segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Thelema - Liber RV vel Spiritus

 

2. Que o Zelator observe a corrente de sua respiração.

3. Que ele investigue as seguintes afirmações e prepare um registro cuidadoso da pesquisa.

Certas ações induzem o fluxo da respiração pela narina direita (Piṅgala; e, por outro lado, o fluxo da respiração através de Piṅgala induz certas ações.
Certas outras ações induzem o fluxo da respiração pela narina esquerda (Iḍā), e vice-versa.
E ainda uma terceira classe de ações induz o fluxo da respiração pelas duas narinas ao mesmo tempo (Suṣumṇā), e vice-versa.
O grau de atividade mental e física é interdependente com a distância em que a respiração das narinas pode ser sentida pelas costas da mão.
4. Primeira prática. Que ele concentre sua mente no ato de respirar, dizendo mentalmente: “A respiração flui para dentro”, “A respiração flui para fora”, e registre os resultados. (Esta prática pode se resolver em Mahāsatipaṭṭhāna (vide Liber XXV) ou induzir Samādhi. O que quer que ocorra deve ser averiguado conforme o correto Ingenium do Zelator, ou o conselho de seu Practicus, determinar.)

5. Segunda prática. Prāṇāyāma. Esta é esboçada em Liber E. Além disso, que o Zelator que realizou com sucesso estas práticas se esforce para dominar um ciclo de 10.20.40 ou mesmo 16.32.64. Mas que isso seja feito gradualmente e com a devida cautela. E quando ele estiver estável e com facilidade tanto em Āsana quanto em Prāṇāyāma, que ele aumente ainda mais o período.

Assim, que ele investigue as afirmações a seguir:

Se o Prāṇāyāma for executado corretamente, o corpo primeiramente ficará coberto de suor. Este suor é diferente em caráter daquele que costuma ser induzido pelo esforço. Se o Praticante esfregar este suor completamente pelo seu corpo, ele irá fortalecê-lo grandemente.
A tendência à transpiração irá parar conforme a prática continua, e o corpo se torna automaticamente rígido. Descreva essa rigidez nos mínimos detalhes.
O estado de rigidez automática se desenvolverá em um estado caracterizado por movimentos espasmódicos violentos dos quais o Praticante está inconsciente, mas de cujo resultado ele está consciente. Este resultado é que o corpo salta gentilmente de um lugar para outro. Após as primeiras duas ou três ocorrências dessa experiência, o Āsana não estará perdido. O corpo parece (em outra teoria) ter perdido seu peso quase completamente e ser movido por uma força desconhecida.
Como um desenvolvimento deste estágio, o corpo se eleva no ar e permanece lá por um período apreciavelmente longo, de um segundo a uma hora ou mais.
Além disso, que ele investigue quaisquer resultados mentais que possam ocorrer.

6. Terceira Prática. Para poupar seu tempo e desenvolver seus poderes, que o Zelator pratique a respiração profunda que seus exercícios preliminares lhe ensinaram durante suas caminhadas. Que ele repita uma sentença sagrada (Mantra) ou conte, de tal maneira que seus passos batam com precisão com o ritmo da contagem, como se faz na dança. Então que ele pratique Prāṇāyāma, a princípio sem o Kumbhaka, e sem prestar atenção às narinas, a não ser mantê-las limpas. Que ele comece com uma inspiração do alento por 4 passos e expiração por 4 passos. Que ele aumente gradualmente para 6.6, 8.8, 12.12, 16.16 e 24.24, ou mais, se ele for capaz. Em seguida, que ele pratique na proporção adequada de 4.8, 6.12, 8.16, 12.24 e assim por diante. Então, se ele optar por isso, que ele recomece a série, adicionando um período gradualmente crescente de Kumbhaka.

7. Quarta prática. Seguindo esta terceira prática, que ele acelere seu mantra e seu passo até que a caminhada se transforme em uma dança. Isso também pode ser praticado com o passo comum da valsa, usando um mantra triplo, como ϵπϵλθον, ϵπϵλθον, Ἀρτϵμις; ou Iao, Iao Sabao; em tais casos, a prática pode ser combinada com a devoção a uma divindade em particular: consulte Liber CLXXV. Para a dança como tal, é melhor usar um mantra de caráter não comprometedor, como το ϵὶναι, το καλον, το ᾽γαθον, ou semelhantes.

8. Quinta prática. Que ele pratique concentração mental durante a dança, e investigue os seguintes experimentos:

A dança se torna independente da vontade.
Fenômenos semelhantes aos descritos em 5 (a), (, (c), (d) ocorrem.
Certos resultados mentais importantes ocorrem.
Prāṇāyāma Realizado Adequadamente

[Considerou-se necessário demonstrar isso porque os estudantes estavam tentando fazê-lo sem esforço, e incorretamente doutras maneiras. – Ed.]

1. O fim de Pūrakam. A má definição da imagem se deve ao tremor espamosdico que acompanha a ação.

2. Kumbhaka

3. O fim do Rechakam.

9. Uma nota sobre a profundidade e plenitude da respiração. Em toda expiração adequada, a última porção possível de ar deve ser expelida. Nisto os músculos da garganta, tórax, costelas e abdômen devem ser totalmente empregados e auxiliados por apertar os braços nos flancos e a cabeça no tórax.

Em toda inspiração adequada, a última porção possível de ar deve ser sugada para os pulmões.

Em toda a retenção adequada da respiração, o corpo deve permanecer absolutamente imóvel.

Dez minutos de tal prática são suficientes para induzir suor profuso em qualquer lugar a uma temperatura de 17 °C ou mais.

O progresso do Zelator em adquirir profundidade e plenitude de respiração deve ser testado pelo respirômetro.

Os exercícios devem ser cuidadosamente graduados para evitar a sobrecarga e possíveis danos aos pulmões.

Esta profundidade e plenitude da respiração devem ser mantidas tanto quanto possível, mesmo nos exercícios rápidos, com exceção da sexta prática a seguir.

10. Sexta Prática. Que o Zelator respire o mais superficialmente e rapidamente possível. Ele deve assumir a atitude de seu momento de maior expiração e respirar apenas com os músculos de sua garganta. Ele também pode praticar o alongamento do período entre cada respiração superficial.

(Isso pode ser combinado, quando adquirido, com a concentração no Cakra Viśuddha, ou seja, que ele fixe sua mente firmemente em um ponto da coluna vertebral oposto à laringe. Ed.)

11. Sétima prática. Que o Zelator respire o mais profundamente e rapidamente possível.

12. Oitava prática. Que o Zelator pratique a retenção da respiração da seguinte maneira.

Em qualquer estágio da respiração, que ele repentinamente prenda a respiração, suportando a necessidade de respirar até que ela passe, retorne e passe novamente, e assim por diante até que a consciência se perca, seja ascendendo a Samādhi ou condição sobrenatural semelhante, ou caia no adormecimento.

13. Nona prática. Que ele pratique as formas usuais de Prāṇāyāma, mas que o Kumbhaka seja usado depois ao invés de antes da expiração. Que ele aumente gradualmente o período deste Kumbhaka, como no caso do outro.

14. Uma nota sobre as condições destes experimentos.

As condições favoráveis ​​são ar seco, estimulante, um clima quente, ausência de vento, ausência de ruído, insetos e todas as outras influências perturbadoras[1], um local retirado, alimentos simples comidos com grande moderação na conclusão das práticas de manhã e de tarde, e de forma alguma antes de praticar. A saúde corporal é quase essencial e deve ser cuidadosamente mantida (consulte Liber CLXXXV, Tarefa de um Neófito). Um discípulo diligente e fácil de lidar, ou o Practicus do Zelator, deve ajudá-lo em seu trabalho. Tal discípulo deve ser silencioso, paciente, vigilante, pronto, alegre, gentil e reverente a seu mestre, inteligente para antecipar suas necessidades, limpo e gracioso, não dado à fala, devotado e altruísta. Com tudo isso, ele deve ser feroz e terrível com estranhos e todas as influências hostis, determinado e vigoroso, cada vez mais vigilante, o guardião do limiar.

Não é desejável que o Zelator empregue qualquer outra criatura senão um homem, salvo em casos de necessidade. No entanto, para alguns desses propósitos, um cão servirá, para outros, uma mulher. Há também outros designados para servir, mas estes não são para o Zelator.

15. Décima prática. Que o Zelator experimente, se quiser, a inalação de oxigênio, óxido nitroso, dióxido de carbono e outros gases misturados em pequena proporção com seu ar durante suas práticas. Esses experimentos devem ser conduzidos com cautela na presença de um médico experiente, e só são úteis como facilitadores de um simulacro dos resultados das práticas adequadas e desse modo encorajando o Zelator.

16. Décima primeira prática. Que o Zelator a qualquer momento durante as práticas, especialmente durante os períodos de Kumbhaka, lance sua vontade completamente para o seu Santo Anjo Guardião, direcionando os olhos para dentro e para cima, e virando a língua para trás como se fosse engoli-la.

(Esta última operação é facilitada pelo corte do frênulo da língua, que, se realizado, deve ser feito por um cirurgião competente. Nós não aconselhamos este ou qualquer método similar de burlar as dificuldades. No entanto, isso é inofensivo.)

Dessa maneira, a prática deve ser elevada do plano físico ao plano espiritual, assim como as palavras Ruh, Ruach, Pneuma, Spiritus, Geist, Ghost, e de fato palavras de quase todos os idiomas foram elevadas de seus significados físicos de vento, ar, respiração, ou movimento, ao plano espiritual. (RV é a antiga raiz que significa Yoni, e portanto Roda (francês roue, latim rota, roda), e a raiz semítica correspondente significa “ir”. De maneira semelhante, Espírito está conectado com “espiral”. — Ed.)

17. Que o Zelator não atribua nenhum crédito a quaisquer declarações que possam ter sido feitas ao longo do curso desta instrução, e reflita que mesmo o conselho que tenhamos dado como adequado ao caso médio pode ser inteiramente inadequado para o seu caso.

[1] Perceba que nos estágios iniciais da concentração da mente, tais aborrecimentos se tornam insignificantes.

Thelema - Liber Resh vel Helios

 

Estas são as adorações a serem realizadas por todos os aspirantes à A∴A∴.

1. Que ele saúde o Sol ao amanhecer, de frente para o Leste, dando o sinal de seu grau[3]. E que ele diga em voz alta:

Salve a Ti que és Rá em Tua ascensão, bem como a Ti que és Rá em Tua força, que viajas acima dos Céus em Tua barca no Levante do Sol.

Tahuti permanece em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor continua no leme.

Salve a Ti das Moradas da Noite!

2. Também ao Meio-Dia, que ele saúde o Sol, de frente para o Sul[4], dando o sinal de seu grau. E que ele diga em voz alta:

Salve a Ti que és Ahathoor em Teu triunfo, bem como a Ti que és Ahathoor em Tua beleza, que viajas acima dos Céus em Tua barca no Meio-curso do Sol.

Tahuti permanece em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor continua no leme.

Salve a Ti das Moradas da Manhã!

3. Também ao Ocaso, que ele saúde o Sol, de frente para o Oeste, dando o sinal de seu grau. E que ele diga em voz alta:

Salve a Ti que és Tum em Teu poente, bem como a Ti que és Tum em Tua alegria, que viajas acima dos Céus em Tua barca na Descida do Sol.

Tahuti permanece em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor continua no leme.

Salve a Ti das Moradas do Dia!

4. Por fim à Meia-noite, que ele saúde o Sol, de frente para o Norte, dando o sinal de seu grau. E que ele diga em voz alta:

Salve a Ti que és Khephra em Teu ocultamento, bem como a Ti que és Khephra em Teu silêncio, que viajas acima dos Céus em Tua barca à Hora da Meia-Noite do Sol.

Tahuti permanece em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor continua no leme.

Salve a Ti das Moradas do Entardecer[5]!

5. E depois de cada uma dessas invocações, tu darás o sinal do silêncio, e depois realizarás a adoração que te foi ensinada pelo teu Superior. E então aquieta-Te em santa meditação.

6. Também é melhor se nessas adorações tu assumires a forma do Deus a Quem tu adoras, como se tu te unisses a Ele na adoração Daquilo que está além Dele.

7. Assim tu estarás sempre atento à Grande Obra que tu juraste realizar, e assim tu serás fortalecido para segui-la até a conquista da Pedra dos Sábios, o Summum Bonum, a Verdadeira Sabedoria e a Felicidade Perfeita.

«Liber Resh vel Helios sub figūrā CC pode ser traduzido como “Livro de Resh ou Livro de Hélio”, uma referência à letra hebraica Resh (ר), que corresponde ao Sol, e ao deus romano Hélio, a personificação do Sol. Esta obra foi originalmente publicada nas páginas 29 a 32 do The Equinox Vol. I Nº 6, em setembro de 1911. Seu conteúdo foi descrito como: “Uma instrução para a adoração do Sol quatro vezes ao dia, com o objetivo de preparar a mente para a meditação e de regularizar as práticas”.» 
«O autor explica a catalogação do texto sob o número 200 como: “O número de ר – o Sol”.» 
Onde o aspirante não tiver grau, que ele dê os sinais fornecidos; Os sinais de L.V.X. ao amanhecer, 4○=7□ ao meio-dia, 2○=9□ ao pôr do sol, 3○=8□ à meia-noite. «Esta nota foi inclusa à mão por Aleister Crowley em sua cópia pessoal do The Equinox Vol. I Nº 6.» 
«Abaixo da linha do Equador, o Sol do meio-dia fica ao Norte e não ao Sul, e o Sol da meia-noite fica ao Sul e não ao Norte, portanto, é necessário ajustar a prática de acordo para não ficar de costas para o objeto de adoração.» 
«Originalmente são utilizados os seguintes termos para as Moradas: night, morning, day, e evening. Na falta de uma palavra para denotar o princípio da noite em português, optou-se por usar “entardecer” para evening.» 

Thelema - Liber Astarté vel Berylli

 

0. Este é o Livro da União de Si com uma Deidade em particular através da devoção.

1. Considerações antes do Limiar. Primeiro, no que diz respeito à escolha de uma Deidade em particular. Esta questão não tem importância, desde que tu escolhas uma adequada à tua própria natureza mais elevada. Contudo, este método não é tão adequado para deuses austeros como Saturno, ou intelectuais como Thoth. Mas é um modo perfeito para aquelas deidades que partilham de qualquer forma do amor.

2. Sobre o método principal desta Arte Mágicka. Que o devoto considere bem que embora Cristo e Osíris sejam um, ainda assim o primeiro deve ser adorado com ritos cristãos, e o segundo com ritos egípcios. E isso embora os próprios ritos sejam cerimonialmente equivalentes. No entanto, deve haver um símbolo que declare a transcendência de tais limitações; e também com relação à Deidade deve haver alguma afirmação única de sua identidade tanto com todos os outros deuses similares de outras nações, quanto com o Supremo de quem todos são apenas reflexos parciais.

3. Sobre o lugar principal de devoção. Este é o Coração do devoto, e deve ser representado simbolicamente pelo cômodo ou local que ele mais adora. E o lugar mais querido ali será o relicário de seu templo. Seria muito conveniente se este relicário e altar fossem isolados em uma floresta, ou em um bosque privado, ou jardim. Mas que ele seja protegido do profano.

4. Sobre a Imagem da Deidade. Que haja uma imagem da Deidade; primeiro porque por meio dela é induzida contínua lembrança na meditação; e segundo porque um certo poder entra e habita nela em virtude das cerimônias; ou assim é dito, e Nós não negamos. Que essa imagem seja a mais bela e perfeita que o devoto consiga encontrar; ou se ele for capaz de pintar ou esculpir a mesma, é muito melhor. Quanto às Deidades com cuja natureza nenhuma Imagem é compatível, que elas sejam adoradas em um relicário vazio. Tais são Brama e Alá. Também algumas concepções pós-cativeiro de Jeová.

5. Ademais no que diz respeito ao relicário. Que este relicário seja decorado adequadamente quanto aos seus ornamentos, de acordo com o livro 777. Com hera e pinhas, isto é, para Baco, e que coloque diante dele uvas e vinho. Assim também que para Ceres haja milho, e bolos; ou para Diana lunárias e escorodónias e água pura. Além disso, é bom apoiar o relicário com talismãs dos planetas, signos e elementos adequados. Mas estes devem ser feitos de acordo com o correto Ingenium do Philosophus à luz do Livro 777 durante o curso de sua Devoção. No entanto, também é bom se for feito de antemão um círculo magico com os sinais e nomes certos.

6. Sobre as Cerimônias. Que o Philosophus prepare uma Invocação poderosa da Deidade específica de acordo com o seu Ingenium. Mas que ela consista dessas várias partes:

Primeira, uma Imprecação, como de um escravo para seu Senhor.

Segunda, um Juramento, como de um vassalo para seu Suserano.

Terceira, um Memorial, como de uma criança a seu Pai.

Quarta, uma Oração, como de um sacerdote para seu Deus.

Quinta, um Colóquio, como de um Irmão com seu Irmão.

Sexta, uma Conjuração, como a um Amigo com seu Amigo.

Sétima, um Madrigal, como de um Amante para sua Amada.

E note bem que a primeira deve ser de reverência, a segunda de fidelidade, a terceira de dependência, a quarta de adoração, a quinta de confidência, a sexta de camaradagem, a sétima de paixão.

7. Ademais no que diz respeito às cerimônias. Então que essa Invocação seja a parte principal de uma cerimônia ordenada. E nesta cerimônia, que o Philosophus não negligencie de modo algum o serviço de um servo. Que ele varra e enfeite o lugar, borrifando-o com água ou com vinho conforme for apropriado à Deidade específica, e consagrando-o com óleo, e com o ritual que lhe pareça melhor. E que tudo seja feito com intensidade e minunciosamente.

8. Sobre o período de devoção, e suas horas. Que um período fixo seja estabelecido para a adoração; e é dito que o menor tempo é de nove dias por sete, e o maior de sete anos por nove. E em relação às horas, que a Cerimônia seja realizada todos os dias três vezes, ou pelo menos uma vez, e que o sono do Philosophus seja rompido para algum propósito de devoção pelo menos uma vez a cada noite.

Agora, para alguns pode parecer melhor designar horários fixos para a cerimônia, para outros, pode parecer que a cerimônia deve ser realizada à medida que o espírito os move a fazê-la: não há nenhuma regra para isso.

9. No que diz respeito aos Robes e aos Instrumentos. A Varinha e a Taça devem ser escolhidas para esta Arte; nunca a Espada ou Adaga, nunca o Pantáculo, a menos que por acaso tal Pantáculo seja de uma natureza harmoniosa. Mas mesmo assim é melhor manter a Varinha e a Taça; e se for preciso escolher um, a Taça.

Quanto aos Robes, o de um Philosophus, ou o de um Adepto Interno são os mais apropriados; ou o robe mais adequado ao serviço à Deidade específica, como uma bassara para Baco, um robe branco para Vesta. Da mesma forma, para Vesta pode-se usar o Lampião como instrumento; ou a foice para Cronos.

10. Sobre o Incenso e as Libações. O incenso deve seguir a natureza da Deidade específica; como mastique para Mercúrio, frascinela para Perséfone. Também as libações, como uma decocção de solanaceae para Melancholia, ou de cânhamo indiano para Urano.

11. Sobre a harmonia das cerimônias. Que todas essas coisas sejam devidamente e extensivamente consideradas em linguagem de extrema beleza ao comando do Philosophus, acompanhadas, se ele tiver habilidade, por música, e entrelaçadas, se a Deidade particular for jocunda, com danças. E tudo estando cuidadosamente preparado e ensaiado, que isso seja praticado diariamente até que seja completamente rítmico com sua aspiração e, por assim dizer, uma parte de seu ser.

12. Sobre a variedade das cerimônias. Agora, visto que cada homem difere essencialmente de todos os outros homens, embora seja idêntico em essência, que essas cerimônias também afirmem sua identidade pela diversidade. Por esta razão, Nós deixamos muito aqui para o correto Ingenium do Philosophus.

13. Sobre a vida do devoto. Primeiro, que seu modo de vida seja agradável à Deidade particular. Assim, para invocar Netuno, que ele vá pescar; mas se for Hades, que ele não se aproxime da água, que é detestável para Ele.

14. Ademais sobre a vida do devoto. Que ele corte de sua vida qualquer ato, palavra ou pensamento, que seja detestável à Deidade particular; como por exemplo a falta de castidade no caso de Ártemis e evasivas no caso de Ares. Além disso, ele deve evitar toda dureza ou crueldade de qualquer tipo em pensamento, palavra ou ação, visto que acima da Divindade particular há Uma em quem tudo é Um. No entanto, ele pode deliberadamente praticar crueldades onde a Divindade particular manifesta o Amor Dela dessa maneira, como no caso de Kālī e de Pã. E, portanto, antes do início de seu período de devoção, que ele pratique de acordo com as regras de Liber Jugorum.

15. Ademais sobre a vida do devoto. Agora, como muitos estão completamente ocupados com seus afazeres, saibam que este método é adaptável às necessidades de todos.

E Nós testemunhamos que o que segue é o Ponto Crucial e a Quintessência do Método inteiro.

Primeiro, se ele não tiver nenhuma Imagem, que ele pegue qualquer coisa e consagre-a como uma Imagem de seu Deus. Da mesma forma com suas vestes e instrumentos, suas defumações e libações: para seu Robe não tem ele um pijama; para seu instrumento uma bengala; para sua defumação um palito de fósforo; para a libação um copo de água?

Mas que ele consagre cada coisa que ele usa ao serviço da Deidade particular, e não profane a mesma para qualquer outro uso.

16. Continuação. Prosseguindo, quanto ao seu tempo, se for curto. Que ele trabalhe mentalmente em sua Invocação, concentrando-a, e que ele realize essa Invocação em seu coração sempre que tiver oportunidade. E que ele aproveite ansiosamente todas as oportunidades para isso.

17. Continuação. Em terceiro lugar, mesmo que ele tenha oportunidade e preparação, que ele procure sempre trazer para dentro os símbolos, de modo que, mesmo em seu relicário bem ordenado, toda a cerimônia gire dentro de seu coração, isto é, no templo de seu corpo, do qual o templo exterior é apenas uma imagem.

Pois no cérebro está o relicário, e não há Imagem nele; e a respiração do homem é o incenso e a libação.

18. Continuação. Ademais, sobre a ocupação. Que o devoto transmute dentro do alambique de seu coração todo pensamento, ou palavra, ou ato, no ouro espiritual de sua devoção.

Desse jeito: ao comer. Que ele diga: “Eu como este alimento em gratidão à minha Deidade que o enviou para mim, para ganhar força para minha devoção a Ela”.

Ou: ao dormir. Que ele diga: “Deito para dormir, dando graças por esta benção da minha Divindade, para que eu possa me revigorar para uma nova devoção a Ela”.

Ou: ao ler. Que ele diga: “Eu leio este livro para que eu possa estudar a natureza da minha Deidade, que o conhecimento adicional sobre Ela possa me inspirar com uma devoção mais profunda a Ela”.

Ou: ao trabalhar. Que ele diga: “Eu dirijo a minha pá à terra para que flores frescas (frutas, ou o que for) possam surgir para Sua glória, e para que eu, purificado pelo trabalho, possa prestar uma melhor devoção a Ela”.

Ou: seja lá o que ele estiver fazendo, que ele cogite em sua própria mente, atraindo circunstâncias e circunstâncias para aquele único fim e conclusão do assunto. E que ele não realize o ato até que ele tenha feito isso.

Como está escrito: Liber VII, cap. v. –

22. “Cada respiração, cada palavra, cada pensamento é um
ato de amor contigo.
23. “A batida de meu coração é o pêndulo de amor.
24. “As canções de mim são os suaves suspiros:
25. “Os pensamentos de mim são o próprio êxtase:
26. “E minhas ações são as miríades de Tuas Crianças,
as estrelas e os átomos.”

E Lembra-te Bem, que se tu fores um verdadeiro amante, tu farás tudo isso da tua própria natureza sem a menor falha ou fracasso no menor detalhe disso.

19. Sobre as Lições. Que o Philosophus só leia suas cópias dos livros sagrados de Thelema durante todo o período de sua devoção. Mas se ele estiver cansado, então que ele leia livros que não tenham parte no amor, como se para recreação.

Mas que ele copie cada verso de Thelema que trata desse assunto, e pondere sobre eles, e comente sobre eles. Pois ali há uma sabedoria e uma magia profunda demais para proferir de qualquer outra forma.

20. Sobre as Meditações. Nisto está o método mais poderoso de alcançar o Fim, para aquele que está completamente preparado, sendo purificado pela prática da Transmutação dos atos em devoção, e consagrado pelo correto desempenho das cerimônias santas. No entanto, há perigo nisto, pois a Mente é fluida como mercúrio, e está próxima do Abismo, e é assediada por muitas sereias e demônios que a seduzem e a atacam para destruí-la. Portanto, que o devoto tome cuidado, e precise com acureza suas meditações, assim como quando um homem constrói um canal de mar a mar.

21. Continuação. Então que o Philosophus medite sobre todo amor que já lhe moveu. Há o amor de Davi e de Jônatas, e o amor de Abraão e de Isaque, e o amor de Lear e de Cordélia, e o amor de Damão e de Pítias, e o amor de Safo e de Átis, e o amor de Romeu e Julieta, e o amor de Dante e Beatriz, e o amor de Paolo e Francesca, e o amor de César e Lucrécia Bórgia, e o amor de Aucassin e Nicolette, e o amor de Dáfnis e Cloé, e o amor de Cornélia e Caio Graco, e o amor de Baco e Ariadne, e o amor de Cupido e Psique, e o amor de Endimião e Ártemis, e o amor de Deméter e Perséfone, e o amor de Vênus e Adônis, e o amor de Lakṣmī e Viṣṇu, e o amor de Śiva e Bhavānī, e o amor de Buda e Ānanda, e o amor de Jesus e João, e muitos outros.

Também há o amor de muitos santos para com suas deidades em particular, como o de São Francisco de Assis por Cristo, de Śrī Sabhāpati Svāmī por Māheśvara, de Abdullah Haji Shirazi por Alá, de Santo Inácio de Loyola por Maria, e muitos outros.

Agora pega uma dessas histórias todas as noites, e a encena em tua mente, agarrando cada identidade com cuidado e entusiasmo infinitos, e imagina a ti próprio como um dos amantes e a tua Divindade como o outro. Assim passa por todas as aventuras de amor, sem omitir uma; e a cada uma conclui: Quão pálido é este reflexo de meu amor por esta Deidade!

Contudo de cada uma tu obterás algum conhecimento do amor, alguma intimidade com o amor, que te ajudarás a aperfeiçoar o teu amor. Assim, aprenda a humildade do amor de um, sua obediência do outro, sua intensidade de um terceiro, sua pureza de um quarto, sua paz de um quinto.

Então tendo assim tornado teu amor perfeito, ele será digno daquele amor perfeito Dela.

22. Ademais sobre meditação. Além disso, que o Philosophus imagine para si que ele realmente teve sucesso em sua devoção, e que seu Senhor apareceu a ele, e que eles conversam conforme é adequado.

23. Sobre o Triângulo Misterioso. Então agora, assim como três cordas separadas podem ser arrebentadas por uma criança, enquanto as mesmas cordas devidamente torcidas podem amarrar um gigante, que o Philosophus aprenda a enredar esses três métodos de Magia em um Feitiço.

Para este fim, que ele compreenda que assim como eles são Um, porque o fim é um, também são Um porque o método é Um, até mesmo o método de voltar a mente em direção à Deidade particular por amor em cada ato.

E para que tua corda não fique escorregadia, aqui está um pequeno cordão que a envolve toda firmemente, o Mantra ou Oração Contínua.

24. Sobre o Mantra ou Oração Contínua. Que o Philosophus teça o Nome da Deidade Particular em uma sentença curta e rítmica, como por exemplo, para Ártemis: έπελθον, επελθον, Ἄρτεμις; ou, para Śiva: Namo Śivāya Namaḥ Om; ou, para Maria: Ave Maria; ou para Pã, χαιρε Σωτηρ κοσμου, Ίω Παν, Ίω Παν; ou, para Alá: Hua Allahu alazi lailaha illa Hua.

Que ele repita isso dia e noite mecanicamente sem cessar em seu cérebro, que é assim preparado para o advento daquele Senhor, e armado contra todos os outros.

25. Sobre o Ativo e o Passivo. Que o Philosophus mude do amor ativo de sua Deidade particular para um estado de espera passiva, até mesmo quase uma repulsa, a repulsa não de desgosto, mas de modéstia sublime.

Como está escrito, Liber LXV. ii.

59. “Chamei a Ti, e viajei para Ti, e isso de nada me serviu.
60. “Esperei pacientemente, e Tu estavas comigo desde o início.”

Então que ele mude de volta ao Ativo, até que um verdadeiro ritmo seja estabelecido entre os estados, como se fosse o balanço de um Pêndulo. Mas que ele reflita que uma vasta inteligência é necessária para isso; pois ele deve estar como se fosse do lado de fora de si mesmo para observar aquelas fases de si mesmo. E fazer isso é uma Arte alta, e não pertence de modo algum ao grau de Philosophus. Nem é útil, mas sim o contrário, nesta prática em especial.

26. Sobre o Silêncio. Agora pode chegar um tempo no decorrer desta prática em que os símbolos exteriores de devoção cessam, em que a alma está como se fosse muda na presença de seu Deus. Lembra-te de que isso não é uma cessação, mas sim uma transmutação da semente estéril da oração no broto verde do anseio. Este anseio é espontâneo, e deve ser deixado para crescer, quer seja doce ou amargo. Pois frequentemente é como o tormento do inferno em que a alma queima e se contorce incessantemente. No entanto, ele termina, e em seu fim continua abertamente o teu Método.

27. Sobre a Secura. Outro estado em que às vezes a alma pode cair é esta noite escura. E isso é de fato uma purificação em tal profundidade que a alma não pode compreendê-la. É menos como dor do que como a morte. Mas é a morte necessária que vem antes do ressurgimento de um corpo glorificado.

Este estado deve ser suportado com fortitude; e nenhum meio de aliviá-lo pode ser empregado. Ele pode ser quebrado pela ruptura de todo o Método, e um retorno ao mundo exterior. Esta covardia não só destrói o valor de tudo o que já foi antes, como também destrói o valor do Juramento de Fidelidade que tu prestaste, e faz da tua Vontade uma zombaria para homens e deuses.

28. Sobre as Artimanhas do Diabo. Nota que nesse estado de secura mil seduções te atrairão; também mil meios para quebrar teu juramento em espírito sem quebrá-lo na letra. Contra isso, tu podes repetir as palavras do teu juramento de novo e de novo até que a tentação seja superada.

Além disso, o diabo irá te mostrar que seria muito melhor para esta operação que tu fizesses assim e assado, e procurará te assustar com os medos pela tua saúde ou pela tua razão.

Ou ele pode enviar contra ti visões piores do que a loucura.

Contra tudo isso há apenas um remédio, a Disciplina do teu Juramento. Assim então tu passarás por cerimônias sem sentido e horríveis para ti, e blasfemarás contra a tua Deidade e A amaldiçoará. E isso importa pouco, pois não é tu, assim será se tu aderires à Letra da tua Obrigação. Pois a tua Visão Espiritual está fechada, e confiar nela é ser levado ao precipício, e ser atirado dali.

29. Mais desse assunto. Agora também mais sutis do que todos esses terrores são as Ilusões de Sucesso. Apenas um instante de autossatisfação ou Expansão do teu Espírito, especialmente neste estado de secura, e tu estarás perdido. Pois tu podes alcançar a Falsa União com o próprio Demônio. Cuidado também com o orgulho que surge de ter resistido às tentações.

Mas tantas e tão sutis são as ciladas de Choronzon que o mundo inteiro não poderia conter seu número.

A resposta a todas elas é a persistência no cumprimento literal da rotina. Cuidado, portanto, por fim, com aquele demônio que sussurrará em teu ouvido que a letra mata, mas o espírito dá vida, e responda: A menos que o grão de trigo caia na terra, e morra, ele fica só; mas se morrer, dá muito fruto.

Contudo, também te precates da disputa com o demônio, e do orgulho na astúcia das tuas respostas a ele. Portanto, se tu não perdeste o poder do silêncio, que ele seja o primeiro e último empregado contra ele.

30. Sobre a Inflamação do Coração. Agora, saiba que todos os teus métodos são secos. Exercícios intelectuais, exercícios morais, eles não são Amor. No entanto, assim como um homem esfregando duas varas secas juntas por muito tempo, de repente encontrou uma fagulha, assim também de vez em quando o verdadeiro amor saltará sem ser solicitado em tua mediação. No entanto, isso deve morrer e renascer de novo e de novo. Pode ser que tu não tenhas combustível por perto.

No final de repente virá uma grande e devoradora chama, e te queimará completamente.

Agora dessas fagulhas, e dessas crepitações de chama, e desses princípios do Fogo Infinito, tu assim estarás ciente. Para as fagulhas teu coração se alegrará, e a tua cerimônia ou meditação ou labuta parecerá repentinamente seguir por vontade própria; e para as pequenas chamas isso aumentará em volume e intensidade; e para os princípios do Fogo Infinito a tua cerimônia será capturada em um cântico arrebatador, e a tua meditação será êxtase, e a tua labuta será um deleite que excede todo prazer que tu já conheceste.

E da grande chama que te responde, não pode ser falado; pois ali está o fim desta Arte Mágicka de Devoção.

31. Considerações Sobre o Uso de Símbolos. Deve-se notar que pessoas de imaginação, vontade e inteligência poderosas não precisam desses símbolos materiais. Houve certos santos que foram capazes de amar uma ideia como tal, sem que ela fosse doutra forma degradada por idolatrá-la, usando essa palavra em seu verdadeiro sentido. Assim, alguém pode se apaixonar pela beleza, sem a necessidade de uma concretização tão pequena como “a beleza de Apolo”, “a beleza das rosas”, “a beleza de Átis”. Tais pessoas são raras; pode-se duvidar se o próprio Platão alcançou qualquer visão de beleza absoluta sem anexar a ela objetos materiais em primeiro lugar. Uma segunda classe é capaz de contemplar ideais através deste véu; uma terceira classe precisa de um véu duplo, e não consegue pensar na beleza de uma rosa sem uma rosa diante deles. Para tais pessoas este método é de maior uso; no entanto que eles saibam que existe esse perigo ali, de que eles podem confundir o corpo grosseiro do símbolo com a ideia concretizada por meio dele.

32. Considerações de perigos adicionais para aqueles que não foram purgados do pensamento material. Que seja lembrado que na própria natureza do amor há perigo. A luxúria do sátiro pela ninfa é na verdade da mesma natureza que a afinidade do limo pela água por um lado, e do amor de Ab por Ama por outro; assim também é a tríade Osíris, Ísis, Hórus como a de um cavalo, égua, potro; e de vermelho, azul, púrpura. E esta é a fundação das Correspondências.

Mas seria falso dizer “Hórus é um potro” ou “Hórus é púrpura”. Pode-se dizer: “Hórus se parece com um potro neste respeito, de que ele é descendente de dois seres complementares”.

33. Mais desse assunto. Assim também muitos disseram verdadeiramente que tudo é um, e falsamente que, uma vez que a terra é Aquele Um, e o oceano é Aquele Um, portanto a terra é oceano. Para Ele o bem é ilusão, e o mal é ilusão; portanto, o bem é mal. Muitos homens são destruídos por essa falácia de lógica.

Além disso, há aqueles que tomam a imagem pelo Deus; como se fossem dizer, meu coração está em Tiphereth, e um Adeptus está em Tiphereth; portanto eu sou um adepto.

E nesta prática o pior perigo é esse, de que o amor que é sua arma falhe de duas maneiras.

Primeira, se neste amor faltar qualquer qualidade de amor, então não é o amor ideal. Pois está escrito sobre o Perfeito: “Não há membro de meu corpo que não seja membro de algum deus”. Portanto, que o Philosophus não despreze qualquer forma de amor, mas harmonize todas. Como está escrito: Liber LXI, 32. “Portanto a Perfeição não habita nos Pináculos ou na Fundação, mas na harmonia de Um com tudo”.

Segunda, se qualquer parte desse amor excede, há doença nele. Assim como no amor de Otelo por Desdêmona o ciúme do amor superou a ternura do amor, também pode ocorrer nesse amor de uma Deidade particular. E isso é mais provável, pois neste amor divino nenhum elemento pode ser omitido.

É em virtude dessa completude que nenhum amor humano pode de modo algum alcançar mais do que prenunciar uma pequena parte dele.

34. Sobre Mortificações. Estas não são necessárias neste método. Pelo contrário, elas podem destruir a concentração, como contra irritantes e alívios da suprema mortificação que é a Ausência da Divindade invocada.

No entanto, assim como no amor mortal surge um desagrado pela comida, ou um prazer em coisas naturalmente dolorosas, essa perversão deve ser suportada e permitir-se seguir seu curso. No entanto, não a interferência com a saúde natural corporal, pela qual o instrumento da alma pode ser prejudicado.

E a respeito dos sacrifícios por amor, eles são naturais para este Método, e corretos.

Mas no que diz respeito a privações e torturas voluntárias, elas não têm uso salvo contra o devoto, geralmente elas não são naturais para naturezas saudáveis, e são errôneas. Pois elas são egoístas. Flagelar-se não serve de nada ao mestre; no entanto negar pão a si mesmo para que o filho possa ter bolo é o ato de uma verdadeira mãe.

35. Mais sobre Mortificações. Se o teu corpo, o qual tu conduzes, for uma besta tão desobediente que de modo algum ele viajará na direção desejada, ou se a tua mente for violenta e eloquente como o Burro lendário de Balaão, então que a prática seja abandonada. Que o relicário seja coberto por panos de saco, e vista hábitos de lamentação e permaneça sozinho. E retornes mais austeramente à prática de Liber Jugorum, testando a ti mesmo por um padrão maior do que o realizado até então, e punindo as efrações com um aguilhão mais pesado. Tampouco volta à tua devoção até que esse corpo e mente estejam domesticados e treinados para todo tipo de andamento sossegado.

36. Sobre métodos menores adjuvantes nas cerimônias. I. Ascensão nos planos. Por este método, tu podes auxiliar a imaginação no momento da conclusão da tua Invocação. Aja como ensinado em Liber O, à luz de Liber 777.

37. Sobre métodos menores adjuvantes nas cerimônias. II. Magia Talismânica. Tendo feito por teu engenho um talismã ou um pantáculo para representar a Deidade particular, e o consagrado com infinito amor e cuidado, queima-o cerimonialmente diante do relicário, como se através disso desistisse da sombra pela substância. Mas é inútil fazer isso a menos que tu realmente em teu coração dês mais valor ao talismã do que tudo que tu tens.

38. Sobre métodos menores adjuvantes nas cerimônias. III. Encenação. Pode ajudar se a história tradicional da Deidade particular for encenada diante Dela; talvez isso seja melhor feito de forma dramática. Este é o método principal recomendado nos “Exercícios Espirituais” de Santo Inácio, cujo trabalho pode ser tomado como modelo. Que o Philosophus exercite a lenda de sua Deidade particular, e alocando dias para eventos, viva aquela vida em imaginação, exercitando os cinco sentidos um de cada vez, conforme a ocasião surge.

39. Sobre assuntos menores adjuvantes nas cerimônias. IV. Constrição. Este método consiste em amaldiçoar uma divindade recalcitrante; como ameaçar cerimonialmente “queimar o sangue de Osíris, e moer seus ossos a pó”. Este método é completamente contrário ao espírito de amor a menos que a própria Divindade particular seja selvagem e implacável; como Jeová ou Kali. Nesse caso, o desejo de realizar constrições e maldições pode ser o sinal da assimilação do espírito do devoto com o de seu Deus e, portanto, um avanço para a União com Ele.

40. Sobre o valor desta forma particular de União ou Samādhi. Todo Samādhi é definido como a união extática de um sujeito e objeto na consciência, com o resultado de que uma terceira coisa surge que não partilha de modo algum da natureza dos dois.

Pareceria, à primeira vista, que não tem importância o que escolher como um objeto de meditação. Por exemplo, o Samādhi chamado Atmadarśana pode surgir da simples concentração do pensamento em um triângulo imaginado, ou no coração.

Mas, como a união de dois corpos na química pode ser endotérmica ou exotérmica, a combinação de oxigênio com nitrogênio é gentil, enquanto a do oxigênio com hidrogênio é explosiva; e como se descobriu que a maior parte do calor é liberada como regra pela união de corpos com características opostas, e que o composto resultante de tais é mais estável, então parece razoável sugerir que o resultado mais importante e duradouro de Samādhi é a contemplação do Objeto mais oposto ao devoto. [Em outros planos, sugeriu-se que os tipos mais opostos fazem os melhores casamentos e produzem as crianças mais saudáveis. Os melhores filmes e óperas são aquelas em que os extremos violentos são misturados e, de modo geral, em todos os campos de atividade. Até mesmo na matemática, o maior paralelogramo é formado se as linhas que o compõem estão definidas em ângulos retos. Ed.]

41. Conclusões do supracitado. Então pode-se sugerir ao Philosophus, que, embora seu trabalho seja mais difícil, sua recompensa será maior se ele escolher a Deidade mais distante de sua própria natureza. Este método é mais difícil e mais elevado que aquele de Liber E. Pois um objeto simples, como sugerido, é da mesma natureza que as coisas mais comuns da vida, enquanto que mesmo a Divindade mais mediana está além do entendimento humano do não iniciado. No mesmo plano, também, Vênus está mais próxima do homem do que Afrodite, Afrodite está mais próxima do que Ísis, Ísis está mais próxima do que Babalon, Babalon está mais próxima do que Nuit.

Que ele decida, portanto, de acordo com sua discrição, por um lado, e sua aspiração, por outro; e que nenhuma ultrapasse sua próxima.

42. Mais sobre o valor deste Método. Certas objeções surgem. Primeiramente, na natureza de todo amor humano há ilusão, e uma certa cegueira. Nem há qualquer amor verdadeiro abaixo do Véu do Abismo. Por este motivo, Nós damos esse método ao Philosophus, como o reflexo do Adepto Isento, que reflete o Magister Templi e o Magus. Então que o Philosophus realize este Método como um fundamento dos Métodos superiores a serem dados a ele quando atingir esses graus mais altos.

Outra objeção reside na parcialidade deste Método. Isto é igualmente um defeito característico do Grau.

43. Sobre um notável perigo de Sucesso. Pode ocorrer que, devido ao tremendo poder do Samādhi, superando todas as outras memórias como deveria fazer e faz, que a mente do devoto possa ficar obcecada, de modo que ele declare sua Divindade particular como sendo o único Deus e Senhor. Este erro foi o fundamento de todas as religiões dogmáticas e, portanto, a causa de mais miséria do que todos os outros erros combinados.

O Philosophus é peculiarmente suscetível a isso porque, pela natureza do Método, ele não pode permanecer cético; ele deve acreditar na sua Divindade particular. Mas que ele (1) considere que esta crença é apenas uma arma em suas mãos, (2) afirme suficientemente que a sua Divindade é apenas uma emanação ou reflexo ou eidolon de um Ser além dela, como foi dito no Parágrafo 2. Pois se ele falhar aqui, uma vez que o homem não pode permanecer permanentemente em Samādhi, a imagem memorizada em sua mente será degradada, e substituída pelo Demônio correspondente, para sua total ruína.

Portanto, após o Sucesso, que ele não se deleite muito com sua Deidade, mas sim se ocupe de seus outros trabalhos, não permitindo que aquilo que é apenas um passo se torne um objetivo. Como também está escrito em Liber CLXXXV: “lembrando que a Filosofia é o Equilíbrio daquele que está na Casa do Amor”.

44. Sobre o segredo, e os ritos de Sangue. Durante esta prática, é muito sábio que o Philosophus não pronuncie nenhuma palavra sobre seu trabalho, como se fosse um Amor Proibido que o consome. Mas que ele responda aos tolos de acordo com a tolice deles; pois já que ele não consegue esconder seu amor de seus companheiros, ele deve falar com eles do modo que eles possam entender.

E uma vez que muitas Deidades exigem sacrifício, uma de homens, outra do gado, uma terceira de pombas, que esses sacrifícios sejam substituídos pelos verdadeiros sacrifícios em teu próprio coração. No entanto, se tu precisas simbolizá-los externamente por causa da dureza de teu coração, que o teu próprio sangue, e não o de outro, seja derramado diante daquele altar[1].

No entanto, não te esqueças de que esta prática é perigosa e pode causar a manifestação de coisas más, hostis e maliciosas, para teu grande prejuízo.

45. Sobre um sacrifício adicional. Sobre isso deve-se entender que nada deve ser falado; nem precisa ser falado para aquele que tenha sabedoria para compreender o número do parágrafo. E esse sacrifício é fatal além de tudo, a menos que de fato seja um sacrifício. No entanto, há aqueles que atreveram e conseguiram.

46. Sobre ainda outro sacrifício. Aqui se fala de verdadeira mutilação. Tais atos são abomináveis; e, embora possam trazer sucesso neste Método, formam um obstáculo absoluto para qualquer progresso adicional.

Em todo caso, eles são mais propensos a levar à loucura do que ao Samādhi. De fato, aquele que os propõe já está louco.

47. Sobre a afeição humana. Durante esta prática, tu não deverás te retirar das relações humanas, apenas figurando que teu pai ou teu irmão ou tua esposa são como se fossem uma imagem da tua Deidade particular. Assim, eles ganharão, e não perderão, pelo teu trabalho. Somente no caso da tua esposa isso será difícil, já que ela é mais para ti do que todos os outros, e neste caso tu podes agir com temperança, para que a personalidade dela não vença e destrua a da tua Deidade.

48. Sobre o Santo Anjo Guardião. De modo algum confundas esta invocação com aquela.

49. A Bênção. E então que o amor que passa toda Compreensão mantenha seus corações e suas mentes através de Ιαω Αδωναι Σαβαω e através de BABALON da Cidade das Pirâmides, e através de Astarte, a Estrelada cinturada de verde, pelo nome de Ararita. Amn.

Thelema - Liber Cheth vel Vallum Abiegni

 

1. Este é o segredo do Santo Graal, que é o recipiente sagrado de nossa Senhora a Mulher Escarlate, Babalon a Mãe das Abominações, a noiva de Caos, que cavalga sobre nosso Senhor a Besta.

2. Tu escoarás teu sangue que é tua vida no cálice dourado da fornicação dela.

3. Tu misturarás tua vida com a vida universal. Tu não reterás uma gota.

4. Então o teu cérebro ficará mudo, e o teu coração não mais baterá, e toda a tua vida partirá de ti; e tu serás lançado sobre o monturo, e as aves do céu banquetearão com a tua carne, e os teus ossos embranquecerão no sol.

5. Então os ventos se reunirão, e te sustentarão como se fosse um pequeno monte de pó num lençol que tem quatro cantos, e eles o entregarão aos guardiões do abismo.

6. E porque não há vida ali, os guardiões do abismo ordenarão que os anjos dos ventos passem. E os anjos colocarão o teu pó na Cidade das Pirâmides, e o nome disso não mais será.

7. Portanto agora para que possas realizar este ritual do Santo Graal, despoja-te de todos os teus bens.

8. Tu tens riqueza; dê-a aos que têm necessidade dela, no entanto que não a desejam.

9. Tu tens saúde; assassina-te no fervor do teu abandono à Nossa Senhora. Que a tua carne suspenda de teus ossos, e os teus olhos brilhem com a tua luxúria insaciável pelo Infinito, com a tua paixão pelo Desconhecido, por Ela que está além do Conhecimento a amaldiçoada.

10. Tu tens amor; tira tua mãe do teu coração, e cuspa na face de teu pai. Que o teu pé pise no ventre de tua esposa, e que o bebê no peito dela seja a presa de cães e abutres.

11. Pois se não fizerdes isso com tua vontade, então Nós faremos isso a despeito da tua vontade. De modo que tu alcances o Sacramento do Graal na Capela das Abominações.

12. E contempla! se guardaste escondido para ti um pensamento teu, então tu serás lançado no abismo para sempre; e tu serás o solitário, o comedor de esterco, o aflito no Dia do Sê-Conosco.

13. Sim! verdadeiramente esta é a Verdade, esta é a Verdade, esta é a Verdade. A ti serão concedidas alegria e saúde e riqueza e sabedoria quando tu não fores mais tu.

14. Então todo ganho será um novo sacramento, e não te corromperá; tu te regozijarás com a devassidão no mercado, e as virgens atirarão rosas sobre ti, e os comerciantes dobrarão os joelhos e trarão ouro e especiarias. Também garotos jovens verterão maravilhosos vinhos para ti, e os cantores e os dançarinos irão cantar e dançar para ti.

15. Todavia não serás tu ali, porque tu estarás esquecido, pó perdido em pó.

16. Nem o próprio æon se valerá de ti nisto; pois do pó uma cinza branca será preparada por Hermes o Invisível.

17. E esta é a ira de Deus, que estas coisas devam ser assim.

18. E esta é a graça de Deus, que estas coisas devam ser assim.

19. Portanto vos ordeno que vinde a mim no Princípio; pois se vós deres um único passo neste Caminho, vós deveis chegar inevitavelmente ao fim dele.

20. Este Caminho está além da Vida e da Morte; também está além do Amor; mas isso vós não sabeis, porque vós não conheceis o Amor.

21. E o seu fim não é conhecido nem mesmo por Nossa Senhora ou pela Besta em que Ela monta; nem pela Virgem sua filha nem por Caos seu legítimo Senhor; mas é conhecido pela Criança Coroada? Não se sabe se é conhecido.

22. Portanto a Hadit e a Nuit seja a glória no Fim e no Princípio; sim, no Fim e no Princípio.

Thelema - Liber Collegii Sancti

 

A Tarefa de um Probacionista

0. Que qualquer pessoa seja recebida por um Neófito, estando este subordinado a seu Zelator.

1. O período de Probação será de pelo menos um ano.

2. O aspirante à A∴A∴ escutará a Lição (Liber LXI) e esta nota de sua função; se ele quiser, então adquirirá o robe de um Probacionista; deverá escolher com profunda ponderação e intensa solenidade um mote.

3. Na admissão, ele receberá o robe, assinará o formulário fornecido e repetirá o juramento conforme designado, e receberá o Primeiro Volume do Livro.

4. Ele memorizará um capítulo de Liber LXV; além disso, estudará as Publicações da A∴A∴ em Classe B, e se dedicará a tais práticas do Iluminismo Científico conforme lhe parecer agradável.

5. Além de tudo isso, ele realizará quaisquer tarefas que a A∴A∴ possa considerar adequadas atribuir a ele. Que ele esteja consciente de que a palavra Probacionista não é um termo em vão, mas que os Irmãos irão prová-lo de muitas maneiras sutis, quando ele menos esperar.

6. Na próxima vez em que o sol entrar no signo em que ele foi recebido, sua iniciação pode ser concedida a ele. Ele se manterá livre de todos os outros compromissos por uma semana inteira a partir daquela data.

7. Ele pode retirar-se a qualquer momento de sua associação com a A∴A∴ simplesmente notificando o Neófito que o introduziu.

8. Ele proclamará abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falará Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Um mês antes de completar um ano, ele entregará uma cópia do registro ao Neófito que o introduziu e repetirá para ele seu capítulo escolhido de Liber LXV.

9. Ele se manterá casto e reverente para com o seu corpo, pois o ordálio da iniciação não é leve. Isso é de importância peculiar nos dois últimos meses de sua Probação.

10. Assim e não de outra forma possa ele alcançar a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

Liberdade
Poder
Destino Vida
Putrefação
Morte

O Juramento de um Probacionista.
Eu, ___________, estando são de mente e corpo, neste dia __ de ____ [An ___, ☉ em ___ ° de __ ] por meio deste resolvo: na Presença de __________, um Neófito da A∴A∴, exercer a Grande Obra: que é obter um conhecimento científico da natureza e dos poderes do meu próprio ser.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia, devoção, assiduidade, confiança eu trago à A∴A∴ e que em um ano a partir desta data eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho ___________
Mote ___________

Amor
Paixão
Perversão Luz
Percepção
Trevas

A Tarefa de um Neófito.

0. Que qualquer Probacionista que tenha completado sua tarefa a contento da A∴A∴ seja instruído sobre o procedimento apropriado, que é: — Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a, pagando a quantia de Um Guiné pelo Liber VII que será entregue a ele em sua iniciação, e de Um Guiné por esta Pasta de Documentos de publicações em Classe D, B-G. Que ele obtenha o robe de um Neófito, e confie o mesmo aos cuidados de seu Neófito.

Ele escolherá um novo mote com profunda ponderação e intensa solenidade, expressando a consciência mais clara de sua Aspiração que o ano de Probação lhe deu.

Que ele marque um encontro com o seu Neófito ao prazer do último para a cerimônia de Iniciação.

1. O Neófito não avançará para o grau de Zelator em menos do que oito meses; mas se manterá livre por quatro dias para o avanço no final desse período.

2. Ele passará pelos quatro testes chamados de os Poderes da Esfinge.

3. Ele se dedicará a compreender a natureza de sua Iniciação.

4. Ele memorizará um capítulo de Liber VII; e além disso, estudará e praticará Liber O em todos os seus ramos: ele também começará a estudar Liber H e algum método geralmente aceito de divinação. Ele também será examinado em seu poder de Viajar na Visão do Espírito.

5. Além de tudo isso, ele realizará quaisquer tarefas que seu Zelator, em nome da A∴A∴ e por sua autoridade, possa considerar adequado confiar a ele. Que ele esteja consciente de que a palavra Neófito não é um termo em vão, mas que de muitas maneiras sutis a nova natureza agitará dentro dele, quando ele menos esperar.

6. Na próxima vez em que o sol entrar no signo que fica em 240° em relação a aquele no qual ele foi recebido, seu avanço pode ser concedido a ele. Ele se manterá livre de todos os outros compromissos por quatro dias inteiros a partir daquela data.

7. Ele pode retirar-se a qualquer momento de sua associação com a A∴A∴ simplesmente notificando o Zelator que o introduziu.

8. Ele proclamará abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falará Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Além disso, ele construirá o Pentáculo mágico, de acordo com a instrução em Liber A.

Um mês antes de completar seus oito meses, ele entregará uma cópia do seu Registro ao seu Zelator, passará pelos testes necessários, e repetirá para ele seu capítulo escolhido de Liber VII.

9. Ele fortificará de todos os modos o seu corpo de acordo com o conselho de seu Zelator, pois o ordálio de iniciação não é leve.

10. Assim e não de outra forma possa ele obter a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

O Juramento de um Neófito.
Eu, ___________ [antigo mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia __ de _____ [An ___ ☉ em __ ° de __ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Zelator da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é obter o controle da natureza e dos poderes do meu próprio ser.

Além disso, eu prometo observar zelo em serviço aos Probacionistas abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia, devoção, assiduidade, confiança eu trago à A∴A∴ e que em oito meses a partir desta data eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [antigo mote] ___________
Novo Mote ___________

A Tarefa de um Zelator.

0. Que qualquer Neófito que tenha completado sua tarefa a contento da A∴A∴ seja instruído sobre o procedimento adequado: que é: —

Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a, pagando a quantia de Três Guinés pelo volume contendo Liber CCXX, Liber XXVII e Liber DCCCXIII, que será dado a ele em sua iniciação.

Que ele realize as adições necessárias que devem ser feitas em seu robe de Neófito, e confie o mesmo aos cuidados de seu Zelator.

Que ele marque um encontro com seu Zelator ao prazer do último para a cerimônia de iniciação.

1. O Zelator deverá proceder ao grau de Practicus a qualquer momento em que a autoridade o conferir.

2. Ele passará por Exames em Liber E, Postura e Respiração. Ele terá atingido sucesso completo no primeiro, ou seja, a postura escolhida será perfeitamente firme e cômoda; e atingido o segundo estágio no último, isto é, a rigidez automática.

3. Além disso ele demonstrará alguma familiaridade e experiência com as meditações dadas em Liber HHH. E nisto o seu Registro será a sua testemunha.

4. Ele memorizará um capítulo de Liber CCXX; e passará por exames em Liber HHH.

5. Além de tudo isso, ele se dedicará a trabalhar para a A∴A∴ sob sua própria responsabilidade.

Que ele esteja consciente de que a palavra Zelator não é um termo em vão, mas que um certo Zelo será inflamado dentro dele, quando ele menos esperar.

6. Quando a autoridade conferir o grau, ele deverá regozijar-se com isso; mas acautele-se, pois esta é a primeira partida do pilar do meio da Árvore da Vida.

7. Ele pode retirar-se a qualquer momento de sua associação com a A∴A∴ simplesmente notificando o Practicus que o introduziu.

No entanto, que ele se lembre de que, tendo adentrado até aqui no Caminho, ele não pode escapar dele e retornar ao mundo, mas deve terminar ou na Cidade das Pirâmides ou nas solitárias torres do Abismo.

8. Ele proclamará abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falará Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Além disto, ele construirá a Adaga mágica, de acordo com a instrução em Liber A.

Um mês após sua admissão ao Grau ele irá até seu Zelator, passará pelos testes necessários e repetirá a ele seu capítulo escolhido de Liber CCXX.

9. De todos os modos ele estabelecerá controle perfeito de sua Consciência Automática de acordo com o conselho de seu Practicus, pois o ordálio de avanço não é leve.

10. Assim e não de outra forma possa ele obter a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

O Juramento de um Zelator.
Eu, ___________ [mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia ______ de ___________ [An ______ ☉ em ____ ° de ____ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Practicus da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é obter controle das fundações de meu próprio ser.

Além disso, eu prometo observar zelo em serviço aos Neófitos abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia, devoção, assiduidade eu trago à A∴A∴ e que em breve eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [mote] ___________

A Tarefa de um Practicus.

0. Que qualquer Zelator seja nomeado pela autoridade para avançar ao grau de Practicus.

Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a.

Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Zelator.

Que ele marque um encontro com o seu Practicus ao prazer do último para a concessão do avanço.

1. O Practicus deverá proceder ao grau de Philosophus a qualquer momento que a autoridade o conferir.

2. Ele deverá passar por exames sobre Liber DCCLXXVII, a Cabala, e o Sepher Sephiroth.

Ele deverá alcançar sucesso completo em Liber III, Cap. I.

3. Além disso, ele demonstrará alguma familiaridade e experiência com o método de divinação que escolheu. Todavia, nesta matéria ele deverá ser o seu próprio juiz.

4. Ele memorizará Liber XXVII; e passará por exames sobre o Ritual e a prática de meditação dados em Liber XVI. Além disso, ele passará pela prática de meditação S.S.S., em Liber HHH.

5. Além de tudo isso, ele se dedicará a um modo de vida inteiramente apropriado ao Caminho.

Que ele se lembre de que a palavra Practicus não é um termo em vão, mas que a Ação é o equilíbrio dele que está na Casa de Mercúrio, que é o Senhor da Inteligência.

6. Quando a autoridade conferir o grau, ele deverá regozijar-se com isso; mas acautele-se, pois esta é a segunda partida do pilar do meio da Árvore da Vida.

7. Que ele não se aventure enquanto um membro do grau de Practicus a tentar retirar-se de sua associação com a A∴A∴.

8. Ele deverá proclamar abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falar Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Além disso, ele construirá a Taça mágica, de acordo com a instrução em Liber A.

Um mês após sua admissão ao Grau ele irá até seu Practicus, passará pelos testes necessários e repetirá a ele Liber XXVII.

9. Ele deverá estabelecer de todos os modos controle perfeito de sua inteligência de acordo com o conselho de seu Philosophus, pois o ordálio de avanço não é leve.

10. Assim e não de outra forma possa ele obter a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

O Juramento de um Practicus.
Eu, ___________ [mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia ______ de ___________ [An ______ ☉ em ____ ° de ____ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Philosophus da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é obter o controle das vacilações de meu próprio ser.

Além disso, eu prometo observar zelo em serviço dos Zelatores abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia, devoção eu trago à A∴A∴ e que em breve eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [mote] ___________

A Tarefa de um Philosophus.

0. Que qualquer Practicus seja nomeado pela autoridade para avançar ao grau de Philosophus.

Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a.

Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Practicus.

Que ele marque um encontro com o seu Philosophus ao prazer do último para a concessão do avanço.

1. O Philosophus avançará ao grau de Dominus Liminis a qualquer momento que a autoridade o conferir.

2. Ele passará por exames sobre Liber CLXXV e a Construção e Consagração de Talismãs e a Evocação. Todavia nesta matéria ele deverá ser o seu próprio juiz.

Além do mais, ele deverá alcançar sucesso completo em Liber III, Cap. II.

Além disso, ele se dedicará a estudar e praticar as meditações dadas em Liber V.

3. Ele deverá mostrar além disso alguma familiaridade e experiência de Liber O, Caps. V, VI. Do qual seu Registro deverá ser sua testemunha.

4. Ele deverá memorizar um capítulo de Liber DCCCXIII.

5. Além de tudo isso, ele fará reflexões constantes e profundas sobre o Caminho.

Que ele se lembre de que a palavra Philosophus não é um termo em vão, mas que a Filosofia é o equilíbrio dele que está na Casa de Vênus, que é a Senhora do Amor.

6. Quando o título de Dominus Liminis for conferido a ele, que se regozije excedentemente com isso; mas acautele-se, pois não é nada senão o véu falso da lua que paira sob o Sol.

7. Que ele não se aventure enquanto um membro do grau de Philosophus a tentar retirar-se de sua associação com a A∴A∴.

8. Ele deverá proclamar abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falar Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Além disso, ele deverá construir a Vara mágica, de acordo com a instrução em Liber A.

Um mês após sua admissão ao grau, ele irá até seu Philosophus, passará pelos testes necessários e repetirá a ele seu capítulo escolhido de Liber DCCCXIII.

9. Ele deverá estabelecer de todos os modos controle perfeito de sua devoção de acordo com o conselho de seu Dominus Liminis, pois o ordálio de avanço não é leve.

10. Assim e não de outra forma possa ele obter a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

O Juramento de um Philosophus.
Eu, ___________ [mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia ______ de ___________ [An ______ ☉ em ____ ° de ____ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Dominus Liminis da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é obter controle das atrações e repulsões de meu próprio ser.

Além disto, eu prometo observar zelo em serviço dos Practici abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia eu trago à A∴A∴ e que em breve eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [mote] ___________

A Tarefa de um Dominus Liminis.

0. Que qualquer Philosophus seja nomeado pela autoridade um Dominus Liminis.

Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a.

Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Philosophus.

Que ele receba Liber Mysteriorum.

Que ele marque um encontro com o seu Dominus Liminis ao prazer do último para a concessão do avanço.

1. O Dominus Liminis avançará para o Grau de Adeptus Minor a qualquer momento que a autoridade o conferir.

2. Ele deverá passar por exame de Liber III, Cap. III.

3. Ele deverá meditar sobre o diverso conhecimento e Poder que ele adquiriu, e harmonizá-lo perfeitamente. E nesta matéria ele deverá ser julgado pelo Præmonstrator da A∴A∴.

4. Ele deverá aceitar um cargo em um Templo de Iniciação, e memorizar uma parte indicada pelo Imperator da A∴A∴.

5. Além de tudo isso, ele deverá residir sobre o Umbral. Que ele se lembre de que a palavra Dominus Liminis não é um termo em vão, mas que a sua maestria será frequentemente contestada, quando ele menos esperar.

6. Quando finalmente ele atingir o grau de Adeptus Minor, que ele se faça humilde excedentemente.

7. Ele pode retirar-se a qualquer momento de sua associação com a A∴A∴ simplesmente notificando o Adepto que o introduziu.

8. Ele deverá proclamar abertamente em todos os lugares a sua conexão com a A∴A∴ e falar Dela e de Seus princípios (mesmo o pouco que compreenda) pois mistério é o inimigo da Verdade.

Além disto, ele deverá construir a Lâmpada mágica, de acordo com a instrução em Liber A.

Seis meses após sua admissão ao Grau, ele deverá ir até seu Adeptus Minor, passar pelos testes necessários e repetir a ele sua parte indicada no Templo da Iniciação.

9. Ele deverá estabelecer de todos os modos controle perfeito de sua intuição de acordo com o conselho de seu Adeptus Minor, pois o ordálio de avanço não é leve.

10. Assim e não de outra forma possa ele obter a grande recompensa, sim, possa ele obter a grande recompensa!

O Juramento de um Dominus Liminis.
Eu, ___________ [mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia ______ de ___________ [An ______, ☉ em ____ ° de ____ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Adeptus Minor da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é obter controle das aspirações de meu próprio ser.

Além disto, eu prometo observar zelo em serviço dos Philosophi abaixo de mim, e a me abnegar completamente em seu favor.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência, dever, simpatia eu trago à A∴A∴ e que em breve eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [mote] __________

A Tarefa de um Adeptus Minor.

Que o Adeptus Minor atinja o Conhecimento e Conversação de seu Sagrado Anjo Guardião.

O Juramento de um Adeptus Minor.
Eu, ___________ [mote], estando são de mente e corpo, e preparado, neste dia ______ de ___________ [An ______, ☉ em ____ ° de ____ ] por meio deste resolvo: na Presença de ___________, um Adeptus da A∴A∴, a exercer a Grande Obra: que é atingir o conhecimento e conversação do Sagrado Anjo Guardião.

Que a A∴A∴ coroe a obra, me conceda de Sua sabedoria na obra, me permita compreender a obra!

Reverência e dever eu trago à A∴A∴ e que aqui e agora eu possa ser admitido ao conhecimento e conversação da A∴A∴!

Assino em testemunho [mote] ___________

Frater _____________ foi devidamente admitido

como um Neófito ☉ em __ An ____

como um Zelator ☉ em __ An ____

como um Practicus ☉ em __ An ____

como um Philosophus ☉ em __ An ____

como um Dominus Liminis ☉ em __ An ____

como um Adeptus Minor ☉ em __ An ____
O Selo do Cancellārius

«O título pode ser traduzido como “Livro da Escola dos Santos, sob o número 185”. Foi publicado originalmente de maneira privada em 1910, em dez páginas soltas amarradas por uma fita verde. Crowley pretendia lançar este texto abertamente no The Equinox Vol. III Nº 2, em setembro de 1919, mas este número do periódico nunca foi lançado.
Para esta edição, alteramos o texto para seguir de maneira corrida, e removemos o leiaute dos formulários dos Juramentos.
A sentença “assino em testemunho” está escrita como witness my hand (literalmente “[o instrutor] testemunha a minha mão [assinando este documento]”). É um termo comum em contratos e documentos. Outras traduções possíveis seriam “do que dou fé”, “o referido é verdade”, “apus minha assinatura” etc.»