sábado, 4 de novembro de 2017

A Magia Sexual Invertida e o Vampirismo de Aleister Crowley



Decidimos destacar este segmento em virtude de termos observado o crescente número de pessoas que tem praticado os ensinamentos do homem-besta Aleister Crowley com fins pouco lováveis, entre os quais o próprio vampirismo. Sabemos bem que as correntes do mago negro A. Crowley, assim como ele próprio, sempre buscaram uma forma de manipulação poderosa de energias, principalmente pela canalização de forças terrestres relacionadas ao próprio despertar da Serpente de Fogo ou Kundalini.

Este tipo de energia está diretamente relacionado às correntes terrestres e tem grande ligação com os contra-chakras inferiores ligados a estas forças, que por sua vez tem relação direta com o desenvolvimento da Magia Sexual. Ocorre porém, que a Kundalini em essência, é uma junção de duas vertentes energéticas: uma proveniente do centro da Terra representando o aspecto feminino e a outra provinda do espaço cósmico, provavelmente de Mônadas ou mesmo de Havona representando o aspecto masculino. Esta fusão energética produz o equilíbrio eletroquímico responsável pelo movimento dos corpos; trabalhada conscientemente na sua real essência, pode produzir efeitos psicotrônicos como a levitação e a telecinésia entre outras faculdades. Jesus Cristo, só a termo de exemplo, usou esta energia da Kundalini para se mover acima das águas, assim como na ficção os Jedis a usam para controlar a Força aliado às suas fontes pessoais de vontade.

Comumente, o despertar da Serpente de Fogo é buscado através da Magia Sexual; o problema é que a falta de controle das vertentes, justamente pela característica negativa do praticante, pode levar à uma sucessão de resultados destruidores e poucos sabem disso. Aleister Crowley certamente usava a Magia Sexual para canalizar energias nefastas (não sabemos com que fim alguém pode buscar isto) e isto causou sérias controvérsias por onde quer que ele passou. O que ocorre é que Crowley certamente buscava outro tipo de manipulação de energias através dos chakras inferiores deixando de lado o aspecto do coração que está ligado às forças de ascenção e do despertar da Chama Trina. Ao passo que os grandes iniciados sempre buscaram o desenvolvimento da Kundalini concentrando o fluxo energético pelo chakra cardíaco que está ligado à Consciência Crística e à Divina Presença Eu Sou para canalizar forças nos princípios da Edificação e do Amor, Crowley por exemplo, invertia o caminho para as forças terrestres. É algo extremamente arriscado pelo fato que a Kundalini tem a extrema capacidade de acentuar as tendências negativistas de uma pessoa, ainda mais se ela se liga ao aspecto mais denso terrestre.

O que os rituais de Magia Sexual de Crowley visavam, ao analisarmos por exemplo o livro "Renascer da Magia" de Kenneth Grant, é a vampirização das energias através de alicerces puramente necromantes. Os rituais certamente visam a energização dos chakras inferiores para que houvesse uma quebra da barreira entre eles, possibilitando uma grande refração de energias. Assim, uma capacidade bem maior de energia passaria a correr em nossos micro tubos meridianos nos dando muito mais vitalidade e capacidade energética para manipular forças. Até este ponto tudo bem, pois este é um processo normal mesmo para as canalizações positivas que os Mestres sempre fazem. O problema está na polaridade presente em cada genética humana: um ser extremamente negativo e desligado das suas correntes crísticas passará a dinamizar com muito mais intensidade um aspecto negativo inoculado em sua pessoa; alguém com uma grande mágoa guardada, por exemplo, a mostrará com muito mais intensidade; uma pessoa que busca vampirização ficará ainda mais escravo da roubo da vitalidade alheia. Existe um tipo de energia na própria Kundalini que está relacionado com estes baixos rituais: aquela conhecida como a 'Chama da Matéria' ou 'Chama da Fricção'. Ela praticamente não contém qualquer característica de desenvolvimento espiritual, pois é extremamente densa e relacionada à energia telúrica terrestre. É este tipo de força
inclusive, que praticantes do satanismo se ligam mais, justamente pelo fato de cultuarem o homem-animal, nunca buscando o desenvolvimento espiritual ou nem mesmo crendo na existência do espírito.

Todos estes desatinos citados se dão pelo descontrole que ocorre quando não se trabalha corretamente as vertentes da Kundalini e não se busca Micro-explosão interna da Chama Trina. É algo ainda mais perigoso se observarmos os cultos de sangue por exemplo que precedem muitos destes rituais negros em busca de energias terrestres. Numa análise mais minuciosa, pode ser que através do uso invertido destas forças, que a latência negativa se alastre cada vez mais, podendo causar a identificação total com o que chamam de pecado (que neste caso seria o 'Mal Puro') seguindo com a anulação do foco pessoal do ser.


Aleister Crowley e o Vampirismo

A despeito de Alester Crowley ter percorrido o mundo em busca de respostas para a sua conturbada pessoa, nada parece justificar o uso de forças para fins tão questionáveis quanto aqueles que marcaram a sua carreira. O seu livro da lei, o maior legado que deixou, tem particularidades peculiares da anti-espiritualidade: uma tentativa de buscar paradoxalmente por outrosmeios ou caminhos o crescimento e capacidade criadora da fonte pessoal que é
uma característica absolutamente mental-espiritual. Entre os seus axiomas, é evidenciado uma grande similaridade com os princípios satânicos de culto ao poder pessoal pelo desenvolvimento da besta interna, fator condenável a qualquer iniciado. Crowley invertia os significados metafísicos dos corpos astronômicos apregoando-lhes representações com deuses negros como é no caso de Seth, o deus oculto representando Sírius o sol oculto; bem sabemos que a estrela Sírius é o cerne da Fraternidade Azul e representa o Logos estelar máximo para a galáxia. Sua fonte metafísica está diretamente ligada ao nosso Sol no que diz respeito a todos os raios evolutivos; Sírius é a autêntica representação da Trindade Divina em nosso setor estelar de onde provêm a emanação do Sol Central Atrix-Sirion-Avaará e em nada se relaciona com Seth e sim com o Deus único.

Do início de sua carreira oculta até o seu miserável fim, Aleister Crowley conviveu com acontecimentos obscuros desde a sua inconseqüente empreitada na magia: ainda quando jovem, em sua casa, seu cocheiro sofreu de delirium tremens, seguido por ocorrências que culminaram com a misteriosa morte de um açougueiro com quem Crowley havia brigado; neste período a própria companheira de Crowley o abandonou por causa de prostituição na vida do mesmo. Há quem diga que teria influenciado até mesmo a vida oculta de Hitler, podendo fazer parte da conexão sobre a inversão para o negativismo ocorrida na vida do Füher. Mas como nosso objetivo não é trazer qualquer conjecturas sobre a vida deste conturbado ser nem tampouco porém ir de encontro à uma narrativa neutra como já pudemos mostrar antes; assim vamos aos fatos.

Com relação à aplicação das suas bases mágicas para a prática sexual, podemos ressaltar que o vampirismo estava bem presente na entrelinhas do processo. Podemos aqui neste setor, consumar de fato a ligação entre a sexualidade e o vampirismo presente na ritualística das orgias sexuais que Crowley mantinha com suas parceiras. Este homem jamais pareceu se preocupar com o prazer sexual propriamente dito e tampouco com a elevada magia sexual da Yoga.

Crowley parecia usar todo o seu potencial para caminhos invertidos: até a Árvore da Vida com seus 22 caminhos e as 10 Sephiroths ele tentou mudar. No confuso e mal executado livro Renascer da Magia há a revelação de passagens de ritualísticas negras com sangue, na qual expoõe-se até mesmo rituais secretos negros que colocam em xeque a confiabilidade de algumas escolas de magia como a dele próprio. Um tipo de missa negra conhecida como Liber XLIV ou Missa da Fenix denota o significado do sangue "como o elemento de vida do qual o homem foi criado". Um outro ritual foi estabelecido por Crowley na Ordo Templis Orientis em seu Soberano Santuário; este jamais tinha sido catalogado antes nos registros.

Embora não sendo atos de sacrifício humano ou mesmo animal para o uso do sangue, os rituais eram autênticos e absurdos banquetes de sangue em prol da canalização de forças negativas, buscando o resultado eletroquímico que ressaltamos no início desta página como resultado da ação da força da Kundalini. O fator mais negro de tudo neste caminho invertido de aplicação, visando a linha terra-fricção, é justamente a questão da potencialização bestial interna que a ingestão de sangue adornado com hóstias batizadas em rituais similares causam no praticante e cultuador. Como se não bastasse a ingestão puramente hematófaga se transformando num predador da vida, aliás da própria vida, fato que pode ser bem colocado como a representação de um autêntico ritual satânico para fins obscuros.

Não bastasse estes correntes fatores sanguinários, um complemento necromante estava ligado ao rituais associado à magias envolvendo as correntes negativas da Lua como uma densificação ainda maior da linha terrestre explorada. A busca de Crowley na magia egípcia e na corrente thelêmica de Maat parecia trazer de volta os rituais negros que os antigos sacerdotes praticavam (Ainda que o Amor fosse a grande lei de manifestação da magia de Maat os fins de prepotência e vontade mal direcionada fizeram o Thelema perder seu rumo nas atuais circunstâncias); processos mágicos de geração de elementares a serviço do mago criador eram feitos no antigo Egito: como uma sombra, este elementar acompanhava seu gerador até que, após a morte do mesmo, a sombra acometida de uma insaciabilidade procurava faminta por alimentação que, segundo os registros, era encontrada no sangue do corpo do próprio mago falecido. Assim só podemos crer que este elementar era criado para a drenagem de outras fontes de energia ou então uma ação suicida de prender o seu criador ao próprio cadáver após o óbito. Alguma familiaridade com as lendas eslavas de vampirismo? Não é total coincidência não.

Em outro Liber da Ordo Templis Orientis (o Agapé) existem instruções secretas para a vampirização através de magia sexual e sangue. Neste contexto, existe o seguinte parágrafo: " - O vampiro escolhe sua vítima, forte e vigorosa tanto quanto possível. Ele deve ter a intenção mágica de transferir toda aquela força vital para si mesmo; exaure a caça pelo uso adequado do corpo pelo uso adequado do corpo, muito comumente pela boca, sem que ele mesmo entre no assunto por qualquer modo." Diz uma exagerada afirmação que se a exaustão for completa e for procedida por um expert, pode levar a vítima do coma à morte e aprisionar sua alma como um familiar, semelhante à sombra gerada nos rituais negros egípcios. Alguém aí se lembra dos familiares de Alucard em Castlevania SOTN, todos com a obrigação de servi-lo?

Ao que se sabe um dos que selou seu destino com tal prática foi Oscar Wilde, que literalmente injustificava sua incapacidade espiritual e mágica chamando os demais de imbecis. Não por acaso foi dele a maior de todas as imbecilidades, mas existem indícios de que outros teriam praticado o ritual negro vampirizante, como o casal Horos, embora numa forma modificada por E. W. Berridge (um relato de um personagem bem similar à vida de Berridge foi feito por Aleister Crowley em sua novela Moonchild. Nota: existe um tema de Castlevania com este nome). Nas ritualísitcas negras envolvendo a Mágia Negra da Lua, Crowley as usava para fins de reabastecimento: após longas operações mágicas ou até mesmo envolvendo sexo, o mago negro buscava a vampirização de forças sexuais através da Lua. Isto está diretamente relacionado com a ação de Incubbus e Succubus na drenagem de tais energias. Crowley certamente mantinha contato com este tipo de entidades: não é por acaso que Lilith a rainha das succubus é também conhecida como Lua Negra.

A grande moral de tudo só aponta para uma coisa: como é triste ver que a grande inteligência que servira Crowley em vida tinha sido o próprio agente de sua destruição. Afora suas tentativas de alicerce mágico através do uso de pesadas drogas (não tracem paralelos com práticas xamânicas com o uso de alguns alucinógenos), a vida do poeta-mágico neste plano terminou em 1944, numa pequena pensão ao sul da Inglaterra; Crowley estava reduzido à miséria e sua solidão moral e afetiva era quase total. Inteligências de outras poderosas mentes também podem ser incluídas neste contexto onde o final é um só: a auto-condenação e um legado de negativismo e morte deixado à outros pobres imbecis.

A Tradição das Sombras


Sagrado Dragão Iniciático 

O presente texto chamava-se, inicialmente, Tradição Draconiana: A Doutrina Secreta de Todas as Eras. Na verdade, foi um dos ordálios que realizei para o Segundo Grau da Pirâmide de Poder. A pedido de nosso O.H.O., o reformulei em alguns aspectos para que pudesse ser publicado em forma de monografia. Ao fazermos isso, acreditamos que estamos contribuindo duplamente: primeiro, dará uma noção para os futuros membros de como deve ser um trabalho de pesquisa para a Ordem. Nesta direção, a O.T.O. Draconiana é uma universidade espiritual através da qual muito aprendemos a partir das nossas próprias pesquisas, o que evita uma busca condicionada e sectária. Descubrimos o prazer de aprender a aprender e de confiar naquilo que fazemos. Segundo, partilharemos nosso trabalho que, certamente, enriquecerá o leitor.

Inicialmente, temos uma visão panorâmica sobre o ontem e o hoje da Tradição Draconiana; evocamos o sagrado dragão e meditamos sobre seu belo simbolismo alquímico e iniciático; analisamos as especificidades do Caminho das Sombras, assinalando sua importância, força e beleza e encerramos o texto com a interessante lenda chinesa do Dragão Alado.

A Tradição Draconiana é uma senda de Luz e de Sombras e esse aparente dualismo gera um espírito de síntese e de completude, fechando os dois caminhos em um único círculo ou, numa linguagem filosófica, identificando o ponto de partida no ponto de chegada. Que pela síntese possamos aprender a despertar o Dragão interior e a sobrevoar pelo círculo na beatitude da realização da Grande Obra em nosso ser.

Antônio Vicente
Frater Artos Mercurius, 156 ‘.’


A S P E C T O S  H I S T Ó R I C O S
D A  T R A D I Ç Ã O  D R A C O N I A N A


O Culto Ofidiano do interior da África foi continuado e desenvolvido no Egito, onde ele alcançou sua apoteose na Tradição Draconiana ou Tifoniana.

Nosso trabalho, no entanto, é historicamente autêntico; a rediscoberta da Tradição Sumeriana.

As pesquisas de Lyncoln tem, sem dúvida nenhuma, iluminado certas fases de um antigo ciclo mítico intimamente associado à Corrente Tifoniana. Elas revelam um possível relação entre um linhagem histórica: os Merovíngios e a Tradição Tifoniana.


A Tradição Draconiana é parte de uma corrente de força mágica e de conhecimento oculto que retrocede à Suméria, bem como ao Egito pré-dinástico. Essa poderosa corrente mágica era e é baseada na gnose da Serpente de Fogo. A Serpente de Fogo, a Kundalini ou, ainda, a Corrente Ofidiana, é a base de toda a verdadeira iniciação.

Como dizíamos no 1o paragráfo, a Tradição Draconiana é um substantivo coletivo para designar uma corrente evolutiva que se encontra ativa no planeta há milênios. Normalmente, alguns autores, como Blavatsky, atribuem sua manifestação inicial a Época Lemuriana (cerca de 5 milhões de anos atrás), de lá teria se migrado para o continente de Atlantis. Sabe-se que outras civilizações já teriam edificado formulações do conhecimento, contudo, foi na Atlântida que o conhecimento manifestou-se plenamente. Ainda na esteira de Blavatsky, somos informados de que os Sábios Atlantes, prevendo seu fim iminente, prepararam as terras do Egito (há, aproximadamente, 12 mil anos a.C.) para herdar as tradições de que eram portadores. É a partir daí que a tradição adquire sua temporalidade e “mudou-se” para a África. O conhecimento era mantido em rigoroso segredo e estava reservado à família reinante e às suas relações imediatas. Posteriormente, à medida que a nação egípcia se desenvolveu, este conhecimento tomou corpo, sob a forma de Colégios Sagrados, levando o Egito a tornar-se o centro da Tradição Primordial, com ramos em todos os países civilizados da época e mantendo relações com os demais centros que os sábios atlantes haviam criado nas outras partes do mundo, o que explica as extraordinárias semelhanças entre as antigas civilizações. A tradição que viera da Atlântida para o Egito e que se expandiu para os outros países, tinha seu centro em Heliópolis.

Pelas citações em epígrafe, percebemos que existe um fio condutor desta Tradição desde a Antigüidade até nossos dias. Segundo Kenneth Grant, no terceiro Capítulo de Culto das Sombras, intitulado O Culto Draconiano no Antigo Khem, somos informados que a Tradição Draconiana provém de uma época muito remota e que pode ser rastreada tanto em aspectos históricos quanto mitológicos. Sua maior evidência pode ser encontrada no período pré-dinástico ou pré-monumental. Como o passar do tempo, ela passou a ser perseguida e combatida devido a divergências conceituais e pragmáticas. A Tradição Draconiana defendia o culto ao Princípio Feminino e as Tradições emergentes se voltaram para a adoração ao Princípio Masculino. Mesmo perdendo boa parte de seu terreno, a chama da Tradição Draconiana não se apagou, mas refugiou-se no silêncio e sobreviveu de forma não-pública. Assim, ecos desta Tradição ainda puderam ser encontrados, ainda que velados, disfarçados e até mesmo distorcidos até a XXVI Dinastia do Antigo Egito.

As primeiras evidências históricas do surgimento da Tradição Draconiana, no Antigo Egito, podem ser encontradas quando Ta-Urt, Tifon para os gregos, a Grande Serpente, era tida como a Mãe de Seth, o Deus mais antigo das terras egípcias. Ta-Urt era a encarnação das Forças Primordiais que exaltavam a criação do Universo com seus mundos e planetas. Em algumas regiões do Egito pré-dinástico, principalmente nas regiões ao sul, a Deusa Ta-Urt era a representação da Grande Mãe Estelar sob a forma de um hipopótamo grávido, simbolizando um Dragão das Águas. Para os Draconianos, era a Mãe das Revoluções que foi identificada, ao norte, com a constelação da Grande Ursa. Seth, seu Filho, era considerado o Deus do Sul, cuja estrela que o representava era conhecida como Sírius (ou Sothis, em grego). Seth, uma divindade do Sidhe (o Outro Mundo), após longas corrupções teve sua identidade adulterada e foi identificado como um deus do mal, arqui-inimigo do deus Sol – Horus. Neste particular, cabe esclarecer que Tifon (forma grega para Ta-Urt) é o aspecto feminino de Seth. Algumas vezes, é considerada como a mãe de Seth em seu aspecto de Deusa das Sete Estrelas, da qual Seth é a Oitava. Por sua etimologia, Seth significa “negro”, o que o associa com o mundo oculto ou sombrio – o Amenta dos egípcios. Seth, sendo um deus celeste, “caiu” do horizonte e passou a ser considerado um Deus do Inferno, da Terra Oculta. Em Thelema, este Deus é de suprema importância, pois, além de representar o espírito criativo primordial, comporta também à fórmula da magia sexual, conforme veremos mais adiante.

A Tradição Draconiana nunca deixou de existir. Na verdade, é um processo de eterno vir a ser que poderá ser resgatado a qualquer momento por aqueles que vibram em consonância com sua frequência. Nessa direção, essa Antiga Tradição percorreu os séculos. Na Idade Média, por exemplo, ela dá sinais de sua continuidade através da Bruxaria Sabática. Apesar de serem consideradas héreticas, na verdade, as verdadeiras bruxas da Idade Média tornaram-se repositórias de símbolos de uma tradição pré-cristã. Sobre isso, nos fala Grant em seu Culto das Sombras:

Foi sugerido por algumas autoridades que as bruxas originais surgiram de uma raça de origem mongol da qual os lapões são os sobreviventes atuais. Isto pode ou não ser verdade, mas estes “mongóis” não eram humanos. Eles eram sobreviventes degenerados de uma fase pré-humana da história do nosso planeta, geralmente – embora erradamente – classificados como atlanteanos. As características que os distinguia de outros da sua raça era a habilidade de projetar a consciência em formas animais e o poder que possuíam de materializar formas-pensamento. Os bestiários de todas as raças da terra estão entulhados com os resultados das suas feitiçarias.

Os símbolos principais do culto original sobreviveram à passagem do tempo e foram eles, sem dúvidas, herdados das Tradições Draconianas do Egito pré-dinástico, como o capítulo 3 de O Renascer da Magia nos informa. Todos eles sugerem o Caminho Invertido, isto é, o Caminho das Ressurgências Atávicas. O Sabbath sagrado a Sevekh ou Sebt, o número 07, a lua, o gato, o chacal, a hiena, o porco, a serpente negra, a dança de costas anti-horária, o beijo anal, o número 13, a bruxa montada em um cabo de vassoura, o morcego, o sapo e a Rã (sagrado à Deusa Hécate) foram símbolos comuns às bruxas medievais mas que originalmente caracterizavam a Tradição Draconiana. Infelizmente, esses símbolos foram desviados de seu significado e função inicial por pseudo-bruxas (e a Wicca atual é uma degeneração ainda maior). Assim, os Mistérios foram profanados (mas não perdidos) e os ritos sagrados condenados como anti-cristãos.

Nos tempos modernos, a Tradição do Dragão renasce principalmente pelo esforço do grande mago Aleister Crowley e ao impulso renovador que lhe foi dado por seu continuador natural, o senhor Grant. Como se pode constatar, a Tradição Draconiana é uma fonte poderosa e que se desvela para aqueles que a buscam e que são capazes de com ela se sintonizar.

Com o advento do Novo Aeon (1904 – recepção de Liber AL), Aleister Crowley tornou-se um instrumento para que a Antiga Tradição Draconiana ressurgisse e junto com ela a adoração a Seth-Tifon em oposição à Trindade Osiriana. A grande diferença entre essas adorações é de gênero: Seth-Tifon representam o Princípio da Maternidade (a Virgem Mãe e seu Filho), ao passo que o Culto Osiriano dá enfase ao Princípio da Paternidade. Encontramos, n’O Livro da Lei, um grande depositário dos Mistérios Draconianos que Nele estão velados e as fórmulas para que a Grande Obra ocorra, a fusão do eu com o tu, o retorno ao estado hominal ou o Nada.

No contexto desta ressurgência, O Livro da Lei deve ser visto como uma poderosa transmissão Draconiana e uma nova adoração e reconhecimento do Princípio Feminino. Na literatura Thelêmica, sabemos que esse Princípio Feminino é chamado de Nuit, o Círculo Infinito. Entretanto, diferentemente dos tempos aúreos da Tradição Draconiana no Antigo Egito, o Princípio Masculino também será reconhecido. Ele é o Ponto Onipresente, conhecido como Hadit. Nota-se que esse equilíbrio de polaridades evitará preferencialismos e conflitos desnecessários. Parece que, finalmente, a balança de Maät esteja em equilíbrio. Doravante, a balança maatiana do fogo criativo deve se combinar harmoniosamente com as qualidades femininas da delicadeza, sintonizado com sua intuição e receptividade.

Crowley esforçou-se para publicar suas descobertas e compreensões iniciáticas em uma forma moderna. Isso criou muito caos, pois perturbava e assustava as pessoas que estavam adormecidas pelas crenças e superstições do Velho Aeon. Ele foi “satanizado” e perseguido durante toda a sua vida e isto porque falava para o eu verdadeiro do indíviduo, adotando uma linguagem iniciática. Indubitavelmente, seu discurso era inquietante para os que não estavam preparados. É interessante notar que o S.A.G. (Sagrado Anjo Guardião) dele era Shaitan-Aiwass, uma forma de Seth como iniciador. Seth é o Senhor da Iniciação e Saturno é o planeta do karma. A iniciação ocorre pela destruição dos bloqueios indesejáveis ao nosso progresso. O caos causado pela demolição de tais bloqueios é parte essencial do processo para que nossa Verdadeira Vontade possa ser realizada sem restrições.

Como vimos, a trajetória da Tradição Draconiana pode ser traçada historicamente. Mas o mais importante é ressaltá-la como um caminho mágico e que se sustenta, sobretudo, pela forma parampara. Significa dizer que houve e há intercâmbios extra e intraterrestres que iluminaram e iluminam a consciência humana ao longe de diferentes estágios. Essas reverberações, quando devidamente canalizadas, atuam como uma fonte criativa e poderosa de vibrações que, ocultamente, influenciam as religiões e o desenvolvimento científico da humanidade. Assim, a Tradição Draconiana pode assumir formas distintas de expressão. No entanto, seu espírito visionário permanece intacto e se perpetua.

Antes de encerrarmos este tópico, cabe fazer uma ressalva para os termos Draconianos e Tifonianos que, às vezes, são considerados sinônimos mas que, do ponto de vista estritamente histórico, comportam diferenciações. Sobre isso Fernando Liguori nos informa no Informativo Sothis, número 2:

A Tradição Tifoniana foi o Culto Draconiano “sistematizado” no Antigo Egito. Quando o Culto Draconiano saiu da África Primal, ele atingiu sua apoteose nas Dinastias pré-monumentais do Antigo Egito, se tornando, ali, a Tradição Tifoniana. Entretanto, o Culto Draconiano é o substrato primevo de todas as grandes religiões fálicas e seus traços mais marcantes são encontrados no Vodu, no Tantra Hindu, no sistema Kahuna e nos Cultos Xamânicos Sul-Americanos e Asiáticos.

A partir desta colocação, percebemos que a Tradição Draconiana é anterior à Tradição Tifoniana, poderíamos até mesmo falar de uma Tradição Draco-Tifoniana, pois percebemos em uma, a continuidade natural da outra, a exemplo de uma nascente que corre, passa pelo rio e deságua no oceano. Mas, por preferencialismo, usaremos somente o termo Draconiano que é mais abrangente.


A  M E T Á F O R A  D O  D R A G Ã O


Sou metal – raio, relâmpago e trovão. Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão. Sou metal: me sabe o sopro do dragão.


No horóscopo chinês, o Dragão é considerado como sendo o melhor signo daquele zodíaco. É dito que os que nascem sob o signo do Dragão são enérgicos, entusiastas, tenazes, intuitivos, inteligentes, perfeccionistas, perspicazes, influentes, generosos, cativantes, independentes e a sorte está do lado deles. É, aliás, na Tradição Chinesa e em sua antiga lenda do Dragão Alado (veja apêndice) que a mais elevada concepção a respeito do Adepto é encontrada.

Na verdade, a Tradição do Dragão e o seu extenso simbolismo tem ecos em todos os recantos do mundo, tanto nas civilizações mais adiantadas e naquelas mais rudimentares. A origem de sua lenda perdeu-se no tempo e não podemos precisar sua origem. Os dragões eram considerados, por toda a Antiguidade, símbolo da Imortalidade, Sabedoria, Eternidade e Conhecimento Oculto. No Egito, na Babilônia e na Índia, os hierofantes denominavam-se de “Filhos do Dragão” ou de “Filhos da Serpente”. Este simbolismo também aparece na Caldéia, no México e entre os sacerdotes Assírios e Druidas, dentre outros. No caso específico dos Druidas, sabemos que é uma constante nesta tradição e eles consideravam a serpente e/ou o dragão símbolos de seus mais altos mistérios e ensinos. Nos textos celtas, se nos referirmos à arqueologia da Serpente Gaulesa, vem a lembraça a Cocatrix, a fabulosa serpente colocada a serviço do rei Artur na Guerra. As relações entre Merlin e Artur são cheias de fabulosos dragões. Também se encontra referência ao dragão nos Mabinogios. A lenda de Lhud e de Lhevelys nos mostra que o dragão do país estava em luta com o dragão estrangeiro.

Mas por que os adeptos escolheriam esse ser como representação de si mesmos?

Como vimos antes, o dragão é uma entidade mitológica que existiu em todas as eras e culturas. Pode também ser comparado à serpente alada. Do ponto de vista histórico, a serpente é símbolo da terra e do submundo. A águia (e pássaros em geral) são símbolos celestes. O dragão une perfeitamente esses dois princípios (Céu – Terra) que também pode ser traduzido pelo grande axioma: O que está em cima é como o que está em baixo. Na China, o dragão representa o Tao, aquilo que está além das palavras e das polaridades (Yin e Yang), mas é a força por trás de tudo o que existe. Simboliza o desconhecido, a energia oculta presente na natureza e no ser humano. O termo dragão vem do grego dragon que significa “ver”. Um ‘dragão’ deve ter um olhar claro que saiba ver as coisas sob um novo ângulo e perspectiva, procurando enxergar o que as coisas são de fato e não sua mera aparência exterior. Devido à sua capacidade de ver além dos véus de maya, ele é tido como símbolo de poder e sabedoria nas lendas. Sua sabedoria é simbolizada pelos tesouros que guarda. No filme Coração de Dragão, vemos o dragão guardar toda sua sabedoria e poder no interior de uma caverna. Lá é seu habitat natural. Para encontrarmos a sabedoria e conhecimento do dragão, um Draconiano precisa mergulhar em sua própria caverna, isto é, em seu próprio ser. No Yoga, o dragão é chamado de Serpente de Fogo, a Kundalini, a força oculta no interior do ser.

Considerando a natureza de um dragão, percebemos que ele unifica, em si mesmo, todos os Elementos ou Princípios: pode voar (Ar), cospe fogo (Fogo), habita em cavernas (Terra) e é capaz de nadar (Água). Assim, um dragão que habita uma caverna e guarda seu ouro, pode ser visto como uma metáfora para seu papel de guardião e senhor da energias elementais. Tanto o dragão, quanto à serpente, são seres cuja pele é totalmente renovada de tempos em tempos, indicando a capacidade de renovação, renascimento e regeneração do adepto.

A magia sexual também se encontra no símbolo do dragão, uma vez que seus chifres são considerados afrodisíacos quando se tornam pó e também é capaz de curar todos os venenos. E por que será nos mitos as virgens eram oferecidas em sacrifício aos dragões?

No Egito, o animal compatível com o dragão era o crocodilo, uma espécie de dragão egípcio. Ele era um símbolo dual, representando céu e terra, Sol e Lua e tornou-se sagrado a Osíris e Ísis, em função de sua natureza anfíbia. Os egípcios representavam o Sol em uma barca que era transportada por um crocodilo, insinuando o movimento do Sol no espaço.

Com a degeneração dos mistérios, o que era alegórico tornou-se fatual. O nome serpente ou dragão designava aqueles que eram os Sábios, os Iniciados de todas as épocas. Com o passar do tempo e a perda cada vez mais crescente do verdadeiro significado dos mistérios, o símbolo do dragão virou alvo de especulações. O dragão passou a ser representado astronômica, concreta e abstratamente. Ele se tornou o Dragão Polar e a Cruz do Sul, a Alfa Draconis da Pirâmide. Tornou-se, ainda, o temido Dragão Budista que poderia engolir o Sol durante um eclipse.

É curioso o fato dos dragões e das serpentes da antiguidade terem 7 cabeças. Isso representa os 7 princípios que perpassam o homem e a natureza. O sete que se relaciona com os ciclos da vida e com a ideia do tempo. Pelas ideias que o número 7 comporta, podemos entender porque os antigos iniciados eram chamados de “dragões” ou “serpentes” nas dinastias egípcias.

Em síntese, o dragão é símbolo da Força Primordial que o Draconiano pode e deve despertar através da iniciação para que possa realmente manifestar o divino. Aliás, a Iniciação Draconiana visa, primordialmente, tornar essa Poderosa Força inconsciente em conhecimento e poder conscientes. Acima de tudo, o Draconiano vê o Dragão como a face de Tudo Aquilo Que É, desde a mais densa até a mais sutil das energias: todas são facetas do Dragão que evolui e emerge em Si mesmo.


E S P E C I F I D A D E S  D R A C O N I A N A S:

O que a diferencia a O.T.O. Draconiana de outros caminhos iniciáticos


A Tradição Draconiana postula que há níveis diferentes de realidade, insuspeitados pelos profanos e que o adepto pode explorar. Essa exploração se dá através da iniciação cuja meta é desvelar o oculto que está por detrás da aparência de cada fenômeno. Pelas técnicas iniciáticas penetramos no lado oculto das religiões e dos mitos e obtemos o conhecimento sobre as verdades neles veladas. Os Ordálios dos dois primeiros graus tem essa finalidade. A partir deste conhecimento, o adepto aprende como controlar o mecanismo da existência e pode influenciá-lo de acordo com sua vontade. O Draconiano aprende a contornar as limitações da existência e a superar as reações condicionadas nele pela cultura, família e sociedade, usando sua liberdade e vontade para poder criar sua realidade.

A O.T.O. Draconiana é única: apresenta um sistema a ser percorrido com técnicas específicas que levam o postulante do trabalho com o lado luminoso ao trabalho com as forças caóticas e obscuras. Devido a essa peculiaridade, esse caminho não é bem visto pelas outras vertentes do Ocultismo e, frequentemente, é alvo de interpretações equivocadas e difamações. Sumariamente, é possível estabelecer a existência de três níveis de conhecimento: o científico (mundano); o esotérico das escolas da mão direita (Tradição das Luzes) e o esotérico das escolas da mão esquerda (Tradição das Sombras). A Tradição das Sombras é mais rara, uma vez que conduz ao reino do caos e poucos são aqueles que estão aptos ou dispostos a trilhar tal via. É uma vertente severa, forte, rigorosa, mas que pode conduzir à beleza e ao poder. Enquanto as Tradições das Luzes levam o iniciado a se fundir com um Deus particular, o Caminho das Sombras levam o adepto ao encontro da grande Tiamat e dos deuses primais que existem muito antes dos deuses da luz terem sido criados.

A Tradição Draconiana promove a Lei de Thelema e se volta também para a exploração das inteligências alienígenas tais como as formas de vida extraterrenas e os demônios e os aspectos negros da metafísica da existência. Do ponto de vista psicológico, o trabalho com o lado negro tem sua razão de ser. Sabemos que usamos apenas uma pequena fração de nossa capacidade. Experienciamos uma ínfima parte da realidade. A maior parte esta oculta a nós. A parte oculta do homem pertence a áreas da psique que não estão desenvolvidas. Mas também podem ser faculdades utilizadas que pertenceram ao homem primitivo e que hoje estão latentes na forma de atavismos. Essas energias latentes podem se atualizar e se tornarem conscientes se com ela entrarmos em contato. Aí então, nós as confrontaremos com as obscuridades e partes reprimidas do nosso ser (agressões, medos, instintos...). A esse respeito, Jung afirma: “a iluminação não é alcançada pela visualização da luz mas pela exploração da escuridão.” É, ainda, no reino oculto da mente humana que iremos encontrarmos os chamados siddhis ou poderes psíquicos.

Nesta direção, a escuridão é a luz do Draconiano e ele examina igualmente os lados luminosos e sombrios das energias em todas as suas diferentes formas de expressão. A meta é a apotheosis (ou união com o divino) sempre somando e não subtraindo; isto é, levando-se em consideração a aparente dualidade própria da criação.

Para percorrer esse caminho uma dedicação focalizada e exclusiva é necessária. Cinco pontos precisam ser observados para nos integrarmos a ela e a experienciarmos em plenitude:

1) Dedicação (comprometimento, imersão com sua vivência Draconiana);
2) Pratica (aplicação dos conhecimentos recebidos);
3) Descondicionar (coragem para ousar e abrir-se a novas possibilidades);
4) Consciência multidimensional (ser capaz de se comunicar com outros níveis de consciência);
5) Realizar em si a Grande Obra Alquímica (unir Shiva e Shakti em seu ser).

A Tradição Draconiana se caracteriza por sua tradição oral, calcada na relação entre orientador e orientando; na utilização da sexualidade sagrada como passaporte para expansão de consciência e contatos interplanetários; advoga uma iniciação espirada, em detrimento das iniciações verticalizadas do aeon anterior, apostando no Silêncio como viabilizador de tal iniciação. A culminância desse processo está na desvelação paulatina dos véus de Isis (phISIS, geneSIS) e na aquisição da Sabedoria.

Não é uma escola uniforme, na qual há um única instrução para todos. Pelo contrário, é um caminho de exclusividade no qual cada estudante é tratado e instruído de acordo com suas próprias necessidades. O que a torna uma via muita especial.

É uma via sem dogmas, uma filosofia de vida, na qual a mulher está em igualdade com o homem. É uma coletânea das práticas mais significativas do Oriente e do Ocidente, fusionadas de forma que permita a seus adeptos desenvolver suas potencialidades e a atingirem, mais completamente, sua missão terrena (o auto-conhecimento). Para tal, possui uma disciplina, um método e um sistema que engloba o físico, o psicológico e o espiritual.

A iniciação não é conduzida cerimonialmente ou dramaticamente como ocorre com outras tradições. Ao contrário, a iniciação deve ocorrer internamente como retorno do investimento de cada praticante. Tal ocorre à medida que o iniciado é capaz de sair do nível de reação das condições e fatos exteriores e passa a governar sua vida de acordo com os ditames de sua Verdadeira Vontade.

A iniciação Draconiana se dá em 11 níveis ou graus, galgados um a um. Na verdade, é uma espiral que vai ampliando suas voltas e elevando-nos cada vez mais alto. Baseada na estrutura da Árvore Sephirótica, o candidato vai se elevando pela frente da Árvore, mas não deixa de sofrer também os impactos de seu lado reverso.

Uma característica muito interessante da Tradição Draconiana é seu caráter experimental. Ela se caracteriza por um espírito investigativo e experimental, objetivando ter um sistema esquematizado e científico de suas praticas. Kenneth Grant, Aleister Crowley, Achad, Fernando Liguori, dentre outros vem contribuindo para o florescimento de uma tradição científica no ocultismo, a partir da coleção, análise e comparação de dados.

Um exemplo deste caráter experimental, por exemplo, pode ser vislumbrado em relação ao Tarot. Desde a primeira publicação do Nightside of Eden, em 1977, tem havido diversas tentativas em se criar um Tarot que retrata o lado sombrio ou uma espécie de Nightside Tarot como sugerido pelo livro. Sabemos que vários grupos ligados à corrente Draconiana têm feito tentativas neste sentido. A meta é revestir o Tarot com um novo simbolismo que seja complementar ao atual, restaurando a gnose primordial em sua forma mais pura e em consonância com a perspectiva Draconiana de unidade pela dualidade. O que faz do Draconiano um não-dualista – ele a reconhece mas não como oposição e sim como complementaridade: nem bom, nem mal, nada é perfeito ou imperfeito, mas todas as coisas estão perfeitas em seu vir a ser, no momento presente para poderem evoluir para seu próximo nível de ser.

A pratica nuclear desta via é a sublimação, entendida como a consagração (tornar sagrado) de todos os desejos. Precisamos ter liberação nos relacionamentos e aprender a olhar para vermos claramente as coisas sem as nossas projeções, expectativas e frustrações. Não é fácil desenvolver essa “mente neutra”. Devemos começar pelo amor personalizado para chegarmos até o amor impessoal, até que o amor concentrado incondicional seja nosso amor personalizado. Assim, os relacionamentos ao invés de serem um “obstáculo ao progresso espiritual” se tornam um caminho de liberação porque eles nos ensinam muito. Esse é um processo automático quando nos encontramos no estado desperto. Nesta esfera da sublimação, a sexualidade e o sexo tem um papel fundamental.

A Corrente Ofidiana (Draconiana) usa a energia sexual para provocar mudanças internas e externas (ou místicas e mágicas). Essa alquimia é o ponto central do sistema Draconiano de iniciação. O objetivo é produzir o Elixir da Vida Eterna (a Pedra Negra ou o Diamante Negro). Curioso o fato de que a palavra Khem signifique negro e era o nome do Antigo Egito. Assim, a Magia Draconiana é uma Magia Negra no sentido de ser uma alquimia. Khem é também o nome do deus da Alquimia. O deus negro Seth é também ligado à Alquimia e à pedra negra. Na tradição grega, Khem foi representado por Pã e Seth por Tifon. Assim, a alquimia Draconiana pode ser traçada até o Antigo Egito, bem como nas tradições hermetistas e gregas cujo objetivo corresponde ao Caminho da Mão Esquerda. Na O.T.O. Draconiana, o processo de transmutação alquímica ocorre passo a passo através do processo de iniciação junto aos Graus da Ordem.

A Tradição Draconina nos ensina que os Mistérios Maiores estão contidos em nosso próprio corpo. Gerald Massey, Aleister Crowley, Austin Spare, Dion Fortune demonstraram, cada um à sua maneira, as bases bio-químicas dos Mistérios. O mesmo foi detectado por Wilhelm Reich em suas pesquisas. Ainda, os ‘símbolos sensientes’ e o ‘alfabeto do desejo’, de Spare, correlatos como são aos marmas do corpo com os princípios sexuais, anteciparam, de muitas maneiras, o trabalho de Reich, que descobriu – entre 1936 e 1939 – o veículo da energia psico-sexual, a qual ele nomeou orgone. A contribuição singular de Reich à psicologia e, incidentalmente, ao ocultismo ocidental, encontra-se no fato de que ele isolou com sucesso a libido e demonstrou a sua existência como energia tangível, biológica. Esta energia, a verdadeira substância dos conceitos puramente hipotéticos de Freud – libido e id – foi mensurada por Reich, tirada da categoria de hipótese e reificada. Entretanto, ele estava equivocado ao supor que o orgone era a energia final. Na verdade, ela é um dos mais importantes kalas, mas não o Kala Supremo (Mahakala), embora possa tornar-se isto pela virtude de um processo que não é desconhecido aos tântricos do Varma Marga. O próprio O Livro da Lei, que é um Tantra moderno, também descreve a utilização sábia das correntes sexuais.

‘O melhor sangue é o da lua’ (AL III: 24); ‘pois ele é sempre um sol e ela uma lua. Mas para ele é a alada serpente e para ela a radiante luz estelar.’ (AL I: 16).

A substância vermelha da mulher é o primeiro menstruum de energia mágica. A fórmula do Novo Aeon (418) é a de Cheth, a Carruagem. É a formula do IR. O homem é branco e a mulher vermelha (Mulher Escarlate). O homem pode obter a iniciação, mas não pode manifestar seu poder sem ela. A fórmula e a função da Mulher Escarlate inicia-se com as zonas ocultas de energia intimamente relacionadas às redes de nervos e plexos associadas com as glândulas endócrinas. A Kundalini afeta os chakras no corpo dela e suas vibrações influenciam a composição química das secreções glandulares.

Tais ‘fragrâncias’ são consumidas pelo Sacerdote e transformadas em energia mágica. Quatorze secreções vaginais são reconhecidas pela ciência ocidental e, supostamente, há mais duas. Esses Kalas só podem ser evocados se os chakras envolvidos tiverem sido devidamente preparados.

‘Eu sou a secreta serpente enrolado a ponto de pular: em meu enrolar existe alegria. Se eu ergo minha cabeça, eu e minha Nuit somos um. Se eu a abaixo e ejaculo veneno, há a raptura da terra, e eu e ela somos um’ (AL II: 26).

Consumir os kalas assim carregados e direcionando as correntes para cima (néctar), transforma a consciência e ela se torna apta a contatar e a comunicar com entidades transcendentais. Se as correntes são direcionadas para baixo (veneno), elas são carregadas com vibrações envenenadas que são utilizadas para trabalhos de materialização e dissolução.

Para a mulher erguer a Kundalini, ela visualiza a Serpente na forma fálica em seu muladhara-chakra e se inflama até o ponto de atingir o orgasmo. Antes do orgasmo, ela deve mover a imagem ao ajna-chakra e manter a imagem até que a consumação ocorra. O homem identifica a Kundalini com Hadit e o centro cerebral com Nuit. A força de Hadit é ativada e sob pela coluna vertebral até o cérebro. Desta maneira, o homem é a Palavra e a Mulher é a Ação. A Criança é a Palavra feita carne pela Ação.

A mente se concentra na Criança que é corpo que sustenta o Ato da Criação Mágica. É a Maquinaria Mágica que cria a imagem. O corpo dá expressão e projeta a para a esfera material. É um caminho de amor. Lida com o crescimento do e no amor, a recepção do amor, fazer amor e criar com amor para unir-se Àquilo que em tudo está presente.

Assim, a postura do Draconiano frente à sexualidade é de sacralidade por saber do imenso poder que ela é portadora e ele mesmo é desprovido de preconceitos quanto a ela e suas formas de expressão. A esse respeito, Gerald Massey, em The Natural Genesis, escreveu:

[...] este é o segredo da esfinge: ela é masculina na frente e feminina atrás. Assim, é a imagem de Set-Tifon, um tipo de chifre e rabo, masculino na frente e feminino atrás. Assim, também eram os faraós que usavam rabos de leão ou vaca, eram masculinos na frente e femininos atrás.

Já Lise Manniche, em seu livro, A Vida Sexual no Antigo Egito, nos fala das inclinações bisexuais de Seth. Assim, percebemos que os antigos Draconianos, assim como os deuses, incluíam a dualidade do ser em suas vidas. O Draconiano se conscientiza que seu corpo e sua vida são o grande laboratório alquímico, principalmente seu corpo é considerado o Templo do Sagrado Espírito.

Um aspecto da Tradição Draconiana é sua Corrente Evolucionária expressa através da forma do Opositor, o Veículo da Perpétua Revolução que vai além dos limites impostos ou estabelecidos, e que são transcendidos pela Verdadeira Vontade. A perspectiva Draconiana é ampliar a consciência humana para além dos limites conhecidos. Somos limitados por uma determinada banda frequêncial. Como Magistas Draconianos, buscamos a ampliação desta banda frequêncial e a expansão da consciência para além daquilo que é previamente considerado como humano. Não se aceita os limites impostos a nós mesmos e lutamos contra o estado de conformidade com eles. Como Tradição dinâmica, o Dragão pode destruir as falsas ideias e perspectivas nos levando a voos mais elevados na expansão da consciência.

A filosofia Draconiana se volta para o panteísmo, no qual a divindade é percebida na natureza, no homem, enfim, em tudo aquilo que existe; em detrimento da visão monosteísta na qual deus é tido como algo a parte de sua criação. Respeita e privilegia a individualidade, não acreditando num modelo pronto e acabado das coisas. Almeja ir além do estabelecido e das limitações impostas ao homem por diversos meios. Apesar disso, essa assertiva não pode ser encarada, como normalmente ocorre, como sendo uma carta branca à licenciosidade e um sim a todos os instintos. É uma perspectiva therioncêntrica, na qual a besta e o divino se unem, procurando a síntese e a compreensão de certos conceitos abstratos em torno do que seja o bem e o mal, o certo e o errado, de uma perspectiva maior, cósmica e não limitada pelas indulgências sociais ou externas. É também uma postura crítica diante de certas intelectualizações que não permitem o ser se expressar livremente. A razão analítica vê as coisas de forma separada, desconectada. Ao invés de ver o todo, se contenta com as partes. Perde-se o paradigma holográfico (o todo está nas partes e vice-versa). Aliado a isso, a sensação de separação das coisas e o materialismo exacerbado conduzem-nos a um hedonismo sem fim, onde somente a satisfação imediata é a lei, e a busca pelo divino, pelo autêntico, por valores que possam elevar não tem mais espaço. O Draconiano sai da consciência grupal, coletiva e busca desenvolver-se integralmente quanto ser humano.

A visão de mundo é cíclica conforme a natureza nos ensina e também o símbolo da serpente que morde a própria cauda, o Ouroboros (ilustrando os ciclos do tempo e da natureza).

O caminho da mão esquerda contesta, com inteligência, a modernidade e o progresso quando não passam pelo crivo da razão e seu custo–benefício não é devidamente considerado. A filosofia Draconiana inclui a luz e as sombras, o masculino e o feminino, ao contrário das filosofias da luz que se baseiam na dualidade de ou luz ou trevas, ou masculino ou feminino. Em resumo, é o caminho da Vontade no qual precisamos descobrir o que é mais atrativo para nós na vida, pois isso nos levará a exploração plena de sua beleza. Ao mesmo tempo, nos dirigimos, como efeito reverso, ao conhecimento cada vez maior da Deusa que nos seduz e nos atraí e que está oculta em toda matéria. Mas devido a seu caráter mutável, veloz e transformador, precisamos estar bem centrados para não sermos levados pelos redemoinhos de Tifon. Equilíbrio é uma palavra chave, bem como a pureza da aspiração que conduz e prepara para o contato com os poderes da consciência. Trabalhando com a alquimia da Vontade e da Ação, a magia do guerreiro e a união da besta com o deus, levando a personalidade a se identificar com a individualidade interna, o “olho do dragão” se abre e se vê com clareza. Desta forma, o adepto é capaz de ir além e de mergulhar no Universo B, de penetrar no Grande Diamante Negro e invocar os espíritos esquecidos, os deuses antigos, os seres da natureza e os ancestrais para reencantar esse mundo com a magia que fora perdida.

A P Ê N D I C E

A lenda Chinesa do Dragão Alado

A lenda descreve o Dragão como um animal alado, de grande porte, com o corpo de serpente, todo coberto por escamas, com patas em forma de garras e podendo viver tanto na água, sobre a terra ou no ar. Este Dragão vivia no Rio Amarelo, mas decidiu sair dele e esta saída foi marcada por 06 etapas. Sobre as escamas de seu corpo, estavam desenhados círculos de cores claras e escuras e que, ao longo de seu corpo onduloso, suas escamas eram convertidas em figuras sagradas. Afirma-se que isso foi para o Fo-Hi a revelação dos trigramas do I Ching, imagem perfeita da natureza que se desnuda diante do Sábio, ou Iniciado, quando este se torna merecedor desta desvelação. Podemos inferir que o conhecimento adquirido pelo Fo-Hi, via os trigramas, lhe foi transmitido por um verdadeiro Adepto, representado, simbolicamente, pelo Dragão.

Alegoricamente, as seis etapas da jornada do ser humano até atingir a maestria pessoal ou o domínio da vida são retratadas por esta lenda. Cada fase desta iniciação recebe um nome:

O Dragão Oculto: É o Dragão oculto no fundo do rio. Representa o homem interior oculto na matéria e que ainda não tem o desejo de subir à superfície, de sair de sua condição atual, de evoluir. Há uma preocupação exclusiva de satisfazer apenas os desejos de sua natureza terrena.

O Dragão no Arrozal: Nesta fase, o Dragão saiu das águas. Toma consciência de um outro mundo. Ele está na terra, mas ela é lamacenta e afunda com seu peso. Representa o primeiro despertar da consciência para algo que transcende o mundo físico. Mas é um despertar momentâneo e especulativo, movido pela curiosidade e não tem a força necessária para elevar o Dragão.

O Dragão Visível: Segundo a lenda, nesta etapa o rio transborda, elevando o Dragão até a superfície. O Dragão é arrancado da terra pelas mesmas águas que o tinham preso à terra e ele pode nadar, por um mometo, em sua superfície em vez de deslisar no fundo. Representa a consciência que se faz ciente da existência do mundo espiritual, que sabe que sua existência é necessária e reconhece a Divindade, mas ainda lhe falta a Vontade para elevar-se até Ela.

O Dragão Saltitante: Nesta 4a fase, o Dragão encontra-se em terra firme que lhe permite levantar. Sabe que terá que caminhar, mas não percebeu que é capaz de voar, dá apenas saltos que recaem novamente no mundo material. A luta que mantém é penosa e feliz é aquele que não a renuncia, pois a vitória exige continuidade de esforço. É a fase mais crítica da caminhada, pois surgem duas bifurcações:

A do espírito: após muitas tentativas sem sucesso, o Dragão percebe repentinamente suas asas, abre-as e consegue voar, libertando-se de todas as coisas materiais. O espírito triunfa sobre os apegos, prazeres, esperanças e temores.

A da matéria: cansado de dar saltos, o Dragão não tenta abrir suas asas, desce para a lama, entra na água em que habitava e renuncia ao mundo superior. É o momento da dúvida que, se não for vencida, arrasta o buscador, retirando-lhe a possibilidade de ascensão espiritual. Esta situação recebeu nomes simbólicos no ocultismo ocidental tais como o Terror do Umbral e a Noite Sombria da Alma.

O Dragão Volante: O Dragão encontrou o caminho e é capaz de voar e planar nas alturas celestes. É capaz de transitar entre o divino e o mundano, e vive em harmonia com os ritmos cósmicos. É um verdadeiro iniciado.

O Dragão Planador: É o estágio derradeiro. O iniciado venceu todas as provas e sua missão não é mais no plano físico. Tem plena consciência de que a multiplicidade é apenas aparente, um reflexo da Unidade. Atingiu união completa com a Divindade e vive o nirvana, a Paz Profunda a cada instante.

O Adepto conhece todos os segredos dos Planos Físico e Espiritual podendo viver, sem maiores dificuldades, nos Planos Superiores, Intermediários e Inferiores. Aquele que atingiu tal condição torna-se uno com o Todo e nada no Universo lhe é estranho ou desconhecido. Ele conhece todos os níveis e estados de consciência e está apto a ajudar a humanidade em quaisquer circunstâncias.

Meditemos sobre essa lenda e nos avaliemos quanto à nossa real e sincera disposição de seguirmos rumo à Grande Obra. Alçar o voo do Dragão requer viparita, a reversão não só dos sentidos mas de mudanças profundas em nossos valores, palavras e atitudes que devem tender para a compreensão, para ideias e ideais nobres e sentimentos sublimes. Que a chama do Dragão brilhe eternamente em nossos “cor-ações”.


Notas

1. Este texto foi escrito por volta de 2004-5, época de atividades da Ordo Templi Orientis Draconiis ou Ordo Draco-Thelemae, também conhecida como O.T.O. Draconiana.

2. I.e. como mencionado em Magia em Teoria & Prática.

3. Bruxaria & Magia Negra, p. 180.

4. “Eu sou oito, e um em oito”. (AL II: 15).

5. A Estrela-Cão.

6. AL II: 21.

7. Kenneth Grant, Culto das Sombras, Capítulo 3. Tradução Particular de Fernando Liguori.

8. Crowley, Magia em Teoria & Prática, Capítulo 5. Tradução Particular de Fernando Liguori.

9. Kenneth Grant.

10. A Revista Sothis foi uma publicação semestral da O.T.O. Draconiana durante os anos de 2004 a 2007.

11. Renato Russo – Metal contra as nuvens.


Obras Consultadas


A Doutrina Secreta, Vol III. Helena Blavatsky.
Typhonian Tradition. Simon Hinton e Michael Staley.
Revista Sothis – números: 1 e 2.
Lectures from Gerald Massey. Gerald Massey.
O Renascer da Magia, Aleister Crowley & o Deus Oculto e Culto das Sombras. Kenneth Grant.
O Livro dos Prazeres. Austin Osman Spare.
A Vida Sexual no Antigo Egito. Lise Manniche.
Ordo Dragon Rouge – site: http://www.dragonrouge.net/
SFSE: Manuscrito

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Oração aos Antepassados – Uma Invocação Luciferiana da Nona Direção



“Por tudo o que é valioso,O sangue em minhas mãos:É o sangue de divindades”
Quando teu sangue sussurrar ao teu ouvido, com uma voz que te lembrará do som do rastejar de uma serpente;
Quando o vento lhe trouxer tais sussurros como se os trouxesse do Abismo;
Quando sentires que esse Abismo, seja qual for tua máscara, reside em teu sangue e espírito pelo antigo pacto;
Quando aceitares a ideia de que o teu sangue é o mesmo dos Deuses Antigos e das forças caóticas e primitivas anteriores aos mesmos;
E finalmente, quando for capaz de sentir, sem precisar emitir palavra alguma, que o silêncio e o poder, assim como tua maldição e tua sabedoria, são tua herança e tua Marca na linhagem de Qayin e dos Anjos Caídos;
Será o dia em que teu mundo irá ruir e, teu entendimento, mesmo trazendo a sua vista todas as mentiras, lhe trará a visão da face da Luz, das Trevas e dos Caminhos.
Será quando entenderá tua origem e teus mistérios.
E será quando estará mais próximo da Chama das Eras que brilha entre os chifres sagrados de Azazel.
Chame pelos teus ancestrais com o orgulho de todos os seus feitos que adormecem em teu próprio sangue e espírito.

Oração aos Antepassados

Das Profundezas de meu ser,
Eu invoco a fagulha do fogo primordial,
A Chama das Eras que brilha entre os chifres sagrados de Azazel!
Eu invoco aquele que é desconhecido!
A sombra obscura, a metade sombria.
O que possui o rosto ocultado pela escuridão da noite
e a imagem refletida pela luz do dia.
Aquele cuja Luz brilha na escuridão mais profunda.
O Ferreiro divino e infernal,
O fogo negro sob a alcunha de Tubal-Qayin!
Cuja descendência forjou o prego que nunca esfria!
Eu chamo pelos pais do fogo e sangue!
Cuja chama ardente e indomável vive eternamente!
A serpente flamejante que adormece em minhas veias!
O beijo lascivo da mãe que açoita!
Aquela da casa de Samael!
Pois Eu sou Ele! E Eu sou Ela!
A máscara das possibilidades,
E o véu que esconde o segredo!
Aquele cuja palavra não pode ser escrita.
Eu sou a forja e o metal retorcido de TUBALO-LÚCIFER,
Aquele que pelo fogo vive em eterna transformação!
Eu sou a foice purificadora de QAYIN!
Aquele que alimenta a terra com o verdadeiro sacrifício!
Eu sou o sangue ancestral e de poder implacável de NAAMAH-LILITH!
A Serpente-Dragão que a tudo devora!
Pois eu invoco e evoco a mim mesmo!
Pois eu sou aqueles que já se foram!
E toda sua glória e seu poder também pertencem a mim!
Pois Eu sou a Luz e Eu sou as Trevas!
Eu sou tudo o que ha entre eles!
Eu sou Ele, e Eu sou Ela!
Portador da Luz, Portador da Noite, Portador dos caminhos,
Aquele que é fogo e transgressão!
Que minha alma ascenda como a Chama das Eras que brilha entre os
chifres sagrados de Azazel!

LUCIFER! NOCTIFER! CRUCIFER!

O Mito da descida ao PanDaemonAeon



"Eu irei descer aos altares de PanDaemonAeon"

É chegado o tempo de fazermos a descida ao PanDaemonAeon através da Espiral do Tempo. PanDaemonAeon é o ponto central dessa espiral, que é também o abismo infernal q na tradição cabalista tem o nome de Daath (Conhecimento). Esse abismo é o caminho que todos os Adeptos que almejam alcançar a Cidade das Piramides deverão passar. Adentrando a esse reino infernal e caminhando em espiral podemos alcançar o PanDaemonAeon, a capital desse reino infernal. O PanDaemonAeon representa a total desestruturação do sistema de crenças, necessário para que o Adepto supere as dualidades e se torne um Magister Templi .

O Mito de descida ao PanDaemonAeon é o caminho que irá levar as pessoas a caminhar nessa espiral rumo ao PanDaemonAeon coletivo que ocorrerá em 2012, data profetizada pelos Maias como o fim de um grande ciclo (13 baktuns) e o inicio de outro. Esse paradigma se reflete em diversas culturas, dizendo-nos q deverá haver uma expiação necessária para que uma nova era muito melhor possa surgir. No calendário da paz estruturado por José Arguelles (Valum Votan), a expiação é deixar de lado o uso do falho calendário gregoriano, baseado na estrutura 12:60 (12 meses do ano/horas e 60 segundos/minutos do relógio) e adotar o uso do calendário da paz, estruturado na frequência de tempo 13:20 (13 tons e 20 selos). Isso faz com que deixemos de lado uma estrutura artificial de tempo que provoca uma desordenação mental e nos convida a seguir o fluxo de harmonia da natureza, sincronizando a nossa mente com os ciclos do sol-lua-galáxia, ocasionando uma reordenação mental. Essa proposta de harmonizar-se com o fluxo da natureza existe em diversas tradições que seguem um calendário lunar, o q permite haver sincronicidades ocorrendo. Entre essas tradições existe a Bruxaria que segue a roda do ano com 8 comemorações chamadas sabás e comemorações na lua nova ou cheia, chamados esbás.

Recentemente, dentro da Loja Belarion surgiu a ideia do desenvolvimento de práticas thelemicas, utilizando o modelo mágicko e iniciático da Bruxaria ao invés da utilização do sistema iniciático maçônico da OTO. A esse sistema mágicko e iniciático experimental, eu dei o nome de Bruxaria Thelemica. A Bruxaria Thelemica é a utilização de técnicas de Bruxaria na egregora da Dupla-Corrente de Horus-Maat. A Dupla-Corrente foi codificada por Nema por volta da década de 70 e harmoniza o trabalho diversas linhas como a Wicca, a tradição tantrika dos Adi-Nath, Zos Kia Kultus, entre outros, e incorpora essas técnicas a corrente thelemica, formando a Dupla-Corrente.

Ela e mais alguns adeptos fundaram a Loja Horus-Maat, uma Loja dedicada ao desenvolvimento da Dupla-Corrente. Esse trabalho de desenvolvimento tem ocorrido principalmente através do Trabalho da estrela de 11 pontas. Esse trabalho faz com que os participantes desenvolvam rituais durante 1 ano relacionado a uma esfera (sephira) da Árvore da Vida, escolhida p/ser o trono do magista durante esse período  Esses trabalhos são executados globalmente toda Lua Nova. Eu entrei p/a Loja Horus-Maat por volta do ano de 2001 (apesar de já praticar magia de maat anteriormente) e entrei p/o Trabalho da estrela de 11 pontas assumindo o Trono de Netzah, cuja divindade correspondente nesses trabalhos é Babalon. De lá pra cá, eu executei uma série de rituais relacionados a Babalon e foi então que comecei a estruturar a Loja Belarion e Bruxaria Thelemica do jeito que estão se manifestando nesse ano de 2003ev. Essa manifestação vêem ocorrendo definitivamente desde que resolvi assumir o Trono de Malkuth em outubro de 2002ev e está atingindo seu ápice nesse ano de 2003ev, profetizado por mim como o ano em que muitos vão despertar para a falsa estrutura linear do Tempo e vão começar a caminhada em espiral rumo ao PanDaemonAeon Coletivo de 2012ev. Esse é o momento que os Maias chamam de Encruzilhada da sua Árvore Sagrada. Essa encruzilhada ainda é chamada de "Caminho do Submundo" ou "Caminho obscuro", considerado ser o "Ventre da Grande Mãe" do qual nasceu o universo. Retransmitindo isso em termos thelemicos, nós vemos que isso é uma referencia clara ao ventre de Nossa Senhora de Babalon, que carrega em seu ventre o Bebê do Abismo, nome dado aos adeptos que se recusam a servir a Chorozon (a figura do adversário em thelema, representando o falso ego) e doam até sua ultima gota de sangue a taça de Babalon. O Livro de Babalon (Liber 49), canalizado por Jack Parsons (Belarion) é uma das primeiras canalizações envolvendo o cumprimento da fórmula do TETRAGRAMMATON na sucessão de Aeons. Segundo o Livro de Babalon, essa é a parte que faltava para completar o Tetragrammaton, o HE final representando a filha. Mais tarde Frater Achad identificou essa filha como sendo Maat e declarou que seu aeon (Ma-Ion) já havia se manifestado (MA-nifestat-ION). Depois esses conceitos são harmonizados através dos trabalhos de Kenneth Grant, Nema e outros q nos elucida sobre a sucessão de aeons, nos informando que eles não agem de forma linear.

Dando prosseguimento a isso, Orryelle Bascule-Defenestrate nos apresenta no ano de 1998ev, a formula do PENTAGRAMMATON, através do seu texto Zuvuya, um estudo dos Aeons. Lá ele trata desse processo de mudança de paradigma que está ocorrendo até 2012ev. Dentro desse processo está a substituição da fórmula Tetragrammaton (YHVH) pelo Pentagrammaton (YHShVH), na sucessão dos Aeons, expondo a quintessencia dos elementos que a tudo (Pan) permeia. Cada uma das letras do Tetragrammaton é correspondente a um elemento: Fogo, Água, Ar e Terra. A esses nós devemos adicionar o elemento espírito, o quinto elemento ou quinta-essência. Esse elemento chamado espírito, também conhecido como éter, está oculto no Tetragrammaton na forma de Yod e está exposto no Pentagrammaton na letra Shin (Sh). A letra Shin no Tarot é ligada ao Arcano XX, o Julgamento ou o Aeon, no Tarot de Thoth. Essa carta representa a ligação entre o plano espiritual (Shin) e material (Teth) formando assim a síntese entre eles representada por Set (ShT). Mostra a transmutação através do fogo alquímico do inferior p/o superior. Indica também que a consciência individual é uma parcela da consciência cósmica. Relacionado ao mito de descida ao PanDaemonAeon, demonstra uma continuação das Profecias, em especial, aquelas ligadas aos Aeons futuros.

Assim já temos definido o ponto de partida e o ponto de chegada do nosso mito. O ponto de partida se dá em 2003ev, representando Malkuth e vai ascendendo a Árvore da Vida, através do caminho conhecido como Serpente da Sabedoria, até chegarmos em Kether em 2012ev. Quando estivermos alcançado esse ponto teremos alinhado toda a nossa Árvore da Vida individual e a Árvore da Vida do Universo, nos preparando assim para o grande Ordálio de cruzar o abismo. Para aqueles que obtiverem sucesso nessa operação uma nova terra, lhes será dada. Essa terra é conhecida pelos thelemitas como Cidade das Piramides e na Bíblia ela é descrita no Livro das Revelações (Apocalipse) como a Nova Jerusalém  Estando nessa condição, a comunicação com entidades transplutonianas será uma constante fazendo com que a evolução do planeta Terra acelere, rumo as dimensões mais elevadas. Isso está velado nos mitos de Cthulhu e outros Grandes Antigos, escritos pelo profeta inconsciente H.P. Lovecraft. Esses mitos nos falam da vinda de Cthulhu e outros Grandes Antigos, que governaram a terra antigamente e foram presos em outra dimensão, fazendo com que seus poderes fossem negados. Fazem também uma revelação profética que quando as estrelas estiverem alinhadas eles voltarão, destruindo assim o nosso mundo. Na Magia de Maat os Grandes Antigos são conhecidos pelo nome de esquecidos e são representados pelos poderes negados ou adormecidos que residem nos nossos chakras. Os chakras também podem ser um reflexo dessas estrelas, pois eles estando alinhados, eles farão que os Grandes Antigos/Esquecidos sejam despertos e destruam o universo como o magista conhecia até então. Uma nova interpretação da realidade será dada e com isso um novo universo deverá surgir das cinzas do outro.

Voltando ao ponto de partida veremos que isso está sendo desenvolvido em minhas experiências no Trabalho da estrela de 11 pontas, as quais eu relato na lista [horus-maat]. O meu objetivo é juntar pessoas interessadas nessa exploração de descida ao PanDaemonAeon e juntos irmos decifrando profecias, estabelecer conexões mágickas e desenvolvendo-nos individualmente e coletivamente. Cada vez mais, estarei manifestando meios pelos quais esse mito poderá ser trabalhado e os interessados poderão ir se alinhando conforme a sua Vontade.

Notas:
1 - A Cidade das Piramides se trata de uma referencia a tríade superior da Árvore da Vida cabalística  constituída por Kether, Chockmah e Binah.
2 - Magister Templi é o latim para Mestre do Templo e se refere aos adeptos que conseguiram cruzar o abismo de Daath com sucesso.

O Caminho do Amante Secreto: Magia Sexual, Tantra & Tarot



Eu sou o Coração; e a Cobra está entrelaçada 
Sobre o invisível núcleo da mente. 
Ascenda, Ó minha cobra! 
É agora a hora da escondida e sagrada flor inefável. 
Ascenda, Ó minha cobra, para a luminosidade da flor 
No cadáver de Osíris flutuando no sepulcro! 
Ó coração de minha mãe, minha irmã, meu próprio, 
tu estas entregue ao Nilo, para o aterrorizante Tifão 
Ah eu! Mas a glória da tempestade voraz 
Enfaixa a ti e envolve a ti no frenesi da forma 
Seja ainda, Ó minha alma! Que o feitiço possa dissolver 
Ao se erguerem as varinhas, e se revolverem os aions 
Contemple! Na minha beleza como Tu és alegre, 
Ó cobra que carece da coroa do meu coração! 
Contemple! Nós somos um, e a agitação dos anos 
Vai até o anoitecer, e o Besouro surge, 
Ó Besouro! O zumbido da Tua nota dolorosa 
Seja sempre o transe desta trêmula garganta! 
Eu aguardo o despertar! 
A convocação do elevado Do Senhor Adonai, do Senhor Adonai! 
- V.V.V.V.V. Invocação da Kundalini 

No diagrama cabalístico da Árvore da Vida a experiência de união com o Amante Secreto tem lugar na sexta Sephirah, Tiphareth. Esta Sephirah corresponde diretamente ao Chakra Anahata, o Chakra do coração. No hinduísmo, o Conhecimento e Diálogo com o Santo Anjo Guardião é a energia Kundalini subindo ao Chakra do Coração. Não é mera coincidência que o culto tanto à Cristo como à Krishna encoraja você a “entregar seu coração” aos seus deuses respectivos ou se refere a divindade como vivendo dentro, abrindo acima ou vindo na direção dos corações dos devotos.

Como aprendemos no capítulo sobre a Cabala, a fórmula YHVH (Yod Heh Vau Heh) revela tanto o segredo do Espírito descendendo na Matéria como o segredo da humanidade retornando à Divindade.

Cada um de nós é o Heh (final), a Filha/Princesa dessa família Cabalística. Para descobrir nossa natureza Divina original, nós temos que primeiro nos tornar unos com:

Vau, o Filho/Príncipe que é ao mesmo tempo irmão e amante da Princesa. 

[Aqui é desnecessário teorizarmos sobre a natureza de Heh, a Mãe, e Yod, o Pai, pois até não estarmos unos com Vau não teremos capacidade suficiente de compreender a natureza dessas Supremacias.] 

Heh tem o valor numérico Cinco e é simbolizado pelo Pentagrama. Os cinco pontos do Pentagrama representam os quatro elementos governados pelo quinto elemento, Espírito. Cinco representa o Microcosmo, “o pequeno mundo”, cuja última expressão é o Homem.

Vau tem o valor numérico Seis e é simbolizado pelo Hexagrama. Os seis pontos do hexagrama representam os seis Planetas dos antigos circundantes do Sol, que se encontra no centro do hexagrama. Seis representa o Macrocosmo, “o grande mundo”, que é a última expressão de Deus. Vau também é o símbolo especial do Santo Anjo Guardião.
A Grande Obra é a União do Cinco (Você) com o Seis (Seu Santo Anjo Guardião). 

A lógica diz que tudo no universo está conectado, que não há, de fato, nenhuma separação entre estes dois mundos. E é verdade. A divisão é uma ilusão. Conhecimento e Diálogo com o Santo Anjo Guardião é alcançado quando o mundo individual do Cinco se harmoniza e se alinha perfeitamente com o mundo do Seis. Conseqüentemente, o primeiro passo a ser dado na Grande Obra é aperfeiçoar seu mundo de Cinco através do equilíbrio do corpo, da mente, dos sentidos e das emoções. Muito disso pode ser cumprido através dos exercícios e meditações semelhantes aos citados no Capítulo Nove. 

Isto soa bastante trabalhoso. Você pode sentir que dominar o seu Eu e o seu ambiente antes de começar a Grande Obra é quase como dizer “para superar seus problemas primeiro você deve superar seus problemas”. E em algum aspecto é exatamente isso que nós estamos dizendo. Mas mesmo que a prática e a disciplina sejam sempre necessárias para te preparar como um recipiente satisfatório para o seu Anjo, o contato com Ele só será realizado através do processo de concentração devocional e, quando a própria oportunidade mágicka se apresentar, da rendição completa.
Devoção religiosa não parece ser tão fácil para os Ocidentais como é para os nossos irmãos e irmãs Orientais. Os evangélicos semi-alfabetizados de TV que aterrorizam os seus rebanhos em “rendição” espiritual nos mostram somente o “lado negro” da devoção, ao definirem a rigorosa natureza do seu deus e, em seguida, exigindo que fielmente joguem o intelecto e o senso comum descarga abaixo. Isto é “rendição” na mira de uma arma.
É de se admirar porque no Ocidente tantos buscadores inteligentes abandonam suas esperanças em seguir o caminho Ocidental da devoção e acabam se voltando para as religiões Orientais para alimentar suas fomes espirituais?
Os Hindus chamam a ciência espiritual de devoção e rendição Bhakti Yoga, e têm concebido inúmeras técnicas para trazer o devoto ao contato direto com a deidade. Cantar o nome de deus, (a técnica do movimento Hare Krishna), é um método. Peregrinações para o santuário e a cidade santa de deus, ou realizar atos e sacrifícios que são tradicionalmente prazerosos a deidade, são outros. 

Para amar com todo o seu coração, primeiro o coração deve ser aberto. É aí que o encontro tem lugar, a misteriosa união entre o Homem e Deus. Em algumas tradições místicas, há expectativas de rejeição do homem abaixo do cinturão. Esta atitude não é encontrada somente no misticismo Cristão, mas também entre os Jainistas. Israel Regardie, além disso, observou uma divisão semelhante entre os seguidores da Golden Dawn. Ele descobriu que eles excedem em expressar a sua sexualidade e agressão, ou reprimem-nas completamente. Ambos os extremos produzem tanta doença quanto promovem facilidades. O mais sério crítico dessa cisão, como eu vejo isto, é uma falsa visão do homem. O homem não é um/ou, é ambos. Nem Deus nem besta nós não somos, mas ambos; nem sozinhos nem separados, mas um; encontre isso no seu coração na forma do seu Santo Anjo Guardião.
Com a experiência do Conhecimento e Diálogo o centro do nosso foco muda. Um interruptor é acionado; nós somos preenchidos com luz branca que explode ao longo da eterna escuridão. As nuvens desaparecem, e quando nós novamente reaparecemos só podemos ter uma pequena noção. A mente é consertada no coração, onde o encontro de Deus com o homem tem lugar. Não há nenhum outro espaço para qualquer outra coisa. A taça está transbordando e a água fértil traz à vida o dinâmico intercâmbio entre Amor e Vontade. Eu não quero sugerir com isso que uma vez que isto ocorre vive-se continuamente em total bem-aventurança. Nossa mortalidade é tal, que nós sempre acabamos caindo de volta em doenças e discordâncias. Nós precisamos disto para evoluir mais rápido. Uma vez que a união profunda acontece, contudo, há uma mudança fundamental de atitude, e isto pelo menos a memória pode se lembrar no meio do desespero e da solidão. Nós podemos, assim, pela memória, embarcar uma vez mais na procura por aquela benção da união que, uma vez experimentada, nunca se perde.
Há ilimitadas formas de alcançar o fim desejado, no que se refere aos atos externos. O segredo completo, contudo, pode ser resumido pelas palavras de Abraão, o Judeu: “Inflama-te em Oração”.

Retirado de “O Caminho do Amante Secreto: Magia Sexual Tantra & Tarot.” Escrito por Christopher S. Hyatt e Lon Milo DuQuette