terça-feira, 25 de setembro de 2018

Supra-sexualidade


A dificuldade de algumas religiões e escolas esotéricas (ou pseudoesotéricas) tratarem a sexualidade, pendendo de acordo com a ideologia predominante, hora para a repressão quase que total, hora para a libertinagem, que alguns confundem com liberdade, fez da sexualidade um tabu ou elemento de fixação.
Ambos os casos podendo ser considerados patológicos, gerando vários desequilíbrios psicofísicos, motivando várias desgraças.
Desde cedo se apresenta ao discípulo, que optou por seguir a senda mística, o dilema de como harmonizar sua vida sexual à vida espiritual, integrando-as num todo coerente, capaz de contribuir para sua jornada.
Os verdadeiros Mestres de Sabedoria sempre souberam que a energia sexual é a expressão do Princípio Único, que manifesta-se no nosso universo como energia polarizada, dinâmica e criadora.
Os iniciados de diversas tradições referiam-se a essa expressão polarizada e criadora como Fohat, Prana e Kundalini, no sistema iniciático Tântrico; ou como Yin, Yang e Tao no Taoísmo; Percepção, Luz e Trevas, ou Dia e Noite, nas tradições hebraicas.
No homem e na mulher, essa energia criadora manifesta-se como fonte de vida, inspiração, juventude e vitalidade. Essa energia garante a eternidade biológica da raça humana e a longevidade pessoal. Porém, o abuso, ou profanação desta energia, promove a desvitalização, a atrofia das capacidades criativas da mente, o embotamento progressivo das faculdades espirituais e conseqüente decrepitude que resultam em retardamento ou morte prematura.
Devido a isso, algumas escolas e religiões, por não encontrarem meios de evitar tais perigos, e pela incapacidade de fornecer a seus seguidores respostas plenas para tais questões, optaram por orientá-los na prática do celibato.
Dessa forma, afastaram de seus seguidores os perigos de uma profunda e acelerada degeneração, voltando totalmente suas energias para a espiritualidade. Por exemplo, o sexo só é permitido com fins procriativos, ou mesmo prescrevendo o total celibato para seus sacerdotes.

Por outro lado, os verdadeiros iniciados sempre souberam que o caminho que conduz à saúde, criatividade e juventude, abrindo as portas da vitalidade, é o caminho do Equilíbrio.
Ou seja, os verdadeiros Mestres, quando fazem jus a este título, nunca foram inflexíveis ou extremistas em relação à sexualidade, pois como Kumaras, Senhores de Vênus, ou da energia venusiana, do Amor, conhecem e dominam os Mistérios da Energia Sexual.
Os ensinamentos de tais Mestres partem do princípio de que a Evolução nasce na integração dinâmica das polaridades criativas cósmicas, que se expressam antropomorficamente, no homem e na mulher, e visam promover a saúde, vitalidade e longevidade física, além de despertar progressivamente os poderes latentes no ser humano.
Estes ensinamentos foram preservados na Ásia, nos cultos Tântricos e Taoístas; no Oriente Médio e Europa, fortemente influenciados pelos egípcios, floresceu nas tradições herméticas conhecidas como Alquimia; chegando até os nossos dias, nos atuais ensinamentos gnósticos, conhecidos como Senda do Fio da Navalha.
Nessa via, o buscador é orientado a trabalhar simultaneamente seus veículos densos e sutis de modo a promover uma mudança radical nos mesmos, através da manipulação da parcela da energia cósmica, existente em sua própria estrutura.
Nossa estrutura densa, que é formada pelo corpo físico-etérico, astral e mental; geralmente é mal trabalhada, focada desequilibrada mente no mundo material, devido à forte influência dos estados animalescos de nossa evolução.
Em contrapartida nosso corpo espiritual, como gérmen potencial, é praticamente inexistente, seus débeis apelos são expressos na forma de esparsos insights, insignificantes e desconexos, para os quais a maioria brutalizada não consegue explicação.
Numa estrutura assim, a supraconsciência humana não pode se expressar plenamente.
Nossos corpos densos precisam ser sutilizados, ou purificados e nossos corpos superiores devem ser fortalecidos, ou coagulados, no sentido do Solve et Coagula dos Alquimistas, até se atingir um meio-termo equilibrado, um novo corpo diferente.
Segundo a Senda do Fio da Navalha, é necessário o enfraquecimento dos apelos físicos e o fortalecimento das virtudes espirituais, promovendo a transformação progressiva dos dois aspectos , o humano e o divino, inicialmente distintos, numa unidade conhecida como corpo de prana, corpo energético, corpo imortal ou fluogístico.
Este seria o veículo perfeito para manifestação da supraconsciência, ou o Ser dos Gnósticos. Os iniciados nesses mistérios ensinam que é possível efetivar isso, através da manipulação da energia biopsíquica, encerrada potencialmente nas glândulas, principalmente as sexuais.
Tanto nossos veículos densos, ou Quaternário Inferior (nossos corpos físico, vital, astral e mental), bem como nossos veículos sutis, ou Ternário Superior (os corpos causal, intuitivo e átmico, ou espiritual), são basicamente formados por vários tipos de energia cósmica.
Até mesmo o corpo físico, aparentemente denso, é em sua maior parte formado por energia eletromagnética, que une a pouca matéria existente, através de imensos espaços vazios.
Portanto, alterações nesse campo energético provocariam mudanças em todos os nossos veículos densos e também nos sutis.
Os centros energéticos espalhados pelo corpo são conhecidos na tradição hindu como Chacras, Tan-Tiens entre os taoístas chineses, ou sefirotes na tradição hebraica; juntamente com as glândulas de secreção interna, através dos hormônios e outras substâncias, nos permitiriam realizar as modificações sobre este campo eletromagnético e, consequentemente, em todos os nossos corpos.
Porém, é necessário estimular a produção dessas substâncias glandulares e a consequente liberação dessa energia biopsíquica por meio das técnicas entregues pela Sabedoria Gnóstica.
Segundo os iniciados, isso pode ser alcançado através da União Sagrada (Hieros Gamus), que é a união nos três mundos, entre o homem e a mulher, que, como expressão na face da terra da dualidade dinâmica universal, possuem em si um imenso reservatório de energia vital.
Isso é possível, pois no homem os centros de força, positivos e negativos, são opostos aos da mulher e quando um casal se une nos três mundos, espiritual, psíquica e fisicamente, realizando o Hieros Gamus, seus centros de força atuam um sobre o outro, os positivos dinamizando os negativos, através de um processo de troca dinâmica, que promove a liberação e circulação da energia sagrada, chamada em algumas tradições de Kundalini.
Se os cuidados certos foram tomados anteriormente a essa união e esta for periódica e duradoura, observando determinados ciclos, a energia da Kundalini, acumulada no centro de força básico (chacra raiz ou Muládhara), sobe em forma de vapor ígneo pelo canal etérico que existe hipostaticamente na região da coluna vertebral, chamado entre os hindus de Sushumna Nadi, ativando os demais chacras e através deles atuando na estrutura energética humana.
No corpo físico, esta ativação dos chacras age sobre algumas glândulas de secreção interna, estimulando sua atividade.
Essas glândulas passam a segregar seus hormônios, modificando o sangue, as células, e promovendo o perfeito funcionamento dos órgãos e dos sistemas do corpo. A liberação natural, porém integrada e acelerada dessas secreções hormonais, promove alterações químicas na corrente sanguínea, dinamizando os poderes latentes do corpo e modificando a Consciência.
Desta forma, os espiritualistas que desejam integrar sua busca espiritual, harmonizando sua vida num todo coerente, devem encarar o sexo como instrumento de transformação, alavancador dos processos revolucionários do Ser, tratando-o reverentemente como tal, pois da mesma forma que é pedra de tropeço e de escândalo para o promíscuo, é a pedra bendita dos Alquimistas, promotora de saúde, vitalidade, lucidez, felicidade, iluminação e longevidade física, além de despertar progressivamente os poderes latentes no ser humano.
Mas, para que a sexualidade possa se tornar um elemento benéfico no caminho do Buscador da Luz, existem algumas recomendações “inegociáveis” que devem ser observadas:

1. Ser heterossexual, devido à impossibilidade de interação energética e troca dinâmica entre dois homens (Yang), ou entre duas mulheres (Yin). A união homossexual é extremamente daninha ao crescimento espiritual;
2. Não ser promíscuo, pois independentemente da sexualidade no seu aspecto sagrado ter sido manipulada indiferentemente em culturas diversas, a promiscuidade sempre foi considerada fator de desequilíbrio energético dos chacras; segundo o Mestre Samael Aun Weor, autor de Mistério do Áureo Florescer (obra maravilhosa que versa sobre a sexualidade e o crescimento interior), os fluidos energéticos do casal se misturam em suas colunas vertebrais. Quando há promiscuidade, ou múltiplos parceiros, esses mesmos fluidos das pessoas envolvidas se misturam em suas colunas e chacras, danificando-os e bloqueando-os;
3. Canalizar a energia vital para os centros de força superiores, enriquecendo as secreções glandulares, caso contrário ela ficará congestionada nos centros inferiores, criando vários distúrbios e escapando (na forma de poluções noturnas, espermatorreias, corrimentos etc.) na primeira oportunidade; ou seja, o Tantra, preconizado pelos gnósticos, ensina uma nova e revolucionária postura sexual, não é simplesmente uma ginástica onde não há orgasmos e ejaculação dos líquidos sexuais. É uma radical mudança de paradigmas sexuais;
4. Respirar adequadamente, para isso alguns exercícios respiratórios são recomendáveis, equilibrar a alimentação e evitar ingestão de drogas de qualquer espécie;
5. Fortalecer a Vontade, a Imaginação Consciente (ou Visualização Criativa) e a Inteligência Superior, elementos que diferem os seres humanos dos animais;
6. Desenvolver o amor fraternal por todos os seres vivos, sem o qual é impossível ativar o centro de força cardíaco, que como uma balança equilibra os centros energéticos inferiores e superiores. São os Fogos Cardíacos que controlam a ascensão da Divina Kundalini;
7. Conhecer e praticar um sistema iniciático adaptado à cultura e ao tipo psicofísico atual que conduza equilibradamente o Buscador nessa senda… sem fanatismos, sem repressões, sem fantasias, sem mitomanias… Amor, sempre!

Independentemente das más interpretações e daqueles que se escandalizarão com este assunto, esperamos sinceramente ter colaborado para auxiliar nossos irmãos na difícil tentativa de integrar sua sexualidade à busca espiritual, apresentando outra opção à vida celibatária, que somente pode nos conduzir ao fastio, à falta de amor à vida e à morte.

Força Serpentina


Quando falamos docemente no horto puríssimo da Divina Linguagem, que como um rio de ouro corre sob a espessa selva ensolarada, torna-se para nós impossível esquecer a mágica sílaba “S”, a qual ressoa na relva como um silvo doce e suave.
Essa é a sutil voz, aquela que Elias ouviu no deserto. Apolônio de Tiana envolvia-se em seu famoso manto de lã para rogar aos deuses santos, pedindo o enigmático som.
A mística nota, a “S” mágica, conferia ao velho hierofante o poder para sair em astral conscientemente. A sílaba “S” tem certa semelhança com a letra hebraica Tsad, enquanto a sigma grega, triforme, relaciona-se com a primeira e com a Shin e a Samek. Esta última quer dizer “amparo” e tem o valor cabalístico de 60. Foi-nos dito, e isto qualquer cabalista sabe, que Shin tem o valor 300 e significa “dente”. A soma dessas duas letras equivale aos 360 graus do círculo e aos dias siderais do ano solar.
Porém, os gnósticos devem ir mais longe, inquirir, indagar, buscar, descobrir a íntima relação existente entre a serpente e a cruz. O “S” (serpente) e o “T” (cruz) são dois símbolos esotéricos que se complementam.
A letra “S” é uma verdade jeovística e vedantina ao mesmo tempo; o poder serpentino ou fogo místico; a energia primordial ou Shakti potencial que jaz adormecida no centro magnético do osso coccígeo. Muladhara é o nome sânscrito deste centro mágico; esta é a Igreja de Éfeso.
A Kundalini é a força primitiva do universo, o poder oculto, elétrico, que subsiste em toda matéria orgânica e inorgânica. A conexão sexual do Phalo e do Útero forma a cruz. A Kundalini, a letra “S” mágica, a cobra, encontra-se intimamente relacionada com essa Cruz ou Tau. O fogo serpentino desperta o poder da Santa Cruz.
Em hebraico, Tau tem, precisamente, o significado maravilhoso da Cruz, terminando como 22ª letra do alfabeto e com valor numérico de 400.
Torna-se fácil compreender que a vogal U é uma letra moderna, derivada de V; e a letra G, do C, pela urgente necessidade de se haver uma distinção clara entre os dois sons, adquirindo, naturalmente, uma forma prática, idêntica à grega.
Observe-se muito atentamente essa curva maravilhosa que desce e sobe. A humilhação ou descida aos mundos infernos; ou a Nona Esfera (o sexo), que se faz necessária da exaltação ou sublimação.
A descida à Nona Esfera (o sexo) foi, desde os tempos antigos, a prova máxima para a suprema dignidade do hierofante. Hermes, Buda, Jesus, Dante, Zoroastro, tiveram de passar por essa terrível prova. Quem quiser subir, primeiro deve descer. Esta é a Lei. Toda exaltação é precedida sempre por uma humilhação.
Na Nona Esfera, Marte desce para retemperar a espada e conquistar o coração de Vênus. Hércules desce para limpar os Estábulos de Áugias; e Perseu para cortar a cabeça da Medusa com a sua espada flamígera.
O círculo perfeito com o ponto mágico, símbolo sideral e hermético do Astro-Rei e do princípio substancial da Vida, da Luz e da Consciência Cósmica é, sem dúvida, um emblema fálico poderoso e maravilhoso.
Esse símbolo expressa claramente os princípios masculino e feminino da Nona Esfera.
O princípio ativo de irradiação e penetração complementa-se no nono círculo com o princípio passivo de recepção e absorção.  A serpente bíblica nos apresenta a imagem do Logos Criador ou Força Sexual que começa sua manifestação desde o estado de potencialidade latente.
O Fogo Serpentino, a Víbora Sagrada, dorme enroscada três vezes e meia dentro da Igreja coccígea. Se refletirmos seriamente nessa íntima relação existente entre as letras S e a Tau, cruz, ou T, chegamos à conclusão lógica de que só mediante o Sahaja Maithuna (magia sexual) pode-se despertar a serpente criadora.
A chave, o segredo, tenho publicado em quase todos os meus anteriores livros e consiste em não derramar jamais o Vaso de Hermes durante o transe sexual. Conexão do Lingam-Yoni (Phalo-Útero) sem ejacular jamais a Ens Seminis (a entidade do sêmen), porque nessa citada substância se encontra latente toda a Ens Virtutis do fogo.
IAO é o mantra fundamental do Sahaja Maithuna. Cante-se cada letra separadamente no Laboratorium Oratorium do Terceiro Logos (durante a cópula sagrada).
A transmutação sexual da Ens Seminis em energia criadora é um legítimo axioma da sabedoria hermética. A bipolarização desse tipo de energia cósmica no organismo humano foi, desde antigos tempos, analisada nos Colégios Iniciáticos do Egito, do México, da Grécia e da Índia.
A ascensão da energia seminal até o cérebro faz-se possível graças a certo par de cordões nervosos que, em forma de 8, desenvolvem-se à esquerda e à direita da espinha dorsal.
Chegamos, pois, ao Caduceu de Mercúrio, com as asas do espírito sempre abertas. O mencionado par de cordões nervosos jamais poderá ser encontrado com um bisturi, porque é de natureza etérica, tetradimensional.
Essas são as duas testemunhas do Apocalipse, as duas oliveiras, os dois candelabros que estão diante do Deus da Terra e se alguém os quiser danificar, “sai fogo da boca dos mesmos e devora os seus inimigos”.
Na sagrada terra dos Vedas, esse par de nervos é conhecido com os nomes de Idá e Píngala. O primeiro relaciona-se com a fossa nasal esquerda e o segundo, com a direita. O primeiro desses dois famosos nadis é de natureza lunar e o segundo, de tipo solar.
Alguns estudantes gnósticos surpreendem-se ao saber que Idá, sendo de natureza fria e lunar, tenha suas raízes no testículo direito; e que, sendo Píngala do tipo estritamente solar, parta, realmente, do testículo esquerdo. Não nos surpreendamos porque tudo na natureza baseia-se na Lei das Polaridades.
O testículo direito encontra seu antipolo exato na fossa nasal esquerda e o testículo esquerdo encontra o seu antipolo perfeito na fossa nasal direita.
A fisiologia esotérica ensina que no sexo feminino as duas testemunhas partem dos ovários. Nas mulheres, a ordem desse par de oliveiras do templo inverte-se harmoniosamente.
Velhas tradições que surgem da profunda noite dos séculos dizem que quando os átomos solares e lunares do sistema seminal fazem contato no Triveni, próximo ao cóccix, então, por indução elétrica, desperta-se uma terceira força mágica, a Kundalini, o fogo místico do arhat gnóstico.
Está escrito nos velhos textos da sabedoria antiga, que o orifício inferior do canal medular nas pessoas comuns e correntes encontra-se hermeticamente fechado. Os vapores seminais abrem-no para que a cobra sagrada penetre por ele.
Ao longo do canal medular processa-se um conjunto maravilhoso de variados canais: recordemos Sushumaná, o Vajra, o Chitra, o Centralis e o Brahmanadi. Por este último ascende a Kundalini.
É uma espantosa mentira afirmar-se que após haver encarnado o Jiva-Atma dentro do coração, a serpente sagrada empreenda a viagem de retorno até encerrar-se novamente no chacra Muladhara.
É uma horrível falsidade afirmar-se que a serpente ígnea de nossos mágicos poderes, depois de haver gozado de sua união com Paramashiva, separa-se, iniciando a viagem de retorno pelo caminho inicial.
Esse retorno fatal, essa queda até o cóccix, ocorre somente quando o iniciado derrama o sêmen. Aí, então, ele cai fulminado sob o raio terrível da Justiça Cósmica. A ascensão da Kundalini ao longo de seu canal espinhal realiza-se muito lentamente, de acordo com os méritos do coração. Os fogos do Cárdias controlam a ascensão milagrosa da serpente sagrada.
Devi Kundalini não é algo mecânico como muitos supõem. A serpente sagrada desperta com o verdadeiro amor entre homem e mulher e jamais sobe pela espinha dorsal dos adúlteros e perversos.
É bom sabermos que quando Hadith, a Serpente Alada de Luz, desperta para iniciar sua marcha ao longo do canal medular espinhal, emite um som misterioso muito similar ao de qualquer víbora, quando assustada com um pau, o que nos faz recordar a mágica letra S.
A Kundalini movimenta-se, revoluciona-se e ascende dentro da aura maravilhosa do Maha Chohan. O fogo sagrado, ao chegar à altura do coração, abrem-se as asas ígneas do Caduceu de Mercúrio e podemos penetrar em qualquer departamento do Reino instantaneamente.
A subida do fogo sagrado ao longo do canal espinhal, vértebra após vértebra, grau após grau, é muito lenta. Os 33 graus da Maçonaria Oculta de um Ragon ou de um Leadbeater correspondem a essa soma total de vértebras espinhais.
Quando o Alquimista derrama o Vaso de Hermes – refiro-me à ejaculação seminal –, ocorre a perda de graus esotéricos, porque a Kundalini desce uma ou mais vértebras, de acordo com a magnitude da falta.
Amfortas, o venerável senhor do Santo Graal, entre os braços impudicos de Kundry, Gundrígia, Herodias, a Eva tentadora da mitologia hebraica, derrama o Mercúrio da Filosofia Secreta, caindo fulminado com o Arcano 16 da Cabala.
A queda dos anjos rebeldes a ninguém beneficiou e a todo o mundo prejudicou, infelizmente. Se eles não houvessem derramado o Vinho Sagrado, muito diferente seria seu Nêmesis. A lira de Orfeu jamais teria caído sobre o pavimento do templo feita em pedaços.
Baixar à Nona Esfera não é proibido, mas indispensável, para toda exaltação. Porém, cair é diferente, e Amfortas caiu, tu o sabes. Quando a Kundalini alcança o Sahasrara, o lótus de mil pétalas, situado na parte superior do cérebro, desposa-se com o Senhor Shiva, o Terceiro Logos, o Espírito Santo.
Está escrito com letras de ouro no livro do oculto mistério que o famoso Tatwa Shiva Sakti governa o Sahasrara (a Igreja de Laodiceia).
No Magistério do Fogo sempre somos assistidos, e assistimos periodicamente aos aspirantes. A Universidade Adhiátmica dos sábios nos examina pelos Elohim. Eles nos aconselham e ajudam.
Na medula e no sêmen acha-se a chave da salvação humana, e tudo o que não for por ali é inútil perda de tempo.
Kundalini é a Deusa da Palavra adorada pelos sábios. Somente Ela pode conferir-nos a iluminação. Quando a Kundalini desperta e inicia sua ascensão sublime, para dentro e para cima, o Alquimista consegue seis experiências transcendentais, a saber:

Ananda, certa felicidade espiritual
Kampan, hipersensibilidade elétrica e psíquica
Utthan, aumento na porcentagem de consciência objetiva
Ghurni, intensos anseios místicos
Murcha, estados de lassidão ou relaxamentos espontâneos durante os exercícios esotéricos
Nidra, algum modo específico de sono que, combinado com a meditação, se converte em Samadhi (êxtase).

Dar testemunho da Verdade jamais poderá ser um delito. Em minha condição de Kalki Avatara, ou Sosiosh, da nova Era de Aquário, declaro o seguinte: “Com todos os múltiplos processos pseudoesotéricos em voga, ensinados em diversas escolas, não é possível o despertar da Kundalini”.
O sistema fole, com todos os seus variados pranayamas; as diversas Asanas e formas do Hatha Yoga; os Mudras, Bhaktis, Bandhas, jamais poderão manter em atividade o Fogo Serpentino.
As ígneas partículas que escapam da flama sagrada durante certas práticas yogues não significam o despertar da Kundalini, porém, muitos confundem as Chispas com as Chamas.
O fogo serpentino somente pode despertar e ascender com a magia sexual (Sahaja Maithuna). O advento do fogo é o evento cósmico mais extraordinário. O ígneo elemento vem a transformar-se radicalmente, transformando-nos.
No instante em que escrevo estas linhas ardentes, vem-me à memória certa lembrança transcendental: uma vez, durante uma viagem incorpórea, em estado de Êxtase, ou Samadhi, atrevi-me a interrogar minha Mãe Divina Kundalini sobre o seguinte:
“É possível que alguém no mundo físico possa se autorrealizar sem a necessidade da magia sexual?”
A resposta foi terrível: “Impossível, filho meu… Isso não é possível!”. Disse-me com tanta veemência que, francamente, senti-me comovido.
O fogo serpentino é a “Díada” mística, o desdobramento da unidade da Mônada, o feminino aspecto eternal de Brahma, “Deus Mãe”. A serpente ígnea nos confere infinitos poderes, entre eles o Mukti da beatitude final e o Jnana da libertação.

A Nona Esfera


A descida à Nona Esfera foi, nas antigas e grandes civilizações que nos precederam no decurso da história, a prova máxima para a suprema dignidade do Hierofante. Hermes, Buda, Jesus, Dante, Zoroastro e muitos outros grandes Mestres tiveram que passar por essa difícil prova.
Lembrai-vos, amadíssimos discípulos, de que a Nona Esfera é o sexo. Muitos são os que entram na Nona Esfera, mas é muito raro encontrar alguma pessoa que saia vitoriosa dessa difícil prova. A maior parte dos estudantes ocultistas vive mariposeando de escola em escola, de loja em loja, como curiosos, sempre em busca de novidades, sempre à caça de todo conferencista novo que chegue à cidade.
E, quando algum destes estudantes resolve trabalhar com o Arcano AZF, quando resolve baixar à Nona Esfera para trabalhar com o Fogo e a Água, o faz como sempre, “buscando”, sempre curioso e sempre néscio.
O estudante ocultista tenta sempre transformar tudo em “escolinhas e teorias”. Se resolve entrar na Nona Esfera, o faz como se estivesse entrando em mais uma escola. Como sempre um imbecil, um curioso, um tolo.
Difícil é achar um aspirante sério que se defina de verdade pela Senda do Matrimônio Perfeito. Às vezes aparecem alguns estudantes aparentemente muito maduros e sérios, mas logo se vê o que há por trás das aparências. Triste realidade, porém essa é a verdade dessa vida.
As provas da Nona Esfera, são muito sutis e delicadas. O médico aconselha o devoto a fornicar, porque senão corre o risco de adoecer. As comadres metem medo na esposa. Os irmãozinhos de todas as organizações espiritualistas assustam o estudante. Os magos das trevas, disfarçados de santos, aconselham o devoto a derramar santamente o sêmen.
Os pseudossábios ensinam ao aspirante magia sexual negativa com derramamento do sêmen. A forma de ensinar, o requinte sublime e místico que esses tenebrosos, disfarçados de santos, dão à sua doutrina, conseguem desviar o devoto e afastá-lo da Senda do Fio da Navalha, e então o estudante cai na magia negra.
Quando o estudante se desvia, se crê mais sábio que os Mestres da Gnose. Realmente, os fracassados da Nona Esfera, os que não conseguem passar as árduas e longas provas deste Arcano, convertem-se de fato em demônios terrivelmente perversos. E o pior do caso é que nenhum demônio se considera mau e perverso, mas pelo contrário, todo demônio se acha santo e sábio.
No começo, com as práticas de Magia Sexual, o organismo se ressente, às vezes inflamam-se as glândulas sexuais e as parótidas, a cabeça dói, sente-se uma espécie de tontura etc. Isso horroriza os curiosos mariposeadores de “escolinhas”, que fogem aterrorizados, buscando refúgio, como sempre, em alguma nova escolinha. Assim passam a vida estes pobres “tontos”, sempre buscando, sempre mariposeando de “flor em flor”. Até que um belo dia morrem sem terem conseguido nada. Perderam o tempo miseravelmente. Chegada a morte, esses néscios convertem-se em legião de demônios que continuam.
A Nona Esfera é definitiva para o aspirante à realização. Repito que é impossível autorrealizar-se intimamente, sem haver encarnado a Alma. Ninguém pode encarnar a Alma, se não engendrou o Astral Cristo, a Mente Cristo e a Vontade Cristo. Os atuais veículos internos do homem mencionados pela Teosofia são apenas simples formas mentais que todo homem deve dissolver quando intenta autorrealizar-se intimamente.
Necessitamos nascer e isso de nascer é, foi e será sempre um problema absolutamente sexual. É necessário nascer e para tal tem-se que descer à Nona Esfera. Esta é a prova máxima para a suprema dignidade do Hierofante. Esta é a prova mais difícil. É muito raro encontrar alguém que possa passar essa difícil prova. Comumente, todo mundo fracassa na Nona Esfera.
É mister que os esposos se amem profundamente. Costuma-se confundir o desejo com o amor. Todo o mundo canta ao desejo, confundindo-o com isso que se chama Amor. Só aqueles que encarnam sua Alma sabem o que é Amor. O Eu não sabe o que é Amor, pois o Eu é desejo.
Quem encarna sua Alma torna-se então um Buda. Todo Buda deve trabalhar na Nona Esfera para encarnar o Cristo Interno. Na Nona Esfera nasce o Buda. Na Nona Esfera nasce o Cristo. Primeiro devemos nascer como Buddhas e depois como Cristos.
Bendito seja o Amor. Benditos os seres que se amam verdadeiramente. Benditos aqueles que saem vitoriosos da Nona Esfera.

Os Mete-Medo

Muitos pseudoesoteristas cometeram genocídios inqualificáveis. Realmente, os mete-medos contra a Kundalini são um verdadeiro genocídio. É um crime inqualificável contra a humanidade dizer às pessoas, em livros impressos, que despertar a Kundalini é perigoso. Os propagadores de mete-medos contra a Kundalini, são piores que os criminosos de guerra.
Estes últimos cometem crimes contra as pessoas, porém os pseudo-esoteristas propagadores de mete-medos cometem crimes contra a Alma. Quem não desperta a Kundalini não pode encarnar sua Alma. Quem não desperta a Kundalini fica sem Alma, perde sua Alma.
É falso dizer que a Kundalini possa despertar sem que a pessoa progrida moralmente e que portanto tenha que aguardar, até que se realize o dito progresso. O desenvolvimento da Kundalini está controlado pelos méritos do coração. Nós fornecemos instruções concretas sobre a Kundalini e toda verdadeira cultura serpentina conhece profundamente o caminho.
Não é verdade que o Kundalini possa entrar por caminhos diferentes, quando se pratica Magia Sexual Branca. Somente quando se pratica Magia Sexual Negra a Kundalini desce para os infernos atômicos do homem e converte-se na cauda de Satã. Também é falsa aquela absurda afirmação dos mete-medos, de que a Kundalini pode sair do canal medular, romper tecidos, produzir terríveis dores e até ocasionar a morte.
São absolutamente falsas essas afirmações dos assassinos de almas, porque cada uma das sete serpentes tem os seus Mestres especialistas que vigiam o estudante, que nunca é abandonado em seu trabalho. O estudante, quando desperta a primeira serpente, é atendido por um especialista, quando desperta a segunda serpente é atendido por outro especialista e assim sucessivamente. Esses especialistas conduzem a serpente pelo canal medular.
Nenhum estudante está abandonado. Os especialistas têm de responder pelo estudante. Os especialistas vivem no Mundo Astral.
A Kundalini só desperta negativamente, quando se derrama o sêmen. Quem pratica Magia Sexual sem derramamento de sêmen, nada tem a temer.
Ninguém pode ativar os aspectos superiores da Kundalini, sem uma perfeita santidade. É uma inverdade dizer que existem funestas possibilidades para a prematura ativação da Kundalini. Tal afirmação é falsa porque não pode existir a ativação prematura do fogo. A Kundalini só pode ser ativado à custa de santificações. A Kundalini não sobe uma vértebra sequer, se as condições de santidade requeridas para tal vértebra não foram conquistadas. Cada vértebra possui suas condições morais de santidade.
Portanto, é falso e estúpido afirmar que a Kundalini possa despertar ambição, orgulho, ou intensificar todas as baixas qualidades e paixões animalescas do Ego animal. Os que se utilizam desses mete-medos para afastar os estudantes do real caminho são verdadeiros ignorantes, porque a Kundalini despertado com Magia Sexual Branca não pode progredir nem um só grau, se não houver santidade verdadeira.
A Kundalini não é uma força cega, nem tampouco uma força mecânica. A Kundalini está controlada pelos fogos do coração e só se desenvolve à base de Magia Sexual e de Santidade.
Temos de reconhecer que no México a cultura serpentina foi e continua sendo formidável. Cada escultura asteca é um livro maravilhoso de ciência oculta. Ficamos extasiados ao contemplar Quetzalcoatl, com a Serpente enroscada em seu corpo e o Lingam-Yoni em suas mãos. Ficamos assombrados ao contemplar a gigantesca Serpente devorando o mago. Enchemo-nos de singular veneração ao ver o Tigre com um Falo pendurado ao pescoço. Realmente o Verbo está no Falo.
Na cultura asteca não há mete-medos. Cada livro de pedra, cada Lamen indígena, está nos convidando para o despertar da Kundalini. Urge primeiramente despertarmos a Kundalini e depois sermos devorados pela Kundalini. Necessitamos ser tragados pela cobra. É necessário que a Kundalini nos trague.
Necessitamos ser devorados pela Serpente. Quando o homem é devorado pela Serpente, converte-se também em Serpente. Só a Serpente Humana pode encarnar o Cristo. Cristo nada pode fazer sem a Cobra.
As autênticas culturas asteca, maia, egípcia, caldeias etc., são culturas serpentinas, que não podem ser compreendidas sem a Magia Sexual e sem a Kundalini.
Toda a cultura asteca é serpentina. Toda autêntica e verdadeira civilização é serpentina. A civilização sem a Sabedoria da Serpente não é realmente civilização.

Ascensão e Descida da Kundalini

Estão mentindo terrivelmente os pseudoesoteristas ao afirmarem que a Kundalini, depois de subir até o chakra coronário ou Loto das Mil Pétalas, desce novamente até ficar guardado na Igreja de Éfeso ou centro coxígeno. A Kundalini só desce quando o Iniciado se deixa cair. O Iniciado cai quando derrama o sêmen. O trabalho para levantar a Serpente, depois de haver-se caído, é muito árduo e difícil. O Senhor de Perfeição disse: “O discípulo não deve deixar-se cair, porque o discípulo que se deixa cair terá depois que lutar muitíssimo para recuperar o perdido”.
Os hindus dizem que no interior do canal medular há um canal chamado Sushumna, dentro do qual há outro canal chamado Vajrini e dentro deste um terceiro chamado Chitrini, “tão fino como o fio da aranha, no qual estão enfiados os chakras, à semelhança dos nós de uma cana de bambu”. Assim falam os livros sagrados da Índia e nós sabemos que a Kundalini sobe por Chitrini única e exclusivamente com o Maithuna, Magia Sexual, Arcano AZF.
Nós praticamos a meditação interna para alcançar o êxtase, mas sabemos muito bem que a Kundalini não desperta com a meditação, porque a Kundalini é sexual. É falso assegurar que se consegue o despertar do Kundalini com a meditação. A meditação é uma técnica para receber informação. A meditação não é nenhuma técnica para despertar a Kundalini. Os pseudoesoteristas fizeram muito dano com sua ignorância.
Na Índia existem sete escolas fundamentais de Ioga e todas elas falam da Kundalini. De nada servem essas escolas de Ioga, se nelas não se estuda o Tantrismo. O melhor do Oriente é o Tantrismo. Em toda autêntica escola de Ioga Esotérica pratica-se o Maithuna (Magia Sexual). Isso é Tantrismo. Os Tantras conferem à Ioga valor fundamental.
No centro do Loto do Coração existe um triângulo maravilhoso. Triângulo este que existe também no chakra coccígeo e no chakra frontal, sendo que há em cada um destes chakras um nó misterioso. Estes são os três nós. Estes nós guardam um profundo significado. Eis aqui três mudanças fundamentais no trabalho com a Serpente. No primeiro nó (Igreja de Éfeso) abandonamos o sistema de derramar o sêmen. No segundo nó (Igreja de Tiátira) aprendemos a amar verdadeiramente. No terceiro nó (Igreja de Filadélfia) alcançamos a verdadeira sabedoria e vemos clarividentemente.
A Kundalini em sua ascenção tem que desatar os três nós misteriosos. Os pseudoesoteristas maravilham-se pelo fato de que os primitivos iogues hindus não mencionem quase os chakras etéricos ou plexos e por outro lado dediquem toda sua atenção aos chakras do espinhaço e à Kundalini.
Realmente, os primitivos iogues hindus eram tântricos e praticaram o Maithuna. Foram verdadeiros iniciados na sabedoria da Serpente, pois sabiam perfeitamente que na medula e no sêmen se acha a chave de nossa redenção. Eles compreendiam que a Kundalini desperto abre os chakras espinhais e que estes por sua vez põem em atividade os chakras dos plexos. O principal é, pois, os Chakras Espinhais e a Serpente. E isto sabiam muito bem os grandes sábios e os patriarcas das arcaicas civilizações serpentinas.
Nos três triângulos dos chakras básico, cardíaco e frontal, a Deidade está representada por um Lingam sexual, o que diz muito, mas os ignorantes ilustrados sempre buscam evasivas e desculpas para alterar a verdade. Mas não é justo que os pseudo-esoteristas continuem enganando, consciente ou inconscientemente, a pobre humanidade doente. Nós estudamos a fundo as grandes civilizações serpentinas e por isso falamos claramente, para que se salvem verdadeiramente os que quiserem se salvar.
Aqui estamos nós para dizer a verdade, e a dizemos, mesmo que os pseudo-ocultistas e infrassexuais se declarem nossos piores inimigos. Temos de dizer a verdade e a dizemos com muito prazer.
É necessário trabalhar com a Kundalini e desatar os três nós. Os três nós são os três triângulos que transformam nossa vida com Castidade, Amor e Sabedoria.

O Espasmo Sexual

A Loja Branca proibiu totalmente e de modo absoluto o espasmo sexual. É absurdo chegar até o espasmo. Os que estão dispostos a evitar a ejaculação seminal, sem abandonar o prazer do espasmo (gozo que precede à ejaculação), podem sofrer consequências desastrosas para seu organismo. O espasmo é muito violento. Tal violência contra o organismo trará como resultado impotência, danos ao sistema nervoso, etc. Todo aquele que pratica Magia Sexual deve retirar-se do ato amoroso muito antes do espasmo.
Os médicos conhecem sobejamente os motivos pelos quais quem pratica Magia Sexual deve retirar-se antes do espasmo. A Magia Sexual deve ser praticada só uma vez por dia e jamais duas ou mais vezes. Jamais na vida se deve derramar o sêmen. Jamais, jamais, jamais. Esta é a ordem da Loja Branca. Todos temos que entendê-la e obedecê-la.
Se por desgraça vier o espasmo, contra a nossa vontade, os discípulos devem retirar-se do ato imediatamente e tomarem logo a posição de barriga para cima, isto é, ficarem em decúbito dorsal, a fim de refrear o espasmo com os seguintes movimentos:

Indicação

Fazer o supremo esforço que uma mulher faz para parir, enviando a corrente nervosa para os órgãos sexuais, esforçando-se para fechar com a corrente nervosa os esfíncteres ou portas de escape, por onde o licor seminal costuma escapar. Trata-se de um esforço inaudito.
Inspirar, como bombeando ou fazendo subir com a respiração o licor seminal até o cérebro. Ao inalar o ar deve-se vocalizar o mantra HAM imaginando que essa energia sobe até o cérebro e passando depois ao coração.
Exale a seguir o alento, imaginando que a energia sexual está se fixando no coração e vocalize o mantra SAH.
Se o espasmo é muito forte, refreie, e torne a refrear, e continue a inspirar e a expirar com a ajuda do mantra HAM-SAH.
HAM é masculino e SAH é feminino. HAM é solar e SAH é lunar. Tem-se que expulsar rapidamente o ar pela boca produzindo o som SAH, de forma suave e deliciosa. Tem-se de inspirar com a boca entreaberta, cantando mentalmente o mantra HAM.
A ideia primordial deste exercício esotérico é a de inverter o processo respiratório, tornando-o verdadeiramente positivo. No estado atual predomina o aspecto negativo ou lunar SAH, que vem produzir a descarga seminal. Invertendo o processo respiratório mediante esta prática, a força centrífuga converte-se em centrípeta e o sêmen flui então para dentro e para cima.

Ampliação

Essa indicação que acabamos de dar para os casos de espasmo, pode também aplicar-se em geral a toda prática de Magia Sexual. Toda prática de Magia Sexual pode finalizar com este exercício maravilhoso. O trabalho na Nona Esfera significa luta, sacrifício, esforço, vontade. Os fracos fogem espavoridos, horrorizados da Nona Esfera. Aqueles que são devorados pela Serpente, convertem-se em Serpentes, em Deuses.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

NAOS:guia prático para a magia sinistra


O propósito do presente trabalho é prover um guia prático para a magia sinistra esotérica baseada na tradição Septenária. Sendo assim esta é a primeira vez que esta tradição secreta (também conhecida como hebdomadria) é trazida ao público.
Este livro é claramente escrito livre de qualquer mistificação. Sua primeira parte é um guia de como se tornar um Adepto, ou seja trata essencialmente da “Alquimia Negra" e o início de uma jornada rumo aos sete portais do desenvolvimento pessoal. A segunda parte é um guia prático de feitiçaria e técnicas mágicas tratando assim da “Magia Externa” - ou seja, a mudança de eventos/circunstâncias/indivíduos de acordo com os desejos dos feiticeiros ou feiticeiras.
Magia Interna é o caminho oculto da iniciação que na tradição Septenária é o caminho conhecido como o Caminho dos Sete Portais, o caminho das sete dobras.
A terceira parte contêm uma seleção de manuscritos esotéricos que circularam entre os membros da Ordem dos Nove Ângulos, ONA: nestes manuscritos eles apresentam e explicam aspectos avançados do sistema Septenário, assim como outras técnicas, todas diretas e práticas. Estas serão publicados exatamente como circularam.
As técnicas dadas no presente trabalho habilita qualquer individuo a seguir o caminho da sabedoria: alcançar a genuína liberdade individual e esta liberdade – que é "Interna" - emerge do Adepto que é impulsionado a esta compreensão especial pela tradição oculta. De todas as tradições ocultas, a Septenária é provavelmente a mais prática e direta forma de se atingir esta compreensão.

ÍNDICE

Parte Um -  Magicka Physis: Guia Prático para Tornar-se um Adepto
Introdução
I O Caminho Septenário
II Estagio Um: Iniciação
III Tarot Sinistro
IV Estágio Dois: Segundo Grau de Iniciação
V Estágio Três: Adepto Externo
VI O Jogo Estelar
VII O Jogo Estelar: Teoria Esotérica
VIII Estágio Quatro: Adepto Interno
IX Estágio Cinco: Entrando no Abismo

Parte Dois Feitiçaria Esotérica
Introdução
X Canto Esotérico
XI Canto Esotérico como Técnica Magicka 
XII Frenesi Magicko
XIII Visualização e Sigilo Magicko
XIV Magicka Sexual
XV Modelo Magicko
XVI Magicka Empática
XVII Caminhos Sombrios
XVIII Os Deuses Sombrios 

Apêndice
0 O Caminho da Mão Esquerda
I O Sistema Septenário
II Técnicas de Visualização 
III Símbolos Magickos e Escritos 
IV Ritual Hermético de Auto-Iniciação 
V Preparação para Rituais Herméticos 

Parte Três MSs Esotéricos
A A Roda da Vida
B Notas sobre Tradição Esotérica (Septenário/Portais Estelares)
C Tradição Esotérica (Abismo/Textos Alquímicos/Tarot) 
D Notas Sobre Alguns Termos Usados (Arquétipos/Psique/Ego/Self) 
E Atribuições das Runas 
F Musicka, Incenso, Formas 
G Símbolos e Existência 
H Tempo e Existência 
I Jogo Estelar Avançado 
J A Alquimia Proibida

Thorold West, Tradução de Diabolus Shugara

Uma Teoria da Magicka Interna

Fundamental para magicka é a crença que o mundo fenomenal dos cinco sentidos é incompleto. Magickos acreditam que vivemos em um mundo completamente diferente do que nossos cinco sentidos nos mostram - eles acreditam que todas as coisas vivas possuem, porque são vivas, certas energias que nós como indivíduos podemos sentir e “ver”, se nós nos tornamos receptivos a elas. Essa receptividade é uma das metas da magicka ou iniciação oculta – e pode ser dito que envolve o individuo em tornar-se ciente da essência das coisas que estão escondidas pela aparência exterior delas (e isto se aplica a outros indivíduos, tão bem quanto “coisas”).
De acordo com a tradição Septenaria, estas “energias magickas” possuídas pelas coisas e “vida” derivam do que é conveniente descrever como acausal – isto é, toda entidade viva é um ponto ou região onde as energias acausais manifestam em nosso universo causal, fenomenal, a soma e tipo dessa energia sendo dependente do tipo de entidade.
Estas energias acausais (a qual a ciência no presente por tratar somente de entidades e energias causais, não pode descrever) podem ser ditas derivar de um universo acausal paralelo o qual entrecorta nosso universo causal em certos lugares. 
Nós como indivíduos, porque nós possuímos a faculdade da consciência, somos portais para este universo acausal. Nós possuímos (a mais latente) habilidade para “abrir o portal” para o acausal que existe dentro de nossa própria psique para atrair do acausal certas energias, e estas energias podem e fazem alterar de algum jeito tanto nossa própria consciência ou outras entidades/energias que existem no causal. Esta “atração de energias”, e seu uso é magicka. Magicka Externa é o uso de tais energias, direcionadas pelo desejo individual, para trazer mudanças no causal; Magicka Interna é o uso dessas energias para trazer mudança interna, psíquica.
Para atrair tais energias é usualmente necessário para o individuo usar algumas formas de estrutura de trabalho ou simbolismo, e técnicas de magicka externa usam tal simbolismo para trazer compreensão das energias e o seu controle. Vários sistemas de simbolismo existem – a maior parte indicando tipos de energias por deuses, deusas, espíritos ou demônios. Na realidade, os atuais símbolos são somente de importância secundaria, e um Magicko que está seguindo o caminho para Adeptidade logo descartará tais símbolos/nomes/descrições (e assim a própria magicka externa) em favor da compreensão de tais energias como essas energias são. Na tradição Septenaria isto é feito primeiro pela “Arvore de Wyrd” (as sete esferas e os caminhos que as conectam - ver Apêndice I) e então através do “Jogo Estelar”. A Arvore de Wyrd pode ser vista como um mapa da consciência individual (da psique) e daquelas regiões diferentes das individuais onde o acausal e causal se encontram. O simbolismo das esferas e os caminhos (as cartas do Tarot, planetas, incensos, ‘deus-formas’ e outros) são o primeiro ou estágio de Iniciado de compreensão do Jogo Estelar.
Magicka Externa é dividida em duas formas ou tipos: hermética e cerimonial. Magicka hermética é basicamente aquela envolvendo somente um ou dois indivíduos, enquanto que magicka cerimonial envolve mais e pode dito ser magicka “formal” envolvendo rituais ou ritos específicos (usualmente escrito e seguido exatamente) e um Templo/coven/grupo organizado (a Parte Dois do presente trabalho trata somente com magicka hermética da tradição Septenaria - o lado cerimonial é coberto em trabalhos semelhantes como “O Livro Negro”). Já a Magicka Interna é sempre individual.

O Caminho dos Sete Portais

A mente é dividida em sete estágios e estes sete estágios podem ser considerados como representantes de vários degraus de compreensão. Em termos de Magia tradicional na Ordem dos Nove Ângulos, os estágios representam:

1 - Iniciação,
2 - Segundo Grau de Iniciação
3 - Adepto Externo
4 - Adepto Interno
5 - Mestre/Mestra ( ou Alto Sacerdote/Sacerdotisa)
6 - Magnus
7 - Imortal.

Cada estágio é associado com uma esfera da Septenária na ' Arvore de Wyrd ' e outros simbolismos. Por exemplo, o primeiro estágio é associado com a Lia e é associado com Quartzo, o processo alquimico de 'Calcificação' , a palavra ' Nox ' e as cartas do Tarot; 18 - Lua, 15 - Lucifer e 13 - Morte. Cada esfera é considerada com tripartida por natureza, representando os aspectos do Inconsciente, do Ego e do Self. Estes aspectos representam a evolução gradual da "energia" na esfera uma vez que cada esfera é considerada um arquétipo na natureza. - As três cartas do Tarot, mostram os três aspectos desta esfera.
A Mente é essencialmente um meio que permite um entendimento das forças associadas com cada esfera: Primeiramente por uma experiência de todas as forças associadas com cada esfera e então uma experiência com elas na forma como elas mesmas são. Esta segunda experiência cria o "Self" do "Ego" e é uma expansão individual de consciência que representa o que é freqüentemente conhecido como "iluminação."
Os meios pelos quais isto acontece são os Rituais Primários associados com cada esfera , e o Jogo Estelar. Os Rituais Primários são missões práticas que por natureza possuem dois aspectos. A primeira parte consiste em uma série de estudos, meditações e ativamento de certas metas pessoais específicas de acordo com a esfera associada com o ritual Primário em questão, enquanto que a segunda parte é executada pelo individuo em um ritual muito bem especificado. Este ritual é simples tanto em forma como em conteúdo.
A palavra ritual aqui significa um método de se arrancar do interior algo que é em detalhe fervorosamente repetido. Este repetição fervorosa de convicção é importante porque por seguir este procedimento as mudanças na consciência começam a ser produzidas.
Os primeiros estágios do caminho dos Sete Portais são fáceis, mas eles vão gradualmente se tornando mais difíceis e exigindo uma grande dedicação do praticante. a genuína Iniciação e iluminação deve ser trabalhosa, pois ela é conquistada pelo individuo e não dada como um presente.
Os primeiros dois estágios podem ser compreendidos como uma confrontação com os aspectos sombrios da psique individual e uma posterior integração com estes aspectos para uma nova síntese de vida. O terceiro estágio é um confronto com o que Jung chama de "anima/animus” e que a sabedoria oriental chamou de Yin e Yang. O quarto estágio representa o despertar do "Self" provindo da fusão do Ego e do Inconsciente. O Quinto Estágio representa o desenvolvimento da sabedoria individual e um entendimento para além do Self.
Cada estágio têm um procedimento alquímico associado, representando o significado e a compreensão do estágio: por exemplo, o processo da segunda esfera , Mercúrio, é a Separação - e sua forma é a indulgência. O Ritual Primário associado com este estágio é em um sentido uma simbólica representação, em termos psicológicos deste processo alquímico. Aqueles que desejam seguir o Caminho dos Sete Portais devem entender que os rituais Básicos em ordem, começam com a primeira esfera - Iniciação.
Cada estágio dos Sete Portais deve envolver você tanto pessoalmente (emocionalmente) como com experiências mágicas, e estas experiências são consolidadas durante o próximo estágio. Em curto prazo os estágios provocam por sua natureza uma auto-compreensão e um entendimento gradual do processo de aprendizagem.

Iniciação à Tradição Septenária

Iniciação aqui simplesmente significa a intenção de seguir o caminho dos sete portais. Isto é abrir o cadeado que leva ao caminho, a primeira parte do que é descendente ou “escurecedor’. O primeiro degrau porão a abaixo.
Assim, o primeiro estágio pode ser visto como a aceitação de certas forças escondidas em nós mesmos. Para executar o Ritual Primário, primeiramente procure algum lugar isolado ao ar livre - e se possível perto de um rio ou lago.
O ritual deve ser feito em uma noite de lua cheia e os seguintes itens serão necessários.

Perfume/ Óleo de Civit
Velas Prateadas/Brancas
Pedaço de pergaminho
Alfinete de prata.
Tinta e pena de escrever.

O ritual começa ao por do Sol, banhe-se no rio/lago/riacho e depois jogue o óleo/perfume em seu corpo. você pode se quiser agora colocar uma vestimenta ritualística, nesse caso ela deve ser negra. Sente-se, então em uma posição confortável ( a posição em si não é importante, desde que seja confortável para você.) e visualize por alguns minutos o seguinte símbolo, ou "sigilo":


Seguindo com o ritual, acenda as velas ( já adequadamente dispostas) e use o alfinete para furar seu polegar esquerdo. Usando o alfinete inscreva o seguinte sigilo no pergaminho com o sangue:


Mostre o papel como símbolo para o Oeste e para o Sul e então para o leste e o Norte, dizendo em cada ponto:: ‘Com este sinal eu inicio minha jornada!’ Então queime parte do pergaminho em uma das velas jogue o restante no rio/lago/riacho.
Feito isso levante seus braços e visualize a Lua ( Ou olhe para ela se estiver visível) imaginando fortemente uma energia descendo dela até você - visualize a energia como filamentos prateados que chegam da lua e entram em seu corpo preenchendo-o com luz.
Depois da visualização, apague as velas e o ritual se completará.
No dia seguinte (ou tão cedo quanto possível) inicie seus trabalhos com as esferas. Você precisará de um local sossegado onde possa executar os trabalhos e de um Tarot (veja III se você deseja usar o tarot "sinistro", recomendado para o caminho dos sete portais.). De preferência os trabalhos devem ser feitos em um quarto/área usado unicamente para os seus estudos mágicos, este lugar deve ser mobiliado de acordo com seu próprio gosto de forma adequada aos estudos do Oculto - por exemplo, deve haver um altar coberto com pano negro onde é mantido uma esfera de cristal (ou tetraedro), velas de várias cores, o tarot e o que mais achar necessário. O importante é que se escolha uma mobília com a qual se sinta confortável - ela deve sugerir o mundo escondido da mágica. uns poucos itens bem escolhidos são muito mais efetivos em criar uma atmosfera ou aura adequada do que uma grande coleção de artefatos. Lembre-se de reservar um local para o incensório - diferentes incensos serão usados para cada uma das esferas. Da mesma forma, quando trabalhar use somente a luz das velas.
Trabalhos envolvendo as sete esferas são basicamente exercícios e meditação. O trabalho acontece na ordem - Lua, Mercúrio Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Cada trabalho deve durar ao menos uma hora e deve começar após o por do Sol. Não mais de um trabalho deve ser feito por dia.
Para começar, assuma uma posição confortável e então cante ou entoe por três vezes a palavra apropriada para o trabalho (veja tabela abaixo). Então se concentre no sinal ou simbolismo inconsciente da esfera representada pela carta de Tarot Apropriada ( por exemplo para a lua a carta 18 - Lua). Imagine você mesmo como parte da cena que contempla.

ESFERA
PALAVRA 
 SIMBOLO
 TRABALHO MAGICKO
Lua
Nox
Chifres
 Xamanismo Bestial/Licantropia
Mercúrio
 Lúcifer
Pentagrama Invertido
 Ritual Cerimonial
Vênus
 Hriliu
Dragão
 Transe; Magia Sexual
Sol
Lux
Águia
Oraculo; Dança
Marte
 Azif
Septagono Invertido
Sacrificio
Júpiter
Azoth
Jogo Estelar
Jogo Estelar
Saturno
Chaos


Como verá nas descrições das cartas mais adiante, a própria iconografia do desenho será um guia para o estudante. Assim por exemplo, para a carta 18 - Lua, deves imaginar a si mesmo em um deserto, andando por um caminho de torres que se desintegram ao chegar ao topo. Você anda pelas torres e você vê os escorpiões e o livro meio-queimado que estão na cena. Então você pode decidir pegar o livro e ver o que ele contêm, ou investigar as torres aonde os vultos negros perambulam, ou continuar o seu caminho para as montanhas. Você pode fazer todas estas coisas - a escolha é sua.
Seguindo assim, deves então se concentrar na próxima imagem, o estágio do Ego (que para a esfera da Lua é a 15º lámina, Lucifer) - visualizando a si mesmo como parte da imagem. Então se mova para a próxima imagem, o estágio do Self ( Morte-13, para a Lua) e repita o mesmo procedimento.
Cada trabalho é uma jornada no arquétipo mundo da consciência escondida e exposta e deves percorrer cada jornada no espírito de aventura e com a certeza de que o mundo em que esta entrando e tão real quando o que você estava. Sonhe consigo mesmo nos mundos contemplados, pare e converse com os seres que encontrar, descubra para onde os caminho levam o que está no horizonte e além. Preste atenção em sussurros que chegarem como vento e mesmo em pequenos detalhes inscritos nas paredes. Deves fazer um esforço consciente para mudar as imagens na sucessão “Inconsciente, Ego e Self. “



Passe tanto tempo quanto queira em cada imagem, mas sempre complete e seqüência e sempre tome uma decisão consciente (ao usar a ultima imagem) de terminar o trabalho - dizendo ‘Esta feito, e agora voltarei para o mundo de minha casa". tão logo quanto possível escreva em um diário o que sentiu experimentou na jornada.
Um trabalho bem sucedido deve deixá-lo com um sentimento da perda que traz você de volta à um velho e ordinário mundo que parece menor e maçante. Depois de escrever suas impressões do trabalho, gaste ao menos meia hora relaxando. Então deixe a área de trabalho, banhe-se e troque de roupas. É geralmente útil se você empreender o trabalho em um robe ou roupa cerimonial especialmente feita para os rituais do caminho dos Sete Portais.

Tarot Sinistro

Algumas pessoas observaram que há certas diferenças entre as descrições do tarot do NAOS e as imagens desenhadas por C. Beest. O Tarot aqui é descrito em termos talvez um tanto impertinentes ao reino da Magia interna, mas não obstante práticos para várias aplicações.

Os Arcanos Maiores

0 – O Louco
Um homem jovem vestido brilhantemente em pé na beirada de um penhasco, olhando para cima. Ele está segurando uma flauta como que se pronto para tocar e um cachorro está mordendo seu calcanhar. Acima de sua cabeça uma linda borboleta suspensa no ar. Uma lua crescente está no céu do crepúsculo.

1 – O Magicko
Um homem jovem vestindo um manto negro em pé do lado de um altar do qual incenso está se erguendo. Sobre o altar tem um cálice dourado e um tetraedro. Em volta dele tem flores (algumas das quais estão pisoteadas) e no fundo, estrelas – a constelação de Leão e Virgem. Sua mão esquerda está para baixo, apontando para a Terra enquanto sua a sua direita está erguida e segurando uma vara de madeira, esculpida (em runas) com a palavra ‘Desejo’. Em volta do seu pescoço tem um pentagrama invertido.

2 – A Sacerdotisa
Uma linda mulher jovem que está nua do lado de um tetraedro sobre uma montanha elevada. Do lado dela tem uma pequena entrada para uma caverna a qual verte uma luz violeta. Ela usa um adorno de cabeça em forma de lua crescente. Pequenas flores garradas nas rochas descobertas. No vale abaixo da elevação tem um rio, enquanto nuvens cerradas mancham o céu azul.

3 – Senhora da Terra
Uma matura mulher de beleza, nua da cintura para cima. Ela está sentada sobre uma rocha e em uma mão segura uma vara de aveleira cuja ponta de cima cresce uma flor. No seu lado direito senta um cisne o qual está perfurando seu próprio peito do qual sangue goteja para alimentar três jovens que se reúnem em volta. No outro lado senta uma águia, enquanto em volta, crânios humanos com flores germinando através deles. À esquerda têm arvores, seus galhos como braços, e na distancia, um vale e montanhas.

4 – Senhor da Terra
Um homem em vestes carmesim contornado com púrpura em pé sobreolhando uma floresta e o mar distante sobre o qual o sol nasce. Ele descansa seu pé esquerdo sobre o corpo de um homem em uma capa branca, suja de sangue no qual no peito uma espada está empurrando. O homem morto tem a mesma face da figura em pé. Um lobo está sentado do lado do homem morto, olhando para a figura em pé do qual acima da cabeça voa uma águia. Em sua mão direita a figura em pé segura um tetraedro o qual está abrasado em índigo e vermelho.

5 – O Mestre
Um homem de preto usando uma capa escarlate amarrada por uma corrente prateada do lado de um grande tetraedro. Dentro do tetraedro um jovem homem e uma jovem mulher, ambos nus, estão ajoelhados e se abraçando. O fundo é escuro, exceto por uma alta arcada através da qual uma pálida luz entra na câmara -tetraedro estando no centro da câmara. O homem é barbado e sorrindo levemente.

6 – Os Amantes
Um jovem homem e uma jovem mulher, ambos nus, se encarando e segurando as mãos um do outro. Eles estão em uma clareira de árvores e dentro de um circulo de pedras. A mulher usa em sua cabeça uma guirlanda de flores. Do lado de fora do circulo, uma espada, adaga, vestes e cálice estão como se descartados – enquanto no centro uma pequena fogueira queima. No céu tem uma lua cheia. Em volta de uma das pedras, uma cobra está enroscada.

7 -Azoth
Um jovem homem vestido com peles de animal está horrendamente do lado de um pedestal sobre o qual tem uma grande, ardente esfera. No centro da esfera tem uma negrura onde estrelas brilham. O homem está guardando o pedestal, e carrega um machado e uma clava. Ele segura um lobo com uma corrente que está rosnando para o homem vestido de branco caminhando em direção do pedestal trazendo uma oferenda de incenso em um incensório. A distancia, o sol está se pondo e uma lua crescente suspensa no céu. O chão é como vermelho, deserto pedregoso e atrás do homem está o fraco esboço de um dragão verde.

8 – Mudança
Uma mulher mascarada vestida de verde (salpicada com azul) em pé do lado de um grande Septenario Jogo Estelar. Ela está segurando uma das peças em sua mão como se para colocá-la em um tabuleiro mais alto. À esquerda tem um jardim verdejante; à direita, um desolado plano cozido e seco pelo sol amarelo – o jogo estelar colocado sobre a fronteira. A mulher está sorrindo. Uma das peças do jogo está caída sobre o plano e dela uma borboleta está emergindo.

9 – O Eremita
Um homem barbudo vestido de marrom com um cinto de couro no qual pendura uma bolsa, colocado sobre uma saliência entre montanhas nevadas. Ele olha para a distancia. Em uma mão ele segura um cajado, e na outra um cristal o qual está chamejante. E aos pés dele um lobo permanece adormecido.

10 – Wyrd
Uma grande arvore de freixo da qual os galhos fazem um dossel. Três mulheres em longos vestidos verdes em pé em volta de uma pequena poça de liquido borbulhante. Uma das mulheres está sorrindo e atirando pequenas esferas brilhantes dentro do liquido. Outra segura uma cobra que está enroscada em volta da sua mão, enquanto a terceira olha intensamente dentro do tetraedro de crista que ela segura em suas mãos. Atrás das três uma figura escondida em pé, protegendo sua face com sua manga e mão.

11 – Desejo
Uma mulher nua permanece do lado de um leão. Sua mão descansa sobre a cabeça dele; sua outra mão segura um cálice dourado do qual gotas de liquido branco cai no chão. Onde elas tocam a terra, flores germinam, enquanto em volta tem um vermelho-laranja deserto rochoso. O céu acima é um azul profundo, exceto pelo horizonte distante, o qual é vermelho-amarelo, como antes do pôr-do-sol. Perto desse horizonte, uma estrela brilhante é visível.

12 – O Homem Enforcado
Um jovem homem está de cabeça para baixo, pendurado no galho de uma arvore de carvalho por um pé. Suas roupas são verdes, e de uma bolsa de couro que está atada a seu cinto pequenas esferas estão caindo no chão. Um dos seus olhos está fechado, e dele umas poucas gotas de sangue cai. Uma serpente fica perto da base da arvore, e um corvo voa muito perto. A terra em volta é plana e barrenta – laranja-marrom na cor.

13 -Morte
Uma pilha de crânios humanos, formando uma pirâmide, fica perto da extremidade de um penhasco. Abaixo, tem um vale com um rio e atrás, uma floresta queimando, escurecendo o céu com fumaça. O céu perto do penhasco é azul brilhante. Perto dos crânios, uma despedaçada bandeira negra traz um pentagrama invertido flutuando na brisa. Do lado da bandeira, uma mulher alta e linda com um fluido cabelo loiro permanece com seus braços cruzados olhando em direção da floresta queimando. Ela veste uma leve armadura Grega e um arco está pendurado cruzando suas costas, enquanto uma aljava de flechas está atada ao seu cinto. Do lado dela um anão agachado vestido em roupas brilhosas. Ele está gargalhando e limpando sua faca suja de sangue em sua manga.

14 – Hel
Uma mulher de face severa, bonita exceto que um de seus olhos está encolhido, permanece do lado de um lago sombrio cercado por arvores. Ela usa uma veste branca quase transparente que enfatiza sua beleza de corpo. Ela está atirando pequenas esferas de cristais multicoloridos dentro de um lago no qual distante fim tem uma cabeça de um homem, apenas visível acima da superfície. Uma expressão de horror está sobre a face. No céu tem um arco-íris e uma ave de rapina balançando no ar.

15 -Lucifer
Um homem elegante está em pé e nu sobre um dossel do qual abaixo permanece um jovem homem e uma jovem mulher se abraçando. Ambos estão nus. O homem elegante segura uma corrente quebrada em uma mão, e chamas de fogo na outra. Do lado dele está um lobo rosnando, e sobre o outro lado um velho homem barbado segurando um chifre de animal. Um pentagrama invertido está inscrito no dossel, enquanto do lado fica um crânio humano quebrado do qual uma linda flor está germinando. Acima da flor tem uma borboleta.

16 – A Torre
Um castelo se ergue entre rochas. Uma das torres mais altas é golpeada por um relâmpago a dela cai um homem. O relâmpago despedaça algumas das pedras da torre as quais caem em direção do chão. O céu é escuro. Uma jovem mulher, vestida de branco, permanece perto do portão do castelo, olhando em direção a torre e sorrindo.

17 – A Estrela
Uma linda mulher nua com longo cabelo fluindo está acocorada do lado de uma cachoeira, vazando liquido do cálice em sua mão. A cachoeira é num vale, cercado por montanhas. Cachoeira abaixo, é fértil com arvores, flores e arbustos. Cachoeira acima, tudo é rochoso e barrento. O céu é azul brilhoso contendo um padrão de sete estrelas que formam um septagono invertido.

18 – A Lua
Um deserto amarelado com um caminho que leva em direção de duas esmigalhadas, ornadas torres. Montanhas desoladas estão na distancia. Dentro das torres, estão duas indistintas formas curvadas com olhos flamejantes. Entre as torres, e sobre o caminho, um grande livro está meio enterrado na areia. Muitos escorpiões estão sobre e em volta dele. Na dianteira tem uma poça de água seca do lado do qual tem um crânio de camelo, e de uma das rachaduras uma cobra está deslizando.

19 – O Sol
Um brilhante, dourado sol está se erguendo atrás de montanhas cobertas por neve em volta das quais uma águia se lança sobre a preza. Na dianteira tem um plano contendo um circulo de nove pedras no qual figuras vestidas de preto dançam em volta de fogo. Perto do circulo tem um buraco no chão no qual a cabeça de um demônio é visível, assistindo os dançarinos e sorrindo. Atrás das pedras tem um caminho em direção de montanhas no qual um homem barbudo está caminhando, segurando um cajado. Suas costas estão próximas dos dançarinos.

20 – Aeon
Um homem barbudo senta a uma mesa oposto a uma mulher em uma veste vermelha semitransparente. O homem está vestido de preto. Sobre a mesa tem um Septenario Jogo Estelar. À esquerda os restos esmigalhados de uma construção de pedra, algumas áreas das quais são cobertas por hera e grama. A direita tem uma alta, dentada pedra. O homem e a mulher estão olhando em direção da distancia onde uma lua cheia e algumas estrelas são visíveis no horizonte. Uma cidade queimando está indistinta no horizonte. Uma fenda aparece na parte do céu da noite e através dele formas como Dagon estão emergindo. Os Arcanos maiores são formados por vinte e uma lâminas e há ainda onze outras cartas para cada naipe - as quatro cartas da "Corte" (Alto Sacerdote, Alta Sacerdotisa, Guerreiro e Dama), O Ás e outras seis cartas numeradas de dois a sete.

As Cartas de Corte
Alto Sacerdote Alta Sacerdotisa Guerreiro Dama
Silfos Gnomos Salamandras Ondinas
Oeste Sul Leste Norte
Ar Terra Fogo Água
Capricornio Cancer Libra Aries
Diamantes Pentáculos Espadas Cálices

Cada uma das Cartas da Corte é simbolizada de alguma maneira, dependendo do naipe. A carta da Alta Sacerdotisa de Diamantes pode ser desenhada com a Sacerdotisa segurando um diamante, enquanto que a carta do Alto Sacertote de Espadas pode estar carregando uma espada. A cor predominante da carta deve depender de sua atribuição planetária, a saber:

Diamantes - Mercurio,
Pentáculos - Lua
Espadas - Sol
Cálices - Venus.

Isto significa que para Diamantes a cor é Amarelo. (o aspecto Inconsciente), Fundindo-se ao preto (o Aspecto do Ego) e Azul (o Aspecto do Self).


Para Pentáculos as cores são Azul, Prata e Verde.
Para Espadas, Laranja, Dourado e Vermelho;
Para Cálices, Verde, Branco e Prata.

 Sacerdote
Sacerdotisa 
Guerreiro 
Dama 
Homem Barbado 
 Linda Mulher 
Homem Jovem  
Mulher Jovem 
Descalço 
 Sentada 
Cavalo 
Próxima a Água 
Casaco 
 Robe 
Nú  
Nua 
Lobo  
Leopardo 
 Águia 
 Coruja 
Montanhas 
 Clareira 
Deserto 
  Altar 
Cajado 
 Frutas  
Espada 
 Lua Crescente 

Desta forma o Alto Sacerdote, também chamado de Magus será em todos os naipes desenhado como um homem barbado e descalço trajando um manto. Ele carrega um cajado e um lobo aparece na figura que têm as montanhas como cenário.
A impressão dada pela carta do Sacerdote deve passar sabedoria, a Sacerdotisa deve transmitir fecundidade (e velada sexualidade onde a sugestão é mais importante que a explicites.), o Guerreiro deve transmitir força, enquanto a Dama deve passar juventude e deleite.

Os quatro Ás:
Estes representam a base dos elementos.

Diamantes - Brilhante branco que combina com o negro e o índigo na forma de um diamante lapidado.
Pentáculos - Um tetraedro verde sob um pentáculo (um circulo onde há o septagrama invertido). Em volta do pentáculo há o azul e o violeta.
Espadas - Uma espada vermelha/laranja que mergulha em um cálice dourado, sendo rodeado por estrelas amarelas em um cenário púrpura. As estrelas incluem a constelação de Orion.
Cálices - Um cálice azul/verde cheio de um liquido azul/vermelho/verde e rodeado de árvores e um ninho branco e azul.

Dois à Sete:

Estas são as crescentes emanações dos elementos contendo o número apropriado de símbolos. - ex. Sete de Diamantes possui sete diamantes.

O número da carta corresponde a sua cor apropriada

2 - Júpiter
3 - Marte
4 - Sol
5 - Vênus
6 - Mercúrio
7 - Lua

Portanto a cor para 7 serão Prata, Azul e Verde.

O Arranjo do Tarot Satânico

Todo iniciado deveria desenhar e pintar (ou ao menos pagar um profissional para faze-lo) seu próprio Tarot, usando as instruções dadas neste capítulo.
Quando lemos as cartas, cada uma delas deve ser vista e interpretada em relação às outras cartas ao seu redor. Isto é feito porque as cartas são símbolos e carregam certas energias que talvez influenciem a pessoa para quem a leitura esta sendo feita, e estas energias nunca são estáticas ou isoladas. Para auxiliar, os objetivos da leitura devem ser esclarecidos pela criação de um ambiente favorável. Isto é conseguido facilmente - por exemplo pelo uso de uma vela, evitando a presença de qualquer outra pessoa que não o individuo para quem a leitura esta sendo feita, colocando as cartas em um pano preto especialmente feito para isso, queimando um incenso em particular sempre que a leitura é feita ( e nunca usar este incenso para outra finalidade). O ideal seria que a área onde a leitura é feita fosse sempre um ambiente calmo e silencioso.
Dois arranjos de cartas podem ser usados. Estes seguem o embaralhar do maço de maneira calma na qual depois o tarot deve ser contado por três vezes pela pessoa para quem a leitura será feita, onde se formarão três montes de cartas de igual tamanho. Escolha então qual dos cortes você sente que é o mais apropriado para a leitura e use as cartas daquele grupo, comece com a carta no topo do maço.
O primeiro arranjo é o ‘Celta’, o segundo o ‘Septenário’.

Arranjo Celta


Aqui a segunda carta é colocada cruzando coma primeira.

1 - Representa o cliente.
2 - As influencias predominantes que estão agindo contra ele.
3 - Representa o passado distante (que pode ter inconscientemente influenciar o presente.)
4 - Representa o passado (e também as energias do subconsciente).
5 - O presente.
6 - O futuro imediato.
7, 8, e 9 - O futuro em intervalos e 10 o resultado final.

Existem ainda outras influencias a serem consideradas. . 4, 6, 9 e 10 são as formas pelas quais as energias favoráveis fluem, enquanto 3, 6, 8, e 7 representam as energias desfavoráveis.
3-2-10 são a as formas pelas quais as influencias inconscientes podem se manifestar (controlar ou alterar as circunstâncias) de forma positiva. E 5-2-7 são as formas pelas quais o presente vai se desenvolver até concluírem -se em 10 ou como deve-se prevenir-se desta conclusão.
No proceder da leitura dois importantes princípios devem ser entendidos. Primeiro, a interpretação de cada carta não é algo rígido - o significado sugerido por cada uma delas chega a mente de forma natural, intuitiva e espontânea. Por esta razão "livros" que contenham interpretações particulares das cartas devem ser evitados. Esta afinação intuitiva com as cartas quando feita de forma correta despertam as faculdades psíquicas latentes em nossa mente.
O segundo principio é que deve-se ter todas as cartas de cabeça para cima: não há nenhum significado especial em cartas invertidas, porque os padrões de energias transmitidos ao inconsciente pelos simbolismos de cada lâmina são únicos e fluem de uma só maneira.

Septenário


Aqui as cartas são correlatas aos aspectos de cada esfera/planeta. como por exemplo, a 5 é associada a Marte.
Estas relações (em termos de energias) devem ser consideradas da seguinte forma:

1 - São os fatores inconscientes.
2 e 3 - O passado (e o inconsciente tornando-se consciente)
4. O presente
5 - O futuro imediato
6 - O futuro
7 - O resultado final.

Em adição 1 - 2 - 5 são elementos/energias negativas ; 1 - 3 - 6 positivas. 1 - 4 - 7 o que precisa ser feito para se chegar a 7 (ou ainda, as formas de se evitar isso)
Tanto no Arranjo Septenário como no Celta, todas as combinações devem ser vistas como energias que fluem, mudam e se alteram pela influencia das outras energias presentes. Intuição deve habilitar a manifestação destas energias no entendimento - por exemplo, uma influencia em particular pode representar uma pessoa ou evento na vida da pessoa que faz a consulta.

Estagio Dois – Segundo Degrau de Iniciação

A primeira parte desse estagio envolve você em encontrar uma companhia de sexo oposto (Ou de mesma orientação sexual se você é gay) alguém que você sente uma empatia e que você sente que pode trabalhar. 
Essa pessoa deve ter um interesse em seguir os sete estágios, e deve empreender o estagio um, como acima. 
A segunda parte envolve em ambos conduzindo um ritual juntos. Isso tem lugar em uma noite de lua nova, onde os ‘papeis’ de Sacerdote e Sacerdotisa são assumidos. O ritual deve ser empreendido ao ar livre, em um lugar isolado e se possível sobre o topo de uma colina. 
O único item requerido é um cristal de quartzo – o maior, o melhor. Uma forma natural pode ser usada, ainda que um cristal moldado como um tetraedro é ideal. O ritual começa no pôr-do-sol, ambos participantes estando nus. 
A Sacerdotisa começa o ritual, segurando o cristal em suas mãos e cantando sete vezes: 

“Ad Lucifer qui laetificat juventutem meam!” 

O Sacerdote então coloca suas mãos sobre o cristal e canta a mesma frase três vezes. A Sacerdotisa então deita sobre o chão com sua cabeça para o norte, o Sacerdote despertando ela com sua língua antes da união sexual começar. Durante isso, ambos visualizam um buraco aparecendo no espaço ornado com estrelas e energia emergindo desse ‘Portal Estrela’ e fluindo abaixo para eles, derramando neles sua luz e poder. A Sacerdotisa deve visualizar energia como então sendo colocada dentro do cristal. Após seu clímax de estase, ela enterra o cristal na terra da colina, e ambos cantam sobre o lugar: 

‘Aperiatur terra, et germinet Lucifer!’ 

Eles então se vestem, e partem do lugar do ritual. 
Deve ser notado que nesse ritual – como qualquer outro – Lucifer é considerado como o portador de luz: Prometheus, o portador de Pensamento, o único que procura conhecer. 
A terceira e final parte desse estagio envolve você em se colocar em uma difícil meta física, e se esforçando para alcançar isso. Por exemplo, objetivando correr 32 km em 2 horas e meia ou menos, pedalando 160 km em menos de 5 horas e meia. 
Tal meta deve envolver você treinando por algumas semanas ou meses. Esse treino deve começar tão logo quanto você decidiu empreender o segundo estagio do Caminho Septenario, e uma vez que a meta é alcançada você deve tentar o terceiro estagio, associado com o Ritual de Grau de Adepto Externo. Essa meta física é um complemento necessário para as magickas/psicológicas, e essencialmente desenvolve seu desejo ou vontade para suceder. Quando escolher um objetivo, faça-o realístico, mas também difícil. 
Durante esse segundo estagio, continue com o ‘diário magicko’ iniciado no estagio um (descrevendo naquele estagio seus trabalhos com as esferas). Esse diário deve conter detalhes de seus pensamentos/sentimentos a respeito de seu relacionamento com sua companhia, seu treino para o objetivo físico, e um arquivo do ritual da segunda parte do estagio. 

Estagio Três – Adepto Externo

A primeira parte desse estagio envolve você construindo, e aprendendo a jogar (se possível com sua companhia) o Septenário Jogo Estelar (veja capitulo VI). 
A segunda parte envolve o empreendimento do Ritual de Grau de Adepto Externo. Esse ritual deve ser empreendido na noite de lua nova – e você deve ir com algum trabalho encontrar uma localidade conveniente. Essa localidade deve ser um isolado topo de colina, a kilometros de qualquer habitação humana, e deve ser destituída de arvores, dando assim uma visão desobstruída do céu. Se possível escolha uma noite quando as estrelas são visíveis. 
Você deve se vestir todo de preto e levar nada com você exceto as roupas que você usa – por exemplo, sem tocha ou outro meio de luz. Enquanto a escuridão se aproxima fique com sua cabeça para o leste, diretamente sobre o chão. Sua tarefa é permanecer imóvel sem dormir até a aurora. Durante a escuridão você deve pensar sobre os dois estágios empreendidos previamente – particularmente sobre seu relacionamento com sua companhia. Uma vez que você clareou seus pensamentos e sentimentos sobre essas e outras matérias, volte sua atenção para as estrelas – observando elas e seu vagaroso movimento cruzando o céu. Ao amanhecer, reverencie o sol nascendo (ou na direção dele), e parta da colina. Tão logo quanto possível escreva em seu diário magicko seus pensamentos e sentimentos durante a noite. 
Você deve ser honesto consigo mesmo sobre seus sentimentos: como você deve ser honesto sobre o sucesso do ritual. Desde que sua meta é permanecer sem se mover ou adormecer, você deve compreender que se você adormece ou se mover, então o ritual não tem sucesso – e deve ser feito outra vez, até você ter sucesso. Ele é basicamente um teste de sua vontade e uma ‘coagulação’ (veja ‘O Processo Alquímico’) de seus sentimentos, experiências e outros. 
Aqueles que desejam um teste mais difícil devem tentar a seguinte versão do ritual (que não é obrigatória). 
Chegando ao Cairo (Egito) a estrada pro deserto da cidade passada Medinet Sita October (Cidade 6 de Outubro) que vai para o Oásis Bahariya e de lá para Farafra. Pare cerca de 160 km ou mais do Cairo e passe a noite longe da estrada no deserto do Sahara. Retorne ao Cairo no próximo dia. Sua isolação nessa locação será completa. 
No tempo da escritura, há um serviço de ônibus (um ônibus por dia em cada direção) entre o Cairo e o Oásis de Bahariya. Indivíduos intrépidos podem tentar pedalar ao longo da estrada do Cairo. Quaisquer que sejam os meios de transporte usados, o ritual é o mesmo em detalhe como aquele dado acima. 
Ambas as versões devem ser empreendidas sem qualquer assistência de outros, e envolve somente você mesmo. 
A terceira parte desse estagio envolve você empreendendo os trabalhos com as sete esferas outra vez – mas nessa vez com sua companhia (ou outra se as circunstâncias mudarem). 
Siga o mesmo procedimento como no estagio dois exceto que ambos devem se concentrar na mesma imagem ao mesmo tempo e se ajustar de antemão para explorar as cenas juntos. Após cada trabalho, discuta a experiência com sua companhia, e escreva sobre ela em seu diário magicko. 

O Jogo Estelar

O Jogo Estelar tem três funções principais:

(1) Ele desenvolve certos níveis elevados de consciência
(2) Ele é uma nova forma de trabalho magicko apropriado para o século vinte e um e além; e
(3) Ele é uma ajuda para desenvolver certas habilidades magickas – adicionando Atenção, concentração e visualização, tão bem quanto sendo simplesmente um ‘jogo’ que pode ser jogado para uma conclusão contra um oponente.

A primeira das metas detalhadas acima envolve, em parte, um novo modo de pensamento – pois o Jogo Estelar desenvolve a capacidade para pensar e entender em símbolos. Esse ‘pensamento’ entretanto não é o tipo racional, causal, lógico associado com ‘ciência’. Ele é mais o tipo intuitivo ou ‘wholistico’ – o poeta/místico/magicko o qual vê conexões entre as coisas, as quais trazem introspecção e entendimento através de liberdade. Ainda, atrelado a isso, ele desenvolve as qualidades que também avaliam a fundação de nosso desenvolvimento consciente como seres racionais: a faculdade critica, analítica que é tão frequentemente necessitada em alguns que estudam o Oculto em geral e magicka em particular.
Resumindo, o Jogo Estelar é uma ferramenta – para ser usada de acordo como o desejo de quem usa. Para aprender o Jogo, mesmo como um ‘jogo’ requer tempo e certo esforço mental. Como toda genuína magicka, ele não é designado para o preguiçoso ou os curiosos. Aqueles que estão seriamente interessados em aprender o uso dessa ferramenta esotérica devem primeiro construir o jogo Septenário, e praticar jogando-o, sozinho ou com um oponente, por algum tempo. Então, deve-se estudar seu simbolismo magicko – as sete tabuas como as sete esferas da Arvore de Wyrd, as peças pretas e brancas como energias pessoais e cósmicas de ‘luz’ e ‘escuridão’ (ou causal e acausal), as mudanças dessas peças sobre as tabuas como as mudanças na psique do individuo/arraigadas na Terra/cósmicas energias e outras – então devem, empreender magicka usando ele. Aqueles que desejam ir além devem estudar as atribuições aeonicas e então, devem construir e aprender a forma avançada do jogo.
Aqueles que fazem isso terão a satisfação de pertencer a uma elite: de estar em um importante cume de nossa evolução consciente. Será então conforme eles se eles chegam ao limite sempre mais alto. Toda genuína Magicka Negra é um ato de desafio contra as restrições impostas pelo medíocre e os covardes, e nesse sentido (tão bem quanto outros) o Jogo Estelar é um ato de suprema Magicka Negra. É um comento sobre a mediocridade do presente que somente poucos entenderão esse depoimento.

Os Tabuleiros:
Há sete tabuleiros, colocados um sobre o outro em uma espiral e que forma uma representação da Septenária Arvore de Wyrd. Cada tabuleiro consiste de nove quadrantes brancos e nove pretos. Cada tabuleiro é nomeado como uma estrela.



As Peças:

Um conjunto de peças é branco, o outro preto. Cada conjunto consiste de vinte e uma peças, e essas são formadas por três lotes de nove. Assim, cada jogador (‘preto’ e ‘branco’) tem as seguintes peças.


As peças representam combinações dos símbolos alquímicos   onde  é o sal alquímico,  mercúrio alquímico e,  enxofre alquímico (veja Significado Esotérico do Jogo Estelar, abaixo, para o significado do simbolismo).

A Posição das Peças:

Seis peças são colocadas sobre Siriús (dois conjuntos de  ) nos brancos, e seis nos pretos, como na figura a seguir:


Arcturus tem três peças nos brancos, e três nos pretos como na figura a seguir:


Antares tem seis peças nos brancos, seis nos pretos – dois conjuntos de peças  colocadas do mesmo jeito como as peças  sobre Sirius: i.e. sobre os mesmos quadrantes.
Mira não tem peças sobre ela. Rigel tem as três peças restantes dos conjuntos  , colocados como as peças  sobre Arcturus.
Deneb tem seis peças brancas, seis pretas, todas do conjunto  , colocadas como o conjunto  sobre Siriús.
Naos tem as três peças restantes dos conjuntos   , colocados como o conjunto  sobre Acturus.

Os Movimentos:

Cada peça, quando ela é movida, é transformada na próxima peça na seqüência, de acordo como o seguinte modelo:


Assim, uma  ()  quando é movida, torna-se uma peça  () ; uma peça  ( ) torna-se uma peça  () , e outras. Quando uma peça  ()  é movida, ela torna-se uma peça  () , e a seqüência começa outra vez.
As peças do tipo  odem se mover de qualquer tabuleiro para qualquer outro tabuleiro, para qualquer quadrante vago, tão bem quanto para qualquer quadrante vago no tabuleiro que elas estão colocadas sobre.

As peças () podem se mover sobre o tabuleiro que elas estão para qualquer quadrante vago, ou pra cima ou pra baixo dois tabuleiros. Por exemplo, uma peça sobre Sirius pode se mover para Arcturus ou Antares; enquanto uma peça sobre, digamos, Rigel poderia se mover para Deneb, ou Naos, ou Mira ou Antares, para qualquer quadrante vago sobre essas tabuas.
As peças  podem se mover somente sobre um tabuleiro um quadrante por vez para um quadrante de mesma cor, ou pra cima ou pra baixo um tabuleiro para um quadrante de mesma cor. Assim, por exemplo, uma peça sobre um quadrante preto sobre Arcturus poderia se mover para um quadrante preto vago sobre Sirius ou Antares – ou se mover sobre o tabuleiro de Arcturus para um quadrante de mesma cor.
Após qualquer peça ter sido movida de acordo com as regras acima e colocadas sobre um novo quadrante, ela é mudada para a próxima peça na seqüência acima, e quando se move outra vez, se move de acordo com as regras para a nova peça. 

Uma peça  () sobre qualquer quadrante sobre Naos pode capturar qualquer peça de cor oposta sobre qualquer quadrante, exceto Naos. A peça então capturada é removida do tabuleiro e não faz mais parte do jogo. Após tal captura a peça torna-se uma peça  ().

A Meta:
Quando jogado simplesmente como um jogo – i.e. sem qualquer objetivo esotérico – a meta é ocupar certo quadrante sobre o tabuleiro de Mira de acordo com um modelo determinado pelos jogadores antes do jogo começar. Entretanto, peças podem somente ficar sobre o tabuleiro de Mira por três movimentos - após isso, elas devem se mover: sobre o tabuleiro de Mira (se o movimento for legal) ou para outro tabuleiro. O primeiro movimento dos três é colocado como o que traz a peça para Mira.
O primeiro jogador a colocar peças de acordo com o modelo, vence o jogo.
O modelo mais frequentemente usado é dado a seguir:

Variações:

Duas variações na regra são sugeridas. Essas fazem o jogo muito mais fácil, e pode ser usadas enquanto o jogo esta sendo aprendido. A primeira é suspender os três movimentos limite sobre Mira – permitindo as peças sobre aquele tabuleiro permanecer até que elas são movidas pelo jogador ou capturadas pelo jogador oposto. Se essa variação é usada, então os jogadores podem eleger permitir peças  () sobre Naos permanecer por somente três movimentos, após o qual deve ser movida, tornando-se assim peças  ().

A segunda variação é permitir as peças  () sobre Naos não serem hábeis para capturar peças sobre Mira (isso certamente faz o jogo mais fácil). Para incrementar a dificuldade, os três movimentos limite sobre Mira podem ser reinstalados.