nos fornecem as bases para esta investigação retrospectiva e elas nos levam sempre para descobrir a existência indubitável de uma Linguagem ou Som anterior, para aproximar remotamente de um ponto morto que podemos considerar como indefinido…

Peryt-Shu7 acredita ter encontrado a linguagem original nos documentos egípcios, mas não o é, se ele tivesse ouvido falar de nosso Maias em Iucatã, teria tido conclusões mais precisas.

Peryt-Shu também dá com os Elohim. Ele cita uma frase em Atlante Egípcio que é o Zodíaco arcaico. Ya-sah Ya-on-sah Achri-uste-nzarat, que traduzido é Je-sus Di-ony-sus8 Cri-stus de Nazaret.

Temos aqui novamente uma indicação de que Cristo é o astral, força mediadora do universo e do zodíaco – com suas doze signos – os discípulos, como sustentam os Rosa-cruzes? Vê-se nisto também um nexo do mitraísmo9 com o cristianismo nosso.

Muito tem sido escrito sobre este tema, e todos os investigadores que se ocupam seriamente sobre o assunto chegaram à conclusão de que, nos tempos antigos, deve ter havido uma Linguagem Arcaica, Universal, Única e comum a todos, que já não existe mais na consciência do Eu, porém, que ainda tem realidade  efetiva  na  parte  subconsciente  do  Ego  Interno10.

Por  esta circunstância, todas as Sociedades Iniciáticas sustentam que o descobrimento desta Linguagem constitui o único caminho para se poder chegar à Verdade11.

Um fenômeno curioso é aprender a línguagem das crianças e esse fato vai em consonância paralela com os ensinamentos da natureza. Quando as crianças andam como os animais, que rastejam pelo chão, elas só usam as vogais, como os animais; quando eretos é que formam as primeiras palavras, e se estabelecem como seres humanos. A linguagem das crianças é universal e se colocarmos duas crianças de diferentes países, eles compreendem os gestos e as vogais. Isso é o impulso da própria natureza, é digno de se observar, se queremos redescobrir a linguagem primitiva, pois, nas crianças a tradição permanece viva.

A criança aprende a falar em meses, com certeza que a humanidade primitiva precisou de longos períodos para isto também.

Há mães que abusam das crianças e pretendem acelerar o processo do andar, com o resultado, as crianças não tem forças nas perninhas e os ossos são torcidos. Muitas mulheres não chegam a ficar com as pernas bonitas, devido ao abuso que fizeram com elas quando pequenas. Algo semelhante acontece quando as mães, na qual exigem que as crianças falem e repitam pela força, então obtém para toda a vida um modo de falar defeituoso e forçado. E, portanto, uma constituição psíquica anormal.

Há um costume muito ruim e muito comum na Espanha e na América, na qual se impõem nas crianças pequenas, que usem frases no diminutivo: menininha coloque a bonequinha no bercinho; em vez de, Maria… põem sua boneca na cama. O uso abusivo do diminutivo nas coisas, ao expressar-se, faz com que as crianças usem o diminutivo em tudo e é algo prejudicial para a vida.

Não se devemos esquecer que a língua é personalidade e ela deve ser natural, tudo o que os pais introduzem artificialmente prejudica os filhos para sempre.

A medicina aceita mais do que nunca, no domínio das enfermidades, o valor da Constituição ou da Diáteses12 na predisposição orgânica e isso é precisamente o que vem a formar a nossa idiossincrasia (temperamento) e fisiológica pessoal. Não há enfermidade – disse um médico – há doentes, porque cada caso clínico é diferente, distinto, depende da diátese personalíssima do indivíduo, que exige, por isto, um diagnóstico ímpar.

Então, esta declaração é verdade, mas tenha em mente que embora existam homens grandes e pequenos, finos e grossos, fortes e fracos em sua aparência material, como resultado de seu organismo – que forma sua constituição física – deve-se lembrar que o pequeno é geralmente fraco, e o alto conserva ossos resistentes; entretanto, há homens inteligentes e tolos, sábios e impacientes e estas qualidades nada tem a ver com sua constituição material, mas  sua  forma  psíquica.  Aqui,  há  uma  falta  de  lógica  na  Medicina  e  da inutilidade da sua aplicação terapêutica.

Por conseguinte, o verdadeiro médico deve considerar e ter em mente as duas constituições básicas do ser humano: a material e a espiritual.

Para nós, os Rosa-cruzes, esta dualidade constitucional formam um só conjunto, um só corpo, porque entendemos que ambas as constituições se interpenetram e, independente de termos testado cientificamente a veracidade da sua existência, nós usamos para o nosso modus operandi, o método moderno da psicanálise, como um mediador, que se torna hoje, sem dúvida, o dernier cri13 da Ciência…

Os religiosos de hoje tomam, quando lhes convém, a Bíblia ao pé da letra e quando não, eles dizem que é simbólico…

Em São Mateus, em seu décimo capítulo, quando Jesus instituiu o sacerdócio, disse: “E, inde, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graças daí. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos” (Mateus 10:7-9).

Como cumprem os que dizem sucessores do Nazareno? Não há necessidade de repetir o que todo mundo sabe, ou melhor, que não sabem o que os Jesuítas guardam em suas alforjas.

O carro usado por Sua Santidade custou um milhão de liras e, realmente, é um objeto artístico que vale a pena ser admirado quando você vai a Roma; mas, imediatamente, nos lembramos do jumento que Jesus usou para entrar em Jerusalém…

Tal é o mundo de hoje… Todas as religiões tornaram-se negócios, mas se nós, gnósticos, cobramos alguma coisa, então nosso trabalho é charlatanismo.

Os gnósticos ensinam a chave da vocalização e explicam os personagens bíblico como forças da natureza, formando precisamente o LOGOS, a lei primordial.

A Teologia desconhece a origem das religiões, mas não podem negar que todas as religiões têm um lado gnóstico e um fundo esotérico.

Existe uma lenda que foi Menes14 que saiu de Iucatã (México) para o Egito e dali levou a religião para Kekrops (Cécrope) na Grécia, permanecendo em Ática. Em seguida, ele foi para Kadmo, donde saiu os Kadmonitas, dizem as antigas tradições cabalísticas, que eles inventaram as vogais e as consoantes e que a eles se deve toda cultura.

Kadmon (Adão) está de acordo com a Kabbalah, o líquido ou primeira emanação é a imagem de Deus que foi incorporado na figura do homem.

Os endocrinologistas ensina-nos que a qualidade e quantidade dos hormônios são importantes, não só no desenvolvimento da nossa constituição física, mas também no desenvolvimento de nossa parte psíquica, e nesta afirmação – mantida pelos Rosa-cruzes – está encerrada uma grande chave.

A hipófise também denominada glândula pituitária possui sete tipos diferentes de hormônios que constantemente estão agindo no sentido físico e psicológico. Nós temos, portanto, nas glândulas endócrinas de secreção interna, um sistema nervoso líquido, que é como uma ponte de união, como uma conexão em ambas as constituições, a chave, o caminho e que aprendemos a utilizar como o verdadeiro MEDIADOR, nosso corpo astral15.

Como os hormônios atuam nos centros da linguagem? Qual é a base espiritual? E onde é que pode ser encontrado? Este problema pode ser resolvido… Mas tenha em mente que para se aproximar neste ponto, nós temos que ir antes, a partir do conhecido para o desconhecido, da Física à Metafísica, passo a passo e com segurança para não se perder na maregmánum16, em um labirinto de produções fantásticas, na qual, cobre com véu. Vamos, então, cuidadosamente estudar a física e deslizar para certos caminhos da metafísica, que é a maneira de descobrir e chegar à convicção da existência de um idioma primitivo.

De acordo com a Kabbalah a primeira palavra bíblica foi Bereschit17, de um imenso poder. Bereschit é o princípio com o qual Deus criou o céu e a terra, e Josephus18 menciona que o conhecimento descrito em Bereschit foi feito pelo rei Salomão.



O Zohar19 possui dez caminhos, dez emanações do poder divino, denominados sucessivamente de Keter, Chochma, Binach, Gedulah (Chesed), Geburah, Tiphereth, Nezach, Hod, Yesod e Malcud (Malkuth).

Se tomarmos o calendário asteca e compararmos os desenhos cabalistas de Khunrath20 e os desenhos cabalísticas da Bereschit, nós vemos que tudo possui a mesma base, só os desenhos são um pouco diferentes e os desenhos dos maias para astecas são mais antigos.

No México e na América Central, era para mim, o berço de civilizações modernas e do ocultismo, que está além das fontes inesgotáveis da informação. Em um museu da Colômbia há inúmeros e curiosos amuletos de grande poder, mas ninguém presta atenção a eles. Eles foram imantados com nomes de Mantras sagrados.

Aplique esses nomes sagrados, num momento astrológico conveniente, em um ritual hermético usando um metal alquímico, ainda em nossos dias são amuletos poderosos que contêm poderes divinos. Eles podem ser escritos com as 72 letras do nome de Deus (Heptacontadua-grammaton) ou 24 (Tessarakontaya- grammaton) ou apenas a 4 (Tetra-grammaton). A escrita do nome de Deus inclui um poder em si mesmo e baseia-se nas leis da Natureza e contêm miraculosos poderes e resultados.

Há eremitas Rosa-cruzes que fazem esses amuletos, eu observei muitas pessoas que tiveram sucesso, fortuna e felicidade após adquirir esses cabalísticos tesouros e eu recomendo de boa fé a todos ocultistas. Neles ou sobre eles há vogais e consoantes em luta ou em harmonia.

*

 Na Natureza são encontradas sempre duas tendências opostas, que combatem entre si, resultando desta contenda uma Força. Há sempre um lado positivo e um negativo, um masculino e um feminino, uma força que estimula e outra que debilita. Na vogal essa luta foi resolvida nas esferas mais altas, mas nas consoantes não, e hoje se efetua em nosso órgão da boca. A vogal é apenas o ar operando em cordas brônquicas e o som muda em função da posição da boca. As consoantes se combatem, as cordas brônquica são friccionadas e juntas causam desarmonia. Nas consoantes não há tons, são sons e apenas na união das vogais e consoantes resultam em harmonia.

O “K”, tão comum no Ario-Germânico e na língua maia é formado dentro da garganta e na aura produz formas que lembram, ao mesmo tempo, algumas runas germânicas e ornamentos dos templos de Iucatã.

Existe uma relação entre a boca e a orelha. Algumas pessoas que escutam uma terceira pessoa falar conseguem imitar os movimentos dos lábios. Acontece também quando ouvimos uma melodia que nos “pega” e nos faz repetir aquilo por horas, sem sermos capaz de se livrar dela.

A psicanálise tem, assim, um fenômeno curioso para estudar e encontrará exemplos bíblicos que dão alguma explicação.

Não há espaço para uma análise da bíblica, mas aonde Jesus ressuscita o filho da viúva Naim, basta dizer que no hebraico antigo Naim significa semente, sêmen, rio, fonte, se chama Naim (Ain) (Lucas 7:11-15). Outros dizem que Ain foi a primavera ou rio, na qual Jesus foi batizado pela mão de João – Ieuan – os alemães dizem Johanes – IO-HAN-ES… HA-AN-SA é o Logos em Hindi, de qualquer maneira, é Jeoua (Jeova ou Jehova) ou seja, é o Logos.

Veja bem, IOA ES (Johanes ou João). Deste modo, João é a fonte, o poder, o Logos, é o líquido na qual é produzido a linguagem. Purkyně21 em suas investigações sobre as relações anatômicas do ovário e oviduto da vesícula germinal deu o primeiro passo. Após estudos sobre as glândulas de secreção interna e a troca de diferentes hormônios, confirmou o que havia já ditos gnósticos de séculos atrás, que há uma glândula perto do pescoço e do coração que produz a palavra e o poder…

TUDO IRRADIA
É um princípio do ocultismo. Tudo tem a sua aura peculiar e a sua irradiação áurica específica, e este princípio também se cumpre na ação das palavras proferidas. Quando um homem avançado pronuncia uma palavra, observamos imediatamente que a aura da palavra mencionada se expande e se propaga. O som que você ouve com ouvido é do corpo material, enquanto o da aura é do corpo etérico.

No Avesta, de Zaratustra, fala sobre a essência da Palavra, da sua alma, que é Ahura Mazdah22.

Na filosofia Mimansa23 e na Yoga Mantra, vemos os elementos metafísicos da linguagem que eles traduzem e explicam como imaginação e poder. Aqui, então, poder e imaginação são dois problemas essenciais para ser resolvido dentro do campo Rosa-cruz.

A imaginação criativa volitiva é a chave para mover a consciência normal para todos os processos subconscientes. Novalis24 fala de um dinamismo espiritual dentro do Linguagem e assim dá o primeiro passo para a Ciência dos Mantras. Podemos observar que o verbo espiritualizado é a palavra que derrama naqueles que recitam ou declamam uma tranquilizante ação espiritualizadora.

Todos os povos possuem uma relação com o idioma que usam. Por esta razão, eu acredito que é importante notar que na Língua Espanhola não tem um “h” aspiralado como no Alemão e em outras línguas; esta é a razão que os nativos de qualquer parte da América, ao pronunciar esta letra, ela parece um “g”… No entanto, os nativos das Américas, conheciam e continuam a usar o “hhh” (som) como conhecemos.

Os maias, por exemplo, não usavam um nome para Deus e quando um dos conquistadores insistiram com um padre maia para expressar o nome da Divindade, ele fez uma aspiração na forma de hhhhh…

A letra “H” é a respiração humana. Assim, em tibetano, a respiração (alento), se entende apenas com “H”.



O Atman25 e Brahman26 dos hindus é puramente inspiração e expiração do ar, que representa ao mesmo tempo, os dois pólos humanos, positivos e negativos. Curioso, que os Hebreus dão muita importância para o H em Jahvé (Jehovah). JHVH, eis que há dois H para o nome de Deus.

Em sânscrito, JĪVAH é o sopro da vida. Em hebraico, VIDA é HAJ. No hebraico moderno a diferença entre H e CH é quase nula e, embora a perda do H seja uma degeneração na língua espanhola e francesa, entretanto, a aquisição de CH seja um passo à frente, pois sua ação espiritualiza a matéria no sentido “mantrámico”. Na antiga China, a RESPIRAÇÃO, sopro divino, é CHI, cuja palavra nos lembra do ICH27 alemão.




Assim como os diferentes graus da maçonaria são sintetizados no primeiro grau, assim o Yod contêm todos os atributos de He-Vau-He.

Segundo padre Perdurabo, Yod sozinho é a palavra virgem de Mercúrio, que envolve a sua luz em um manto e Mem é o líquido amniótico, cujo fluxo em nada a arca para a vida.

O M:.M:. dos maçons tem um significado oculto que, naturalmente, os maçons ignoram hoje.

Na constituição psíquica está a tonalidade, a indicação do ser interno e, assim, temos uma realidade de material psíquico.

Em todos os textos religiosos podem ser lido nas entrelinhas o segredo desse dualismo, mas primeiro temos que aprender a ler.

Observe a letra Y. Não seria a figura de um homem que levantou a seus braços para adorar o Sol? Sua atitude é de demanda, de aspiração, de desejo, de receptividade. O Yahweh-Loxi é um monte existente perto de Oaxaca (México), que se banha totalmente da lua, onde encontramos desenhos concretos em que aparecem a adoração dos índios ao Sol nesta mesma atitude. O nome original dos Otomi28 (povo) foi Yaheiu.

O Y tem três braços e três ângulos. Tau é ao mesmo tempo “Y”, ou seja, na Yoga, na união, o homem se liga a Deus, com sua própria natureza divina.

Se, em geral, representa o homem com seus dois braços levantados, temos de ver nestes braços o sinal, na qual se concretiza a ação e efetua a realização de todas as possibilidades cósmicas, materializando a mente e prolongando o Cérebro em XYZ, como diz Hoyo.

O X é a Cruz, o mais antigo símbolo da Terra e se sobrepõe ao Y, que nós temos como um símbolo dos Rosa-cruzes. O X é composto por duas barras. E sugere, com seu ponto central, quatro estradas, quatro caminhos diferentes que não são outra coisa senão os quatro elementos29, as quatro direções da vida. Se estas barras transversais forem separadas e ligadas por uma barra horizontal ou hífen, nós temos o H.


No símbolo de Gêmeos, dois homens apertam as mãos, cuja forma também encontramos no Avesta, como a essência divina que há no homem, significando ao mesmo tempo a memória ou recordação de que todas as coisas (essência divina) estão em Deus; o homem ao recordar-se volta seus olhos para EL30 como a única fonte de vida, cuja fonte nós obtemos tudo. Com EL no seu interior. Trazemos Deus para fora…

RECORDAR… É curioso sua etimologia: Voltar a ter:

COR. (Latim) Coração.

DAR. Dádiva, Presente.

Assim, no recinto de Deus tudo é guardado, não há o que trazer para fora. RECORDAR, certamente é trazer do coração. No alemão é erinnern, trazer do interior. No sânscrito, Mazdah é nome de Deus e recordar ao mesmo tempo.

CORAÇÃO, com as duas vogais O e A são de grande importância na vocalização dos Rosa-cruzes.

O I é a própria natureza, é Ísis; A é Apophis, destruidor de Ísis; e O é Osíris, redentor31.

Na Cruz dos Rosa-cruzes, nós temos o L, o U e X que é realmente a luz que recebemos32.

Votan ou Wotan33, foi o grande Deus dos antigos alemães, o Deus do vento, representação do sopro divino, na fala Tácito34. Na Rússia há uma vila, os Votajas, que falam uma língua semelhante ao sânscrito e preservam os sons da língua maia. Portanto, não é de surpreender que encontramos o Deus Votan, com mesmo nome, em Iucatã e Guatemala (Belize).
Votan, dizem os maias, foi quem soprou o alento nos homens pelo nariz, estabelecendo sete famílias depois de ter passado pela Cidade das Treze Serpentes, e sempre deixando aoss seus cuidados uma Vestal35, uma mulher… O culto de Votan, no México, continuou até 1691, quando o Bispo Nunez de la Vega36 mandou a população queimar todas as imagens desse Deus na praça pública.

Votan também era designação do CORAÇÃO e eu encontrei na Guatemala um desenho antigo com um símbolo particular, que é exatamente o que mais tarde viria a ser representado pelos jesuítas como o coração de Jesus… “Nihil novum sub sole”37.

Voltando à nossa tese. Em sânscrito, AHURA é a santa substância divina. Mas quando tomada pelo princípio material, muda o H em S e, em seguida, torna-se ASURA38. Se você continua materializando, descendo ao fundo mais baixo, você pode dizer que isto é, em nossa língua, o lixo, um líquido imundo …

O K é um X transformado. Agora não é a Cruz, mas que se levanta em posição vertical para ser uma Divindade. Talvez por essa razão que encontramos no Rig Veda39 um Deus com o nome de KA e que é o mesmo nome entre os egípcios para significar o corpo astral.

Os maias, que também tiveram sua língua sagrada, usaram o K mais que qualquer outro povo do mundo, e a maioria de seus deuses têm em seus nomes com K e H.

O pensamento bem definido e muito concreto pode ser como uma seta atirada nesta ou naquela direção. É, sem dúvidas, a ação resultante entre o pensamento e a palavra. É o pensamento materializado, como diz Strindberg40. A palavra falada é também um feitiço capaz de curar ou matar. Pessoas fracas não tem como suportar as duras palavras. Elas são azedas, estridentes, e não podem resistir, enquanto as palavras doces preenchem com alento e acalmam. Um insulto nos emociona, nos arrebata. É um Mantra como uma lisonja. E as Palavras agem não só pelo significado que guardam, mas como também uma expressão do pensamento, porque no astral se agita o impulso vibratório deixando sua marca para o bem ou mal41.

IAO na forma eurítmica.

Os Rosa-cruzes conhecem uma ciência chamada Euritmia42, que consiste em reproduzir, via movimentos ginásticos rítmicos, as formas das Vogais e das Consoantes. Esses movimentos, que são usadas da mesma forma que os faquires da Índia e, como uma reflexão, vemos reproduzida as danças dos nossos nativos americanos.

*

Repito hoje com mais convicção do que nunca que a Sociedade Teosófica com o seu Orientalismo nos levou para caminhos sinuosos e pisos irregulares, enquanto os ensinamentos dos Maias, dos Astecas, dos Templos da América Central e dos Incas com suas antigas tradições e códices encontramos tudo, absolutamente tudo, que imaginamos como originais do Oriente e ainda de forma mais concreta. Exorto, pois, para quem me segue no caminho Rosa-cruz, em primeiro lugar continuar com os nossos ensinamentos, e depois, como corolário, olhar para o Leste. Na vocalização e a Euritmia nós temos estes hieróglifos. Apenas uma questão decifrar.

Os sistemas de Heindel, Lewis, teosófico, etc., como já dissemos, é letra morta. Enquanto há vários Mestres do Sumum Supremum Sanctuarium, incluindo Eu, que se ocuparam durante muitos anos com suas pesquisas nas ciências herméticas maias. Como prova eu recomendaria para os meus discípulos e aqueles que se converteram sem fundamentos em meus detratores que procurem nas bibliotecas os COMENTÁRIOS DAS SESSÕES DO XVII CONGRESSO INTERNACIONAL AMERICANISTAS onde encontra meu trabalho sobre O Zodíaco dos Incas em comparação com o dos Astecas. Isto foi em 1910, e a muito tempo antes eu estudo a este respeito, aprofundando todos os dias nas Ciências Herméticas do ponto de vista Indo-espanhol.

A euritmia nos dá as chaves dos mantras e contém em si os poderes curativos de suma importância. Eu não posso estender neste prospecto como eu gostaria sobre este assunto, mas nas futuras publicações vou ser mais explícito e vou trazer a chave para tudo.

Não esqueçamos da vida e do desenvolvimento das crianças. A história se repete e é neles o reflexo da criação do Cosmos como uma segura orientação para a nossa existência. Eles, em sua tagarelice, estão dizendo primeiro ae… ae… ae… Então ma… ma… ma… Mais tarde ba… ba… ba… Seus primeiros gestos, bem, parece-se com b e m e é aí que devemos, portanto, começar a iniciação, que em seu devido tempo, eu vou ensinar.

Jacolliot43 fez uma cópia de um dos livros antigos:

“Os livros sagrados não deve ser aceitos em seu significado aparente. De que servirá então a proibição de revelar seus ensinamentos ao profano se o segredo das coisas eram apenas guardados no sentido real e único da linguagem que usam?

Da mesma forma que a alma se oculta em sua prisão. Que a amêndoa é coberta em sua capa.

Que as nuvens encobrem o sol. Que o vestido cobre o corpo.

Que o ovo comprime a casca.

Que o germe repousa no interior do grão.

Da mesma forma, a Lei secreta tem sua bainha, seu véu, sua nuvem, seu vestido, sua coberta que envolve para ocultar o conhecimento do profano”.

Assim, cada palavra encarna um sentido muito mais elevado de que parece ter e cada história muito mais lições do que mostra em sua casca.

Este é, então, a verdadeira Lei, a santa Lei, a Lei divina que, como uma Vestal imaculada em sua túnica peplum para que nenhuma pessoa profane. E só será desnuda, só será desvelada, quando invocar as vogais e consoantes que são o seu expoente mais sagrado.

Plogeon44, o arqueólogo sábio, na qual, provou que o alfabeto Maia precedeu o alfabeto Egípcio e dos iniciados nas pirâmides egípcias, e este só alcançou seu mais alto estado de sabedoria, por ter herdado dos maias ou mexicanos. Este mesmo estudioso diz que o Templo de Chichén Itzá (Iucatã, México), foi construído na mesma época que a Babilônia, Assíria, Egito e Índia ainda eram habitadas por tribos selvagens.

Em um dos templos de Iucatã está descrita a criação do mundo por uma mulher com um ovo e esta mesma figura, exatamente, se encontra na Literatura bramânica de Mānava-Dharmaśāstra45, quando em 1300 a.C. dizem haver tomado uma cópia dos Templos localizada além-mar. Este ovo simbólico mantém sua cor azul e os egípcios deram a essa Divindade a mesma cor. Sem dúvida, esses templos distantes, existentes além dos mares, foram relacionados com do México.

A tumba do Príncipe Maia COH (Chacmool) contém um altar decorado com símbolos Egípcios. O emblema da cobra ou serpente da sabedoria se encontra tanto na sepultura deste Príncipe maia como em outros túmulos dos governantes egípcios. Decifrado os símbolos embutidos na pedra, que relatam a vida do príncipe COH, mostram que os próprios egípcios se apropriaram para descrever a história de Osíris.

Osíris foi representada como um leopardo e os sacerdotes de Osíris usavam em suas cerimonias um couro ou pele deste animal. Exatamente o mesmo que haviam sido posto em prática pelos sacerdotes de COH. Osíris tinha duas irmãs MAU e NIKI, o mesmo que COH e nomes idênticos no México. Não é incrível isso? Analisando quimicamente os restos de certas espécies de animais, que haviam     na     tumba     do    príncipe     COH,      verificou-se  serem  idênticas  às que continham em vários túmulos de príncipes no Egito.
No Egito costumava-se levar estatuetas femininas ao Nilo para impedir as secas, cujo hábito foi tomado dos maias que, antes, levavam aos poços e cisternas o mesmo objeto.

No México, estátuas de certo Deus eram representadas com um braço mais curto do que outro e o mesmo símbolo que é visto nos emblemas de Thoth46. Ambos, os maias e os egípcios, começavam o ano em meados de julho e ambos tinham períodos de quatro anos.

Em um dos códices maias, que existe em Madrid, há uma descrição de como o homem é feito de barro, uma coincidência significativa que os egípcios repetiam o mesmo e mais tarde na Bíblia.

Sem dúvidas que esse arqueólogo queria ver o rosto maia em Ramses II47. Eu recomendaria para aqueles que leem em inglês o romance de Rider-

Hagard48, Harmachi, o último Faraó e traidor de Cham. Para convencimento do que digo, eu aconselho a trocar os personagens deste romance por nomes mexicanos, e no lugar das margens do Nilo mudar para San Juan de Teotihuacan e observar que fica melhor e mais adequado.

Todo dia eu estou mais contente de ter conhecido e mais estudado primeiro as terras sagradas do México, Quirigua, Guatemala e Peru, do que o Egito, pois aqueles lugares são superiores, são definitivamente superiores em todos os tipos de tradições e ainda por cima da tradição da Índia. Mas ninguém em sua terra é profeta, os mexicanos e peruanos vão buscar literatura teosófica no oriente, sem conhecer seu próprio país, cujo estudo – por este paradoxo vivo – é deixado a nós, alemães…

Eu estou escrevendo uma obra de próprio punho sobre O Amor dos Astecas e Maias, é sobre um historiador que descreve as várias representações do Eros mexicano, de uma maneira soberba.

Eros já é representado de uma forma ou de outra e faz parte de todas as mitologias do Mundo, inclusive na forma de Cupido, que é a analogia que os romanos usavam. Se investigamos o Eros através das esculturas, pinturas e descrições na América, Ásia e Europa, notamos que, por vezes, nos é apresentada como uma criança dormindo e outros como uma ereção em suas partes sexuais no mesmo sentido. As descrições, aparecem, como força de atração dos principais elementos e é, para os povos do passado, personificação dos poderes cosmológicos que perpetuam a vida. Ele é o Deus mais antigos, que, de acordo com os gregos, brotou de um ovo cósmico para atuar como único animador, como a própria vida.

Entre os antigos gregos, as procissões, religiosas foram chamados Theorías que, etimologicamente, vem do Theos, Deus. Uma dessas procissões é verificada entre Atenas e Elêusis onde eram venerados os mistérios sexuais sagrados. Desde tempos remotos, esse caminho é chamado Ícaro, sendo esta divindade outra representação de Eros. Mas vale ressaltar que nenhuma outra palavra são as vogais IAO, tão marcadamente uma divindade em conexão com o sexo, como Ícaro, acontecendo o mesmo com outras divindades da Colômbia e Iucatã.

Na América, a figura de Eros é tão variada e múltipla que é impossível poder abarcar neste trabalho, mas na minha revista “Rosa Cruz” prometo cuidar desse assunto extensivamente. Eu só vou mencionar agora uma das mais belas imagens simbolizada pelos Guaimi do Panamá (índios Ngäbe), que dizem Noncomala, o Deus Supremo, foi surpreendido dormindo com uma bela jovem que, durante seu sonho, derramava um licor genésico. Então Nubu, um Deus menor, coletou essa semente e semeou, produzindo a parte essencial, mais pura, a espécie humana e a parte mais grosseira, o macaco…

No Museu Britânico há esculturas de Quiriguá (Guatemala) e ornamentos que correspondem aos diferentes ciclos, katuns, tuns, unials e kins. Além disso, há uns certos rostos numerados, que por sua vez são chamados de pop, uo, zip, zotz, tzec, xul, yaxkin, mol, chen, yax, zac, ceh, mac, kankin, muan, pax, kayab, cumhu. Se olharmos os diferentes rostos, vemos que cada posição da boca e da língua é diferente e bem pode ser a chave para a pronúncia das vogais e das consoantes, muito mais preciso do que qualquer desenho hindu.
O Mahatma Subramanya Aiyar49, guia da Sociedade Suddha Dharma Mandala Vidyalaya, dá a seus membros certos mantras, ou seja, eles devem repetir certas sílabas que ele retirou da literatura hindu. Se tivesse vindo comigo no México, ele teria caído para trás ao ver que os maias já sabiam o que eles dão em Madras (Índia) e o seu era de segunda mão.

Um iniciado da Idade Média fez desenhos sobre esta matéria e se não houvesse sido feitas antes da era pré-colombiana, poderíamos acreditar que tinha sido plagiadas.

Os maçons encontram essas palavras que são de posse da ordem.

Cristian Rosenkreuzer, na qual os inocentes Heindelianos50 acreditam que foi uma pessoa real, porque são incapazes de analisar os mitos, dizem que ele escreveu o Liber M51. “M” é o círculo e o compasso, símbolo da evolução e da involução, e estas vivem internamente e sobre isto não se pode escrever.

Rosenkreuz diz que fundou o primeiro convento Rosa Cruz com o irmão

G.V. e se juntaram a eles os irmãos I.A. e I.O. e, em seguida, quando eles estavam juntos, IAO se declaram justos e perfeitos. Dizem os manuscritos, que todos eram alemães, menos IAO, na qual, era único (solteiro) e por isso universal e juraram celibato. Isso não te diz nada?

Andrea52 é o autor de muitas dessas coisas e sabia escrever em um simbolismo muito bonito, ele riria em seu túmulo se soubesse que os Heindelianos levaram tudo ao pé da letra. A ignorância é ousada.

Um autor alemão que estudou a fundo as obras Rosa-cruzes e que é um verdadeiro Iniciado diz: “As sociedades atuais da Califórnia não têm nenhuma ligação com os mistérios e com o antigo ensino Rosa-cruz e usam arbitrariamente o nome da Rosa-Cruz”.

Eu recomendo aos chamados Rosa-cruzes lerem principalmente, antes de tudo, os livros bíblicos apócrifos, e então os filósofos como Heráclito, Parmênides, Empédocles, em seguida, Ilíada e da Odisseia de Homero e, finalmente, o que resta dos Afitas, e dos Naassênios, dos Peraticenos, e dos Setianos, aquela seita ofítica do segundo século, que cultuavam à sabedoria divina, que conhecia a chave para se comunicar com os anjos, e que leiam Simão, o Mago, e os carpocracianos que tiveram esses belos templos em Espanha.

A Igreja apresenta todo o gnosticismo como heresia e também o que não deve ser lido, porque lhe convém.

Os bardesanistas53 são para mim a ponte entre o orientalismo e o cristianismo e a transmigração (metempsicose) dessas pessoas é muito maior do que o jeito budista trazido pelos teosofistas.

Talismã com as inscrições:

IAO ABRAXAS SABAOTH

Leiam Basilides54 que, segundo a Igreja, era um discípulo direto de um dos apóstolos e ele analisa o Abraxas55 do nosso ritual Rosa-cruz. Abraxas gerou a inteligência para Nus e esta é a razão que passa pelo Logos, a sabedoria, para chegar ao poder56.

Tudo, absolutamente tudo, que os teosofistas trazem como filosofia e ideias religiosas da Índia estão nas obras dos basilidianos e do sabelianos, mas isso a senhora Besant57 não sabe.

Os Sabelianos58 têm sido aqueles que falam de forma precisa e clara sobre a mônada  e  da  hierarquia  da  Fraternidade  Branca  com  mais  pormenores  que

Leadbeater59, mas não temos acesso aos arquivos, era necessário importar da Índia e em sânscrito, e eles estudaram profundamente a evolução da Mônada, que constitui a tríade superior. Esses conceitos são consolidados no Modalismo (de Sabélio) que define o que é o Verbo, o Logos, a Voz e Som da boca de Deus, movido ar, inteligível para o ouvido humano. Eu recomendo os meus amigos ler as controvérsias de Tertuliano60 e, então, cairá um venda dos seus olhos e compreenderão quão mal foi não estudar os nossos ocidentais ou pré-cristãos, em vez de pegar emprestado dos indo-ingleses.

Mas vamos ficar com o nosso tema que é a Linguagem e ver como os índios mexicanos explicam a Criação61.

Não havia – dizem – exceto o Caos, embora coberto por um céu majestosamente eterno. Só Deus existia, TEPIU K’OCUMATZ62, em forma andrógina. Isso é, do sexo masculino e feminino, Pai e Mãe, ao mesmo tempo, o Criador e a criatura. De EL, veio Huracán, que significa, para os índios antigos, Vento, Sopro e Palavra…

HURACÁN63, como Divindade, também é parte de TEPIU K’OCUMATZ, pois dizem, que EL se valeu do Sopro ou Palavra para criar o mundo. Ele disse que apenas a TERRA! E a terra foi feita, em primeiro lugar, uma nuvem, em seguida, como uma baba gelatinosa e finalmente uma massa sólida e concreta da Terra.

 E das nuvens saíram as Divindades CHIPI CALPULHA e RAJA CAKULHA que fizeram os animais. Mas estes deuses eram sábios e conheciam os segredos da Natureza, porque eles eram possuidores da linguagem da luz, e a primeira coisa foi obrigaram os animais a falarem. Conversem! Eles disseram, mas apenas FALEM o nome de Deus e, os animais obedeceram, desde então não fazem mais do que FALAR este santo nome, cada um na forma e maneira, de acordo com seus respectivos corpos.

E continuaram os Deuses dizendo: só devem VIVER aqueles que sabem pronunciar o nome de Deus. Não vale a pena que os outros existam, se não conhecem a linguagem. Eles devem perecer…

Então, aqueles que não podia falar, eram muito grandes e pereceram. Aqueles que viveram, ficaram sob a custódia de Xpiyacoc64, porque esse Deus, de acordo com os códices, tinham dentro de si mesmo a Língua, a Palavra, e o Logos. Mas aqui havia apenas animais, queria Xpiyacoc que existissem seres a imagem e semelhança dos deuses e, em seguida, deu-lhes uma forma inanimada construída do barro. Mas quando ele percebeu que faltava o Alento, a Vida, se valeu do seu nome e de Huracán, quem soprou e deu a vida.

Havia na Terra todos os tipos de árvores, e entre elas um de cujo fruto era proibido comer. No entanto, os seres de barro, e encorajados, ignoraram este mandamento e eles comeram, irritando TEPEU K’UCUMATZ (assim também escreve alguns autores) que mandou-lhes a punição do Dilúvio. Desde então seu nome foi perdido…

Ao nomear os Maias, o Deus Supremo apenas suspirou como que pronunciando a letra H…

Quando a água do Dilúvio foi cobrindo a Terra, alguns homens se refugiaram nas árvores gigantes, mas a água foi erodindo o solo até soltar as raízes e fazendo eles caírem e as aguas sepultaram suas vítimas, alguns se salvaram na forma de macacos. De acordo com os Maias, o homem não descendente do macaco, como Darwin65 acreditava, mas os macacos de nós.

Os deuses voltaram a fazer novos homens e, desta vez, não como barro pois havia dado mal o resultado anterior. Agora eles voltaram a fazê-los do MILHO de cor diferente, depois disso, durante o sono, eles se uniram as mulheres, que tinham vindo do mundo invisível. Xpiyacoc e seu poder havia prevalecido…

Há autores que sustentam que não foi somente as mulheres que vieram do mundo invisível, mas toda a raça humana, referindo-se a um mundo invisível, como um país que estava do outro lado do mar e que se chama TULAN (Tule?) aonde moram os deuses. Nada disso é verdade, dizem os índios, sobre a formação de seres de barro, mas primeiro homem veio da PEDRA OBSIDIANA ou pelo menos, se foram feitos de barro, ao menos, tinham que ser alimentados com esta PEDRA. Seguem afirmando que o poder da Palavra, o poder da Falar, foi conseguido porque o Coiote e o Corvo comeram o milho, mas Xpiyacoc para obter esse milho, foi compelido a abrir a barriga deles e verter sangue. Com este sangue, sacrifício de sangue, completou os homens e deu-lhes que faltava, redimindo-os e elevando-os. Sem embargo, ainda necessitavam de algo, então o Beija-flor foi buscar a serpente TAPIRO que, mesclou seu sangue e fez todos os homens despertar, na qual foram novamente semelhante aos deuses.

No início, havia apenas treze homens e catorze mulheres. Destes vinte e sete descenderam todos os homens. Eles se casaram entre si e, assim, a espécie se perpetuou.

Mas a porta para Tulan – onde moram os deuses – foi fechada, e um véu misterioso havia ofuscado o oculto e mágico saber, forçando os homens a aparecer nus, sem conhecimento, sem a Linguagem dos Deuses, na perpétua ignorância. Então eles pensaram em voltar à cidade dos sonhos… e tentando, eles notaram que a porta era guardada por um morcego.

Aqui alguns homens, que tinham permaneceram isolados, conservaram a Sabedoria de seus pais e seus segredos, mas eles foram proibidos dar aos demais. Qualquer um que quiser SABER, deve negociar por si mesmo na porta misteriosa que continua sendo defendida por um guardião perene…

Faltava a LUZ, pois até então só havia escuridão, então, os homens concordaram em pedir aos deuses. Esses satisfeitos com a demanda se ocupam em fazer Luz, mas os homens cansados de esperar, buscam eles mesmo em obter-la no caminho de Tulan e em outros caminhos.

Eles chegam a um lugar chamado Tulan-Zoiva e o primeiro Deus que os receberam foi Tohil. Como eles tinham vindo de diversos lugares, desde do norte ao sul do México, do Peru e etc., todos estranharam e se encantaram ao mesmo tempo, que os Deuses, especialmente Tohil, tinham o mesmo nome… Uma exclamação de alegria explodiu no coração de todos os peregrinos neste momento de felicidade e daí veio os fundamentos da Fraternidade humana, que nasceu deste modo.

Feliz foram os homens que voltaram de Tulan, mas algo surpreendente aconteceu no caminho. Já não se compreendiam, sua língua havia mudado, o desespero se apoderou deles. Então se espalharam por todo mundo, distribuindo- se em famílias, na qual falavam a mesma língua, com a constante preocupação de falar a linguagem primitiva.

Com a perda da linguagem que haviam aprendido em Tulan, todas as tribos se queixaram e sairam em nova peregrinação procurar pela ajuda de Balam Quitzé (do quiché maia, “jaguar que ri”) de quem esperavam salvação, mas este simplesmente diz: eu vou dar-lhe FOGO e vou dar-lhe LUZ… Eles as servirão para que busqueis por vós mesmos a Língua esquecida…

“Veio então, a Estrela da Manhã. Dela surgiu o Sol e os homens renderam- lhe adoração aguardando obter de sua esplêndida luz a língua tão esperada do salvador”.

Milhares e milhares de teósofos e ocultistas buscam chave da Iniciação, procurando encontrar um segredo íntimo que está oculto em todas as nossas filosofias e estudos e que não pode ser escrito. Os grandes escritores vislumbram que existem muitas maneiras de conseguir. Eu que tenho quase meio século de estudo nesses assuntos, que tenho os mais altos graus da Maçonaria – 3-33-97 – que pertenci à sessão esotérica da Sociedade Teosófica, que sou um membro de mais de vinte sociedades secretas, como a O.T.O. e A.A. nas quais tenho o último grau, que sou bispo da Igreja Gnóstica – consagrado com ordinal primitivo e anglicano – que sou comendador da Fraternidade Rosa-cruz, tenho ligação com a Fraternidade Branca, a Hierarquia do Invisível, que pertenci a velha guarda de Papus, Eliphas Levi, que tratei pessoalmente com os principais ocultistas do mundo, declaro que, para mim, a vocalização, o uso dos mantras e a oração, mediante o despertar das secreções sexuais, é o único caminho de chegar a meta, e o resto é, infelizmente, uma perda de tempo.

O MESTRE FALOU… E NOS ESCUTAMOS EXÓRDIO
Não fale a todos de coisas belas e transcendentes…

Como no provérbio bíblico, seria como jogar pérolas aos porcos66.

Mas…

À todos, sobre a taça de todos, doce ou amargo, frívolo ou ignorante, derrama seu VINHO e com ele, a pétala da rosa do sonho…

Para aqueles com a eterna inquietação de desejos supremos. Para aqueles que sentem uma ansiedade de que foram não realizados e vivem esperando… esperando… o dia luminoso que há de vir… Para eles será o bálsamo, o néctar, a magna palavra que abre todas as rotas e ilumina todas as sendas.

Para aqueles que não têm fome e sede para a vida, para os frívolos. Para aqueles que vão com um passo rápido para a senda e não veem a floresta, nem o pássaro que canta, nem o doce murmúrio do riacho, ou a grata velha fonte de som cristalino – como disse o poeta – … Para esses, não será o bálsamo, nem a Magna Obra, mas… se beberem desse vinho sagrado, além do tempo, seu sabor florescerá e preencherá sua taça.

Não fale tudo, no entanto, as coisas belas e importantes… Mas…

Faça um vínculo que se forma neste instante. Abra sua compreensão.

Encha sua taça…

Cuidado para não derramar sequer uma gota deste Bálsamo da Vida.

A LÍNGUAGEM DIVINA
No primeiro amanhecer do Mundo. No primeiro dia. Ao soar da hora culminante, o LOGOS se fez carne e brotou – nas entranhas estáticas e resplandecente do Paráclito67 – o primeiro “FIAT”. A PALAVRA que precede tudo… O ALPHA que tudo começou… A ENERGIA espermática que encarna tudo… Veio o nascente puríssimo da PRIMEIRA E DIVINA LÍNGUA…

“A PALAVRA DE DEUS”
 *

Há um idioma, uma linguagem natural.

Esta linguagem da natureza – eternamente viva e eternamente sonora – tem as suas formas… as suas caraterísticas indestrutíveis… a sua escrita inalterada…

Estas formas, estas caraterísticas, esta escrita única e primordial não pode ser falada sem conhecer a joia, a raiz escondida da linguagem humana.

O que significa, no sentido humano, por linguagem e por escrita?

A causa raiz, o sentido primordial da linguagem humana, não é nem a sua organização ou estrutura, nem na pesquisa do saber. A causa raiz se encontra no EL. Dentro do EL. Em sua intimidade mais íntima. Na joia iluminada.

El

A causa raiz é o divino sol de acontecimentos transcendentais.

Linguagem e escritura são os únicos meios para o cultivo da razão. Todas as raças, todas as nações, todos os povos da terra, alcançaram sua cultura por meio da linguagem, mas… nenhuma das línguas dos homens alcançaram a perfeição.

A evolução e o progresso da cultura em todos os povos é relacionado proporcionalmente à sua escrita e sua linguagem.

A perfeição existente em todos os idiomas, em todas as línguas, arrasta nossa razão para aceitar imperiosamente a existência de uma linguagem única, isolada, primária, cristalina, de belas e puras tonalidades harmoniosas que, em todas as expressões, em todos os vocábulos, é justo e perfeito em todos os sentidos.

O desejo do homem de cobrir tudo por meio da linguagem, para saber tudo, aprendendo muitos idiomas, nos obriga a supor que houve uma língua perfeita, infinita, radical e há caminhos sobre esta existência em velhos pergaminhos empoeirados das mais antigas tradições.

Mas… Esse idioma, essa linguagem, diz nossa investigação, se perdeu substancialmente e a tradição também.

Todas as línguas antigas são apenas derivações dessa linguagem primordial e apesar de suas imperfeições, seus defeitos, provam que são um eco, talvez uma imitação distante da primitiva raiz-mãe.

Sendo a linguagem e a escrita os únicos meios de informação entre os humanos sendo a causa de toda obra, de toda cultura, mas é preciso pensar que a língua primordial superou todas elas, quando uma remota humanidade superou em conhecimento a humanidade de hoje.

O primeiro idioma era uma língua cheia de verdade, de força, de pureza original, de razão e de luz… e seus caracteres são justos e perfeitos.

Em cada obra da natureza, por toda parte, se encontram estes invariáveis caracteres.

Esta linguagem de luz essencial, primordial, teve diferentes ramos que continham o Divino, o Espiritual e o Físico. Daí a linguagem da luz, linguagem do espírito e da linguagem natural. O nexo de união de todas os ramos, um troco comum que deu origem a linguagem primordial.

O primeiro homem foi forçado a ter essa linguagem. Mas foi perdida. Os Moabitas68 falavam ela.

As sucessivas gerações a perderam. Mas a tradição, o laço de conexão dos Iniciados, conservou com autorização da hierarquia branca da Fraternidade Rosa-cruz.

Os Iniciados antigos a conheciam.

Foi neste idioma inefável e absoluto que Moisés recebeu as Tábuas da Lei. O Egito e, acima de tudo, nas florestas alemãs – quando os homens cantavam com ritmo alegre elevando suas almas através dos sonhos – esta linguagem divina foi considerada uma língua sagrada.

Todos os Iniciados conhecem esse idioma sagrado. A missão de todos os Iniciados é ir, lentamente, pelo caminho aonde podem encontra-lá.

Na reconquista desta linguagem suprema está baseado toda Iniciação. O homem aprende a falar com a legião de irmãos invisíveis e, como um rio de ouro, a senda conduz a uma santa quietude que se derrama na selva do Sol.

Os Apóstolos receberam como um dom sagrado.

Os Rosa-cruzes, todos os Iniciados da Fraternidade, receberam o Espírito divino e seus vasos sagrados o conservam como místicos depositários. A todos se abre o caminho, a senda, a rota mágica para reconquistá-la. As bases estão nas práticas dos Iniciados Rosa-cruzes69.

Nesta linguagem encontra a conexão, o caminho e a comunicação com os mundos invisíveis.

Nesta linguagem, nessa escrita de luz está a síntese de todos os mistérios intelectuais e físicos.

Esta linguagem de poder é o PODER dos PODERES. Os caminhos para alcançar esta linguagem de luz, são:

Autoconhecimento.
Inocência.
Modéstia.
Oração.
Renúncia.
Igreja.
Purificação.
Observação.
UNIÃO.


Aleph

Dar essa linguagem para alguém, é dar posse da suprema dádiva, é a MISERICÓRDIA dos Mestres e de DEUS em nós. O Aleph70 deste idioma divino é o divino Logos – o Crestos71.

Assim, como o alento de nossa boca, o verbo físico move-se suavemente em um panorama material de nossos pensamentos e sentimentos para a alma de uma terceira pessoa. Assim, esse alento – o espírito divino – do TODO- PODEROSO foi alcançado mediante o LOGOS, como em si mesmo, produziu tudo o que existe.

Quando esse alento, saído do Logos divino, se volta a convergir em nós como VERBO da suprema linguagem, então o Divino, que é Espiritual e que é Físico, se unirá em uma linguagem de luz e, deste modo, o Iniciado estará na possessão da Palavra Perdida72 de Hiram – dos Maçons – da Palavra de Luz, e na posse de todos os poderes de Cristo, que é o tudo em todos.

A LÍNGUAGEM NATURA E PRIMITIVA LÍNGUAGEM EM GERAL
Sob o nome da linguagem, entendemos uma manifestação de poder, de energia, segundo o qual se manifesta uma força interior que irradia para o exterior. Todas as coisas da Natureza têm a sua linguagem peculiar. E assim, observamos que todas as coisas da natureza podem se expressar em sua linguagem peculiar.

As forças de cada Entidade estão ligadas aos meios de expressão e, entre as forças e o veiculo de expressão, tanto quantitativa como qualitativamente, há uma relação exata, de tal modo que cada Entidade pode se expressar na sua forma precisamente de ser.

Podemos dizer que é a Força das Forças ou que é que DEUS, que se expressa cada dia e cada hora mediante sua força.

O cristalizado, a vivacidade dessa expressão, é a Palavra Física. O intangível, o etéreo e eterno, é o alfabeto físico. Todos vem a ser como tipos ou estruturas físicas de uma expressão da energia divina.

Cada coisa na natureza, cada forma de expressão é diferente das demais, por suas condições. Entre as mesmas condições há uma diferenciação de Causas e Efeitos, de energia, de órgãos e formas.

Cada estado é uma letra. Várias Letras dão uma sílaba. E o conjunto delas formam uma Palavra… A Natureza é uma escritura viva, indestrutível, eterna, por meio da qual se comunica a VERDADE, desde o primeiro dia brilhante da criação, para aqueles que aprenderam e esculpiram em si esta escritura.

Cada entidade corpórea ou manifestada é um espelho fiel do que está no seu interior e de todo o universo, um conjunto de caracteres diferentes sobre a natureza das coisas. Relações, particularidades, modos, aplicações paixões… unidades de todas as características que se combinam para formar um conjunto.

Todas as formas – desde o mineral mais elementar, da flor mais perfumada, ao homem de inteligência mais genial – são letras vivas de um grande Alfabeto Universal e de toda a Natureza, sublime e cintilante, será um livro aberto da Verdade e do Amor divino.

Tudo o que existe é um belo hieroglífico… Cada corpo é o símbolo de uma força sutil e invisível análoga a ele e que vive dentro dele como o sal vive diluído imperceptível na água que o contém.

Inevitavelmente, por conseguinte, deve existir uma escritura dentro do conjunto dos caracteres da Natureza, como um livro aberto, está na frente dos olhos dos que sabem ler… Aonde pode ser percebido cada símbolo e com esta percepção ascender até as formas genuínas e primordiais73.

A linguagem humana – que une a alma do primeiro homem com a alma do último homem, pois é o veículo de expressão entre os homem, entre a razão e entre a alma – difere da Linguagem Primordial, pelo motivo de que a primeira é a manifestação de forças intelectuais e espirituais, e a segunda é interna, invisível e secreta.

A fonte misteriosa – de som cristalino – desta linguagem está dentro do homem, mas… nem a investigação, nem a instrução, nem a sabedoria podem encontrar ou explicar o fenômeno de sua existência e origem… A Linguagem Primordial provém de causas transcendentais que só o transcendental poderá encontrar.

A Linguagem e a escrita são os únicos atributos, os únicos meios, pelos quais o homem pode expressar suas forças espirituais de ação, refletindo sempre suas manifestações. Há ações faladas e ações em si, não é nada mais do que a vivente escrita do coração que, embora silencioso, fala.

A origem da linguagem humana, por conseguinte, está no próprio homem. Isso quer dizer que as nossas forças intelectuais podem conter a base de sua potencialidade como REALIDADE74.

Como a nossa parte intelectual é distinta da nossa parte sensível, em que refere-se aos sentidos físicos, nem são a organização, nem a instrução, as chaves mágicas podem dar essa base tácita e escondida.

E não é a organização, porque não tem o homem o fundamento intelectual, e não poderia valer-se dela. E não é a instrução, porque o homem, sem conhecimento prévio, não estaria capacitado.

Por isso, a estrutura incorpórea de toda linguagem deve estar na parte intelectiva do EGO interno.

Linguagem e escrita são os meios gerais de instrução e educação dos homens.

Através da linguagem e da escrita se verifica todos os inventos e todos os descobrimentos dos homens. Pelas palavras foram feitos Monumentos e a escrita passou para a Posteridade.

A linguagem fez os humanos, seres humanos. Ele coloca fios imantados em suas afeições. Provocou monumentos razoáveis.

A linguagem fez Leis e uniu as Raças. Por ela foi possível ou realizável obter a História da humanidade em forma hereditária, de coração para coração, de alma para alma.

Pela linguagem minha alma se une a alma do primeiro e do último dos homens. A linguagem é a natureza viva de nossa razão e por seu meio recebe o símbolos, para melhor interpretá-los.

Sem a linguagem teria sido impossível para o homem chegar à razão, porque só pela linguagem recebe a razão de uma forma sensível, pois pode um homem sensato entender e comparar.

Para aquele que viu – ou pela expressão interna – a Unidade na Pluralidade, o invisível no visível e, assim, ascendeu e fez comparações entre causas e efeitos.

A linguagem não é apenas um meio ou veículo de expressão entre homens e homens, mas também entre almas e almas.

Uma sensação inconfundível de forças invisíveis deverá preceder qualquer civilização na humanidade, porque só com a realidade alcança o homem a compreensão da razão.

Se o homem não tinha percebido nada mais do que as coisas visíveis, teria agido como um animal. Para conseguir uma posição ética superior, ele só pode levar a força da razão que refletia no invisível para o visível. Sem uma linguagem, não seria possível este avanço.

Todos os povos do Universo alcançaram sua cultura através da linguagem, mas nenhuma dessas línguas é perfeita.

Existe uma relação proporcional entre o estado de civilização de um povo e a linguagem ou idioma que possui, mas este povo, seja ela qual for, não ultrapassará uma limitação porque todos os idiomas expressam fases, reflexões, atributos, qualidades das coisas, mas NÃO SINTETIZAM AS COISAS EM SI.

A imperfeição indubitável dos idiomas conhecidos nos obriga a assumir que a existência de uma Língua perfeita, justa e harmoniosa, com uma escrita insubstituível que, de forma absoluta, representa a coisa em si mesma em sua verdadeira e absoluta VERDADE.

Até o desejo do homem de saber vários idiomas, que é uma prova de sua tendência para a Unidade, nos faz supor que a realidade existente dessa linguagem única como uma síntese do todo.

A linguagem não é outra coisa que expressões instrutivas e explicativas da linguagem do VERBO de Deus. A língua mais perfeita, dentre todas, será aquela que mais se aproxime dessa linguagem natural e primitiva.

Assim é o pensamento. Enquanto fala, pressupõe haver pensando, nenhum pensamento será mais perto da verdade do que aquele que mais se aproxime dessa linguagem natural e primitiva.

Todos os idiomas humanos são apenas derivações da primeira e única linguagem, seja na fala e na escrita, pois, ainda que imperfeito, sempre carregam em si sinais indeléveis da raiz ou mãe primitiva.

A Invenção das letras não foi por um meio casual ou caprichoso. Os primeiros caráteres da escrita eram símbolos da progressão da razão e da compreensão e as primeiras palavras, expressões do sentimento e do pensamento. Mas os homens ao se distanciarem em sua maneira de sentir e de pensar perderam de vista a linguagem primitiva da luz. A multiplicidade obscureceu o simples. A casca, o ovo fértil. Mas, em qualquer língua, um raio de luz penetra, essa luz extinta da razão, consubstanciado nos caráteres da escrita.

Há certamente uma linguagem brilhante, que é silenciosa e perene, dentro da essência humana, e que o homem perdeu ao obscurecer a Unidade, ao distanciar-se dela, e ao extinguir o reconhecimento dessa linguagem. Portanto, o homem caiu, mas mesmo sem a Palavra física que o ligava ao Divino, o homem deve recuperá-la, porque nos falta a expressão sintética interna do Divino.

Como o homem estava descendo e afundando cada vez mais em sua materialidade, mais e mais se extingue na sua alma as letras e, enquanto a linguagem ganha em palavra, vai perdendo em espiritualidade.

A linguagem é o meio ou veículo através do qual Deus se entende com os Deuses, espírito com espírito, alma com alma, razão com a razão. Esta mesma linguagem foi que se serviu Deus para entender-se com os homens e manifestar- se a eles, e por meio do qual seres intelectuais compreendem seres intelectuais.

A linguagem é o veículo de ligação entre os seres humanos e as entidades de mundos superiores.

A arte de ensinar e instruir o homem foi necessária para o próprio homem, desde o primeiro momento da sua existência.

As mais antigas tradições ensinam que os homens primitivos se relacionavam consistente e constantemente com alguns seres celestes chamados ELOHIM. Todavia, os ensinamentos dos ELOHIM nunca se perderam completamente, porque existem sucessores e vão existido até hoje, e Eles continuam a se comunicar com os Rosa-cruzes por intermédio desta Linguagem Primordial. Os ensinamentos dos ELOHIM, que são os ensinamentos Rosa- cruzes, nunca foi perdido e como foi comunicada, continua a ser comunicada, de ouvido a ouvido, pela linguagem…


Elohim

 Os Elohim eram os espíritos de luz, em nome de Deus, que comunicaram as modalidades divinas e seus poderes. Isto significa que as fontes intelecto- divinas da Divindade ou da comunicação com seres intelectuais são operados

pelos ELOHIM, que dão à luz ao espírito e ao intelecto humano. É Deus Elohim ou a Divindade que se comunica com os humanos.

Entretanto, para a maioria da Humanidade que abandonou o Caminho da Luz e, por seu materialismo, se afastou da Divindade, a percepção da influência destes Seres Celestiais e das Comunicações Elohínicas passaram a se fazer como que por um raio distorcido, ou seja, por uma espécie de refração oblíqua, e não por radiação direta da Divindade. Assim, obscureceu a linguagem primitiva e deste obscurantismo brotou todas as línguas conhecidas.

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 Os primeiros idiomas foram mais perfeito do que os anteriores, e por consequência, eles se aproximaram da linguagem primitiva. Entre os mais antigos são dos alemães e suas Runas75 que são tácitas e contêm segredos escondidos. Também existem na Ásia, onde as línguas são de grande pureza, as quais refletem uma raiz única, em uma série de sentidos. Um desses curiosos idiomas, que possui muito da Atlântida, é do País Basco (Espanha), povo Proto- Caldeu, que segundo alguns pesquisadores tem uma estreita analogia com os israelitas da Palestina, o qual demonstra sua origem na Ásia Menor.

A raiz ASK, fundamental do povo basco, é mais comum na América e se encontra em muitas palavras ALASKA, ASKTECAS, etc. A raíz também aparece na a velha Germania (Alemanha) com ASKENIS, um dos primeiros descendentes de Jafé76 e o tronco de todos os alemães.

O idioma Bégalo (Bengali) tem setecentas palavras raízes como elementos da razão das quais formam verbos e adjetivos.

Existem idiomas cujas palavras descansam em raízes de três letras, sendo as outras progressões dessas raízes. Linhas de encanto ou de manifestação de beleza é sua escrita, embora são caráteres mais antigos e simples, eles se aproximam do idioma principal.

As letras da Linguagem Primitiva não são mais do que signos da razão. Os seus pontos, suas listras simples, signos e também seus princípios e suas ideias; todos juntos não são outra coisa senão a razão simbolizada.

Os mistérios e Iniciação Rosa-cruzes mantiveram a linguagem primitiva como Noé conservou dentro da Arca (que é um símbolo) e Abraão era um sábio nesta Linguagem. TEUT77 chamava a face da Divindade.

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A luz divina projeta seus raios luminosos sobre os homens primitivos e eles sabendo prendê-la, utilizavam-se da luz única para chamar seu Deus. O homem desceu na região astral (a queda de culpa), e perdeu esta luz divina. Sua razão e vontade ficaram completamente enfraquecidas. Ele começou a vaguear, o que não era foi possível antes queda, e para sempre sua visão escureceu a missão de seu destino.

Seu dever ainda é buscar essa luz substancialmente encerrado no idioma divino.

Caído o homem na escravidão da matéria, ele perdeu substancialmente seus elementos de compreensão que eram fornecidos pela Linguagem primordial, porque em seu entendimento único via formas, manifestações e símbolos. Teve que se orientar, então, procurou um meio que era divino e humano ao mesmo tempo, a Linguagem. Meio, tal como o cordão de ouro que a Deusa se orientou no labirinto, você pode transformar o homem primitivo em estado divino.

Só pelo LOGOS poderá o homem se unir outra vez ao seu Deus.

Por isso, Cristo é chamado de Logos, que se fez carne e habitou entre nós e habitará em nós, porque, assim como a palavra física é a chave portadora de nossas forças físicas, assim, Cristo é o acumulador de propriedade e qualidades divinas.

O NOME DE DEUS É MAIOR MISTÉRIO DO MUNDO.
Nossos sentidos são muito limitados para compreensão de que DEUS É ESPÍRITO, mas o seu nome exprime todas as suas qualidades e para aqueles que aprendem a pronunciar corretamente o Santo Nome de Deus – o maior segredo que possa existir – o Céu se abrirá e a comunicação com o Mundo Astral, com os Mestres Ascensos e com os Elohim será restabelecida.

Pronunciar é evocar as forças inerentes à palavra. A palavra é real. O Pai pronunciou ao filho e o filho para nós outros. É o Mistério mais santo de todas as religiões.

Cristo e os Iniciados ensinam o nome de Deus. Os mantras que comunicam os Mestres são os Poderes de Poderes.

Aprender a pronunciar o nome de Deus é o maior segredo que pode existir e os discípulos se preparam pouco a pouco mediante práticas e pronunciações de chaves que preparam a terra para receber um dia a santa semente.

Para entender isso é preciso saber o que é FORÇA e o que é a manifestações das FORÇAS, algo muito unido no universo.

Espiritualmente é a força da razão, por detrás se encontra uma mente treinada. A Vontade é a manifestação da Força. Razão e Vontade são palavras intelectuais do espírito. Vontade e Razão, pensamento e sensação no físico. A razão com a vontade formam, nos planos superiores, uma Unidade. Assim, tudo é força e ação.

Como o ser humano só concebe símbolos físico e suas abstrações, a porta do mundo transcendental será fechada se ele não tivesse um órgão ou meio pelo qual pode experimentar esse mundo transcendente. Este é a linguagem.

Este meio realmente existe e leva o espírito da filosofia as suas melhores concretizações que eleva as compressões mais altas.

Este meio, não é outra coisa que, a forma-base do entendimento e nós os Rosa-cruzes aprendemos na PNEUMATOLOGIA78 ou ciência espiritual.

O mundo astral é um intercambio entre o físico e o mental ou espiritual, é o fio sutil de uma metamatemática que une a uma pneumática superior, porque os matematas são formas originais da natureza, dos quais a Matemática retirou seu nome, e por isso que chegamos à compreensão de formas mais elevadas, entrando em um novo mundo de ideias e aproximando da razão pura que é Deus.

*

Assim, o homem, das suas limitações físicas, não pode compreender como o entendimento pode medir as distâncias que nos separam das estrelas e que encontre ali uma solução dos magnos problemas, assim como os filósofos escolásticos não compreenderam o mundo transcendental sem ter conhecido previamente as formas e meios pelos quais a razão humana vê.

Estas formas existem e são tão exatas como as linhas da geometria, aonde encontramos magnitudes, dimensões e progressões numéricas idênticas à Luz na qual todas as formas se tornam visíveis.

Estas formas estão, em um sentido espiritual, contidas na própria escrita, mas se perderam dos olhos do homem material que só ficou com a letra morta.

Estas formas luminosas são conhecidas pelos Rosa-cruzes e que pela Iniciação alcançam uma compreensão transcendental.

Os Mistérios Antigos, cujos os princípios são como os dos Rosa-cruzes em função dos Mundos Superiores, conhecem a linguagem divina que é a chave da Porta Transcendente. O alfabeto desta língua serve para formar os mantras pelos quais nos colocam em comunicação com os mundos suprafísicos, chamado de invisível. É a compreensão alcançada por eles pelas ideias mais puras, a Vontade, e os sentimentos mais puros.

Esta linguagem é usada pelos Mestres e não podem ser dadas provas públicas. Basta dizer que se comunicam como a luz que substitui as palavras humanas.

Como Herder79 diz: Para que nas condições atuais da humanidade, o meio de comunicação entre os dois mundos deve encarnar os aspectos mais finos e sutis da razão e da vontade que poderíamos chamar de transcendental.

O mundo físico não pode entender o que está fora de seu alcance, porque não existe uma escala e uma Lei Natural, só o espírito pode se juntar ao espírito e só as forças se juntam as forças.

Como a constituição humana é meramente um sistema de força, uma ascensão do progresso humano é equivalente a uma ascensão de forças.

Esta acumulação de energia, essas forças, não podem ser de outro modo senão pelo espiritual, pois hão de brotar puramente da razão pura, uma sementeira de ideias que brotam de nossa razão espiritual.

Os Espíritos são órgãos, estruturas do próprio Deus, inspirados pela Divindade, como os princípios fundamentais das ideias são animadas pela razão.

Assim, como a compreensão nos liga com as ideias e estas com a razão, as forças espirituais nos unem com forças transcendentais, e estas, por sua vez, com Deus.

Mas como Deus é a fonte mais abundante da razão pura e, portanto, uma suprema luz celestial e intelectual, seus espíritos – como diz as Sagradas Escrituras – são como os raios de uma chama de Luz. Portanto, somente a luz é que nos pode comunicar com Deus.

Esta luz está entre nós, é a razão. Dentro dele temos o EGO divino. Ele só se desenvolverá e se desenrolará pela escada que conduz à Esfera transcendental e ascender as formas mais puras de luz.

Para a compreensão das coisas no plano físico, tínhamos necessidade de órgãos e sentidos físicos. Para compreender as formas espirituais de luz, para penetrar o transcendental, precisamos separar os mundos superiores, cujo o primeiro patamar é o mundo astral.

Conservamos, pois, uma linguagem única nos mundos superiores que devemos cultivar e aprender, como se aprende o alfabeto de qualquer língua, junto com os caracteres da sua escrita transcendental. Para isso, o entendimento e leitura do ritmo do coração e sua fala.

Todas as línguas são aprendidas por imitação. Igual condição se necessita para aprender a Linguagem primitiva e, por consequência, o verdadeiro segredo está na imitação de Deus. Precisamos de continuar a escala, começando pela soletração…

Esta linguagem, para os Rosa-cruzes, nada mais é do que a modificação da Luz divina. Precisamos passar, em seguida, pela iniciação para entender esta linguagem divina e valermos conscientemente disso. Para entender isso, é preciso perguntarmos como falamos e lemos ordinariamente.

Lendo, vê-se a razão nos caracteres de luz; falando, expressa-se com sentimentos. Na linguagem comum, a língua é um instrumento de manifestação e o órgão-veículo; é o ar interno do qual atua o espírito-pulmão. A Língua dar a forma, enquanto o pulmão fornece a substância.

Deus se manifesta sempre como Deus, mediante a linguagem e a escrita.

O que no estado físico é o som ou tom, é o Êxtase80 no plano espiritual. O mais sublime é esta compreensão extática, como resultado ou síntese dela, é a ascensão à Deus.

OM MANI PADME HUM!
O VERBO – GÊNESIS
A letargia de séculos, de silêncio impenetrável, passando por todo os antigos Mistérios. O Verbo-gênese, o Fiat espermático do primeiro e brilhante momento, reside guardado em um hermético cofre de eras passadas e arcano divino, a chave mágica que abre a porta dourada, que sigilosamente se esconde atrás do fundo falso da Arca da Aliança…

Sério, grave e profundo, ao que parece, é o silêncio do Santuário. A única voz de Deus – a voz inaudível – que fala suavemente, muito suavemente, ao eleito…

Mas a Fraternidade Rosa-cruz, a guardadora dos sete caminhos floridos, tem preservado a íntegra conexão tradicional com verdadeiros rituais, onde as arcaicas verdades míticas adquirem sua pureza original e tornar-se nos lábios dos Iniciados em Força e Sabedoria. Por isso, a Fraternidade celebra de tempos em tempos as mesmas cerimônias, ritos idênticos e antigos Mistérios dormentes adquirem uma nova e candente flor.

Onde está a Verbo-gênese, a Palavra de Deus?

Sílaba por sílaba, na profundidade da Linguagem primitiva. Na língua primordial de Luz, sem a qual, a Mente carecia de um valioso tesouro ideográfico, onde tivera, plasticamente, a sublime e justa manifestação da Verdade.

Qual é esse idioma principal de Luz?

Através dos tempos foi revelado… É a comunicação divina. Mas… A palavra mudou e a voz permanece calada em nossos dias. É somente um patrimônio de Iniciados entram no Templo do Saber Gnóstico e conhecem esta magnífica linguagem. No entanto, é Cor, é Som, é Luz, e está no Ser, é a mesma substância do Gênesis. Seu Verbo precede tudo. Se antepõem a toda criação. Por isso os Gregos chamavam o homem de Alma falante, ou seja, a Encarnação do Verbo.

A sublime luz irradia nos Mistérios arcaicos. Interessante, neste caso, é os Mistérios de Éfeso (Turquia), onde a natureza foi adorada na forma da Deusa Ártemis. Foi lá que Crátilo81, um dos Sacerdotes filósofos, se dedicava a explicar a seus discípulos os Mistérios da linguagem; e Platão, em seus diálogos, faz referência a ele, em uma discussão entre este Sacerdote e Sócrates, em que o primeiro dá a conhecer os movimentos da boca e a posição dos dentes, para pronunciar o D, T, O, I e R.

Todos os velhos ensinamentos dos Mistérios antigos coincidem com os nossos Alfabetos, e são dimensionamentos imperfeitos da primitiva Linguagem. Mas sendo esta Linguagem primitiva uma revelação imediata da Divindade, devemos reconhecer que a Centelha Divina está no coração de todos dos outros, mesmo no mais imperfeito. Assim, sabendo pronunciar todas as letras de A a Z, formaríamos no espaço um corpo etéreo humano.

Se nós somos a encarnação do Verbo, é claramente dedutível, que todo o nosso corpo e cada órgão não são outra coisa que um produto das letras pronunciadas.

Se assim está no Homem, a organização microcósmica, facilmente pode ser, de igual modo, no macrocosmo. A Hoste coletiva de Criadores divinos, os Elohim, pronunciando a palavra precedente, as letras da linguagem mágica, criaram o Mundo. Porque a Criação não foi obra imediata de Deus, mas de uma cadeia de forças Elohínicas, estes maravilhosos arquitetos, instrumentos ativos da Divindade Onisciente82.

O Mundo veio em sua manifestação, do mesmo modo que veio o ser humano e esta compreensão nos dá um paralelo curioso, na qual, existe entre nossos órgãos de geração embrionária e os órgãos da linguagem.

O espaço entre o ouvido e a garganta existem canais de comunicação, uns tubos finíssimos conhecidos com o nome de trompa de Eustáquio, do lado direito e esquerdo das narinas, há um espaço aéreo de comunicação aberta com o interior através da faringe.

Parte interna do ouvido

Da mesma forma, se comunicam os ovários femininos com o útero, coincidindo, neste caso, que a Vulva é moldada na forma da nossa boca, órgão da Linguagem, e uma estranha semelhança o Sexo com a Glote fonte de vibração.

Certamente a natureza sempre usa os mesmos meios para produzir efeitos iguais.

Se a Palavra ou Verbo cria e produz à luz e esse nascimento é similar ao nascimento humano, somos forçados a encontrar semelhança entre os órgãos mediadores.

Para dar à luz a um ser é necessariamente obrigatório a Cópula, nós podemos assegurar que o processo de penetração do ar para os pulmões é outra Cópula muito semelhante que dá origem ao nascimento da Palavra.

Paralelos comparativos que refletem a mesma identidade de função entre o Microcosmo e o Macrocosmo e a vontade de fazer luz sobre este grande mistério!

NOSCE TE IPSUM SI NATURAM VIS NOSCERE.
Podemos dizer que todas as fases na qual passou a humanidade deixaram a sua marca no desenvolvimento fetal e durante os nove meses de gestação o embrião passa por todas as características de milhões de séculos de evolução planetária, como ensina Ciência Hermética83.

Todavia, ainda é para a medicina desconhecido por completo, o problema do desenvolvimento e evolução do óvulo humano durante as primeiras semanas de gestação.

Em nossos templos conhecemos este processo com todos os seus detalhes. Veja um exemplo: Crê a ciência médica que é o mesmo embrião que se desenvolve desde o começo, vindo posteriormente, o cório, âmnio, alantoide e o saco vitelino84. De acordo com nossos ensinamentos, este processo se verifica de maneira oposta, sendo estes invólucros os primeiros que se formam…

Os invólucros citados, que crescem na massa fetal são antenas que recolhem as forças cósmicas, na Lei Biológica o feto necessita que operem em comunicação com os astros que influenciam seu desenvolvimento.

O embrião se encontra pela primeira vez com a cabeça para baixo. Em seguida, passa pelo período vegetal. Mais tarde, perto do nascimento, permanece meses em situação vertical. É o período animal. Apenas fica na posição vertical quando ele entra no reino humano.

É tão exata esta comparação dual, que a evolução do mundo pode ser estudada mediante a compreensão do desenvolvimento do embrião humano e ele nos dá a Chave do Logos. Aprendemos, então, que a Biogenia85 está em proporção direta e paralela com a Logogenia, pois as forças cósmicas entram para ser fecundadas em nós e produzem a Palavra.

Tomás de Aquino86 descreveu que o nascimento é tríplice, ou seja, que nascemos três vezes: da eternidade, da mãe e do Coração (aeæternalis ex patre, temporalis ex matre, spiritualis ex Corde).

Santo Agostinho87 confessa o que chamamos de cristianismo existiam séculos antes do nascimento do Nazareno, e também chamar a atenção para a similaridade do Nascimento do Senhor e da criação do mundo com o desenvolvimento do feto. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”, dizem as Escrituras (João 1:14).

Haekel88, num momento de clarividência, disse: a ontogenia (estudo das origens de um organismo desde o embrião) é uma recapitulação da filogenia (estudo da evolução entre grupos de organismos). Isto é, o processo de criação de um ser humano é igual à criação do mundo.

A partir deste ponto de vista prático e original, estudam os Rosa-cruzes a Mitologia, aonde dentro da narração mítica e da fábula se encontram as supremas verdades simbólicas para aqueles que sabem ler. Apenas para aqueles que estudam por deleite e frivolidade, sem ânimo de investigação, e que nada dizem essas lendas sábias.

Medite por um momento sobre a lenda de Ísis e Osíris89.

Ísis e Osíris eram irmãos e um casal divino que tomaram a direção e a regência do mundo. Seu irmão, Tífon90, espírito do mal, aparece de repente e consegue pela astúcia o que não pode fazer pela força; Tífon fez que Osíris entrasse em um caixão ou cofre para jogá-lo no mar. Tífon percebe que Ísis procura ansiosamente o corpo. Então, Osíris é mais uma vez preso e seu corpo repartido em catorze pedaços distribuídos pelo Mundo.

Ísis peregrina novamente, ansiosa e chorosa, à procura de seu irmão e marido, em seguida, encontra os pedaços e sepulta-os em diferentes partes e ergue diversos Templos onde se encontra cada um deles.

Do Coração de Osíris nasce Hórus (Aurus?) e retira de sua viúva mãe Ísis a tiara de rainha e se torna o dono do mundo.

Osíris é a palavra primordial de luz e Ísis a natureza. Os princípios Masculino e Feminino governam o mundo até que veio Tífon, a respiração que em seu vertiginoso sopro deu origem à separação dos dois princípios, gerando a palavra humana.

Hórus91 é a força do Logos, a energia do esperma, a síntese do Pleroma. Uma parte de Hórus vive e bate no embrião humano, mais tarde, aparece a falar e faz o VERBO.

Uma ponta do véu foi levantada. No entanto, enquanto a mariposa inquieta se aloca em nossa Alma, não há um caminho estático, sereno e pacífico, os sete caminhos luminosos, não há a divina compreensão do Logos, nem saberá qual é o ponto do círculo donde os três enigmas do Tempo são destacados. Para perscrutar o Arquivo do Cosmos nos faz falta a divina Linguagem de Luz e este só se aproxima de nos mediante a JOIA, a LUZ…

CONCLUSÃO
A JOIA com seu IOA já disse, querido discípulo, pense sobre isso.

A etimologia da palavra joia é a latim GAUDIA (pl gaudium) gozo – prazer. Assim também é chamado um anel que ostenta as imagens de Ísis e Serápis, ligados por uma serpente. Isso também resume o que eu escrevi…

NINGUÉM EM SUA TERRA É PROFETA, repito o dito popular, e é esta convicção que obriga as pessoas a buscar em países distantes novas modalidades. O doméstico, do lar, da própria terra, se presente ou futuro, é sem valor e não interessa.

Por esta razão a Sociedade Teosófica, em nenhum lugar do mundo, alcançou mais adeptos do que na América Latina, introduzindo esta mistura de Budismo e Vedantismo, que se afiliaram tantos não-crentes de outras religiões. Aqueles que antes de haviam negado a Trindade cristã, não tiveram dificuldade em aceitar, em seguida, Brahma, Vishnu e Shiva. Aqueles que tinha negado a Ressurreição, aceitam plenamente a Reencarnação sem perceber que tudo é a mesma coisa e que nada de novo havia trazido nestes ensinamentos…

O grande Jinarajadasa92, um homem de muito conhecimento, foi interrogado no transcurso de sua pregação acerca da Simbologia Arcaica da América, encolhendo os ombros e confessou que não havia compreendido nada. É natural. Ele só sabia de Karma e Reencarnação que são dogmas que requerem demasiado tempo e longas palestras para introduzir na Espanha e na América à maneira Oriental.

Karma, sim. Karma horrível engendrado pelos espanhóis, ou seja, os frades que acompanharam os conquistadores para a América, na qual destruíram os deuses Maias, Quichés, Incas e outros, que eram ídolos, se preferir, no entanto eles estavam cheios de fluido, de forças e vibrações mentais daquele velho povo.

Ao destruir esses acumuladores do passado, uma parte se dirigiu, por assim dizer, para os ídolos cristãos que ao se tornarem moda como o Coração de Jesus, ou o Culto de Maria e de Santo Antônio provocaram uma reação nos ídolos do novo continente e da Espanha, que no tempo de Carlos V93 não viu o pôr do sol em seus domínios, mas perdeu suas colônias e hoje – da pena de dizer que a política conduzida pela Companhia de Jesus – uma potência de segunda ordem.

Na América, o cristianismo alcançou os seus triunfos, mas os velhos deuses e os velhos ensinamentos não dormem e a força inerente de seus templos, trancado em seus manuscritos, estão pedindo constantemente pela ressurreição, por isso, é um dever lidar com ele, para cancelar esse Karma, que foi provocado pelos frades ao levarem o cristianismo e que hoje tratam de provocar os Teosofistas Orientais a levarem para América essas teorias e filosofias de fora novamente, sem nenhum acordo com as tradições do solo americano.

Nós, os Rosa-cruzes, de nossa parte, vamos cumprir este dever e cordialmente convidamos aos demais que querem nos seguir, pois, em maior número o trabalho será mais rentável e o fruto mais ótimo.

Os mistérios sempre existiram e São Paulo diz muito claramente: que, embora existiram gerações passadas que não conheceram no tempo dele (Paulo); disse em Efésios 3:4: “Lendo-me, podereis entender a compreensão que me foi concedida do mistério de Cristo”.

O MISTÉRIO DE CRISTO É O MISTÉRIO ROSA-CRUZ.
Neste trabalho tenho sido tão discreto como deveria e tão claro quanto pude. A Palavra ou Logos não é uma boca que fala, mas um ouvido que ouve e um olho que pode ver nas entrelinhas.

O Mestre sempre diz as coisas certas, somente o discípulo, por vezes, que não compreende o sentido.

Se este livro chegar nas mãos, da maioria dos advogados, médicos e engenheiros da Espanha e da América, provavelmente consideram este estudo uma aberração, devo dizer que o seu prejuízo é devido apenas a falta de preparação anterior na nossa disciplina. Eu recomendo que vocês leiam primeiro as obras simples, como dos teosofistas Leadbeater ou Besant e depois releiam o que eu tenho exposto aqui. Aos meus discípulos lhe peço para não ler, mas que estudem parágrafo por parágrafo este livro e pouco a pouco vão abrir os seus olhos as coisas ocultas de grande alcance. A todos eu recomendo, leiam antes os meus livros anteriores: Rosa-Cruz – Novela de Ocultismo Iniciático (1926), Tatwametro ou as vibrações do Éter (1926), e Tratado de Quirologia médica (1927) e, em seguida, se você ainda tem dúvidas, qualquer pessoa me envie uma carta com questionamentos para o meu nome em Berlin-Heilingesee – Alemanha, perguntando o que querem sobre estes estudos e eu farei o meu melhor para satisfazê-lo.

Discípulo.

Eu mantive minha promessa. Que esta brochura te sirva de estímulo em seus estudos e que você vá aplicando seus ensinamentos, dia após dia, com as práticas usuais que foram dadas.

Este é a Via, o Caminho, a Senda para chegar à Meta – que se abre no alvorecer da Tule distante – e por isso poderá exclamar um dia como Virgílio:

Felix qui potuit rerum cognoscere causas94.
Notas
1      Ernst Christian Heinrich Peithman (1865-1943), Patriarca da Igreja Gnóstica de Eleusis.

2      Aleister Crowley (1875-1947), Profeta da Lei da Thelema.

3      Heinrich Tränker (1880-1956), fundador da Societas Pansophia.

4  O estoicismo foi uma escola de filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio no início do século III

a.C. Os estóicos ensinaram que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento, da relação ativa entre determinismo cósmico e liberdade humana e a crença de que é virtuoso manter uma vontade (prohairesis) que está de acordo com a natureza.

5 É o “G” presente no centro do Esquadro e Compasso. Também é dito Geometria.

6  “Pensar, Querer, Sentir, como eterno trio”. Referência ao livro “Rosa Esotérica”, do Mestre Huiracocha. Também uma referência a Rudolf Steiner (1861-1925) filósofo, educador, artista e esoterista, fundador da Antroposofia: “O homem terrestre é uma entidade tríplice: um ser pensante, um ser sensível e um ser volitivo. E quando focalizamos tudo que se acha no âmbito do Pensar, do Sentir e do Querer, abrangendo toda a medida da participação do ser humano na vida da Terra”.

7 Albert Christin Georg Schultz (1873-1953), foi um místico e revivalista alemão.

8  Dionísio, Deus do vinho e da libertação pelo êxtase, que promete a salvação através de rituais de amor.

9  Mitra é o deus do Sol, da sabedoria e da guerra na mitologia persa. Ao longo dos séculos, foi incorporado à mitologia hindu e à mitologia romana.

10  Para o Dr. Krumm-Helller isso é o Eu Superior.

11    Encontrar a língua original era um tema vital da mitologia rosa-cruz. Como descrito no Fama Fraternitatis: “Assim teve início a Fraternidade dos Rosa-cruzes, com apenas quatro pessoas, que desenvolveram a linguagem e a escrita mágicas (…)”.

12     Predisposição hereditária ou constitucional para uma doença.

13     Do francês, “a última moda”

14    Na mitologia grega foi o primeiro rei da Lídia, filho de Zeus com Gaia.

15 Interessante notar que Rudolf Steiner desdobra em quatro aspectos esse conceito: o Eu tem sua expressão no sangue; o Corpo Astral tem sua expressão no sistema nervoso; o Corpo Etérico tem sua expressão no sistema glandular; e o Corpo Físico tem sua expressão no sistema sensório.

16    Do latim, significa “magnitude de algo que confunde”.

17    Do hebraico, que significa “no princípio”.

18    Titus Flavius Josephus (37-100), foi um historiador e apologista judaico romano.

19    Do hebraico “esplendor”, nome de uma das obras mais importantes da Kaballah.

20    Heinrich Khunrath (1560-1605), foi um médico, filósofo hermético e alquimista da Alemanha.

21    Jan Evangelista Purkyně (1787-1869), foi um médico e professor universitário checo que se notabilizou como anatomista e fisiologista e descobridor das células de Purkinje e do efeito de Purkinje.

22    Divindade maior do Zoroastrismo.

23    Nome da escola ortodoxa hindu, que significa investigação.

24    Georg Philipp Friedrich von Hardenberg (1722-1801), mais conhecido pelo pseudônimo Novalis, foi um dos mais importantes representantes do primeiro romantismo alemão de finais do século XVIII.

25    Do sânscrito que significa “alma” ou “sopro vital”. Na teosofia representa a Mônada.

26    Termo sânscrito que designa o princípio divino, não personalizado e neutro do bramanismo e da teosofia. Não deve ser confundido com Brahmā, que, com Viṣṇu e Śiva, formam a trindade (trimurti) clássica hindu.

27    Do alemão, que significa Eu.

28    Os Otomis são um povo indígena da zona central do México.

29    Os quatro elementos são: Terra, Fogo, Água e Ar.

30    Do Semítico, traduzido para o português como Deus.

31 IAO, ΙΑΩ ou ιαω é a transliteração em grego do Tetragramma hebraico YHVH, modernamente, conhecido como nome de Deus entre os gnósticos. Na thelema, IAO é a fórmula do velho Aeon de Osíris: INRI-IAO-LVX. Na fórmula IAO, Ísis é a natureza idílica e perfeita, estuprada por Apophis e glorificado por Osíris: a doutrina da morte e ressurreição. Enquanto no nível microcosmo do homem, Ísis é a condição do status quo do próprio homem; Apophis, o devorador do Sol, é o poder mágico que é desencadeada com a Iniciação, e Osíris é o novo homem, e reintegrado na sua função divina. A mesma ideia é expressa no Fama Fraternitatis: “Ex Deo nascimur; In Jesus morimur; Per Spiritum Sanctum reviviscimus” (Por Deus nascemos; Em Jesus morremos; Pelo Espírito Santo renascemos). Huiracocha explica: “I” – Ignis (fogo, alma); “A” – Aqua (água, substância); “O” – Origo (causa, ar, origem). No Pistis Sophia está escrito: “Jesus fez invocação virando-se para os quatro cantos do mundo com os seus discípulos, vestidos com roupas de linho, dizendo: Iao, Iao, Iao”. E sua interpretação é: ‘Iota’ porque o universo foi brotado; ‘Alfa’ porque voltará para si; ‘Omega’ porque a conclusão de tudo terá fim”. Também no Livro de Jeú, Jesus declara que: o verdadeiro Deus será chamado Jeú (YEW) “Pai de meu Pai”, cuja a pronuncia sagrada é IAW (IAO). No livro do Apocalipse (22:13) também há referência a “IAO”: “I” = Iesus; “A” = Alpha; “O” = Omega.

32    A Palavra L.V.X. é idêntica a fórmula IAO.

33    Do germano, é o nome do Deus Odin dos nórdicos.

34    Publius Cornelius Tacitus (56-117), foi um historiador, orador e político romano.

35    Vestais, na Roma Antiga, eram sacerdotisas que cultuavam a deusa romana a virgem Vesta.

36    Francisco Núñez de la Vega (1634-1706), Bispo de Chiapas, a história de Votan é publicado nas Constituciones diocesanas del obispado de Chiappa (1702).

37    Do latim, que significa “nada novo debaixo do sol”.

38    Do sânscrito que significa antideuses ou demônios.

39    É o primeiro livro do Veda, uma das escrituras sagradas do hinduísmo.

40    Johan August Strindberg (1849-1912), foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e contista sueco.

41    Steiner escreve que devemos evitar um pensamento errado, pois ele pode atuar sobre outros pensamentos de maneira tão devastadora quanto um projétil atirado às cegas contra objetos físicos.

42  É uma dança criada por Rudolf Steiner cujo objetivo é tornar visíveis as expressões da fala ou música. Ele diz que nas posturas do IAO, o homem sente uma luz fora do corpo físico, preenchido por sons cósmicos das três vogais: o segredo do ego no “I” (em inglês Eu) começa no Pensar; e desperta a esfera do Sentir; assim, o verdadeiro “Eu” ilumina a consciência do Querer. O segredo do corpo astral está no “O” e o segredo do corpo etérico na vogal “A”. Essa prática dos três sons formam na entidade humana um fluxo em direção ao Sol. Steiner, afirma que “IAO” é o nome do Cristo, conectado com o segredo de como Cristo trabalha no homem.

43  Louis Jacolliot (1837-1890), era um advogado francês, juiz colonial, autor e conferencista.

44    Augustus Le Plongeon (1825-1908), foi um fotógrafo e antiquário que estudou as ruínas pré-colombianas da América, em particular os da civilização maia.

45    Código de Manu é parte de uma coleção de livros bramânicos, enfeixados em quatro compêndios: o Mahabharata, o Ramayana, os Puranas e as Leis Escritas de Manu.

46    Deus egípcio do conhecimento, representado com cabeça de íbis

47    Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia. Reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C

48    Henry Rider Haggard (1856-1925), o autor faz referência ao livro Cleopatra: Being an Account of the Fall and Vengeance of Harmachis (1889)

49    Sir Subbier Subramania Iyer (1842-1924), foi um advogado, jurista e lutador pela liberdade indiana.

50    Seguidores de Max Heindel (1865-1919), foi um ocultista, astrólogo e místico cristão dinamarquês de origem alemã, radicado nos Estados Unidos.

51    Existem 3 Livros que são citados na Fama Fraternitatis, em especial: Liber M, Liber H e Liber T. Os Rosa-cruzes estudam o Liber M, ou seja, o Liber Mundi, o Livro do Homem, da Natureza e do Universo.

52    Johann Valentin Andreae (1586-1654), foi um teólogo alemão, apontado por muitos como o principal autor dos manifestos rosacruzes, como o Fama Fraternitatis.

53    Seguidores de Bardesanes (154-222), um gnóstico siríaco.

54    Basilides foi um gnóstico, que ensinou entre 117-138 d.C. em Alexandria, Egito.

55    A obra The Gnostics and Their Remains (1887), de Charles William King declara ter em sua posse uma joia de Abraxas escrito: Jesus Cristo, Deus dos Deus, “IAW”.

56    Essa explicação é dada por Ireneu de Lyon (ca. 130-202) em sua obra Sobre a detecção e refutação da chamada Gnosis, também conhecido como Contra Heresias (Adversus Haereses, ca. 180 d.C.).

57    Annie Besant (1847-1933), foi uma teósofa, presidente da Sociedade Teosófica.

58    Seguidores de Sabélio (? – 215 d.C) que foi um teólogo cristão. Formulador da doutrina do monarquianismo modalista da Trindade e da crença não-trinitária.

59    Charles Leadbeater (1847-1934) foi sacerdote da Igreja Anglicana e Bispo da Igreja Católica Liberal, escritor, orador, maçom e uma das mais influentes personalidades da Sociedade Teosófica.

60    Quintus Septimius Florens Tertullianus (ca. 160-220), foi apologista cristão, ele cunhou a palavra “Trinitas”.

61    Popol Vuh, do idioma quiché maia, “livro da comunidade”, é um registro documental da cultura maia, produzido no século XVI, e que tem como tema a concepção de criação do mundo deste povo.

62    Tepeu, do quiché maia, “aquele que é vitorioso”, deus do céu e um dos deuses criadores; Q’uq’umatz, deus supremo; nomes: Gucamatz, Cuculcán ou Kukulkán..

63    Hunraqan, do quiché maia, “o de uma só perna”, da mitologia maia, é deus do vento, tempestade e fogo e um dos deuses criadores; nomes: Hurakan, Huracán, Tohil, Bolon Tzacab e Kauil

64    Deus-avó criador da humanidade, de acordo com a mitologia maia e do povo quiché

65    Charles Robert Darwin (1809-1882), foi um naturalista britânico, autor da teoria da evolução das espécies.

66    “Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão” (Mateus 7:6)

67    Do grego que significa “aquele que consola ou conforta” ou intercessor, no cristianismo é utilizado para se referir ao Espírito Santo.

68    Habitante de Reino de Moab do Antigo Testamento. Descendentes de da filha de Ló, com seu próprio pai. Elas embebedaram o pai e as conceberam cada uma, um filho do próprio pai. A mais velha gerou Moabe, patriarca do povo moabita e a mais nova gerou Ben-Ami, patriarca do povo de Amom, os amonitas.

69    Referência ao Curso de Magia Rúnica do Mestre Huiracocha.

70    Aleph é a primeira letra de vários alfabetos semíticos, como hebraico e árabe.

71    O Sol por detrás de Cristo.

72    “O Sol se levantou, o fantasma do tempo se desvaneceu,a Palavra Perdida foi encontrada”.

73    Entendemos que além da Clarividência, devemos utilizar a metodologia de análise junguiana ou simbólica- analógica, na qual busca amplificar a  imagem  simbólica,  traçando  relações  de  semelhança  com  outros

74    Caibalion diz que: “O Todo é Mente, o Universo é Mental”.

75    Na época que o Fama Fraternitatis foi escrito, o suéco Johannes Bureus (1568-1652) procurava provar que as runas escandinas eram a relíquia da língua original perdida no Oriente após o dilúvio, mas preservada pelos povos hiperbóreos.

76    Jafé ou Jafet foi o terceiro filho de Noé, segundo o relato do Gênesis. A tradição judia descreve-o como o fundador da cidade Jafa. A tradição diz que os filhos de Noé são os progenitores de todas as raças humanas, Jafé seria o pai dos europeus, persas e indianos (indo-europeus).

77    Teut ou Thoth, segundo o idioma dos egípcios.

78    É o estudo metafísico sobre os seres espirituais, principalmente entre os homens e Deus.

79    Johann Gottfried von Herder (1744-1803), foi um filósofo e escritor alemão.

80 O deus grego do êxtase é Dionísio, em grego Διόνυσος (Diónysos). Segundo Paul Tillich, o termo êxtase significa “estar fora de si”, é apontado para um estado de espírito, na qual a mente transcende sua situação habitual. O êxtase não é uma negação da razão, é um estado mental em que a razão está além de si mesma, que transcende o sujeito- objeto. É o estado que os místicos buscam alcançar. Mas o êxtase é uma preparação para manifestação do Mistério. Muitas vezes é confundida com entusiasmo que significa “ter deus dentro de si”, mas que modernamente já não possui a conotação religiosa. Vemos nessa passagem uma chave para o Ritual Rosa-cruz.

81    Filósofo grego, discípulo de Heráclito de Éfeso

82    “Bereshit bará Elohim et hashamayim ve-et ha-arets”. Do hebraico, que significa literalmente, “No princípio, os Elohim criaram os céus e a terra”. Elohim também podem ser entendidos como os Espíritos da Luz ou Exusiai (de acordo com a angeologia). Sendo Jehovah um desses Elohim ou Javé-Elohim.

83    O nascimento do corpo físico é acompanhado por forças etéricas vindas do cosmo, as quais trabalharam durante os 9 meses de gestação para formar os padrões dos órgãos e funções. Que são trabalhadas pelo Curso Zodiacal.

84    São chamados de Anexos Embrionários; encontrados junto ao embrião em formação.

85    Ciência da Vida, ela trata das leis e meios para a produção de vida

86    Tomás de Aquino (1225-1274), foi um frade italiano cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica.

87    Agostinho de Hipona (354-430), foi um teólogo e filósofo dos primeiros anos do cristianismo. Escrevendo na era patrística, ele é amplamente considerado como sendo o mais importante dos Padres da Igreja no ocidente.

88    Ernst Heinrich Philipp August Haeckel (1834-1919), foi um biólogo, naturalista alemão, filósofo, médico, professor e artista que ajudou a popularizar o trabalho de Charles Darwin e um dos grandes expoentes do cientismo positivista.

89    Referência a fórmula IAO.

90    Helena Blavatsky diz que Tífon, ou Tifão, ou Apofis representa o aspecto tenebroso de Osíris.

91 “Seidade Todo-Poderosa, Seidade Cósmica, Tu, cujo brilho ilumina os mundos; Tu que é o hálito que faz tremer e estremecer a tudo; com o signo da cruz, eu te conjuro Grande Ser, para que apareças sobre teu Trono do Globo Solar”.

92    Curuppumullage Jinarajadasa (1875-1953) foi um autor indiano, um ocultista, maçom e teósofo.

93    Carlos V & I (1500-1558) foi o Imperador Romano-Germânico como Carlos V e Rei da Espanha como Carlos I.

94    “Feliz o que pode conhecer as causas das coisas”


segunda-feira, 8 de julho de 2024

Os Rituais Secretos da OTO


Frater A.


Faze o que tu queres será o todo da Lei. –AL I:40


Prezado estudante, nesta Epístola, gostaria de abordar uma tendência perturbadora que começa a mostrar sua feia cabecinha nos círculos Thelêmicos de uma maneira angustiante, se não gravemente criminosa. Sim, como de costume, minha Epístola pode ser um pouco longa, se não ridiculamente prolixa. Por outro lado, uma teia de aranha de mal-entendidos é frequentemente um emaranhado difícil de desvendar e justifica tal verbosidade. Especialmente se você está tão confuso quanto eu sobre toda essa maldita questão. Gostaria de começar dizendo que vou desempenhar o papel do Advogado do Diabo, se me permite, por nenhuma outra razão senão inspirar pensamento e conversa. Não vou necessariamente atacar as políticas da OTO tanto quanto enfrentar seus fantasmas. Para um mago, isso é um comportamento totalmente aceitável, especialmente se esses fantasmas estão afetando seu Universo. No entanto, ao abraçar as ideias desta Epístola, eu poderia estar colocando em risco minha posição dentro da fraternidade. Infelizmente, a frase do Liber OZ que afirma que ‘O homem tem o direito de escrever o que ele quiser’ muitas vezes não se aplica aos iniciados dentro da OTO. Na verdade, nem mesmo os Direitos da Primeira Emenda, que supostamente lhe concedem a Liberdade de Expressão. O título dado aos Minervais da OTO, um soldado da liberdade, deveria ser alterado para refletir um soldado que só pode falar e escrever o que ‘alguém’ quer que o mundo acredite. Se você ainda não adivinhou, muitas vezes fui acusado de ser um cínico.”


Vamos direto ao ponto. O assunto desta Epístola nunca teria sido considerado justificável enquanto o falecido Frater Hymenaeus Alpha 777 (Grady Louis McMurtry) estava no comando da Ordo Templi Orientis. Ele teria argumentado contra isso, tanto na prática quanto em princípio. Sei disso porque o ouvi discutir tais assuntos em várias ocasiões. O que estou me referindo é a atual política da OTO em relação à venda ou citação do livro de Francis King, ‘Os Rituais Secretos da OTO’ (1), ou material relacionado semelhante. Você pode estar se perguntando, “Por que deveríamos nos preocupar com as políticas de uma fraternidade mundana?” Para isso, posso afirmar que cada ramo da A.’.A.’. tem uma Extensão Externa que utiliza consciente ou inconscientemente no plano Malkuthiano. Nosso ramo, que é um desdobramento de Grady McMurtry, utiliza a estrutura da Clerk House. Após a morte de Grady, um dos ramos de Motta assumiu o comando da OTO. Deve-se lembrar que Aleister Crowley afirmou: “distinga cuidadosamente entre A.’.A.’. e O.T.O. A última é uma organização prática dedicada ao estabelecimento do trabalho da primeira.” (2) No entanto, se uma organização externa, como a OTO, tem políticas que estão lentamente se tornando uma ditadura, são restritivas e não-thelêmicas, é natural questionar a intenção ou propósito por trás do ramo da A.’.A.’. que está atualmente conduzindo seus assuntos. Em outras palavras, a Extensão Externa refletirá automaticamente as aspirações Internas. Como há apenas uma verdadeira A.’.A.’., com muitos ramos saindo do tronco principal de sua Árvore, torna-se natural assumir que as ações de um ramo podem nos afetar como uma doença. É por isso que não podemos ignorar o que ocorre em qualquer fraternidade que tenha uma conexão com a A.’.A.’.


Basicamente, existem três questões legais que gostaria de discutir nesta Epístola. Elas não devem ser confundidas, como frequentemente são na política da OTO. A primeira questão lida com a violação de direitos autorais. A segunda refere-se aos Direitos de Uso Justo de material já publicado, e a terceira trata da revelação de Segredos Comerciais. Esta última geralmente se enquadra na categoria da primeira, mas no caso da OTO não se aplica, especialmente em relação ao livro de Francis King. Sobre a primeira questão, ou violações de direitos autorais, é onde um indivíduo publica material de outra pessoa na íntegra, ou mesmo certas partes dele, sem a permissão escrita do proprietário dos direitos autorais. Fácil o suficiente, mas o que constitui ‘partes do mesmo’? Isso costumava ser uma área cinzenta que levou à criação das Leis de Uso Justo por volta de 1975 nos Estados Unidos. Esta nova Lei foi projetada para informar os indivíduos sobre quais direitos eles têm quando desejam citar material para ilustrar o ponto que estão tentando fazer, sem ter que obter o consentimento ou permissão escrita do proprietário dos direitos autorais. Assim, Uso Justo. Como exemplo, pode ser considerado justificável citar legalmente até duzentas palavras de um livro de trezentas páginas, mas não de um artigo de três páginas. O principal fator determinante é que o material citado não prejudique a obra original. Em outras palavras, se um livro ou artigo de uma pessoa cita uma grande porcentagem do original, ou pontos especialmente cruciais, de forma que outros o procurem em vez do original do autor, pode ser considerado uma perda financeira para o autor e está em violação das Leis de Uso Justo. A Lei, em resumo, lida com duas palavras-chave: ‘quantidade e substancialidade’.


As Leis de Uso Justo podem não cobrir material que é distribuído privadamente sob a suposição de que tal não seja revelado ou liberado para quem não seja membro de uma determinada empresa, organização ou fraternidade, como a Ordo Templi Orientis. Isso nos leva à terceira questão da revelação de Segredos Comerciais. Esta questão é definitivamente uma ‘área cinzenta’ da Lei. No entanto, geralmente é impossível para uma organização ir a um Tribunal de Justiça e argumentar que material publicado há vinte e cinco anos, que tanto membros quanto não membros conhecem e utilizam, seja um Segredo Comercial. Em outras palavras, um Segredo Comercial deve ser um segredo. É o senso comum. Claro, alguém poderia perguntar se a OTO ainda pode argumentar que citar o livro de Francis King AGORA é uma violação de Segredos Comerciais? A resposta para isso é bastante simples. ABSOLUTAMENTE NÃO. De acordo com a Lei, se um indivíduo viola material protegido por direitos autorais e o proprietário desses direitos autorais sabe disso e não faz nada dentro do que é legalmente denominado ‘tempo razoável’, então eles perdem todas as reivindicações contra o indivíduo que publicou seu material. Esta Lei foi estabelecida para impedir que um proprietário de direitos autorais fique sentado, sem fazer nada, e esperando para ver se um livro faz uma quantidade considerável de dinheiro antes de fazer qualquer reivindicação contra o autor ou os lucros do livro. Em outras palavras, uma violação de direitos autorais deve ser estabelecida imediatamente ou dentro de um ‘tempo razoável’ para ser válida.


Como exemplo do que acabei de escrever. Em 28 de dezembro de 1971, Grady McMurtry registrou-se no Estado da Califórnia para formar uma entidade legal para o estabelecimento da OTO em bases sólidas. Isso começou o processo que provaria que ele era o verdadeiro [representante da] OTO. O livro de King foi publicado no final de 1973. Embora Grady soubesse do livro, ele nunca escreveu uma carta dentro de um ‘tempo razoável’ (na verdade, nunca escreveu) expressando sua opinião sobre uma violação de direitos autorais a Francis King ou aos editores. Sabemos que ele e sua esposa Phyllis discutiram o livro com Israel Regardie antes de ser lançado e logo depois. Em uma carta, Phyllis menciona como ela “viu adequado adicionar minha opinião sobre o assunto no In the Continuum.” (3) Esta é uma revista que ela e Grady publicaram. Na mesma carta, ela também pergunta: “Certamente gostaria de ouvir suas ideias e comentários sobre o livro e o que escrevi em nossa publicação.” Regardie enviou o seguinte conselho: “Finalmente consegui o livro de Francis King, Os Rituais Secretos da O.T.O. Na minha opinião, é um fracasso e eu diria que você não tem nada com que se preocupar a esse respeito.” (4) Obviamente, Phyllis já havia concordado, pois começou seu artigo (In the Continuum) respondendo a uma pergunta. “Você estava perguntando se a publicação de Os Rituais Secretos da O.T.O., introduzidos por Francis King, não destruiria nossa Ordem. Eu acho que não.” (5) Ela então continua por mais seis páginas para explicar suas visões, muito eloquentemente e de forma objetiva. Qualquer menção a material protegido por direitos autorais, ou a violação dele por Francis King, nunca é mencionada.


Além disso, em julho de 1974, ao escrever uma carta formal oficial a ser enviada a indivíduos que perguntavam sobre a OTO, Grady simplesmente declarou que qualquer pessoa que usasse o conhecimento encontrado neste livro “teria alguns problemas”. (6) Ele nunca menciona nada sobre o livro ser ilegal ou uma violação de direitos autorais. Seu argumento estava principalmente centrado em erros e omissões ritualísticas que tornavam o livro inútil. Ironicamente, mesmo anos depois, Grady parecia implicar que a única razão pela qual a OTO nunca endossou totalmente o livro era porque estava incompleto. Como ele era o líder mundial da organização, as palavras escritas de Grady, especialmente em um boletim informativo oficial da OTO, declaravam muito claramente a política da OTO quando ele escreveu: “Não endossamos a publicação deste material porque a chamada ‘seção do 9º grau’ não inclui o papel (intitulado Emblemas e Modos de Uso do IX°) que Aleister Crowley me entregou na 93 Jermyn St por volta de 1943-44 e.v., sem o qual todo o resto é um absurdo”. (7) Grady parecia estar mais preocupado com o que faltava no livro do que com o fato de ser ilegal.


Ainda assim, mais prejudicial é o fato de que, embora ele não tenha ‘endossado a publicação’, ele a usou abertamente por anos enquanto atuava como Saladin. Quando recebi minha própria Carta para Iniciar através da OTO no final dos anos setenta, Grady me disse para usar o livro de King e que ele me enviaria os originais mais tarde. De fato, ele permitiu que o livro fosse usado por todo Saladin nas Câmaras de Iniciação da Ordo Templi Orientis em todo o mundo enquanto era o Chefe Externo da Ordem, dando assim ao livro, em termos legais, seu ‘reconhecimento e justificação’. Saber desses fatos significa que Grady McMurtry e a OTO perderam todas e quaisquer reivindicações contra o livro por violar Marcas Registradas ou Direitos Autorais. Por outro lado, a OTO atual pode discordar. Mas você acha que um juiz concordaria com eles ao ouvir como a OTO usou o livro ‘dentro’ de suas próprias Câmaras de Iniciação, bem como a fonte de citações para palestras públicas, por mais de vinte anos antes de fazer qualquer reivindicação oficial de que é ilegal? O ponto principal é que, há anos, pela falta de ação imediata de Grady, ele deu consentimento implícito e concordou com o livro, ou pelo menos com as visões de Regardie de que não importava que fosse publicado porque são apenas pérolas diante dos porcos.


Em 1979, quando surgiram rumores de que os Rituais Secretos estavam sendo republicados com uma renúncia, a postura oficial da OTO tornou-se que “[e]ste livro é um ultraje à Ordem, não importa o que foi colocado no verso da página de título”. (8) O Boletim da OTO continuou afirmando: “Gostaríamos que os Thelemitas o evitassem. Muitos já enfraqueceram o efeito externo das iniciações por meio de tentativas prematuras dos rituais”. Em outras palavras, a violação de direitos autorais ainda não era uma questão principal. No entanto, depois que Grady ‘reativou’ a OTO e estabeleceu a Grande Loja em outubro de 1977, iniciações em ambas as costas começaram a trazer muitos novos membros. A OTO começou a crescer rapidamente. A Ordem descobriu que muitas pessoas queriam ler os rituais antes de passar por eles e a palavra se espalhou de que havia um livro publicado em 1973 que continha os ritos. Grady sentiu que isso tinha que ser ‘cortado pela raiz’ antes que fosse mais longe. Lembro de falar com ele ao telefone sobre esse assunto e ser informado de que Saladins ainda poderiam usar o livro. Ele até não tinha problema em ser lido por membros, mas pediu que lhes dissessem para passar pelos rituais de iniciação primeiro. Não minar o efeito. Não era um problema na minha área porque eu era uma das poucas pessoas que tinha uma cópia dos Rituais Secretos e desde o início recusei-me a deixar alguém lê-lo. Infelizmente, esse não era o caso em outros lugares.


Gostaria agora de discutir a acusação frequentemente levantada de ‘violar Juramentos’. Esta é a primeira linha de ataque contra iniciados da OTO que vendem ou citam os Rituais Secretos. Por sua própria admissão, Grady McMurtry não queria comprar uma cópia do livro porque estava enfurecido que os ‘segredos’ da fraternidade estavam sendo publicados. Ele finalmente cedeu no final de 1973 e comprou uma cópia para o que ele chamou de “propósitos de pesquisa”. De muitas maneiras isso se mostrou valioso para ele e ele declarou abertamente que comprar o livro “serve a um propósito”. Ele lembrou todos os iniciados da OTO que quando “você assume um grau Iniciatório, você faz juramentos de não revelar certas informações que foram passadas a você”. Implicando seus segredos. No entanto, ele apontou que uma pessoa pode “citar de um livro que foi publicado” sem medo de violar seus sagrados Juramentos. (9) Em outras palavras, um indivíduo pode utilizar o livro de King com impunidade espiritual, como Grady fez durante palestras em várias ocasiões, o que eu pessoalmente testemunhei. No entanto, ele sempre ‘sugeriu’ discrição por parte dos Iniciados da OTO sobre o que eles deveriam citar. Posso ainda atestar que ele não tinha escrúpulos sobre cópias usadas sendo vendidas, compradas ou revendidas. Ele apenas esperava que de alguma forma elas ‘fraternalmente’ encontrassem seu caminho para a OTO e permanecessem lá. Ainda assim, ele era racional e são o suficiente para perceber que isso era um sonho inexequível, se não impossível. No entanto, Grady morreu em 1985, e os tempos mudaram, assim como as políticas. A OTO atual mudou seu discurso. Ela grita alto com uma convicção incrivelmente absurda de que qualquer pessoa que meramente venda uma cópia usada ou cite o livro de Francis King está violando seus sagrados Juramentos feitos nos Santuários Soberanos da câmara de iniciação. Além disso, o Conselho Supremo da OTO disse a um membro que lida com documentos usados e raros que eles poderiam ser responsabilizados legalmente por “oferecer para venda nossos documentos confidenciais” (10) se vendessem o livro de King e outros materiais relacionados.


Primeiramente, é um fato, Grady McMurtry está completamente correto. As políticas atuais da OTO estão completamente erradas e têm pouco mérito legal e muito menos fraterno. Se um membro da OTO cita deste livro, não está violando seus Juramentos, porque os iniciados não podem ser responsabilizados por aquilo que é de conhecimento comum entre não membros e que já é conhecimento encontrado no domínio público de bibliotecas ao redor do mundo. Qualquer afirmação contrária mostra um conhecimento insípido ou imaturo de como ‘Juramentos Fraternais’ funcionam e jogar a fase ‘violação’ ao redor como se implicasse em retribuição cármica é pouco mais do que uma ameaça mundana de chantagem espiritual ou intimidação para controlar a membresia neste plano. Isso está longe de ser mágico ou fraternal, muito menos um comportamento Thelêmico. O comportamento cheira à mentalidade controladora rumorejada de existir dentro da Irmandade Obscura


Vamos ser honestos. Há um perigo grave em curso para a OTO. Como qualquer verdadeiro mago atestará, um Juramento assume uma variedade de formas. Provavelmente o Juramento mais famoso é a bobagem de ‘cruzar o coração e esperar morrer’. Posso continuar mostrando inúmeros exemplos de como os Juramentos são usados na sociedade para forçar os indivíduos a dizer a Verdade, mas isso não serviria a nenhum propósito. O único outro tipo de Juramento que gostaria de apontar é um Juramento Mágico, pois muitas vezes é confundido com o tipo fraterno. Um Juramento Mágico é algo que vincula um mago para sempre à sua intenção e é uma afirmação entre o mago e seu Universo. Ele nunca inclui uma terceira parte, como fazem os Juramentos Fraternais. Este último é projetado para invocar um tipo de punição medieval severa em qualquer indivíduo que viole sua Palavra, conforme jurado perante a Ordem e seus membros. Este tipo de Juramento, discutivelmente, não acompanhou os tempos e, embora tais práticas possam ter existido em algum momento, foram reduzidas a um absurdo inaplicável. Na Maçonaria padrão, é reconhecido que o Juramento ou Obrigação Solene é provavelmente o aspecto mais mal compreendido de todo o ritual. Posso atestar, pelo que vi dentro da Ordo Templi Orientis, que seu entendimento de como isso funciona está abaixo até mesmo da Maçonaria.


O que muitos falham em perceber é que um Juramento Fraternal é sempre uma espada de dois gumes ou de dois lados, cinquenta-cinquenta, e o carma vai para quem o viola primeiro, a Ordem ou o indivíduo. Nenhuma organização deve ser tão presunçosa ou arrogante a ponto de acreditar que está isenta karmicamente de suas próprias ações. Primeiramente, quando uma pessoa toma uma iniciação, ela não assina sua vida. Você pode perguntar: “Mas um Juramento Fraternal não é feito para a vida?” Posso responder apenas com sim e não. Tudo depende se o indivíduo permanece membro da fraternidade ou se ele ou ela desistiu ou foi expulso. Obviamente, uma vez fora da fraternidade, não se está mais vinculado a esses Juramentos arcaicos. Isso em si já deve dar uma ideia do verdadeiro poder de um Juramento Fraternal. Seu único poder reside no fato de que os membros dentro da estrutura dão e, em troca, recebem anuidades específicas prometidas pelos princípios escritos da Ordem, é tudo cinquenta-cinquenta.


Se a OTO viola seus princípios escritos ou não se preocupa em aplicar suas próprias Regras, Regulamentos e Estatutos, então seus membros automaticamente se tornam livres dos Juramentos e Obrigações que juraram à Ordem. É tudo ou nada para ambos os lados em relação aos Juramentos Fraternais. Crowley sentiu isso em relação ao que jurou nos Santuários da Ordem Hermética da Aurora Dourada [a Golden Dawn]. Eles falharam com ele, não o contrário. As Iniciações tornaram-se inúteis. Membros eram elevados por pouco mais do que sua prosperidade mundana e, em muitos casos, simplesmente por quem eles conheciam. Amigos dos influentes estavam se safando de crimes que, em circunstâncias normais, justificariam a expulsão imediata. A Ordem foi reduzida a pouco mais do que os desejos de um ‘clube de meninos’ neste plano, em vez das aspirações de algo maior ao qual professava por escrito. O ponto principal é que a OTO deve ter muito cuidado ao fazer acusações contra seus membros sobre ‘retribuição mágica ou cármica’ que tal seja completamente justificável. Carma é um tormento, se não um cupim astral roendo as fundações. Isso inevitavelmente desmoronará a realidade de alguém sobre si mesma. Sim, a OTO deve prestar atenção à queda da Golden Dawn. O mal-entendido de seus Juramentos foi o primeiro passo para a queda.


Independentemente do exposto acima, desafio qualquer pessoa a apresentar um Juramento feito em qualquer organização ou fraternidade ao longo da história do mundo, como exemplo, que comprove que iniciados não podem discutir coisas já publicadas ao longo de um período considerável de tempo. Sim, todos os iniciados da OTO juram uma obrigação solene ou Juramento de nunca “violar os segredos e mistérios de Nossa Ordem” (11), mas os membros da OTO sabem o que significa violar? Significa que você não pode ‘profanar’ seus ensinamentos. Falar sobre eles com honestidade, sinceridade e com um coração e mente abertos é profaná-los? Não. Os maçons regulares fazem isso o tempo todo e até escrevem sobre suas crenças. Sim, também se pode argumentar que os iniciados da OTO fazem um Juramento que os faz “Prometer solenemente e jurar nunca revelar” (12) o que aprendem dentro dos limites da Câmara de Iniciação da “Mais Sagrada Ordem.” (13) No entanto, sejamos honestos e paremos o jogo da negação mesquinha. A OTO precisa lembrar que seus Juramentos, como toda fraternidade, foram escritos com a intenção de que o material permanecesse ‘SECRETO’. Não permaneceu. A Ordem precisa superar esse fato e seguir em frente, assim como os maçons quando descobriram que seus rituais haviam sido revelados. Eles não mudaram seus Juramentos ou rituais. De fato, eles ainda dizem aos seus candidatos para não revelar o que aprenderam dentro das câmaras, mesmo que tais informações estejam publicadas em todos os lugares. Os maçons sabem que uma fraternidade é ‘mais’ do que seus rituais e, como qualquer mago atestará, simplesmente ter o material não garante que um indivíduo será iniciado ou entenderá os Mistérios. Você deve passar pelos rituais reais em um processo de aterramento que inclui ensinamentos verbais específicos.


A outra questão mais séria que precisamos nos perguntar é esta. Devemos colocar toda a culpa em Francis King por revelar os segredos da OTO ou nas pessoas que usam e revendem seu livro? Sabemos que Aleister Crowley, nosso próprio antepassado, deu cópias de todo o material da OTO para Gerald Yorke, que nem mesmo era um Iniciado da OTO, e que, por sua vez, os colocou em uma Universidade pública para toda a humanidade ver. Graças a Crowley, a maior parte das informações sobre nossos rituais secretos agora pode ser folheada impunemente por forasteiros, para serem fotocopiadas e ter tantas anotações tiradas delas quanto alguém desejar. É um fato, suas ações permitiram indiretamente que Francis King publicasse seu livro. Afinal, King obteve os rituais anteriormente pertencentes ao colecionador G.H. Brooke, que, por sua vez, de alguma forma os obteve de Frater Volo Intelligere, ou Gerald Yorke. No entanto, há outra possibilidade que devemos considerar. Não é preciso ser um neurocirurgião para perceber que Aleister Crowley, atuando como Chefe Externo da Ordem da OTO, estava encarregado de fazer as políticas da Ordem. Ele deve ter tomado uma decisão consciente ou afirmação de que esses manuscritos não precisavam mais ser mantidos totalmente ‘secretos’ ou exclusivamente por membros da OTO. Se não, ele violou seus próprios Juramentos. Como ele era um mago, maior do que a maioria de nós, pessoalmente duvido que ele teria cometido um erro tão grave como o último. Então, o que isso nos diz? Devemos presumir que Crowley desclassificou todos os manuscritos enquanto ele era o Chefe da Ordem, se não por escrito, então por suas ações como OHO? Mesmo que a liderança atual da OTO tenha revertido as decisões de Crowley, ou discorde da avaliação acima e queira agora que tudo seja secreto, o gato, graças ao Grande Besta, já saiu da bolsa.


Além disso, alguns dos Papéis de Grau de Alto Nível da OTO, como o Liber CCCLXVII, o Liber XXIV e o Liber CDXIV, que foram escritos por Crowley, foram publicados por Theodor Reuss na Oriflamme alemã e distribuídos para qualquer pessoa ler. Isso ocorreu em 1914, enquanto Reuss ainda atuava como Chefe da OTO. Então, o que isso implica? Ou será que, porque foram publicados em alemão, devemos considerar que os segredos ainda estão ‘ocultos’ no mundo de língua inglesa? Se sim, quão hipócrita e ridículo é isso? Agora, não me interpretem mal. Não estou defendendo a ‘abertura’ total de nossos ritos ou documentos dos graus simplesmente porque estão publicados ou são encontrados em bibliotecas e universidades em todo o mundo. Estou simplesmente defendendo a justiça para nossos irmãos e irmãs fraternos dos Direitos normalmente concedidos a forasteiros. É para isso que tudo isso está levando. Em outras palavras, a OTO precisa repensar cuidadosamente sua posição e políticas em relação ao livro de Francis King e parar a caça às bruxas atual entre seus próprios membros que vendem este livro ou citam dele. No nível mais mundano, a liderança da OTO deveria refletir sobre uma simples analogia — existem palavras na psicologia para pais que acreditam ter o direito de bater repetidamente em seus filhos por algo que todo outro pai no mundo acredita ser OK para uma criança fazer — isso é chamado de abuso.


Além disso, em relação aos membros que citam deste livro, uma vez que a OTO admite estar legalmente sujeita às Leis dos Estados Unidos da América primeiro e não às suas próprias Regras, Regulamentos e Estatutos, ela sempre deve considerar as ações dos membros que citam dos Rituais Secretos da OTO sujeitos às diretrizes estabelecidas pela Lei de Direitos Autorais de Uso Justo, como faz o Governo dos EUA, em vez de responsabilizar os membros pela violação de seus Juramentos com ameaças de expulsão por revelar ‘Segredos Comerciais’. Ou melhor ainda, a OTO acredita que está acima da Lei? Além disso, é justo que pessoas de fora da OTO sejam privilegiadas pela Lei para citar e usar este livro livremente quando sua própria membresia não pode? Tentar eliminar o livro de King toda vez que ele aparece é muito nobre, mas simplesmente tolo. Você nunca será capaz de fazer isso e não só isso garantirá a sobrevivência do livro, mas sua raridade fará seu valor aumentar. Se o livro custar mais, aqueles que pagarem preços extremos manterão o livro em suas coleções como algo sagrado. O livro nunca mais será ‘descartado casualmente’. É o senso comum. Se você quer que um livro sobreviva em bibliotecas em todo o mundo, então faça alarde sobre ele.


Sim, pode ser considerado ilegal republicar o livro de King, mas isso não implica que cópias existentes não possam ser usadas como fonte de citações ou que o livro original seja restrito de revenda. Existem muitos livros de Crowley publicados antes da reivindicação de propriedade de direitos autorais da OTO que a OTO não tem absolutamente nenhum fundamento legal para impedir de serem revendidos no mercado de livros usados. Isso inclui Os Rituais Secretos da OTO. Nenhum Tribunal dos Estados Unidos ordenou que a impressão original deste livro fosse queimada, destruída, proibida sua revenda ou seu uso sob nossos Regulamentos de Direitos Autorais de Uso Justo. Apenas ‘novas’ impressões são consideradas ilegais e isso não é porque um Tribunal dos EUA afirmou tal. É porque uma nova edição conteria manuscritos ou material comprovadamente de propriedade da OTO, que esta fraternidade agora não tem intenção de dar permissão para republicar. Com o qual concordo totalmente. Nenhuma organização até hoje argumentou ou convenceu com sucesso um Tribunal dos EUA a começar a banir qualquer uso de informações já publicadas, especialmente durante um longo período de tempo, como com as informações anteriormente divulgadas em Os Rituais Secretos da OTO há mais de vinte e cinco anos. Tal solicitação seria ridicularizada em um Tribunal de Justiça, pois é totalmente inaplicável.


Fui informado também por um Membro do EC da OTO que já não é aceitável vender cópias usadas de Liber AGAPE vel C vel AZOTH, Sub Figvra 100 ou De Arte Magica, pois estes são considerados Papéis de Grau da OTO. Ambos já apareceram em panfletos várias vezes. Se você tem uma cópia de qualquer um destes, deve guardá-la. O preço de revenda no mercado de usados deve disparar graças à OTO. Isso também implica que outro livro editado e introduzido por Francis King, intitulado Crowley on Christ (14), também se tornará raro e tão valioso quanto os Rituais Secretos da OTO. Isso é principalmente porque, como King aponta, “A única omissão de (Rituais Secretos) é De Arte Magica, um comentário sobre Liber Agape, um trabalho que delineia o segredo mais íntimo da O.T.O. e pode ser encontrado nos Rituais Secretos da O.T.O. Para fins de completude, De Arte Magica é publicado como um apêndice neste livro, Crowley on Christ.” (15) No entanto, o que não entendo é que se a OTO está tentando impedir que estas duas peças apareçam, por que Frater Hymenaeus Beta deu permissão para que De Arte Magica fosse publicado em Portable Darkness? (16) Grady fez o mesmo quando me deu permissão para publicar e distribuir esta peça enquanto eu era Mestre da Loja em 1980. (17) Mas o que está acontecendo de repente com a proibição da venda de cópias usadas desta peça? De qualquer forma, independentemente disso, todos esses livros e panfletos estão sujeitos às mesmas leis que os Rituais Secretos, e embora a OTO possa não gostar, é assim que é a vida. No entanto, King estava errado em um ponto. De Arte Magica não é a única omissão dos Rituais Secretos. Mais cedo mencionei como Grady afirmou que não poderia endossar a publicação porque uma suposta ‘seção do 9º grau’ não foi incluída. Se Grady soubesse que após sua morte um de seus ‘amigos de confiança’ em Berkeley fotocopiaria este documento de seus arquivos, que é intitulado Emblemas e Modos de Uso do IX°, e depois o enviaria a outro amigo que acabaria publicando-o, ele estaria se revirando em seu túmulo.


Para onde estou indo com todos esses devaneios? Se você pedir meu conselho, o maior perigo que a OTO enfrenta atualmente não é que alguém revele segredos já publicados citando ou revendendo o livro de Francis King ou peças semelhantes. Virá de um de seus próprios Iniciados que foi suspenso, expulso e ameaçado com processos, que conseguirá um bom advogado e processará a Ordem por difamação de caráter, calúnia e ser ostracizado entre as comunidades Thelêmicas de seus pares com quem ele ou ela passou a vida inteira perseguindo. Aí é onde o verdadeiro dano está. Será devido às ações insensíveis, se não insensatas e irracionais, da Ordem que produzem uma perda injustificada, seja mental, espiritual, emocional ou até financeira, a uma pessoa inocente por algo tão estúpido quanto um livro que foi publicado em 1973.


Sim, você sempre encontrará algum tolo dentro da OTO que argumentará que meus comentários acima sobre membros processando a OTO justificam conduta não fraterna e nunca deveriam ser aconselhados ou mesmo sugeridos. Eles até citarão o “Liber CI, Uma Carta Aberta àqueles que Desejam Ingressar na Ordem” (18), a Sétima Casa na seção Nº 25, onde se afirma “Processos judiciais entre membros da Ordem são absolutamente proibidos, sob pena de expulsão imediata.” Por outro lado, gostaria de apontar que ninguém, de um Minerval a um IXº Grau, não importa qual posição ocupe dentro da Ordem, está isento das políticas estabelecidas no Liber CI se tal livro for citado como se fosse evangelho. Portanto, pode-se dizer que qualquer líder da OTO que faça uma ‘ameaça de processo judicial contra outro membro’ também viola as políticas estabelecidas no Liber CI. No entanto, a liderança da OTO argumentará que suas ameaças são pelo ‘bem da Ordem’ e, portanto, estão isentas das políticas estabelecidas no Liber CI. Alegando ainda que um processo judicial só seria instituído após o referido membro ter sido expulso da Ordem. Em suas mentes, isso resolve a questão acima sobre “Processos judiciais entre membros da Ordem são absolutamente proibidos” porque o indivíduo não seria mais um Iniciado da OTO. Isso soa muito bem, mas também libera o membro e lhe permite processar a OTO por cada centavo que ela tem, se sentirem que foram ‘injustamente prejudicados’ entre os círculos Thelêmicos. Processos deste tipo foram movidos contra todas as organizações, desde os Escoteiros até a Cientologia, por pessoas que foram expulsas ou injustamente assediadas, e a maioria ganha seu caso ou é resolvida fora do tribunal.


Independentemente dos comentários acima, a maior parte do que está escrito no Liber CI nunca foi estabelecida nem colocada em prática entre os ramos da OTO. Mencionar qualquer parte dele como se fosse ‘política oficial’ é simplesmente outra forma de intimidação. Sempre me confunde por que é tolerado como protocolo ‘fraternal’ aceito. É ótimo que a OTO queira desenterrar tudo sobre seu passado, em termos de documentos, mas deve perceber que é tudo ou nada. Uma fraternidade não pode ‘escolher & selecionar’ passagens obscuras de manuscritos antigos simplesmente para provar seu ponto de vista atual. Como exemplo, um bom advogado poderia perguntar se o Liber CI é praticado em sua totalidade ou não, se a Ordem citar tal como uma referência legal. A resposta a tal seria óbvia. Temos que enfrentar a dura realidade de que o Liber CI é simplesmente uma peça histórica interessante escrita há mais de setenta anos e não reflete um décimo da OTO atual nem suas Regras, Regulamentos ou Estatutos, independentemente do que alguém queira ser proselitista. O ponto principal é que a OTO tem que parar de se esconder atrás do escudo de ‘comportamento não fraterno’, que ela grita para seus membros se for igualmente culpada da mesma acusação. Se a Ordo Templi Orientis está chateada comigo discutindo abertamente a possibilidade de processos judiciais contra a fraternidade, então só tem que perceber que aprendi minhas lições bem dentro dos salões fraternais da própria Ordem. Em outras palavras, processe todo mundo e, se a Ordem pode ameaçar processos judiciais contra você, torna-se justo que você, como membro, possa fazer reivindicações contra ela. Em outras palavras, você só pode imitar o comportamento fraternal ao qual foi exposto e ensinado. A OTO tornou-se obcecada por processos judiciais, mas tudo dentro de uma fraternidade é uma espada de dois gumes. Só espero que a OTO atual esteja satisfeita com o que está ensinando a seus Iniciados.


Finalmente, sim, concordo 100% que é prerrogativa da atual liderança da OTO suspender ou expulsar seus membros por vender ou citar o livro de King — mas eu sugeriria ter uma política escrita afirmando que tal é proibido e por quê? No entanto, isso não acontecerá. Ter tal política implicaria que teria que abordar muitos dos pontos que fiz nesta Epístola, que legalmente poderiam voltar para assombrá-los se tais políticas contradisserem a Lei do País. É muito mais fácil usar as táticas de intimidação de alegar que alguém está violando seus Juramentos, agravados por ameaças de um processo judicial ao lado, para intimidar um membro a fazer o que legalmente tem o direito de fazer. No entanto, essa é uma prática perigosa, muito parecida com andar na borda de uma navalha. Pessoalmente, acredito que a Ordem simplesmente precisa ser honesta e direta com seus membros, como foi o falecido Grady McMurtry. Precisa dizer-lhes que, embora não tenha base legal para impedir a revenda desses livros e panfletos, gostaria da ajuda de seus membros para mantê-los fora das prateleiras em livrarias usadas ou de serem revendidos. Isso é muito nobre e uma verdadeira ‘abordagem fraternal’. A OTO deveria manter o fato de que, se um iniciado acredita na Ordem, ele obedeceria livremente às políticas escritas. No entanto, se um membro escolhe de outra forma, que seja, ou como John Lennon disse, “Let It Be” [Deixa estar]. Está entre eles e seu Deus. Pare a caça às bruxas e perseguições. Como qualquer pai atestará, se você bater em uma criança ou ameaçá-la repetidamente, isso só fomentará rebelião e ressentimento. Ambas essas atitudes são murmúrios que estão crescendo mais fortes a cada dia dentro da atual fraternidade conhecida como Ordo Templi Orientis.


Amor é a lei, amor sob vontade. –AL I:57


Frater A.


NOTAS:


Francis King, Os Rituais Secretos da OTO (Londres: The C. W. Daniel Company Ltd e Nova York: Samuel Weiser Inc., 1973).

Carta de Aleister Crowley para Frank Bennett, Austrália, Sol em Capricórnio, Lua em Capricórnio Ano XII, 1916.

Carta de Phyllis McMurtry para Israel Regardie datada de 16 de setembro de 1973, p. 1.

Carta de Israel Regardie para Phyllis McMurtry datada de 8 de novembro de 1973, p. 3.

In the Continuum Vol.I No.2 An. LXIX 1973, pgs. 3-9.

Hymenaeus Alpha, Califa, ‘Ordo Templi Orientis de Aleister Crowley’, Dublin, Califórnia, uma carta modelo, 9 de julho de 1974, p. 4.

The Magickal Link, Boletim Mensal Oficial da Ordo Templi Orientis, “Do Califa,”Sobre o Revisionismo de Aleister Crowley,” Vol.II No.4 Abril de 1982.

O.T.O. Newsletter, Vol.II No.7&8 Edição Dupla Maio de 1979, Berkeley, CA, p. 89.

O.T.O. Newsletter, Vol.II No.1 Junho de 1978, Berkeley, CA., p.5.

E-mail de Ben Fernee datada de 4/8/99 citando uma carta que ele recebeu do Supremo Conselho da Ordo Templi Orientis.

Os Rituais Secretos da OTO, p. 57.

Ibidem, p. 73.

Ibidem.

Sendo O Evangelho Segundo São Bernard Shaw de Aleister Crowley.

Francis King, Crowley on Christ (Londres: The C. W. Daniel Co. Ltd. 1974), p. 14.

Portable Darkness, editado por Scott Michaelsen, prefácio de Robert Anton Wilson e Genesis P-Orridge (Nova York: Harmony Books, Nova York, 1989), p. 154.

De Arte Magica, Um Comentário sobre Liber Agape (CT: Brocken Publications, East Haven, 1980).

Aleister Crowley, “Liber CI Uma Carta Aberta àqueles que Desejam Ingressar na Ordem,” O ‘Equinócio Azul’ Vol.III No.1 (NY: Samuel Weiser, Inc., Nova York, 1973), p.215.

Thelema e a Magia Enoquiana


A coisa mais importante para um mago perceber é a natureza do nosso Sol, sua relação com o Novo Aeon e consigo mesmo. Sabemos que alguns dos roteiros ou teorias mais aceitos sobre a natureza elementar do Sol vêm de ensinamentos orientais encontrados tanto no hinduísmo quanto no budismo. É sua crença, como a nossa, que a fonte da vida elemental flui, não necessariamente de, mas através de nosso próprio Sol como correntes ou ondas sutis conhecidas como Tattwas. Essas marés solares invisíveis são conhecidas como Vayu, Tejas, Apas e Prithivi. Eles são atribuídos ao ar, fogo, água e terra. Cada uma dessas quatro marés tem correntes positivas (Masculina-Chokmah) e negativas (Feminina-Binah) e são realmente unidas por uma quinta maré conhecida como Akasha, ou Espírito (Kether), que se entrelaça dentro e fora das outras como uma teia de aranha. A contraparte ocidental que, de muitas maneiras, imita os conceitos orientais dos Tattwas é encontrada principalmente em Enoquiano.


Este sistema de magia foi trazido ao mundo pela primeira vez pelo mágico elisabetano Dr. John Dee (1527-1608). É um sistema complicado e, na melhor das hipóteses, podemos dar apenas uma visão geral. No sistema Enoquiano, como nos tantras orientais, o Sol desempenha um papel integral na manifestação das fibras que compõem o mundo invisível ao redor de nossa Terra. Embora as qualidades elementais sejam mencionadas, encontramos principalmente termos religiosos ocidentais como anjos, querubins, arcanjos e Deus sendo ostentados. Isso mostra que a estrutura arquetípica se manifestará em relação à educação espiritual do indivíduo. Afinal, o mundo astral é uma paisagem onírica flexível que assumirá a forma de tudo o que imprimirmos nela, especialmente inconscientemente. Embora os nomes mudem de acordo com as crenças da pessoa, a estrutura geral permanece a mesma. Entender isso o ajudará a perceber quando está entrando em contato com correntes arquetípicas puras, em vez das divagações de sua própria mente. No caso de Dee, alguns podem argumentar que ele viu a Verdade, enquanto as visões religiosas ‘convencionais’ sobre o Céu estão contaminadas. Esse tipo de lógica pode ser aplicado a todos, dependendo do pico da montanha em que eles se encontram para jogar suas pedras. O ponto principal é que essas marés elementares emanam de nosso Sol e agem como uma estrada pela qual uma infinidade de diferentes seres espirituais descem ao nosso mundo. A Magia Enoquiana revela como tudo isso é possível.


É extremamente importante para um mago aprender Enoquiano, seja magicamente ou meramente intelectualmente, especialmente considerando suas conexões Novo-Aeônicas. A visão de que a Magia Enoquiana é o sistema aquariano emergente é confirmada por Aleister Crowley, que deu ao mundo moderno seu primeiro vislumbre publico do sistema quando publicou aspectos dele em “A Brief Abstract of The Symbolic Representation of The universe Derived by Doctor John Dee through the Skrying (um Breve Resumo da Representação Simbólica do universo Derivado pelo Doutor John Dee através da Vidência)” de Sir Edward Kelly em um de seus trabalhosos volumes de O Equinócio em 1912. Ele descobriu a Magia Enoquiana enquanto ainda era um iniciado em uma fraternidade conhecida como A Ordem Hermética da Golden Dawn. Em 1900 ele começou suas próprias investigações dos 30 Aethyrs, ou sutis moradas não terrestres, que Dee havia revelado anteriormente. Enquanto viajava para o 6º Aethyr, ele teve uma visão em que um anjo confirmou que Enoquiano é, de fato, um sistema emergente do Novo Aeônico. O anjo também explicou a Crowley em A Visão e a Voz como Dee e Kelly conseguiram obter o sistema antes do tempo, dizendo que no “Livro de Enoque foi dada pela primeira vez a sabedoria do Novo Aeon. E ficou escondido por trezentos anos, porque foi arrancado prematuramente da Árvore da Vida pelas mãos de um mágico desesperado.” Extemporâneo, é claro, implica que o Livro de Enoque foi obtido muito antes do Aeon de Aquário emergir para o qual o sistema foi destinado. Crowley passou a acreditar que o mágico desesperado é uma referência a ninguém menos que Edward Kelly, parceiro de John Dee. Foi Kelly quem atuou como a Vidente enquanto Dee anotava tudo. É irônico que a Grande Besta afirmasse que uma de suas encarnações anteriores não era outro senão este cavalheiro, Edward Kelly.


Outros autores vão um passo adiante tentando provar que o Enoquiano é, de fato, um sistema mágico destinado ao Aeon atual. um desses livros cita uma longa visão angelical obtida por John Dee, cujo final se refere a um Novo Aeon, ou “Expulse suas velhas prostitutas e queime suas roupas e então darei à luz filhos para você e eles serão os Filhos do Conforto em a Era que está por vir.” O autor é rápido em nos dizer que a Era vindoura é uma referência à atual Era de Aquário. Infelizmente este autor não cita John Dee. Em vez disso, ele escolhe citar um autor anterior que acreditava em usar as tendências criativas de um escritor. Se ele tivesse se referido aos diários de Dee, teria percebido que a linha “na Era que está por vir” não é encontrada na visão angélica original. Ainda assim, isso não deve prejudicar a verdade de que o Enoquiano é um sistema mágico do Novo Aeon, independentemente de alguns autores da luz branca convencionais acharem a necessidade de esticar os fatos para validar suas divagações.


Também é extremamente importante que você também perceba outro fato. O sistema de magia de John Dee é tão unico que vem com um aviso de que ninguém deve se envolver em seus assuntos a menos que seja extremamente versado em magia. Isso era algo em que Crowley e até mesmo Grady McMurtry acreditavam fortemente. Grady sempre foi rápido em apontar que mesmo os não-crentes que tentaram experimentos tiveram coisas estranhas acontecendo com eles. Não importa se você acredita no sistema Enoquiano ou não, ele simplesmente funciona. Eles vêm! Ainda assim, sempre fico surpreso com a profundidade da imbecilidade a que alguns mágicos modernos se afundam em sua busca para patrocinar um ego pretensioso. Como qualquer ciência, a magia tem seus rituais simplistas projetados para o novato estabelecer uma base para o crescimento espiritual.


Estes são um pré-requisito para práticas mais intrincadas como a Enoquiana, que é um dos sistemas angélicos mais avançados encontrados em qualquer parte do mundo. Avançado não no que diz respeito a ser difícil de entender ou trabalhar, mas sim no fundamento espiritual exigido de um mago antes de iniciar seu caminho. No entanto, não é segredo que muitos hoje em dia acreditam que são capazes de pular todas as preliminares e tentar fazer Magia Enoquiana. Falo por conhecimento pessoal quando digo que o ensino adequado de Alta Magia não existe em algumas fraternidades e, lamentavelmente, poucos dentro de suas fileiras aprendem frações antes de serem encorajados a pular para o cálculo. Jogar com a Magia Enoquiana é frequentemente tolerado e aceito como protocolo para qualquer novato sem o menor aviso das consequências. Por causa disso, toda visão futil ou bobagem que é vomitada é frequentemente aceita como se fossem revelações divinas, e não divagações de uma obsessão inconsciente. Indivíduos que não têm a capacidade de trabalhar adequadamente o sistema geralmente se esgotam ou causam danos duradouros à sua psique que nunca podem ser reparados. Não estou dizendo que a Magia Enoquiana não deve ser tentada. Pelo contrário, acredito que seja um sistema que todo mago deve utilizar até certo ponto ao fazer trabalhos angélicos, especialmente em relação ao seu Sagrado Anjo Guardião. No entanto, Enoquiano é uma ciência religiosa e deve ser tratada com mais respeito espiritual do que um jogo de salão obtido nas páginas de algum livro de autoajuda da Nova Era.


Há outra controvérsia que devemos discutir antes de você sair correndo para comprar livros sobre o assunto. Embora o próprio John Dee tenha obtido muito conhecimento através de seus esforços para comungar com os anjos, seu sistema permaneceu relativamente desconhecido até os tempos atuais. As razões para isso são muito debatidas. Muitos estudiosos acreditam que, de alguma forma, as práticas religiosas normais de Dee lançaram uma base pela qual esse sistema particular de magia angelical, destinado ao atual Aeon de Aquário, foi arrancado das mãos dos anjos centenas de anos antes de seu tempo. Em outras palavras, o que isso significa é que o erudito John Dee atingiu o pináculo da magia pisciana por meio de seus estudos e práticas religiosas e, sem ter para onde ir, alguns acreditam, era inevitável que ele visse o futuro da magia. Se ele entendeu ou não todo o seu potencial, sempre será o grande debate. Os magos Enoquianos devem considerar cuidadosamente esses fatos antes de tentar utilizar o sistema completo conforme escrito por John Dee. Antes de tudo, você deve distinguir entre o que é Antigo-Aeônico e Novo-Aeônico, lembrando que a grande maioria do sistema de Dee era para prepará-lo, uma alma pisciana, para obter suas revelações espirituais. No Aeon de Aquário não precisamos da maioria dessas práticas. Isso é óbvio porque os membros da Ordem Hermética da Golden Dawn, que provavelmente são os usuários mais infames, na verdade simplificaram o sistema original de Dee e obtiveram muito sucesso ao fazê-lo. Na verdade, Aleister Crowley não achou importante fazer os requisitos elaborados que os anjos ditaram a Dee. No entanto, ele também alcançou resultados notáveis sem paralelo na história do nosso mundo. Você deve aprender com isso, em vez de desperdiçar tempo e energia valiosos estudando e tentando preencher o material não essencial.


um pouco de história pode ser util neste ponto para discutir como o sistema Enoquiano surgiu em primeiro lugar. Acredita-se que Dee se interessou por magia enquanto estudava em Cambridge quando jovem por volta de 1542, mas não foi até que ele se estabeleceu na propriedade de sua família em Mortlake anos depois que o sistema de magia angelical começou a aparecer. Não é nenhum segredo que Dee tinha uma sede religiosa e mágica exagerada de conhecimento, muito além do que a pessoa média de seu tempo era capaz de alcançar. Ele mergulhou no pensamento religioso, orações e estudo, rejeitando muitas igrejas organizadas como simplesmente um intermediário entre a humanidade e Deus. De muitas maneiras, ele era um verdadeiro gnóstico. Ele sentiu, como nós, que todo indivíduo tem a capacidade de obter pessoalmente a Gnose, se estiver espiritualmente pronto para perceber sua Verdade.


Quanto a si mesmo, a ambição de John Dee era estabelecer contato com os mesmos anjos que desceram ao longo da história aos escolhidos de Deus, como o profeta bíblico Enoque que foi o primeiro homem a falar com os anjos após a queda de Adão e Eva. É deste profeta bíblico que o título de Magia Enoquiana é derivado. As semelhanças são que John Dee, como Enoque, se comunicou com os quatro grandes arcanjos, Miguel, Uriel, Rafael e Gabriel. No entanto, durante sua própria vida, o nome Magia Enoquiana nunca foi usado, Dee referiu-se ao seu sistema simplesmente como angelical. Mesmo assim, suas opiniões sobre o profeta Enoque desempenharam um papel importante em suas crenças religiosas e, de muitas maneiras, é o próprio fundamento da Magia Enoquiana como a conhecemos hoje. Na verdade, Dee escreveu como ele havia “frequentemente lido em teus livros e registros (de Deus), como Enoque desfrutou de teu favor e conversa; com Moisés tu estavas familiarizado; E também que para Abraão, Isaque e Jacó, Josué, Gideão, Esdras, Daniel, Tobias e vários outros, teus bons anjos foram enviados por tua disposição, para instruí-los, informá-los, ajudá-los, sim em assuntos mundanos e domésticos, sim e algumas vezes para satisfazer seus desejos, duvidas e questões de teu segredo: E, além disso, considerando, a Pedra da Revelação, que o Sumo Sacerdote usou, por tua própria ordem… que esta sabedoria não poderia ser adquirida pela mão do homem ou pelo poder humano, mas somente de ti”, ou melhor, de Deus. Independentemente de com quem John Dee desejasse se comunicar, para nós é nossa ambição ensiná-lo a estabelecer contato não apenas com qualquer anjo, mas com seu próprio Sagrado Anjo Guardião. Este é o verdadeiro propósito por trás da Magia Enoquiana.


É importante neste ponto discutir o significado por trás do termo ‘arcanjo’. É frequentemente usado por escritores modernos sem o menor conhecimento de seu significado ou implicações celestiais. De acordo com muitas fontes religiosas, o Céu é composto de muitos Salões Celestiais, cada um de um estágio espiritual mais elevado que o anterior. O termo arcanjo é aplicado genericamente a todos os seres espirituais que residem no Reino ou Salão diretamente acima da classe de seres conhecidos como anjos, que estão diretamente acima da humanidade. Existem numerosos ‘tipos’ de arcanjos com diferentes tarefas e habilidades. Os quatro arcanjos que Dee procurou são da classe conhecida como Egoroi ou Grigori, que significa simplesmente os Vigilantes. Eles foram enviados à Terra para guiar a humanidade e instruir os filhos dos homens espiritualmente preparados para perceber suas mensagens divinas ou Gnose.


Presume-se que a primeira tentativa de Dee de conversar com esses anjos ocorreu em março de 1581, quando ele começou a ser perturbado por sonhos estranhos, bem como batidas e batidas em sua casa em Mortlake. Em seus Diários Privados, ele registra que ouviu em “8 de março, o barulho estranho em minha câmara de batidas; e a voz, dez tempos repetidos, um pouco como o guincho de uma coruja, mas mais longa e mais suave, como se fosse em meu quarto. Ele ainda registra que em 3 de agosto as estranhas batidas e batidas em seu quarto voltaram e o atormentaram a noite toda, e na noite seguinte também. Em nossos dias, pode-se suspeitar que um poltergeist foi desencadeado pela adulteração de uma pessoa com o ocultismo, mas John Dee considerou esses ruídos como um anjo tentando comunicar alguma mensagem divina. Ele via essas visitas com admiração e estava humildemente disposto a fazer qualquer coisa que Deus ordenasse, desde que pudesse descobrir o que Deus queria. Tal sinceridade religiosa é encontrada ao longo de seus diários e foi sugerido que a chave para a Magia Enoquiana é encontrada na maneira pela qual este homem derramou sua alma, uma lição que o homem moderno deve prestar atenção antes de tentar tal magia.


Nessas primeiras tentativas de se comunicar com a entidade por trás das batidas e batidas, uma Shewstone ou cristal foi usado para a visão espiritual. Tornou-se uma parte intrincada de seus experimentos. Muitos acreditam que o próprio Dee carecia da capacidade de visão clarividente, muitas vezes empregando videntes ou médiuns para fazer contato com os seres espirituais que ele convocava por meio de suas orações e evocações espirituais. Isto não é completamente verdadeiro. Ele registra, por exemplo, que em 25 de maio de 1581 “eu tive visão em cristal oferecido a mim, e eu vi”, o que implica que ele tinha alguma habilidade em skrying (vidência). Outras vezes, ele registra visões em que ouviu trovões, rugidos e sons de trombetas. Podemos apenas especular por que ele procurou a ajuda de outros. A maioria desses videntes falhou, até mesmo seu primeiro, Barnabas Saul, cujas visões eram consideradas extremamente inferiores. Há também alguma indicação de que os sons e ruídos estranhos ao redor de Mortlake estavam afetando a sanidade de Saul. Em uma anotação do diário em 9 de outubro de 1581, Dee registra que encontrou Barnabas Saul, deitado no corredor “estranhamente perturbado por uma criatura espiritual por volta da meia-noite”. Ah sim, a casa da família de Dee deve ter sido um lugar divertido tarde da noite! De qualquer forma, para grande pesar de John Dee, no ano seguinte, Barnabas Saul se retratou de tudo, alegando que inventou todas as suas visões. A maioria dos historiadores presume que sua confissão foi baseada no medo de ser perseguido como feiticeiro. Não é nenhum segredo que ser acusado de heresia ou bruxaria tinha o poder de fazer um homem renegar suas crenças pessoais. Infelizmente, os diários de John Dee registram que em 1º de março de 1582, Barnabas Saul apareceu em Mortlake e “confessou que nunca mais sentiu nem viu qualquer criatura espiritual”. Depois disso, John Dee passou por uma sucessão de fracassos com os Videntes, incluindo seu próprio filho. Ele sentiu que a maioria das visões angelicais estava obviamente contaminada pela incapacidade do Vidente de agir como um canal e que eles estavam simplesmente manipulando tudo o que viam. Em suma, as visões não refletiam as qualidades espirituais ou angelicais superiores que Dee tanto esperava receber de Deus. Finalmente, em 9 de março de 1582, apareceu um médium adequado. Ele era um senhor de 27 anos conhecido como Sr. Edward Talbot, que logo depois mudou seu nome, por razões desconhecidas, para Edward Kelly.


Não é segredo que John Dee era diferente da maioria dos magos elizabetanos de seu período. Ele evitou fazer magia com base em realizações singulares. A cada novo dia, ele construía sobre o experimento anterior, perguntando aos próprios anjos o que eles precisavam a seguir e registrava tudo em seus diários nos mínimos detalhes. Ele ouviu suas visões, orou e constantemente pediu mais orientação, alegando que a “chave da Oração abre todas as coisas”. De muitas maneiras, ele era um homem muito religioso e piedoso. Esta é uma lição que todos devem aprender cuidadosamente com relação à sua própria magia. um ritual fugaz feito durante uma noite alcança muito pouco, mas se continuado adequadamente por um longo período de tempo, então a pessoa tem a capacidade de abrir os portões para o mundo invisível; especialmente se alguém está constantemente perguntando às entidades, ou Sagrado Anjo Guardião, o que é necessário a seguir. Nos estágios iniciais de qualquer trabalho espiritual, você deve determinar como ajustar o ritual, descartando o que é grosseiro e elaborando o que funciona melhor para você espiritualmente. Não há melhor maneira de determinar isso do que perguntar às entidades que você convocou como John Dee fez. Ouça os anjos com atenção e lembre-se de que dois ritualistas nunca terão os mesmos requisitos devido ao crescimento espiritual e às necessidades diferentes de cada pessoa. Não há duas estrelas iguais.


A parafernália que os anjos requereram e ensinaram a John Dee é verdadeiramente notável, mas para nós muitas vezes é difícil determinar o que é Antigo-Aeônico e Novo-Aeônico. Eu nem vou tentar distinguir isso nesta Epístola. Em vez disso, darei uma visão geral de alguns dos itens mais importantes. Por exemplo, nessas primeiras comunicações, John Dee foi instruído na construção adequada de uma mesa específica junto com sete talismãs de estanho conhecidos como ‘As Insígnias da Criação’ para serem usados em conjunto com ela. Mais tarde, uma nova Tábua Sagrada de Doze foi construída com os talismãs pintados diretamente sobre ela em linhas azuis com letras vermelhas brilhantes. Quanto à coloração real dos símbolos na própria mesa, muito pouco se sabe. Sabemos que as letras nas bordas da mesa que compreendiam os quatorze nomes de certos reis e príncipes angelicais, bem como a grande letra B em cada canto, deveriam ser pintadas de amarelo. um diagrama completo da Sagrada Tábua Doze apareceu em muitas fontes, mas a grande maioria é uma tradução incorreta. A maioria, até mesmo Aleister Crowley, usa Meric Causabon como sua fonte. No entanto, ao comparar seu diagrama com o desenho original de Dee encontrado no apêndice de seu Liber Mysteriorum Quinta, é óbvio que Causabon tem muitas letras ao redor da mesa no lugar errado. Em outras palavras, percorrer Enoquiano não é tão simples quanto pegar um livro sobre o assunto e pensar que você pode imediatamente começar a evocar os anjos. A loucura neste assunto é muitas vezes combinada com a loucura previamente impressa e mesmo eu não sou tão pretensioso a ponto de pensar que estou isento de cometer erros.


John Dee também recebeu instruções específicas sobre como fazer um talismã de cera elaboradamente gravado conhecido como Sigillum Dei Aemeth, ou Talismã da Verdade, como se sugerisse que, devido ao seu uso, todos os anjos são obrigados a comungar dessa maneira. Este talismã foi colocado no centro da mesa sagrada, e então um enorme pano de seda vermelha foi colocado sobre toda a mesa, pendurado nas laterais, com borlas em cada canto. uma Shewstone (esfera ou bola de cristal usada para vidência) especial foi adquirido de cristal de quartzo, que Dee colocou em uma moldura de ouro maciço e montou sobre uma cruz do Calvário. Este, por sua vez, foi colocado sobre o pano que cobria o talismã de cera gravado. Havia outros itens, como as quatro versões menores de Sigillum Dei Aemeth que seriam colocadas sob as pernas da mesa. Também há menção de que mais dois metros quadrados de seda vermelha foram usados aqui, mas não está claro se o pano vai para o próprio chão ou foi colocado entre os quatro talismãs menores e as pernas da mesa. Os anjos também deram instruções sobre como fazer um peitoral específico de pergaminho e um anel mágico, para citar apenas alguns dos muitos itens. Não é segredo que John Dee era obcecado, às vezes fazendo rituais duas ou três vezes em um unico dia. Os anjos estavam constantemente revelando novos mistérios sobre o que era necessário, cada vez que Dee os cumpria e perguntava o que viria a seguir, até que finalmente todo um sistema de magia angelical foi revelado.


um dos itens mais desconcertantes obtidos bem cedo foram numerosos tabletes cheios de quadrados, alguns com uma letra no meio, outros em branco, mas a maioria tinha 49 x 49 quadrados. Esses quadros com letras desempenhariam um papel crítico na Magia Enoquiana. Por exemplo, ao fazer um determinado trabalho, Edward Kelley se ajoelhava diante da Mesa Sagrada e da Shewstone. Não havia evocações especiais ou rituais mágicos para invocar os espíritos fora de simples orações. Depois de um tempo, Kelly relatava que um anjo havia aparecido para ele no cristal junto com uma visão que geralmente incluía uma das muitas tabuletas obtidas anteriormente. uma vez determinado qual tablete, Dee iria encontrá-lo e colocá-lo sobre a Mesa Sagrada. Nesse ponto, Kelly relatava que o anjo estava apontando para um dos quadrados da tabuleta com sua varinha sagrada, geralmente dizendo, como exemplo, que o quadrado estava na terceira linha acima, quarta abaixo. Dee, por sua vez, localizaria a carta no Tablet que ele tinha diante dele e escreveria a carta. Isso pode parecer uma tarefa trabalhosa, mas John Dee percebeu a importância de fazê-lo dessa maneira, afirmando “que, a menos que essa língua estranha eu tenha essas palavras entregues a nós, letra por letra, podemos errar tanto na ortografia quanto falta da verdadeira pronuncia das palavras e distinções dos pontos, podemos perder mais o efeito esperado. Para quem não sabe, Ortografia é o estudo da ortografia correta de acordo com o uso aceito das palavras, uma nova ciência nos anos 1500, mas na qual Dee era muito instruído em seu período. Outra coisa unica obtida por Dee e Kelly foi um alfabeto angélico que veio a ser conhecido como Enoquiano. É muito estranho e todas as letras na Mesa Sagrada, bem como o talismã e as tábuas sagradas, deveriam ser escritas nesta língua angelical.


Além de toda a parafernália que os anjos informaram a John Dee que ele deveria obter ou fazer, eles também lhe ensinaram a estrutura de seu universo, conhecido como os 30 Aethyrs ou reinos. Estes são muitas vezes equiparados como reinos celestiais. Diz-se que cada reino é governado por um governador específico e uma série de outros seres que podem ser convocados por uma ou mais das 19 chaves ou chamadas. Essas evocações são provavelmente as mais poderosas do mundo. Israel Regardie, notável estudioso, autor e amigo de Aleister Crowley, afirmou que a “genuinidade dessas Chaves, totalmente à parte de qualquer observação crítica, é garantida pelo fato de que qualquer pessoa com a menor capacidade para Magick descobre que elas funcionam”. Originalmente, essas Chaves angélicas foram escritas ao contrário, sendo muito, muito perigosas para revelar de maneira direta.


um dos itens mais exclusivos recebidos por John Dee são as ‘portas’ conhecidas como Torres de Vigia. A maioria dos mágicos está familiarizada com essas estruturas que enfeitaram as páginas de volumes monumentais como The Golden Dawn – A Aurora ou o Equinócio de Crowley. No entanto, poucos sabem o que se encontra nas páginas originais dos manuscritos de John Dee a respeito desses implementos e é por aí que gostaria de iniciar esta Epístola.


A primeira visão das Torres de Vigia foi obtida por Edward Kelly nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, 20 de junho de 1584. John Dee escreve em seus diários particulares que para Kelly apareceram “quatro belos castelos, situados nas quatro partes do mundo: de onde ele ouviu o som de um trompetista. Então apareceu de cada castelo uma capa para ser jogada no chão, mais do que a largura de uma toalha de mesa. Fora disso, no Oriente, o manto parecia ser vermelho, que foi fundido. Fora disso, no sul, o manto parecia branco. Fora disso, no oeste, o manto parecia verde, com botões nele. Fora disso no norte, espalhado ou jogado para fora do portão sob os pés, o manto parecia ser muito preto. Em outra visão, foram dadas mais explicações sobre as cores, afirmando que a cor oriental é “vermelha; depois do novo sangue ferido”, o sul como “branco, cor de lírio”, o oeste, “as peles de muitos dragões, verdes: lâminas de alho” e em direção ao norte a cor do “suco de mirtilo”.


A razão pela qual comecei a discutir as cores das Torres de Vigia será evidente para as pessoas que estudaram um dos numerosos livros modernos sobre Magia Enoquiana. Obviamente, as cores elementares nesses livros mudaram daquelas encontradas nos manuscritos originais de Dee. Acredita-se que essa mudança apareceu pela primeira vez nos papéis de classe privada de uma fraternidade britânica conhecida como A Ordem Hermética da Golden Dawn. As mudanças foram feitas para refletir as cores piscantes elementais astrais ou ‘ocidentais’ tradicionais. De acordo com essas Instruções do Grau, quando certas cores são colocadas lado a lado em oposição com sua cor complementar direta, cria-se uma ‘tendência intermitente’ que atrai rapidamente as forças elementais. Se isso é verdade ou não, a validade dessa mudança de cor tem sido debatida acaloradamente entre os estudiosos Enoquianos há anos. Alguns acreditam que a mudança de cor atrai apenas qualidades elementares inerentes às correntes astrais inferiores em torno de nossa Terra, em vez de verdadeiros anjos vistos por John Dee e Edward Kelly. Esses mesmos estudiosos são rápidos em apontar que nós, mortais, não temos o direito de mudar as cores originais ditadas pelos anjos Enoquianos. Outros discordam, alegando que nós, mortais, sabemos mais. Eu vou deixar você decidir. Ainda assim, outras autoridades afirmaram que a mudança simplesmente ocorreu para refletir o que é conhecido como a Escala do Rei de cores da Árvore da Vida Cabalística, mas isso não é completamente verdadeiro nem merece ser elaborado. Independentemente do motivo, é importante saber que, no século XX, a maioria dos livros sobre Magia Enoquiana dá atributos de cor completamente diferentes do que Dee & Kelly viram originalmente. Que cores você decide é problema seu, mas faça isso como um cientista, e não porque algum livro lhe diz isso. Sugiro que a pesquisa e a experimentação sejam seu guia, em vez de aceitar cegamente a escrita de outra pessoa.


Agora esses quatro castelos, ou quatro casas, são também “os 4 Anjos da Terra, que são os 4 Superintendentes e Torres de Vigia” e em “cada uma dessas Casas, o Vigia Chefe, é um poderoso Príncipe, um poderoso Anjo do Senhor”. A importância desta visão é o termo Torre de Vigia. Isso não apenas implica um lugar onde sentinelas angélicas estão posicionadas para guardar e proteger o Reino de Deus dos profanos, mas também nos diz que esses Portões Ocultos têm uma conexão com os próprios Vigilantes que descem e guiam a humanidade como os anjos Enoquianos quando convocados apropriadamente. Frequentemente tomada de ânimo leve pelos estudiosos Enoquianos, há uma visão maravilhosa dessas estruturas semelhantes a castelos que foram reveladas a Edward Kelly na forma de uma Mesa Sagrada específica de pé sobre quatro pernas. Kelly afirma que o anjo em sua visão “espalha o ar, ou o abre diante dele, e aparece diante de uma mesa quadrada”. No topo havia um enorme retângulo composto de quadrados em fileiras de vinte e cinco de largura por vinte e sete de baixo. Este conceito de que o Céu é uma mesa suspensa sobre a nossa terra é importante em suas semelhanças com outras lendas do Céu, especialmente aquelas encontradas no antigo Egito. Os egípcios acreditavam que o Céu tinha a forma de um enorme retângulo semelhante à Mesa Sagrada. Este céu retangular foi suspenso sobre a nossa terra por quatro pilares, cada um representado por um deus. Esses deuses menores eram na verdade os quatro filhos do Sol, ou Hórus. Eles eram Kabexnuv, a mumia com cabeça de falcão que governa a qualidade elementar do fogo; Tmumathph, a mumia de água com cabeça de cachorro; Ahephi, a mumia com cabeça de macaco que rege o ar e Ameshet, a mumia com cabeça humana que rege a qualidade da terra. De muitas maneiras, esses quatro pilares ou pernas de mesa representam as quatro marés astrais que descem sobre a nossa terra. Em todos os casos o Sol central é a origem das correntes que banham nosso planeta. Os egípcios acreditavam que você poderia pedir a um deus específico qualquer conhecimento sobre os céus e nossa terra. Seu nome era Ptah, que significa literalmente o Abridor. Ele foi o grande arquiteto que construiu os Céus e que conhece todos os seus segredos ocultos. Este conceito de solicitar conhecimento, dos Vigilantes, arcanjos ou quem quer que seja, no sistema Enoquiano é semelhante à orientação dada por muitos sistemas mágicos.


Eu gostaria de continuar discutindo a estrutura real e o detalhamento da Mesa Sagrada. Há uma linha vertical central e a linha horizontal intermediária que disseca a mesa. Essas linhas centrais são frequentemente descritas como sendo brancas. Eles são atribuídos à maré astral de Akasha porque agem de maneira semelhante não apenas unindo, mas dividindo a Mesa Sagrada em quatro seções elementares, cada uma formando uma determinada Torre de Vigia, ou Castelo. As letras encontradas nesta cruz, quando escritas em quatro fileiras de cinco letras cada, são conhecidas como A Tábua da união.


No quadrante superior esquerdo desta Mesa Sagrada está a Torre de Vigia que rege a qualidade elementar do ar. É atribuído na direção do sol nascente ou leste. Como dito anteriormente, originalmente sua cor era vermelha, como o sangue, mas os magos modernos a mudaram para amarelo. Aqueles seres que navegam no Tattwas Ar, conhecidos como Vayu, usam esta Torre de Vigia em particular para obter acesso ao nosso mundo. O quadrante superior direito ou Torre de Vigia é governado pela Água e é atribuído ao oeste. Dizia-se que sua cor era como a pele de muitos dragões ou verde, com lâmina de alho. Isso foi alterado para azul como sendo mais simbólico da água. A maré que se move através desta Torre de Vigia é conhecida como Apas. O lado inferior direito da Mesa Sagrada é governado pelo fogo e é atribuído ao sul. Sua cor agora é obviamente vermelha, onde originalmente era branca, cor Lilly. Sua maré é Vayu. Finalmente, o canto inferior esquerdo é governado pela terra e é atribuído ao norte. Na verdade, sua cor permanece a mesma, preta, embora também tenha sido referida como sendo uma espécie de suco de mirtilo na natureza. A maré que se move através desta Torre de Vigia final é conhecida como Prithivi. Esta é uma visão simplista das marés e sua relação com cada Torre de Vigia porque cada maré contém em si todas as quatro qualidades elementares, assim como as próprias Torres de Vigia. Isso será explicado em detalhes em nossa “Epístola sobre Liber Resh vel Helios”. Por enquanto, simplesmente perceba que cada Torre de Vigia age como uma porta pela qual uma maré elemental diferente pode banhar nosso mundo.


Algumas pessoas dirão a você que antes que essas portas sejam ativadas, um indivíduo deve realizar um longo ritual conhecido como A Abertura das Torres de Vigia. Este ritual ‘carrega’ magicamente os tabletes para torná-los ativos e mais receptivos às forças que eles representam. Isso é verdade, mas enganoso. Os magos Enoquianos sabem há muito tempo que simplesmente ter uma Torre de Vigia, carregada ou não, atrai elementais no astral inferior. Algumas pessoas, inclusive eu, acreditam firmemente que simplesmente colocar as mãos sobre uma Torre de Vigia permite automaticamente que seres invisíveis entrem na casa de alguém. Na verdade, Grady McMurtry acreditava nisso com tanta convicção que, na primeira vez em que visitou minha casa em Connecticut e viu nosso Templo Enoquiano completo, fez um longo discurso retórico sobre os perigos dessa forma de magia e por que devemos ter cuidado. Ele acreditava que a mera imagem de uma Torre de Vigia, especialmente se ela foi devidamente carregada, é provavelmente o instrumento mais perigoso em um arsenal mágico. Se uma pessoa toca casualmente uma Torre de Vigia, ela libera a força inerente contida no nível mais baixo da tabuleta, seres elementais puros descontrolados e sem controle. Esses seres poderiam então se ligar à psique de qualquer indivíduo. Os perigos da possessão ou obsessão são muito óbvios. Em outras palavras, as Torres de Vigia são ‘portões’ por sua mera natureza e atrairão automaticamente seres invisíveis como mariposas para uma luz que estão apenas esperando do outro lado para cruzar se tiverem meia chance. As torres de vigia não são brinquedos para serem jogados à toa. Você deve aprender a lidar com eles e, uma vez ativado magicamente, nunca deve tocá-los diretamente. Enrole-os em seda ou pano semelhante e, como Grady me disse uma vez, use o pano como um pegador segurando uma panela quente.


A estrutura real de cada Torre de Vigia é igualmente importante saber, pois contém as Chaves através das quais os anjos e outros seres invisíveis podem descer. Sabemos que cada Torre de Vigia é composta de doze quadrados de largura e treze de baixo, ou cento e cinquenta e seis quadrados no total. Este numero, além de ser os caminhos do Pilar da Mão Direita, é também o valor numérico da palavra Babalon, que também é conhecida como O Portão do Sol, Babal-ON. Isso por si só deve abrir toda uma gama de pensamentos em relação ao relacionamento da Torre de Vigia com o Novo Aeon que, como discutimos anteriormente, é de natureza feminina. Em outras palavras, esses portões agem como canais de nascimento por meio dos quais uma entidade pode entrar em nosso mundo. Sim, mesmo que você não tivesse conhecimento desses portões, você ainda poderia convocar um Sagrado Anjo Guardião, mas com a ajuda das Torres de Vigia, você teria um controle maior.


As duas linhas verticais centrais e a linha horizontal intermediária em cada Torre de Vigia, muitas vezes em branco, formam o que é conhecido como a Grande Cruz. Essas seis linhas são atribuídas a certos planetas e à nossa lua. Embora em uma posição fixa, eles agem de maneira semelhante aos encontrados em seu próprio mapa astrológico. Começando pela linha superior esquerda, seguindo no sentido horário, temos a linha que representa Jupiter, Lua, Vênus, Saturno, Mercurio e Marte. Mais importante, assim como nosso próprio Sistema Solar e a Árvore da Vida Cabalística, o centro da Grande Cruz é atribuído ao Sol. É através destes oito quadrados centrais (solares) que todas as forças universais e elementais emergem para animar a Torre de Vigia, semelhante à forma como as próprias marés funcionam. Além disso, como cada Torre de Vigia tem uma Cruz central, ela também se divide em quatro quadrantes iguais, assim como a própria Mesa Sagrada. Os atributos são os mesmos, o que significa que o quadrante superior esquerdo de cada Torre de Vigia é atribuído ao Ar, o direito à Água, o inferior direito ao Fogo e o inferior esquerdo à Terra. Diz-se que cada Torre de Vigia representa simbolicamente nosso universo, com planetas girando em torno de seu Sol central e sendo suspensos por quatro pernas elementais semelhantes à estrutura retangular do céu de acordo com os egípcios.


Dentro de cada quadrado da Torre de Vigia, Edward Kelly viu uma carta escrita na língua Enoquiana. Essas cartas soletravam não apenas os Nomes Sagrados de Deus, mas também os dos grandes Reis e seus Anciãos, os nomes dos anjos e uma hoste de outros seres espirituais que tinham que ser convocados em uma ordem correta para abrir os portões adequadamente. As Torres de Vigia são tão complicadas que é virtualmente impossível fazer justiça sobre como elas se desenrolam, a menos que esteja em um livro escrito exclusivamente para esse propósito. No entanto, é importante entender o conceito de Aethyrs em relação a essas Torres de Vigia e quem preside cada uma. Deixe-me explicar. A maioria dos magos está familiarizada com certos tipos de sigilos ou designs que podem liberar as qualidades ou poderes inerentes contidos em sua estrutura. Com isso em mente, se não incluirmos a grande Cruz Central encontrada na Mesa Sagrada (A Tábua da união), então as quatro Torres de Vigia têm um total de 624 quadrados (156 x 4). Há um diagrama chamado Placa X em um Breve Resumo da Representação Simbólica do universo Derivado pelo Doutor John Dee de Crowley através do Skrying (Vidência) de Sir Edward Kelly, que mostra toda a Mesa Sagrada com seus quadrados formando sigilos de sete letras cada. Veja este diagrama na próxima página. Tenho boas lembranças de uma palestra que Grady McMurtry certa vez deu em minha casa, onde expressou sua crença pessoal de que os padrões criados pelos sigilos parecem uma enorme placa de circuito de computador, parte de um mainframe universal, onde as energias fluem de um ponto a outro. É uma analogia que nunca esqueci. De qualquer forma, cada sigilo representa as letras do nome de um certo Governador que preside um dos 30 Aethyrs que envolve nosso mundo como camadas astrais de uma cebola, ou uma teia de aranha. Para entrar nesses Æthyrs, devemos saber a quem solicitar a entrada e esses sigilos nos dão as pistas dos seres exatos com os quais devemos trabalhar. Os nomes desses Governadores são encontrados em um manuscrito de John Dee intitulado Liber Scientiate Auxily Et Victoriae Terrestris (Sloane Ms. # 3191), que está no Museu Britânico e foi publicado por Aleister Crowley.


Cada Aethyr é governado por três Governadores, com exceção de TEX, que tem quatro. Em todos os casos, os sigilos dos Governadores que presidem qualquer Aethyr devem ser localizados para determinar qual Torre de Vigia deve ser usada. Por exemplo, os sigilos dos quatro Governadores que presidem o 30º Aethyr de TEX são encontrados na Torre de Vigia da Água. Depois de determinar onde está localizado o sigilo de um determinado Governador, você deve analisar os sete quadrados que abrangem seu nome. É importante perceber que no exército de Deus tudo segue uma cadeia de comando. Por exemplo, se qualquer um dos sete quadrados do sigilo do Governador cair sobre a Grande Cruz Central que divide cada Torre de Vigia em quatro seções, você deve evitá-los. A pureza desses quadrados é grande demais para a pessoa comum e a força, uma vez desencadeada, é muito difícil de comandar. Em segundo lugar, se um sigilo cair em qualquer quadrado encontrado na Cruz Menor de cada quadrante, é recomendável evitá-los também. Se um quadrado estiver nos quadrados dos querubins ou dos anjos, evite-os também. Por fim, sempre comece com quadrados regidos por influências elementares ‘puras’. Se a terminologia angélica o incomoda, então considere os “tipos” de quadrados como simplesmente refletindo a intensidade da energia que eles contêm e então pense em sua anatomia psíquica como um fio. Assim, a Cruz Central é a ‘corrente mais forte’ enquanto a ‘elemental’ é a menos. O melhor dos mágicos deve utilizar os quadrados elementais primeiro enquanto prepara lentamente seu sistema psíquico para lidar com mais corrente. Qualquer bom livro sobre Enoquiano ensinará a você a estrutura interna de cada Torre de Vigia, embora eu recomende enfaticamente The Golden Dawn – A Aurora Dourada, de Israel Regardie. A parte Enoquiana, encontrada na seção quatro, ensinará o detalhamento completo das Torres de Vigia Enoquianas.


É importante que você estude e entenda o sistema Enoquiano, mas sempre mantenha a mente aberta. O sistema ensina como os anjos podem descer ao nosso mundo para guiá-lo adiante com o conhecimento deles. Seu conhecimento (Gnose) é a Chave, mas, como todas as Verdades Interiores, mesmo que o que você aprenda seja profundo, pode ser simplesmente desvendar os Mistérios do seu universo no qual sua Estrela é o centro. Se outros encontrarem discernimento e forem ajudados pelo que você obteve, que assim seja. Tudo o que posso dizer é ‘escreva e encontre o êxtase em sua escrita’ e compartilhe suas visões como qualquer explorador deve, mas nunca se esqueça, são visões vistas através de seus olhos. Cada um de nós deve atravessar a 93 casa atual e duas pessoas andando pela rua nunca verão a mesma coisa. Nem os Anjos darão a cada um de nós o mesmo Conhecimento. Os Anjos ensinarão a cada um de vocês o que poderão entender e são capazes de utilizar em relação ao seu crescimento espiritual. Também é importante ressaltar que não estamos defendendo que você pratique Enoquiano agora. Nas epístolas futuras, discutiremos rituais destinados a fortalecer seus fios psíquicos e prepará-lo para esta jornada. Até então, estude o sistema, mas evite pular zelosamente no fogo por curiosidade. Esta Epístola foi dada neste momento apenas para inspirar o pensamento e para dizer a você que Enoquiano é o sistema de magia do Novo Eônico, cortado e seco.


Amor é a lei, amor sob vontade.—AL I:57


Este artigo foi editado de:


RED FLAME (A CHAMA VERMELHA), um Diário de Pesquisa Thelêmica, Issue nº 8, The Magickal Essence of Aleister Crowley (A Essência Mágica de Aleister Crowley) (CA: Berkeley 1999)