sexta-feira, 6 de abril de 2018

Daemon


Daemon (em grego δαίμων, transliteração daímôn, tradução "divindade", "espírito"), no plural daemones (em grego δαίμονες) é um tipo de ser que em muito se assemelha aos gênios da mitologia árabe.

A palavra daímôn se originou com os gregos na Antiguidade; no entanto, ao longo da História, surgiram diversas descrições para esses seres. O nome em latim é daemon, que veio a dar o vocábulo em português demônio.

São deuses de determinadas entidades da natureza humana, como a Loucura, a Ira, a Tristeza, etc. Xenócrates associava os deuses ao triângulo equilátero, os homens ao escaleno, e os daimons ao isósceles.

Seu temperamento liga-se ao elemento natural ou vontade divina que o origina. Não se fala em "bem" ou "mal". Um mesmo daemon pode apresentar-se "bom" ou "mau" conforme as circunstâncias do relacionamento que estabelece com aquele ou aquilo que está sujeito à sua influência.

No plano teleológico, os gregos falavam de eudaemon (εὐδαίμων, eu significando "bom", "favorável") e cacodaemon (κακοδαίμων, kakos significando "mau"): por isso, a palavra grega que designa o fenômeno da felicidade é Eudaimonia (εὐδαιμονία). Ser feliz para os gregos é viver sob a influência de um bom daemon. Assim é a forma como Sócrates se refere a seu daemon.

O conceito original entre os gregos ainda os conecta:

aos elementos da natureza, surgidos em seguida aos deuses primordiais. Assim, há daimones do fogo, da água, do mar, do céu, da terra, das florestas, etc.
a espíritos que regem ou protegem um lugar, como uma cidade, fonte, estrada, etc.
às afetações humanas, de corpo e de espírito, tendo sido estes daimones criados depois. Entre eles estão: Sono, Amor, Alegria, Discórdia, Medo, Morte, Força, Velhice, Ciúmes etc.
O termo "daímôn" o gênio pessoal, foi usado por Sócrates quando ao contrário de seus colegas sofistas não abriu escola assim como não cobrou dinheiro por seus ensinamentos. Ele dizia que apenas falava em nome do seu "daímôn", do seu gênio pessoal.

A palavra "daímôn", da qual se originou o termo demônio, não era, na Antiguidade, tomada à parte má, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos Superiores, chamados de Deuses, e os menos elevados, ou Demônios propriamente ditos, que se comunicavam diretamente com os homens.

Lista de daemones

Cacodaemones (Κακοδαίμονες), é um grupo de espíritos maus que personificavam todos os males que devastam a humanidade.

Agatodaemones (Ἀγαθοδαίμονες) ou Eudaemones (Εὐδαίμονες), é um grupo de espíritos bons que personificavam as virtudes, que acompanham os homens como seus guardiões durante toda a vida.

Daemones Criseus (Δαίμονες Χρύσαιοι) ou Hagnos (Ἁγνοί) ou Epictônios (Ἐπιχθόνιοι), eram os espíritos bem-aventurados da Idade de Ouro, eram trinta mil espíritos habitantes dos céus, que vigiavam os atos dos homens e recompensavam os justos com prosperidade agrícola.

Daemones Argireus (Δαίμονες Ἀργύραιοι) ou Macaros (Μακαροί) ou Hiperctônios (Ὑπερχθόνιοι), eram os espíritos bem-aventurados da Idade de Prata, eram espíritos habitantes das profundezas da terra, que vigiavam os atos dos homens e recompensavam os justos com prosperidade agrícola.

Adefagia (Ἀδηφαγία) era a personificação da gula, da prosperidade agrícola e da fartura no lar.

Adicia (Ἀδικία) era a personificação da injustiça, companheira de Oizus, a miséria.

Aergia (Αἐργία) era a personificação da preguiça e da indolência, e habitava junto de Hesiquia, a quietude, no palácio de Hipnos.

Agon (Ἀγών) era a personificação dos concursos, desafios e disputas solenes, presente nos Jogos Olímpicos, nas peças teatrais e também nos debates e discussões filosóficas.

Aedos (Αἰδώς) ou Aesquine (Αἰσχύνη) era a personificação da vergonha, da humildade e do pudor, representava o sentimento da dignidade humana, tendo como qualidade o respeito ou a vergonha que reprime aos homens do inapropriado. 

Alala (Ἀλαλά) era a personificação do grito de guerra. Fazia parte do séquito de Ares, cujo grito de guerra era seu nome. Filha de Polemos.

Alastor (Ἀλάστωρ) era a personificação da punição contra a descendência daqueles que cometeram crimes contra a família. Era companheiro das Erínias.

Alce (Ἀλκή) era a personificação da força, da valentia e da coragem, e que acompanhava Ares, o deus da guerra, em suas batalhas. 

Aleteia (Ἀλήθεια) era a personificação da verdade, da honestidade e da sinceridade. Seus opostos eram Dolos, a trapaça, Apate, o engano, e Pseudos, a mentira. Criada por Prometeu.

Alexiares (Αλεξιάρης) e Anicetos (Ανίκητος) eram dois deuses menores do Olimpo, que presidiam sobre a defesa de cidades fortificadas e cidadelas. Filhos de Héracles e Hebe.

Algos (Ἄλγος) ou as Algea (Ἄλγεα) era uma Daemon ou um grupo de Daemones que personificavam o sofrimento e a dor, tanto física quanto emocional, que traziam aos homens os lamentos e as lágrimas.

Acos (Ἄχος) era a dor física, a dor do corpo causada pelas doenças, pelos venenos e pelas feridas que podem levar à morte;
Ania (Ἀνία) era a dor psicológica, a dor da mente causada pelo estresse, os problemas e as aflições da vida;
Lipe (Λύπη) era a dor emocional, a dor do coração causada pelo sofrimento, pela tristeza e pelos problemas da vida sentimental;
Amecania (Ἀμηχανία) ou Aporia (Ἀπορία) era a personificação da impotência, da dificuldade, do desamparo e da falta de meios, era companheira de Penia, a pobreza, e Ptoqueia, a mendicidade.

As Anfilogias (Ἀμφιλογίαι) eram a personificação dos conflitos, das disputas e das contendas realizadas fora dos campos de batalha, na vida cotidiana.

Anaideia (Ἀναίδεια) era a personificação da crueldade, do despudor, e do imperdoável, ela era uma companheira de Hibris, o orgulho, e Coros, o desdém. 

As Androctasias (Ἀνδροκτασίαι) eram a personificação das matanças e dos homicídios ocorridos durante as guerras. Filhas de Éris.

Anesiquia (Ἀνησυχία) era a personificação da ansiedade e da aflição, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Sineteia, os costumes, e Tlibere, a tristeza.

Angelia (Ἀγγελία) era a personificação das mensagens, das notícias e das proclamações. Ela era companheira de Arete, a virtude, e Eucleia, a excelência.

Anoia (Ἄνοια) era a personificação da demência, companheira de Lissa, a fúria, de Mania, a loucura, e de Coalemos, a estupidez.

Anteros (Ἀντέρως) era o deus do amor não correspondido. Ele punia os que desprezavam o amor e os cortejos do outro, portanto era o vingador do amor. Filho de Ares e Afrodite.

Apate (Ἀπάτη) era a personificação da malícia, do engano, do ardil, da fraude e da traição. Era companheira de Ate, a ruína, e de Dolos, a astúcia.

Afeleia (Ἀφέλεια), era a personificação da humildade e da simplicidade. Afeleia era companheira de Aedos, a modéstia, e de Eulabeia, a discrição.

As Aras (Ἀραί) eram a personificação das maldições, viviam no mundo subterrâneo junto a suas irmãs e companheiras, as Erínias.

Ate (Ἄτη), era a personificação da ruína, das ações irreflexivas e de suas conseqüências. Era companheira de Apate, o engano, e de Dolos, a astúcia. Filha de Éris.

Bia (Βία) era a personificação da força e da violência, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Cratos, poder, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.

Cacia (Κακία) era a personificação do vício e da imoralidade. Ela era descrita como uma horrenda mulher gorda e vaidosa, muito maquiada e vestida com roupas reveladoras.

Cairos (Καιρός) também chamado de Poros (Πόρος), era a personificação da oportunidade, da conveniência e dos meios para se conseguir algo. Como Cairos, era filho de Zeus e Tique, e como Poros era filho de Métis, mas também poderia ser considerado um deus primordial.

Cale (Καλή) ou Calis (Καλλείς) era a personificação da beleza e graça, Geralmente retratada como uma das três Cárites, possivelmente Aglaia, esposa de Hefesto, mãe das Cárites mais jovens.

Caronte (Χάρων) era o barqueiro do inferno, encarregado de orientar as sombras dos mortos recentes de um lado para o outro do rio Aqueronte, filho de Nix e Érebo.

Coalemos (Κοάλεμος) era a personificação da estupidez e da insensatez, companheira de Lissa, a fúria, de Mania, a loucura, e de Anoia, a demência.

Comos (Κώμος) era um Daemon ou Sátiro que personificava os festejos e as orgias, companheiro de Gelos, o riso. Filho de Dioniso.

Coros (Κόρος) era a personificação da insolência e o desdém. Era irmão de Dissébia, a impiedade, e filho de Hibris, o orgulho excessivo. 

Cratos (Κράτος) era a personificação da força e da violência, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.

Ctésios (Κτήσιος) era a personificação da proteção do lar e da propriedade. Era filho de Sóter, a salvação, e Praxidice, exigir justiça, e irmão das Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a concórdia, e Calocagatia, a nobreza. 

Deimos (Δείμος) era a personificação do terror, companheiro inseparável de Fobos, o medo. Era filho de Ares e de Afrodite, alguns o consideram filho de Éter e Gaia.

Deris (Δηρίς) era a personificação todos os tipos de lutas realizadas pelos homens, tanto no cotidiano quanto na guerra.

Diceosine (Δικαιοσύνη) era a personificação da conduta justa e correta dos homens em sua vida diária, diferente de Dice, a justiça legal, baseada em leis propostas por uma sociedade. Filha de Nomos, a lei, e Eusebia, a piedade, ou possivelmente uma filha de Zeus.

Dolos (Δόλος) era a personificação do ardil, da fraude, do engano, da astúcia, das malícias, das artimanhas e das más ações. Era companheiro de Apate, o engano, e de Ate, ruína.

Disnomia (Δύσνομια) era a personificação da desordem civil e a ilegalidade. companheira de Adicia, a injustiça, de Ate, a ruína, e de Hibris, o orgulho. Filha de Éris.

Dissébia (Δυσσέβια) era a personificação da impiedade. Ela era filha de Hibris, o orgulho, e irmã de Coros, o desprezo. 

Ecequeria (Ἐκεχειρία) era a personificação da trégua e o cessar das hostilidades. Companheira da deusa Irene, a paz. Ela era homenageada em Olímpia, durante os Jogos Olímpicos, quando era declarada uma trégua geral entre os estados da Grécia.

Eleos (Ἔλεος) era a personificação da piedade, da caridade e da misericórdia. Companheiro de Eusebia, a piedade.

Eleutheria (Ἐλευθερία) era a personificação da liberdade.

Elpis (Ἐλπίς) era a personificação da esperança, mãe de Feme, a fama. Ela é descrita como uma jovem mulher geralmente carregando flores e a cornucópia. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada. 

Ênio (Ἐνυώ) era uma antiga deusa destruidora de cidades e é representada coberta de sangue e levando as armas de guerra. Era estava sempre junto de Fobos e Deimos como companheiros de Ares, alguns diziam que era como sua irmã, mas com ele foi mãe de Enialios.

Enialios (Ἐνυάλιος), era um deus menor da guerra e um atendente de Ares, seu filho com Ênio, a carnificina, assim como sua mãe, era o deus responsável pelos horrores da guerra e a destruição das cidades.

Epialos (Ἐπιάλος) Epialtes (Ἐπιάλτης) ou Epiales (Ἐπιάλης) era a personificação dos pesadelos, enquanto que seu irmão Oniros era dos sonhos, faziam parte dos inúmeros filhos da deusa Nix, ou de Hipnos e Pasiteia. 

Epidotes (Ἐπιδώτης) era a personificação da purificação, que desviava a ira de Zeus. Era assistente de Apolo que presidia sobre os ritos de purificação que eliminam contaminação pelos assassinatos.

Epifron (Ἐπίφρων) era a personificação da prudência, e com ela a sagacidade, a reflexão e a solicitude.

Éris (Ἔρις) é a deusa da discórdia, filha de Nix, ou segundo outros de Zeus e Hera, companheira inseparável de Ares, foi a responsável por dar início a Guerra de Tróia.

Érides (Ἔριδες) eram um grupo de Daemones, filhos de Éris, que personificavam os malefícios que assolavam toda a humanidade, geralmente associados com a Guerra e a Matança.

Ponos (Πόνος), o esforço.
Lete (Λήθη), o esquecimento.
Limos (Λίμος), a fome
As Algea (Ἄλγεα), as dores,
As Hisminas (Ὑσμίναι), as disputas.
As Macas (Μάχαι), as batalhas
Os Fonos (Φόνοι), as matanças.
As Androctasias (Ἀνδροκτασίαι), os massacres.
As Neicea (Νείκεα), as rixas.
As Pseudea (Ψεύδεα), as mentiras.
As Anfilogias (Ἀμφιλογίαι), as ambiguidades.
Disnomia (Δύσνομια), a desordem.
Ate (Ἄτη), a ruína.
Horcos (Ὅρκος), o juramento. 
Eros (Ἔρως) era o Daemon ou Deus responsável pela atração sexual, pelo amor e pelo desejo, venerado também como um deus da fertilidade. De acordo com cada versão, poderia ser um deus primordial, nascido junto do Caos, ou um filho de Nix e Érebos, mas geralmente é considerado um filho de Ares e Afrodite. Pai de Hêdone com a mortal Psique.

Os Erotes (Ἔρωτες) são um grupo de deuses alados do amor e do desejo sexual, e fazem parte do cortejo de Afrodite, acompanham Eros e Anteros. Individualmente os Erotes são por vezes ligados aos aspectos particulares do amor, e estão freqüentemente associados com o desejo do mesmo sexo.

Filotes (Φιλότης) o carinho.
Himeros (Ἵμερος) o desejo.
Pothos (Πόθος) a saudade.
Hermafrodito (Ἑρμαφρόδιτος), a alma-gêmea.
Hedilogos (Ἡδυλόγος ) os cortejos.
Himeneu (Ὑμέναιος), o casamento.
Hêdone (Ἡδονή) o prazer.
Étos (Ἤθος) era a personificação da ética, a inclinação de uma personalidade, filho de Nomos, a lei, e Eusebia, a piedade, e irmão de Nous, o pensamento, Sofia, a sabedoria, e Diceosine, a justiça natural.

Eucleia (Εὐκλεία) era a personificação da boa reputação, companheira das três Cárites mais jovens, Eufeme, a aclamação, Eutenia, a prosperidade, Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefestos e Aglaia.

Eudaimonia (Εὐδαιμονία) era a personificação da alegria e da felicidade. Geralmente retratada como uma das três Cárites, possivelmente Eufrosine.

Eufeme (Εὐφήμη) era a personificação da aclamação, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eutenia, a prosperidade, Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefestos e Aglaia.

Eulábeia (Εὐλάβεια), era a personificação da discrição e da cautela, companheira de Afeleia, a simplicidade, e de Aedos, a modéstia.

Eusebia (Εὐσέβια) era a personificação da piedade, da lealdade e do respeito filial, ela era esposa de Nomos, a lei, com quem foi mãe de Diceosine, a justiça natural, além de Étos, a personalidade, Nous, o pensamento, e Sofia, a sabedoria.

Eupraxia (Εὐπραξία) era a personificação do êxito e da boa conduta. Era considerada uma filha de Sóter, a proteção, e Peitharquia, a obediência. 

Eutênia (Εὐθενία) era a personificação da prosperidade e a abundância, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eufeme, a aclamação, e Filofrosine, a amabilidade, filhas de Hefesto e Aglaia.

Feme (Φήμη) ou Ossa (Ὄσσα) era a personificação dos rumores, as fofocas e a fama. Considerada uma mensageira de Zeus. Alguns a consideram como filha de Élpis, de Afrodite, de Oceano e Tétis, ou a última filha de Gaia.

Filofrósine (Φιλοφροσύνη) era a personificação da amabilidade, companheira das três Cárites mais jovens, Eucleia, a boa reputação, Eufeme, a aclamação, Eutênia, a prosperidade, filhas de Hefesto e Aglaia.

Filotes (Φιλότης) era a personificação da amizade e do carinho, da ternura e do afeto, tanto emocional quanto sexual, estava relacionada ao amor entre familiares, ou entre o mestre e seu aluno. Ela era a filha de Nix.

Fobos (Φόβος) era a personificação do medo. Geralmente era o filho de Ares e Afrodite, ele e seu irmão Deimos, terror, acompanhavam seu pai em cada batalha. Mas também poderia ser filho de Éter e Gaia.

Os Fonos (Φόνοι) eram a personificação dos assassinatos e as matanças que ocorriam fora dos campos de batalha, no cotidiano. Filhos de Éris.

Frice (Φρίκη) era a personificação do horror, o pânico e o desespero, companheira de Fobos, medo, e Deimos, terror. 

Ftisis (Φθίσις) era a personificação da decadência e do desperdício. 

Ftonos (Φθόνος) era a personificação do ciúme e da inveja. Ele era associado em particular com as paixões do amor ciumento. Poderia ser filho de Afrodite e Dioniso. 

Fuge (Φύγη) era a personificação da fuga ou do exílio, companheira de Fobos, o medo, e Deimos, o terror.

Gelos (Γέλως) era um Daemon ou Sátiro que personificava o riso e a alegria, companheiro de Comos, a orgia. Filho de Dioniso.

Geras (Γήρας) era a personificação da velhice, desprezado pelos deuses e pelos homens, e que era tido como companheiro e prelúdio inevitável de Tânato, a morte. 

Harmonia (Ἁρμονία) é a deusa da harmonia e da concórdia, embora fosse filha de Ares e Afrodite, não era considerada entre os deuses olímpicos, era a única irmã de Eros, a atração, Anteros, a repulsão, Fobos, o medo, e Deimos, o terror. 

Hebe (Ἥβη) era a personificação da juventude, embora fosse filha de Zeus e Hera, não era considerada entre os deuses olímpicos, era a copeira dos deuses: enchia suas taças com néctar, era uma serva particular de Hera e atrelava os cavalos a seu carro e banhava e vestia seu irmão Ares. Se casou com Héracles com quem foi mãe de dois filhos, Alexiares e Anicetos.

Hêdone (Ἡδονή) era a personificação de todos os tipos de prazeres da vida, mas principalmente o prazer sexual. Filha de Eros, o amor, e da mortal Psique. 

Hedilogos (Ἡδυλόγος) era a personificação das palavras doces, os elogios e os cortejos, e por isso era considerado como um dos Erotes. As vezes era listado entre os filhos de Afrodite e Hermes, e por isso irmão de Peito, a persuasão.

Hermafrodito (Ἑρμαφρόδιτος) era um filho de Hermes e de Afrodite, foi amado pela Ninfa Salmacis que suplicou aos deuses para uni-los para sempre, por esse motivo se tornou um deus de ambos os sexos, personificação das almas-gêmeas, era considerado como um dos Erotes.

Hesiquia (Ἡσυχία) era a personificação da calma, do repouso, do silêncio e da quietude. Ela era filha de Dice, deusa de justiça, e vivia junto de Aergia, a preguiça, no palácio de Hipnos.

Himeros (Ἵμερος) era a personificação da paixão e da luxúria causada pelo desejo sexual, era considerado como um dos Erotes.

Horcos (Ὅρκος) era a personificação dos juramentos e velava por seu cumprimento, castigando o perjúrio. Filho de Éris. Também poderia ser considerado filho de Éter e Gaia.

Hormes (Ὅρμης) era a personificação do impulso criativo, da ação iniciada, do esforço, do empenho e do entusiasmo que gera o trabalho. 

Hibris (Ὕβρις) era a personificação da insolência, da arrogância, do excesso de orgulho e da falta de moderação, mãe de Coros, o desdém, e Dissebia, a impiedade. 

Himeneu (Ὑμέναιος) também conhecido como Himen (Ὑμέν), é o deus das cerimônias de casamento, era o inspirador das festas e das canções. Filho de Apolo e Afrodite ou de Dioniso e Afrodite, ou de Apolo e uma das Musas, Caliope, Terpsicore, Urania ou Clio, ou ainda filho do mortal Magnes. 

Hipnos (Ὕπνος) era personificação do sono. Sua mãe era Nix, e era irmão gêmeo de Tânato, a morte. Vivia em um palácio na Trácia ou junto de sua mãe e irmão em um palácio no reino do mortos. Era pai dos Oniros, sonhos, com a Cárite Pasiteia. 

As Hisminas (Ὑσμίναι) eram a personificação dos combates e das disputas que ocorriam fora dos campos de batalha, no cotidiano. Filhas de Éris.  

Ilítia (Εἰλείθυια) era a deusa dos nascimentos e protetora dos bebês, patrona das parteiras, embora fosse filha de Zeus e Hera, não era classificada entre os deuses olímpicos, mas sim como uma deusa menor, auxiliar de outras deusas parteiras, como Ártemis, Hecáte e Cloto. 

Ioce (Ἰωκή), era a personificação da perseguição no campo de batalha, e que acompanhava Ares em suas batalhas.  

Iscnasia (Ἰσχνασία), era a personificação da devastação, da desolação e do desperdício, ligadas a morte e ao sofrimento. 

Lete (Λήθη) era a personificação do esquecimento, filha de Éris, é também um dos rios do inferno que corre sobre os Campos Elísios. Beber de suas águas provocava um esquecimento completo.  

Limos (Λίμος), era a personificação da fome, filha de Éris. a mando de Deméter, castigou o rei Erisicton com uma violenta fome, por este ter violado um bosque sagrado da deusa. 

As Litas (Λιταί) eram a personificação das orações e das súplicas que os homens faziam nos momentos em que Ate, desespero e desgraça, são causados geralmente por sua Hibris, orgulho excessivo. 

Lugra (Λυγρά) eram a personificação das pragas que devastam a humanidade. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada.  

Lissa (Λύσσα) era a personificação da ira, da raiva, da fúria desenfreada, nasceu de Nix fecundada pelo icor de Urano ao ser castrado por Cronos, companheira de Coalemos, a estupidez, de Mania, a loucura, e de Anoia, a demência. 

Macas (Μάχαι) eram a personificação das batalhas e os combates que ocorriam durante a guerra. Filhas de Éris, formavam um grupo de Daemones que acompanhavam Ares: 

Proioxis (Προίωξις, ) a investida, é a personificação da investida, o ataque, o avanço nos campos de batalha;  
Palioxis (Παλίωξις), a retirada, é a personificação da retirada, a fuga, o retrocesso dos campos de batalha;
Cidoimos (Κύδοιμος), a desordem, ou Homados (Ὅμαδος), o tumulto, é a personificação da confusão, do tumulto, do fragor da batalha.
Mania (Μανία) ou Manias (Μανίαι) eram a personificação da loucura, da demência, da insanidade e do frenesi sagrado. companheira de Coalemos, a estupidez, de Lissa, a fúria, e de Anoia, a demência.

Megalopsiquia (Μεγαλοψυχία), era a personificação da magnanimidade, a superioridade alcançada pela glória, pela virtude e pela a nobreza. Companheira das Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a unidade, e Calocagatia, a nobreza.

Mete (Μέθη) era uma Ninfa bacante que personificava a embriaguez, companheira de Dioniso, esposa de Estafilos, o cacho de uvas, e com este mãe de Botris, fruta da uva. 

As Moiras (Μοίραι) três deusas que personificavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos homens. Eram três mulheres lúgubres, vestidas com túnicas brancas, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos, podiam ser filhas de Nix, ou de Zeus e Têmis, ou ainda de Aeon e Ananque.

Cloto (Κλωθώ) a fiandeira, segurava o fuso e tecia o fio da vida.
Láquesis (Λάχεσις) a distribuidora, puxava e enrolava o fio tecido e media o seu comprimento.
Átropos (Άτροπος) a inevitável, ela cortava o fio da vida.
Momo (Μώμος) era a personificação do sarcasmo, da zombaria, da crítica, e da ironia. Vivia no Olimpos, até ser expulso para a Terra, por causa de suas constantes zombarias com os deuses.

Moros (Μόρος) ou Oletros (Ὀλέθρος), era a personificação da sorte, do destino e da condenação iminente dos homens. junto com seus irmãos, as Moiras, as distribuidoras do destino, Quer, a fatalidade, as Queres, a morte violenta, e Tânato, a morte tranquila, eles formavam um grupo de divindades que presidiam sobre o destino, também poderia ser associado com Aeon, um deus primordial.

Neicos (Νεικός) ou as Neicea (Νείκεα), era a personificação do ódio, da raiva, das disputas, das rixas, das queixas, das discussões e das ofensas. Filhos de Éris.

Nêmesis (Νέμεσις) era uma Daemon ou uma Deusa que personifica a distribuição equitativa da justiça, da ética e da moral, do castigo, da vingança e da fortuna. Castigava aos orgulhosos, os que não obedeciam aos deuses, aos filhos desobedientes a seus pais, vingava aos amantes infelizes.

Nice (Νίκη) era a personificação da vitória, filha de Palas e Estige, irmã de Zelos, disputa, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus. Representada por uma mulher alada com uma coroa de louro na mão, capaz de correr e voar com grande velocidade, era a portadora da boa sorte.

Nomos (Νόμος) era a personificação da lei cívica, estabelecida pelo estado e pela sociedade, os direito e deveres, os bons costumes, matinha a ordem e a harmonia entre os homens e seu comportamento em sociedade. Com Eusebia, a piedade, e foi pai de Diceosine, a justiça natural, de Étos, a ética, de Nous, o pensamento, e de Sofia, a sabedoria. 

Nosoo (Νόσοως) ou os Nosos (Νόσοι) eram a personificação das doenças, que devastam a humanidade. É mencionada no mito da caixa de Pandora, na qual estava encerrada.

Nous (Νούς) era a personificação da inteligência, do pensamento e da razão, filho de Nomos, lei, e Eusebia, piedade, irmão de Diceosine, a justiça natural, de Étos, a ética, e de Sofia, a sabedoria. 

Oizus (Ὀιξύς) era a personificação da angústia, da miséria e da tristeza. Companheiro das Algea, as dores, de Limos, a fome, de Penia, a pobreza, de Ptoqueia, a mendicidade, de Amecania, a necessidade, e de Pentos, os lamentos.

Oniro (Ὄνειρος) ou os Oniros (Ὄνειροι) eram a personificação dos sonhos, geralmente eram mensageiros de Zeus aos homens, viviam em um palácio no reino dos mortos, e todas as noites atravessavam dois portais, um de chifres e um de marfim, geralmente era um filho de Nix, ou vários filhos de Hipnos e Pasiteia:

Morfeu (Μορφεύς), a forma, que se destaca como chefe dos Oniros, é o responsável por produzir as imagens humanas nos sonhos e levar mensagens aos homens. 
Icelo (Ἴκελος), o semelhante, ou Fobetor (Φοβήτορ), o temido, que aparece nos sonhos com forma de serpente, pássaro ou qualquer outro animal. 
Fantaso (Φάντασος), a imagem, que apresenta imagens de terra, rochas, água e madeira. 
Oporia (Ὀπωρία) era a personificação da prosperidade e da abundância agrícola, associada com a generosidade das ricas colheitas.

Paeon (Παιήων) era um Deus da cura, era principalmente o médico dos deuses, que foi assimilado mais tarde pelo culto de Apolo e de Asclépio. 

Paregoros (Παρηγόρος) era a personificação do consolo, o conforto e as palavras suaves. Era uma companheira de Afrodite, assim como Peito, a persuasão, poderia ser filha de Hermes e Afrodite, ou de Oceano e Tétis.

Peitarquia (Πειθαρχία) era a personificação da obediência ao comando, uniu-se a Sóter, a proteção, e gerou Eupraxia, a boa conduta. 

Peito (Πειθώ) era a personificação da persuasão e as palavras sedutoras. Era uma companheira de Afrodite, assim como Paregoros, conforto, poderia ser filha de Hermes e Afrodite, ou de Oceano e Tétis. 

Penia (Πενία) era a personificação da pobreza, a necessidade, a dificuldade, a falta de meios, era odiada e marginalizada por todos os homens. Era companheira de Ptoqueia, a mendicidade, e Amecania, o desamparo, também poderia ser associada com Ananque, a necessidade, como uma deusa primordial. 

Pentos (Πένθος) era a personificação da dor, do luto, do sofrimento, da tristeza, do pesar e da lamentação, que traziam aos homens as lágrimas. Companheiro das Algea, as dores, de Limos, a fome, de Penia, a pobreza, de Ptoqueia, a mendicidade, de Amecania, a necessidade, e de Oizus, a miséria. 

Pistis (Πίστις) era a personificação da confiança, da honestidade e da boa fé.  

Plutos (Πλούτος) ou Eniatos (Ἐνιάτος) era a personificação da riqueza e da prosperidade. Antigamente era associado exclusivamente com a generosidade das ricas colheitas. Mais tarde, ele passou a representar a riqueza em termos mais gerais. Filho de Tique, a fortuna, ou de Deméter e Iasion. 

Poine (Ποινή) ou Poines (Ποιναί) eram a personificação da vingança, da punição, do castigo e da penalidade lançada aos homens culpados por homicídio. Estava relacionada com Praxidices, impõe a justiça, e com as Erínias, as vingadoras dos terríveis crimes contra os pais. 

Polemos (Πολέμος) a personificação da guerra e da batalha, tanto no campo de batalha quanto fora dele. Era mãe de Alala, o grito de guerra, companheira das Macas, as batalhas, Androctasias, os massacres, Hisminas, as disputas, e os Fonos, os assassinatos. 

Pompe (Πόμπη) era a personificação do cortejo religioso, principalmente, as procissões de fertilidade realizadas em honra de Dioniso.  

Ponos (Πόνος) era a personificação do trabalho pesado, do esforço necessário, e da fadiga, como o trabalho exigido aos agricultores com o intuito de sobreviver. Filho de Éris. 

Poros (Πόρος) era a personificação da oportunidade, a conveniência, os meios para se conseguir algo e da utilidade, unido com Penia, a pobreza, foi pai de Eros. Poderia ser associado a Cairos ou Aeon, como um deus primordial. 

Potos (Πόθος) era a personificação do anseio e da nostalgia provocadas pela paixão, de humor inconstante, filho de Zéfiro e Íris. Era considerado um dos Erotes, companheiros de Afrodite. 

Praxidice (Πραξιδίκη) era a personificação da justiça exata, impossível de escapar, vivia no mundo dos mortos junto com Poine, a punição, com Sóter, a salvação, teve três filhas: Arete, a virtude, e Homonoia, a unidade, Calocagatia, a nobreza, além de Ctésios, o lar. 

As Praxidices (Πραξιδίκαι) eram a personificação da justiça exata, impossível de escapar. Eram três filhas de Sóter, a proteção, e Praxidice, a justiça exata, e viviam no mundo dos mortos ao lado das Poines e Erínias. 

Arete (Ἀρέτη), virtude, personificava a virtude, a excelência, a bondade e a coragem. 
Homonoia (Ὁμόνοια), unidade, personificava a concórdia, a conciliação, e a unidade de pensamento. 
Calocagatia (Καλοκαγαθία), nobreza, personificava a honra, a nobreza e a bondade. 
Profasis (Πρόφασις) era a personificação da humildade e o perdão, que desculpa os males causados pelos homens, pela mentira, a falsidade e a difamação, fugiu para o céu junto de Aedos e Nêmesis quando o homem foi dominado por esses sentimentos.

Pseudos (Ψεύδος) ou as Pseudea (Ψεύδεα) eram a personificação das mentiras e das falsidades. Eram companheiras de Apate, o engano, de Ate, ruína, de Dolos, as artimanhas.

Ptoqueia (Πτωχεία) era a personificação da mendicidade, portanto, era odiada e marginalizada por todos os homens. Era companheira de Penia, a pobreza, e Amecania, o desamparo,

Quer (Κήρ) também chamada de Ananque, era a personificação do destino cruel, fatal e impossível de escapar, ela traz a morte aos homens. Como Quer era considerada um filha de Nix, mas como Ananque, era considerada uma deusa primordial.

As Queres (Κήρες) eram a personificação da morte violenta, lideradas por Quer, a fatalidade, que junto de Moros, o destino, e das três Moiras, deusas do destino, formavam um grupo que presidia sobre o destino dos homens. Companheiras de Tânato, nas batalhas.

Sofia (Σοφία) era a personificação da sabedoria e o conhecimento, geralmente ligada a filosofia, aos grandes mestres do passado, as experiências da vida que surgem com o decorrer da idade, companheira de Geras, a velhice. Filha de Nomos, a lei, e Eusébia, a piedade.

Sóter (Σωτήρ) era a personificação da segurança, da proteção e do livramento do mal. Com Peitarquia, a obediência, e gerou Eupraxia, a boa conduta, depois com Praxidice, a exigir justiça, e gerou as Praxidices: Arete, a virtude, Homonoia, a concórdia, e Calocagatia, a nobreza, também foi pai de Ctesios, o lar.

Sofrosine (Σωφροσύνη) era a personificação da moderação, da discrição e do auto-controle.

Sineteia (Συνήθεια) era a personificação dos hábitos e dos costumes, especialmente aqueles relacionados as tradições do matrimônio, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Anesiquia, a ansiedade, e Tlibere, a tristeza.

Tecmor (Τέκμωρ) era a personificação da meta, do objetivo e da finalidade. Poderia ser associada com Penia, a pobreza, assim como uma deusa primordial.

Tecne (Τέχνη) era a personificação da arte, da habilidade técnica e dos trabalhos manuais. Ela foi associada com os ferreiros e os artesãos. 

Telete (Τελέτη) era uma Ninfa bacante que personificava os ritos de iniciação e consagração das orgias báquicas. Ela era filha de Dioniso com a Ninfa Niceia, e acompanhava o cortejo de seu pai.

Tânato (Θάνατος) era a personificação da morte não violenta. Seu toque era suave, como o de seu irmão gêmeo Hipnos, o sono. Vivia em um palácio na Trácia ou junto de sua mãe e irmão em um palácio no reino do mortos.

Teoria (Θεωρία) era a personificação das festas, da alegria e da felicidade da lavoura, foi associada com a alegria proporcionada nos banquetes no Simpósio. 

Tlibere (Θλιβερή) era a personificação da tristeza, era uma das servas pessoais de Afrodite, junto de Sineteia, a os costumes, e Anesiquia, a ansiedade. 

Trasos (Θράσος) era a personificação da imprudência, da audácia, da insolência e da ação excessiva. Era companheiro de Ate, a ruína, e Híbris, o orgulho. 

Zelos (Ζῆλος) era a personificação da rivalidade, filho de Palas e Estige, irmão de Cratos, poder, Bia, violência, e Nice, vitória, faziam parte do cortejo de Zeus.

Logosofia


A logosofia (do grego λόγος - logos = palavra, verbo e σοφία - sophia = sabedoria, ciência original) é uma escola ou um método de ensino desenvolvido pelo pensador e educador humanista Carlos Bernardo González Pecotche, que busca oferecer ferramentas de ordem conceitual e prática para obter o auto aperfeiçoamento, por meio de um processo de evolução consciente que conduz ao conhecimento de si mesmo.
Estabelece que os pensamentos são autônomos e independentes da vontade individual, e que nascem e cumprem suas funções sob a influência de estados psíquicos ou morais, próprios ou de outrem. Tem como finalidade libertar as faculdades mentais das influências sugestivas, para que o indivíduo, pensando melhor, compreenda os verdadeiros objetivos da vida.
Pretende com isso, estimular os alunos para que sejam pessoas cada vez melhores e mais conscientes de seus atos, palavras e sentimentos. Segundo sua diretora do Colégio Logosófico de Brasília: “Trabalham todos os conteúdos como nas outras escolas, só que não focam apenas no cognitivo, mas também na parte moral e espiritual do ser humano”.
A escola logosófica dá a conhecer um método e um conjunto próprio de disciplinas que objetivam levar o homem ao conhecimento de si mesmo, dos semelhantes, de Deus, do universo e de suas leis eternas, e ainda como uma nova forma de sentir e conceber a vida, por apresentar uma nova concepção do homem, de sua organização psíquica e mental e da vida humana em suas mais amplas possibilidades e projeções.
Com a criação da primeira sede da Fundação Logosófica na cidade de Córdoba, Argentina, surge a logosofia em 1930. Raumsol, criou, além da fundação logosofica,o setor infantil( apenas para filhos de estudantes ) e o setor de adolescentes ( para qualquer adolescente ou jovem que queira estudarem mesmo não sendo filho de estudantes).

Etimologia

O Logos (em grego λόγος, palavra), no grego, significava inicialmente a palavra escrita ou falada — o Verbo. Mas a partir de filósofos gregos como Heráclito passou a ter um significado mais amplo. Logos passa a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza.
Sophia (em grego Σοφία, sabedoria) é o que detém o "sábio" (em grego σοφός, "sofós"). É um conceito que distingue-se de "esperteza" ou do comumente é chamado "inteligência".
O nome "logosofia" combina as raízes gregas “logos” e “sophia”, as quais González Pecotche adotou com significados específicos respectivamente de "verbo criador ou manifestação do saber supremo", e "ciência original ou sabedoria", para "designar uma nova linha de conhecimentos, uma escola, um método e uma técnica que lhe são eminentemente próprios".

Princípios

Objetivos da logosofia

Alguns objetivos centrais da logosofia são: a evolução consciente do homem mediante a organização de seus sistemas mental, sensível e instintivo; o conhecimento de si mesmo, que implica o domínio pleno dos elementos que constituem o segredo da existência de cada um; o conhecimento do mundo mental, transcendente ou metafísico, onde têm origem todas as ideias e pensamentos que fecundam a vida humana; o desenvolvimento e o domínio profundos das funções de estudar, de aprender, de ensinar, de pensar e de realizar.
Não se trata de investigar a psicologia dos demais, é a psicologia de si mesmo o assunto de estudo e é com miras a realizar esse estudo sem equívocos nem omissões que a logosofia expressa que seu método orienta para as partes mais essenciais desse conhecimento.
Afirma que o próprio aperfeiçoamento que conduz ao conhecimento de si mesmo não teria maior andamento se não se achasse assistido pela ideia de ajudar ao semelhante, de quem cada um necessita ao longo de seu processo de evolução consciente para realizar suas observações e realizar cotejos e confrontações de suma utilidade nos reajustes internos individuais.

Logosofia e educação

A pedagogia logosófica é o sistema pedagógico que se baseia nos ensinamentos da logosofia. É ênfase da pedagogia logosófica desenvolver no aluno o interesse pelo conhecimento (em todas as suas formas), além da percepção do quão proveitoso é para a própria vida conhecer a si mesmo.
A logosofia propõe que todo processo de renovação da educação comece necessariamente por um processo de autoconhecimento e renovação do próprio docente, haja vista que "querer renovar sem haver renovado a si mesmo é como querer dar o que não se possui".
Por isto, é necessário ao educador que se preste a empregar a pedagogia logosófica que busque superar-se, constituindo também um exemplo aos seus alunos do que ensina e recomenda-se que ele esteja realizando o processo de evolução consciente preconizado pela logosofia. É também princípio da pedagogia logosófica a vinculação sensível entre docente e discente, pelo cultivo do afeto, princípio fixador das relações humanas. No ambiente de ensino em que se emprega tal modalidade de ensino, é essencial que se preze por cultivar qualidades morais e éticas como o respeito, alegria, disciplina, tolerância, ajuda sincera, liberdade e estímulo ao saber, ao anelo de ser melhor e à prática constante do bem. Uma das coisas as quais se dedica o educador ao seguir essa pedagogia é no favorecimento das manifestações tutelares do espírito da criança e do adolescente e o acercamento de estímulos naturais e positivos, indispensáveis à formação do caráter.
Também é essencial que haja ação conjunta e integrada entre o lar e a escola, como instituições educacionais básicas.
Em sua tese de doutorado intitulada "Educar o indivíduo é promover seu processo de evolução consciente", o dr. Elie Cohen Gewerc, baseando-se na pedagogia logosófica, propõe um enfoque pedagógico radicalmente novo em relação ao modelo atual: a evolução consciente. Diz que "A tendência habitual é projetar o ser para fora de si, para que se instale no mundo ambiente". Com a nova pedagogia logosófica, "o primordial é levá-los a investigar e conhecer seu próprio mundo interno".

Posição em relação às crenças

Desde o ponto de vista logosófico, a crença foi uma das causas que mais entorpeceu o desenvolvimento moral e espiritual do ser humano, ao produzir certo grau de inibição mental que dificulta e ainda chega a anular a função de razoar, afirmando que assim é como o homem fica exposto ao engano e má fé daqueles que tiram partido dessa situação, chegando a admitir até as coisas mais inverossímeis.
Utilizando o neologismo psiqueálise, a logosofia assinala que é na mente das crianças onde é produzida a paralisação de uma zona mental, produto da inculcação dogmática de ideias que altera a faculdade de entender e discernir com liberdade em suas funções mais elevadas. Daí que a logosofia institua a necessidade da revisão de todo conceito velho ou novo admitido sem reflexão e análise, incluindo os formulados por esta própria doutrina filosófica, ainda quando suas afirmações pareçam inobjetáveis. É só mediante a experimentação e revisão contínua do compreendido como se assegura um processo de aprendizagem em evolução que, por sua vez, o irá liberando dos ressaibos de toda fórmula dogmática.

Configuração psicológica do ser humano segundo a logosofia

A logosofia afirma que o ser humano tem uma configuração bio-psico-espiritual. Propõe que a face psicológica está composta por um sistema mental, um sistema sensível e um sistema instintivo.
No sistema mental, descreve a existência, por um lado, de uma série de faculdades como a de pensar, a razão, o entendimento, a intuição, a observação, a imaginação, e outras entre as que inclui as que denomina acessórias. Chama a inteligência de faculdade máxima ao englobar a todas as demais. Existiriam, segundo a logosofia, duas mentes, uma primordialmente dedicada às atividades comuns e outra às transcendentes.
Por outro lado, afirma a existência de uma região onde residem os chamados "pensamentos", que define como entidades autônomas e independentes da vontade individual, que nascem e cumprem suas funções sob a influência de estados psíquicos e morais próprios ou alheios. Alguns exemplos seriam propósitos, preconceitos ou crenças de origens religiosa, ideológica ou qualquer outra; também considera pensamentos às chamadas deficiências como a vaidade, a falta de vontade ou o egoísmo, e as que denomina antideficiências, como a modéstia, a resolução, a equanimidade, etc. Outros exemplos de pensamentos seriam a propaganda publicitária, as modas, os hábitos, as tradições sociais, etc.
A logosofia propõe classificar tais pensamentos na própria mente para estudá-los e selecioná-los segundo estabelece seu método; algumas destas classificações são: "próprios e alheios", "dependentes e independentes da vontade", "bons e maus", "úteis e inúteis", "dominantes e benignos", "intermitentes e obsessivos", etc. Tal proposta de classificação levaria à gradual reconquista da autoridade da consciência sobre a própria mente.
Em relação ao sistema sensível, afirma que tem uma zona com faculdades sensíveis como as de amar, sentir, perdoar, compadecer, sofrer, agradecer e consentir. Segundo a logosofia, estas faculdades em conjunto formam a sensibilidade, que é a que sustentaria o indivíduo em sua fase anímica. A outra zona, diz, corresponde aos sentimentos. Alguns exemplos de sentimentos que expressa são o amor, o afeto, a gratidão, etc. Afirma que os sentimentos se perpetuam pelo estímulo incessante da causa que lhes deu origem.
O sistema instintivo contaria com as energias que o ser humano teve que utilizar nas primeiras idades em sua defesa, incitado pelas exigências da vida primitiva. Afirma que, passadas essas etapas, em lugar de encaminhar essas energias instintivas e subordiná-las aos outros dois sistemas, foi alterado o processo que -diz- deveu seguir, existindo ainda no presente um predomínio do instinto sobre os outros dois sistemas que descreve. Expressa que o ódio, a vingança, a cobiça, a luxúria, o ciúme, entre outros, aparecem aguçando-se na regição instintiva desnaturalizada do ser humano, explicitando que estes não seriam "maus sentimentos", como por ocasiões são chamados, já que não poderia ser um sentimento o criado pelas paixões inferiores do ser humano. Segundo a logosofia, mediante a evolução consciente que preconiza, o instinto pode ser liberado dos aspectos que o inferiorizam.

Pedagogia e método logosófico

O método logosófico consiste de três partes: a expositiva, a aplicada e a de aperfeiçoamento. As três partes se encontram intimamente ligadas entre si e juntas concorrem à finalidade da evolução consciente do indivíduo e sua exaltação ao máximo de conhecimento humano na ordem transcendente.
Em sua parte expositiva, utiliza um método didático não sistematizado. Tal técnica foi filosoficamente criticada, assinalando-se que "Além de suas interessantes observações sobre a tragédia do mundo contemporâneo e a polidez de seu estilo, o ordenamento que usa parece-nos ainda em vias de cristalização", no entanto, a didática não sistematizada é utilizada ex-professo segundo seu próprio autor, que afirma que sua pedagogia é "psicodinâmica", de modo a estimular o leitor a pensar. Assinalou-se que a didática logosófica neste sentido se assemelha ao hipertexto, em que, por exemplo, um parágrafo de um livro explica um de outro livro.
Esta técnica pedagógica que contém o método logosófico também foi descrita como um "método espiral", que consiste em realizar um estudo genérico inicial, voltando-se depois ao mesmo tópico com maior profundidade e assim sucessivamente, de forma indeterminada. No entanto, o autor assinala alguns temas a serem encarados em um primeiro momento, como o sistema mental, a conformação da inteligência e suas faculdades, os pensamentos, as deficiências caracterológicas típicas, o sistema sensível e suas faculdades, os sentimentos, o processo de evolução consciente, as leis universais, entre outros.
A parte aplicada do método expressa que estudar logosofia não significa somente ler livros, se não especialmente passar à aplicação e corroboração na vida diária do que seu estudo sugere ao estudante. O autor da logosofia desaconselha crer no que se estuda, por mais certas que pareçam suas próprias afirmações. O aspecto prático assinalado é considerado de fundamental relevância para alcançar gradualmente porções reais de saber, em contraposição à mera ilustração ou erudição, descartando esses enfoques que a logosofia afirma serem memóricos e inoperantes.
Víctor Valenzuela, explicando a parte prática em seu livro "Hombres y temas de iberoamérica", editado em Nova Iorque, assinala que as aptidões e tendências de cada estudante, ao serem observadas por si mesmo, estimulam que dita prática se oriente selecionando os tópicos mais afins com as características psicológicas próprias, pelo que se ampliam as possibilidades de assimilação ao coincidir esses temas com necessidades reais e às vezes imediatas do ser. Por esta razão, o método logosófico de aplicação não é rígido nem mecânico, respeita o livre arbítrio e contempla os diferentes graus de evolução, capacidade e as circunstâncias que rodeiam cada psicologia.
A parte de aperfeiçoamento do método logosófico consiste em que nunca um processo de mudanças internas fica terminado ou saldado, sem que seja constantemente aperfeiçoado através da didática em espiral da logosofia.
Simultaneamente, o método logosófico prescreve como complemento ao estudo e prática individual, seu estudo e prática no coletivo, assegurando que a confrontação de compreensões, investigações e experiências permite verificar se sobre o tema em estudo foram vistos todos seus aspectos, ou ao menos os mais acessíveis. Esta face coletiva do método e pedagogia logosófica é realizada nas sedes culturais da Fundação Logosófica em formas de núcleos de estudo de diversos tipos e especialidades.

Logosofia e filosofia

O saber logosófico não tem pontos de referência com nenhum ramo do saber comum, seja ciência, filosofia, psicologia, etc., ou seja, suas concepções são originais e não foram baseadas em nenhuma outra corrente de pensamento existente, conforme expressado por seu próprio autor.
Desde muito tempo, poderíamos dizer desde que o homem começou sentir as primeiras inquietudes a respeito das razões de sua própria existência, foi preocupação permanente encontrar ou descobrir a palavra mestra que guiasse o entendimento até os mais altos cumes do saber, acima das ciências e das crenças admitidas. Essa palavra viria a constituir-se na ciência-mãe dos homens, cuja função primordial seria a de abrir à inteligência humana as portas que dão acesso ao conhecimento das supremas verdades. (...) A essa ciência universal e ilimitada deu-se o nome de filosofia, porquanto de algum modo se devia chamá-la quando a ela se aludisse.
(...) Para a logosofia a filosofia não é precisamente a ciência-mãe; mas pode ser considerada, sim, a ciência de enlace entre esta e as comuns, e isto porque a filosofia não estabelece os princípios do ser e do saber. Não determina tampouco qual é a razão da ordem que impera na Criação nem apresenta a origem das leis que governam o espaço, o tempo e todas as formas de existência contidas no Universo. Com frequência ela precisou recorrer à lógica para auxiliar-se em determinadas circunstâncias. A lógica é, no conceito logosófico, a ciência da sensatez. Assim, por exemplo, quando a filosofia tentou penetrar no campo das combinações mentais ou operações da inteligência humana, sempre se viu limitada pela ausência de noções sobre o mecanismo dominante do espírito, em estreita relação com as leis supremas que estabelecem em cada caso o mérito de suas aplicações. Além disso, as referidas leis supremas, por serem independentes da natureza dos pensamentos humanos, são a expressão mais viva das regras absolutas que regem o entendimento e alcançam também todos os pensamentos que agem dentro da mente.


A senda iniciática do Sagrado Feminino



Mãe Yurema é uma face da Deusa Primordial que é própria personificação da Natureza e assim seus segredos são os mistérios da vida e da morte transmitidos para aqueles que estão prontos para trilhar o caminho de retorno às origens! Assim o caminho da Yurema é o do retorno a espiritualidade por meio da Natureza.

A Yurema (ou Jurema) pode ser duas coisas:

* Ela é uma bebida (chamada de vinho de Jurema) com base nas folhas e casca de uma árvore considerada sagrada (Acácia) e que floresce no agreste e na caatinga nordestina, tendo duas qualidades: a jurema-branca e a jurema-preta. As duas tem suas propriedades particulares de uso medicinal ou místico e quando ingeridas, em um contexto ritual indígena ou afro-brasileiro, abre um portal dimensional para o Reino do Encanto, proporcionando visões e sonhos proféticos, expandindo nossa consciência e nos revelando nossa poderosa conexão com o Todo e logo com Deus.

* Por outro lado Yurema ou Jurema é também uma Entidade espiritual, uma "cabocla", ou Divindade evocada em cerimônias de caráter xamânico dos Cultos Afro-Brasileiro e Ameríndios (Catimbó) e mais recentemente na Umbanda. Entretanto os Mistérios da Deusa são Universais e encontramos a Deusa Mãe em sua forma de Árvore no Culto de Ashera,  a Deusa Árvore ou Árvore da Vida o grande princípio fêmea universal na Palestina antiga, que representava a fertilidade e a lua. Seu culto era praticado em bosques considerados sagrados pelos povos semitas.  Dizia-se que em suas mãos estavam a vida, a morte e a renovação de toda a natureza.

O trabalho à distância com o Sagrado Feminino na O.L.N pode ser realizado através de duas vias:

1- Trabalhos de Alquimia Vegetal onde o aluno percorre a Senda Mística da Deusa Yurema e o Reino dos Encantados.
2- Trabalhos de Alquimia Telúrica onde o aluno percorre a Senda Mágica da Feitiçaria Egípcia e dos Deuses Antigos.

Os Mistérios do Sagrado Feminino serão explorados em ambos os caminhos.

Trabalhos de Alquimia Vegetal – a Senda Mística da Yurema

Os trabalhos de Alquimia Vegetal envolvem o culto devocional (Bhakti) a Mãe Yurema e aos Seres do Encanto, a manipulação e uso mágico das plantas e o resgate de antigos saberes, como os "mistérios do caldeirão", recipiente da vida e da morte, da renovação e do renascimento, da magia e da adivinhação.  

A Grande Deusa que está presente em tudo chegou até o ocidente até mesmo na figura da divina Nossa Senhora cristã ainda que nós brasileiros a tenhamos bem representada na tradição indígena como Mãe Yara ou até a Sagrada Yurema. E falando ainda mais desse mesmo simbolismo que citamos inicialmente como deusa Ashera, mas também conhecida como Astarte dos Fenícios, Asterote e Isthar dos Assírios Babilônicos. Aliás o nome Astarte é uma variação de Ishtar, deusa também chamada Ishtar-Astarte. Seu culto era de uma deusa oriental do amor e da fertilidade que também se repetiu no Egito onde passou a assumir cada vez mais o papel de deusa da guerra, tendo a lança e o arco como atributos. Entre os gregos, Astarte foi identificada como Afrodite, a deusa celeste do amor. De modo análogo a outras deusa da fertilidade, tinha a pomba como animal sagrado. Mais tarde a pomba passou a ser identificada como símbolo do Espírito Santo entre os cristãos, lembrando que o Espírito Santo é de natureza feminina. Na imagens e esculturas Astarte era muitas vezes mostrada nua, usando uma cabeça de touro, como símbolo de sua soberania. 

No modo de trabalho à distância do Sagrado Feminino adotado pela Ordem do Lotus Negro (O.L.N) só utilizamos o Vinho da Jurema nos trabalhos presenciais e como iniciação mistérica (myesis) dentro do santuário da ordem. Isso significa que o uso da Jurema como Bebida Sagrada só pode ser ministrado aos iniciados da ordem, na forma de sacramento. Entretanto, a sabedoria dessa Planta Mestra professora pode ser transmitida à distância na forma de um culto místico acessível à todos que dele querem fazer parte. Aqui falamos da Yurema Astral que transcende formas e mestres físicos. O acesso a Yurema (ou Jurema) na forma de uma Deusa Primordial ou poder da Natureza é possível mesmo que o indivíduo não tenha sido iniciado formalmente em rituais no plano físico. Ele pode ser transmitido à todos que desejarem através do conexão do iniciado com a corrente oculta da O.L.N. A Ordem do Lótus Negro (O.L.N) é  mago-teúrgica e desde a sua fundação vem estabelecendo contatos físicos e astrais com a Espiritualidade Indígena e o Culto a Jurema do Rio Grande do Norte. O Culto da Jurema Nordestina é muito antigo e vem sendo desenvolvido nas terras brasileiras por gerações de pajés (xamãs), místicos, curandeiros e feiticeiros deste épocas pré-históricas no Brasil.

Estes contatos repetidos e iniciatórios com mestres físicos e astrais da Jurema Sagrada acabou por gerar um forte campo egregórico dentro da ordem que, devido a nossa herança mágica, identificou a Entidade da Yurema como uma forma de Shakti ou Poder Divino Feminino, que tanto desperta a consciência, como manifesta a consciência. Yurema assim como Shakti dos Hindus é para nós uma Deusa Mãe, capaz de assumir inúmeras formas divinas, cada qual especializada em um tipo de trabalho ou expressando uma energia diferente.

É por meio da Sagrada Yurema, personificada como Deusa Primordial ou Shakti, que adquirimos a ciência (a gnose).  Ela é o portal de acesso aos reinos e os seres do encanto. A Yurema é vista como uma Rainha dos Encantados com o poder de conduzir nossa alma para outras dimensões de vida e consciência. A Física Moderna (Teoria das Supercordas) oficialmente reconhece apenas 4 dimensões sendo que em nosso mundo material é tridimensional pois existe apenas três dimensões: comprimento (ou profundidade), largura e altura. A quarta dimensão deveria ser identificada com o tempo (ou dimensão temporal). Entretanto existe teorias que sugerem até dez dimensões que interagiriam entre si como as cordas de um violino.

A Deusa Negra  

Nos Mistérios do Sagrado Feminino da Ordem do Lótus Negro, a Acácia Negra (Jurema Sagrada) incorpora os poderes e as virtudes da Deusa Primordial, e se reveste como glifo vegetal da Árvore Cósmica, símbolo do universo visível e invisível, presente no Xamanismo Arcaico. Ela é o Cálice Sagrado, o Santo Graal que recebe o vinho do Sol do Espírito (Deus) como sangue da eterna renovação em seu Útero divino da criação, princípio gerador e multiplicador que guia nossos processos de metamorfose iniciática. Sendo à planta considerada o simétrico do corpo sutil do ser humano, desde a semente à flor e ao fruto, ela ilustra o nosso próprio processo de transformação espiritual de nossa alma.

Nestes mistérios a Mãe Yurema, assume o aspecto de duplo poder, apenas presente em deusa antigas. Ela tem o poder de curar, mas também de destruir ou matar. Ela combina céus e terra, matéria e espírito, luz e sombras, força telúrica e orientação celestial. Yurema nos convida a enfrentar os aspectos sombrios de nossa existência, impulsionando nossa alma rumo a uma jornada de autoconhecimento. Esta jornada só pode ser empreendida ao enfrentarmos a nossa sombra e suas projeções em nossa vida diária, em nosso núcleo familiar, em nossos amigos, trabalho etc. Nesse processo de autoconhecimento a Deusa Yurema nos convida a mergulhar fundo em nós mesmos para enfrendar as forças poderosas do mundo subterrâneo, nosso lado sombrio, onde somos submetidos à um processo de destruição e transformação, muitas vezes dolorosos, no qual envolverá a quebra de velhos modelos e falsas identidades.

Quando o iniciado desce em si mesmo, no seu mundo subterrâneo, no mundo das trevas ou, em linguagem moderna, no inconsciente, ele encara sua própria verdade - nua e crua - como num espelho que a reflete de forma obscura. Ele então tem que enfrentar seus medos e complexos para sair vitorioso em direção a Luz. Este processo de  metamorfose alquímica, muitas vezes doloroso, envolverá a dissolução e reformulação de sua personalidade que , em um estágio posterior, deve deixar de ser reativa ao ambiente (social, religioso, cultural etc) para ser submetida a Vontade do Eu Superior.

Embora a personalidade seja algo importante para a vida exterior ela foi artificialmente construída ao longo de toda a nossa vida e não reflete nossa essência divina, que é imortal e atemporal. Separar essência de personalidade é o primeiro passo de um iniciado na senda ocultista. Quando isso é realizado de maneira sistemática começamos a destruir as bases dos condicionamentos sociais que nos impedem de ver a realidade das coisas. Desnecessário dizer que este processo alquímico conduz a morte de nosso Eu ilusório e a quebra de velhos modelos introjetados em nossa psique. A vida ganha um novo sentido pois deixamos de ser guiados pelas cobranças e falsos ideais que criamos para tentar corresponder a expectativa dos outros e da sociedade. O caminho está então aberto para a descoberta de nosso Eu Real. Gradativamente a personalidade-ego é então dissolvida e reconstruída, só que desta vez não mais sob os ditames do mundo exterior mas sim através da orientação do Eu Superior, a qual se submete para melhor cumprir sua missão de vida (dharma). O estágio final é a fusão do Eu Superior com a personalidade, quando atingimos a consciência de sentir um amor incondicional por si e pelos outros, de desejar servir sempre, de reconhecer a Unidade em tudo e Deus em tudo. 

Os Trabalhos de Alquimia Telúrica – a Senda Feiticeira Asetiana.

"E aqueles que pensam em Me procurar, saibam que a vossa busca e vosso anseio devem beneficiar-vos apenas se vós souberdes o Mistério; se o que vós procurardes, vós não achardes dentro de vós mesmos, então nunca encontrarão fora. Pois eu tenho estado convosco desde o Início e Eu Sou Aquela que é alcançada ao final do desejo"

A psique da mulher depende em maior grau da produtividade do inconsciente. Os poderes da noite, estão relacionados à morte e ao inconsciente, conduzem a cura e o renascimento, renovam também o ciclo da vida. Ao penetrarmos na escuridão, nos permitimos atingir uma nova dimensão de espiritual, acessamos a sabedoria dos antigos. Encarar nosso lado inconsciente é retornar ao submundo dos antigos onde nossas forças ancestrais e atávicas estão adormecidas, é retornar ao útero primal, seja como terra, sepultura, caverna, caldeirão, profundezas das águas, inferno, mundo inferior ou submundo.

Com efeito, o inconsciente é a mãe de todas as coisas, e tudo que surgiu e permanece na luz da consciência está numa relação filial com a escuridão, como é a própria consciência filha das profundezas originais.

A feitiçaria, ao contrário da crença moderna da Nova Era, não é um "caminho seguro". É, em sua essência, um caminho difícil e que exige muito de seus adeptos. É uma ilusão, acreditar que na magia podemos ficar totalmente seguros. Se alguém pratica seriamente e realmente permite que os espíritos antigos o ensine; este estará protegido e pode ver sua vida mudar para melhor. Mas mesmo assim, o risco é algo inevitável. A magia meche com todos os níveis de nosso Ser, tudo vai ser exposto e revirado até que só reste a verdade nua e crua. Uma casa não pode ser edificada sobre um terreno pantanoso.

A morte é um tema muito importante na feitiçaria. O medo da morte e daqueles que habitam o submundo, que sentimos instintivamente, nos impede de acessar seus domínios e sermos iniciados através deles. Portanto, o medo da morte e das trevas precisa ser superado e a atitude da pessoa contra a morte deve ser transformada.

Em vez de ver a morte como o inimigo - o ponto de vista comum de nossa sociedade materialista – ela pode se tornar o amigo e aliado da Feiticeira (o) a morte, uma vez enfrentada e superada. O medo da morte e da escuridão é um reflexo do medo de nosso inconsciente profundo, das trevas de nosso Ser.  Mas quando o desconhecido torna-se conhecido não existe mais medo e toda a energia reprimida que é liberada a partir dessa descoberta, é liberada permitindo a feiticeira (o) acessar níveis de consciência e planos dimensionais com maior liberdade.  No Egito antigo Tumba e Útero eram termos intercambiáveis, assim toda a vida nascida de um Útero caminha inevitavelmente para a morte, mas a morte permite o nascer em uma nova vida.

Portanto, muitas culturas e tradições antigas tinham ritos de iniciação que colocavam os iniciados através de uma experiência de morte. Trabalhar com a face escura da grande mãe e com suas energias é libertar-se do medo da morte, que é uma obrigação para todo verdadeiro iniciado.

A transformação através do sacrifício e pela destruição, sofrimento e morte, conduz, o que é mortal a se transformar em imortal, renovado e renascido.

Por isso, em nossos trabalhos de feitiçaria, iremos constantemente lidar com as forças do submundo, que são profundamente iniciáticas. Esse é o caminho da putrefação, que na alquimia é conhecido como (nigredo), no qual a Sacerdotisa se reveste da própria escuridão na qual surge a Deusa Negra. Nestes mistérios a deusa egípcia Ísis (Aset ou Ueset) é vista como a Grande Mãe, Deusa do Céu, da Terra e do Submundo, Senhora do Universo e Rainha da Noite.  Ísis é a Senhora dos mistérios, da vida e da morte. Essa grandiosa Deusa pode ser invocada para tudo, pois abrange todas as questões humanas e Divinas. Isto faz com que seja conhecida como a Deusa de Dez Mil Nomes, de tantos títulos que a ela são atribuídos. Por sua vez quando assume a forma de Ísis Negra Ela é o Caos. Até pouco tempo a ciência considerava o comportamento caótico uma anomalia negativa da ordem divina, onde a desordem deveria ser rejeitada e eliminada, isso dentro de uma existência estabelecida pela ordem.

O caos é a fonte de nossa existência é o princípio de tudo; a ordem pura é um conceito artificial e mortal e um excesso de ordem gera o caos, ambas estão interligadas, pois o excesso de uma gera a outra. A partir disso todos aqueles que buscam tanto o caos quanto a ordem, para que haja alguma funcionalidade, tem que ter em contanto com os ambos.

O grande potencial da Ísis Negra está na capacidade de retornar ao mais puro sentido do caos para corrigir os resultados do excesso de ordem. A Ísis Negra é antiga e primitiva, preocupada com as necessidades e a sobrevivência primária, enquanto Ísis Clara se preocupa com o engrandecimento e ressurreição. Uma precisa da outra, se alimenta da outra, mas Ísis Negra é a mais antiga. Ela torna possível para Ísis Clara nascer dos ossos de Sua Mãe Negra.



Tradição Mágica Salomônica



Rei Salomão (segundo algumas cronologias, reinou de 1009 a .C. a 922 a .C), filho do Rei David com Bate-Seba, tornou-se no terceiro rei de Israel (reino ainda unificado) e reinou durante quarenta anos. O nome Salomão ou Shlomô (em hebraico: שלמה, deriva da raiz Shalom, que significa "paz", tem o significado de "Pacifico".

Salomão na Antiguidade

O Testamento de Salomão é um antigo manuscrito pseudepigráfico, escrito em grego, mas baseado em um texto judeu, atribuído supostamente ao Rei Salomão. A versão grega provavelmente foi escrita no início do século III d. C  e parece ter sido copiada do original do Séc. I. 

Esse documento histórico vem ilustrar o processo de construção do Templo de Israel que vai ser citado no “Livro de Reis” do Velho Testamento e em alguns evangelhos.  Ele discorre sobre os demônios que Salomão teria subjugado com o poder de um anel dado pelo arcanjo Miguel e colocado a serviço da construção do grande Templo dedicado a Jeová. Salomão é destacado nesse apócrifo como um dos primeiros feiticeiros e especialista nas artes nigromânticas. Por fim ele disponibiliza uma longa lista de demônios que fazem parte da mitologia judaico-cristã, assim como suas características, ações e os nomes dos anjos que os frustram.

O pesquisador Charlton Mc Cown afirma que as fórmulas e receitas mágicas do Testamento de Salomão o associam aos papiros mágicos gregos (PGM). Ele identificou as principais ideias desse documento; isto é, demonologia, astrologia, angeologia, magia e medicina. Os Papiros Mágicos Gregos são "livros de encantamentos" conhecidos desde os tempos mais remotos e são chamados grimórios por acadêmicos da atualidade. A maioria deles foram resgatados das areias do Egito e estão escritos em grego antigo e egípcio demótico.

Em outro documento escrito no primeiro século a.C, conhecido como “Sabedoria de Salomão”, Salomão é retratado como o maior ocultista de sua época: estudou astrologia, magia das plantas, demonologia, adivinhação, mas também physika, ciência natural.

É necessário salientar que no mundo antigo sempre havia feiticeiros profissionais de todos os tipos, em todos os níveis. Alguns eram obviamente estudiosos treinados, uma figura sacerdotal – como os teurgistas neoplatônicos. No caso da figura, lendária ou real, de Salomão este é tradicionalmente visto como um feiticeiro erudito, um estudioso das ciências ocultas de sua época, mais parecido como um sacerdote egípcio, com uma espécie de mística.


Salomão na Idade Média

A Clavícula de Salomão é o mais antigo, e o mesmo tempo, o mais célebre tratado de Magia Cerimonial européia. O texto (grimorie) essencial para evocar, proteger e prender espíritos de todos os gêneros, creditado a Salomão, o Rei.

Provas circunstanciais demonstram que a Chave de Salomão realmente existiu, em uma forma ou outra, desde a antiguidade mais remota. Segundo os historiadores do assunto, e ao contrário do que seu título sugere, este livro não foi escrito pelo Rei Salomão. Supõe-se que Salomão tenha nascido em 1033 anos antes de Cristo. A maioria dos manuscritos originais tratam dos séculos XVI e XVII d.C, entretanto há uma versão em grego do século XV d.C e mesmo no século I a.C. como nos relata Flavius Josephus, existiu um livro assim. Eleazar, o Judeu exorcizava demônios com sua ajuda e com o Anel de Salomão, que é bem conhecido dos leitores das "Mil e Uma Noites".

A atribuição de uma obra a um personagem famoso era um recurso literário muito utilizado na Antiguidade e na Idade Média. Não era incomum, naquele tempo que os chamados Grimórios (livros de Magia) fossem escritos por mais de uma pessoa. Em geral eles consistiam do esforço conjunto de um grupo de estudiosos na compilação de materiais transmitidos oralmente há muito tempo, sem que fosse possível atribuir-lhes um autor específico.

Como dito acima os grimórios (manuais de magia) conhecidos pelo nome de Clavículas de Salomão são bem numerosos. Vários deles permaneceram manuscritos, sendo incontestavelmente os mais interessantes. O mais popular consta de 36 Pantáculos divididos em sete categorias, uma para cada planeta visível. Essas Clavículas, que são aplicações práticas da Kabbalah, contêm ensinamentos talmúdicos e “Palavras de Poder”. Algumas de suas Palavras de Poder, a própria forma dos processos, apontam para velhas origens semíticas e babilônicas. Se aceitarmos o fato, em torno do qual há uma concordância geral, de que as origens do ocultismo ocidental estão, em última instância, em fontes caldeu-egípcias (ou seja oriental), poderemos começar a entender a influência que este personagem semi-lendário (Salomão) exerceu na tradição oculta do ocidente.

Outras pistas sugerem que a Chave se derivou de um corpo de conhecimento mágico iniciado ou usado por Salomão, que na época circulava entre os feiticeiros da parte oriental do Mediterrâneo. Essa outra linha de pensamento é interessante, no que diz respeito às afirmações de que a magia de Salomão está intimamente ligada à magia teúrgica praticada no Antigo Egito e atribuída a Hermes Trimegistos – identificado com o deus egípcio Thoth. O termo hermético ainda é utilizado para designar operações alquímicas e obras secretas.

Tem havido confusão nos comentários e na história, devido ao fato de que vários livros circularam sob o título de Chave de Salomão. Naturalmente não podemos ter certeza sobre quanto do trabalho, como se conhece hoje, é original, e quanto deve ser atribuído a adições posteriores. Por exemplo, o Lemegeton, algumas vezes denominado de “a Pequena Chave de Salomão” ou “a Goetia” é outro livro atribuído a Salomão que trata exclusivamente da conjuração de espíritos planetários, ora vistos como anjos ou tidos como anjos caídos ou demônios, além de ritos para evocá-los.

Lemegeton ( ou “Clavícula Menor de Salomão”) é dividido em cinco partes:

Ars Goetia
Ars Teurgia Goetia
Ars Paulina
Ars Almadel
Ars Notória

A origem do Lemegeton é obscura, mas parece ter relação indireta com os feiticeiros goéticos da região da Tessália, na Grécia, que herdaram a Magia Caldaica. Alguns eruditos afirmam que o sistema originou-se com os judeus no período denominado de “Cativeiro da Babilônia” e após alcançar a Idade Média sofreu um processo de sincretismo cristão da doutrina de anjos e demônios. Uma das inúmeras edições da Chave nos diz como este livro foi enterrado com Salomão em seu túmulo e depois levado para a Babilônia por um príncipe desse país. “Todas as coisas criadas” devem obedecer aos seus segredos.

O Lemegeton do Rei Salomão descreve a Magia da seguinte forma:

“Magia é o conhecimento mais elevado, mais absoluto e mais divino no que se refere à Filosofia Natural, avançando em seu trabalho e operações maravilhosas, com um correto conhecimento das ocultas e internas virtudes das coisas, assim, para poder aplicar agentes corretos em pacientes adequados, produzindo estranhas e admiráveis efeitos. Quando os Magos são buscadores profundos e cuidadosos na Natureza, eles, por seus conhecimentos, sabem como antecipar um efeito, que para os vulgares parecerá um milagre”.

É interessante observar que "A Clavícula de Salomão" foi um grimório largamente utilizado por feiticeiros e feiticeiras na Idade Média. Algo que, mais tarde, foi sendo preservado junto ao  agregado folclórico/natural e pagão da Velha Arte e introduzido aos poucos na estrutura litúrgica da Bruxaria. Por isso que, ainda hoje em dia, encontramos o uso de fórmulas cabalísticas de Magia Cerimonial em grimoires modernos tais como: o Livro de São Cipriano, o Livro da Bruxa de Évora e o Livro do Feiticeiro Athanásio.

Ordem Mística de Shensu-Hor


A Ordem do Lotus Negro recebe seu influxo vibratório ou espiritual de uma corrente astral ou tradição secreta inaugurada no Egito por intermédio de uma fraternidade ocultista, hoje desaparecida do plano físico. Essa fraternidade ou ORDEM continua viva e atuante nos plano astral e dela recebemos uma linhagem de iniciação (sampradaya em sânscrito) no espírito, se não uma linhagem direta. De fato muito de nosso sistema particular de ensino e doutrinas secretas (samaya em sânscrito) derivam dos contatos internos que estabelecemos com círculos além do tempo e espaço. 
Essa ORDEM tem suas origens em um tipo de sabedoria de origem angelical que teria sido transmitida à humanidade pelos Sentinelas, ou Vigias – a raça pré-dinástica de semideuses que reinaram milhares de anos antes de Menés, o primeiro faraó do Egito unificado (século XXXII a.C.).
Instruindo e iniciando “materialmente” eles deram início a uma “Linhagem de Reis Divinos”, que foram os regentes e instrutores das raças antediluvianas. A tradição dos Reis Divinos repete-se em várias civilizações arcaicas insinuando uma era incrivelmente remota, onde gigantes de forma mais ou menos humana e sabedoria profunda dominavam a Terra. A Bíblia se refere às raças gigantes dos Nephilim e Awwim (serpentes). O mesmo mito se repete com os Titãns da Teogonia de Hesíodo e os Tuatha de Dannan – os deuses dos celtas irlandeses.
Os díscípulos e sucessores dos Reis Divinos tomaram o nome de seus Mestres Iniciadores e consentiram na formação de uma ORDEM, cujo primeiro “grande iniciado” foi o Ser que ficou conhecido na tradição judaico-cristã como Melchizedek. 
Essa ordem ficou conhecida como a Ordem Mística de Shensu-Hor (Seguidores de Hórus), uma instituição secreta e absolutamente hermética que surgiu no Egito pré-dinástico, e que talvez tenha suas raízes espirituais no continente desaparecido da Atlântida.
Heródoto (sec. V a.C. ) considerado o pai da história, dizia ter ouvido da boca de sacerdotes de Tebas, uma história do Egito bem diferente daquela que conhecemos hoje. Assim o cronista grego se referia a um episódio em que os sacerdotes tebanos lhe mostraram 345 estátuas que pareciam representar imponentes deuses. Entretanto, para surpresa do historiador, os sacerdotes disseram que não se tratavam de deuses e que cada colosso simbolizava cada uma das gerações de grandes sacerdotes que lhes precederam até completar 11.340 anos de governos de homens, e que antes destes homens, deuses governaram o Egito, habitando com os mortais, ensinando-os a viver.
Estes deuses, possivelmente foram nos SHENSU HOR ou seguidores de Hórus, o grande Deus. É possível crer que as esfinges, as pirâmides e todas outras obras gigantescas não só do Egito, mas também de outras partes do mundo foram criadas e executadas pelos SHENSU HOR com o uso de seus poderes de deuses. É possível entender que o Egito e seu povo surgiu da criação de Deuses criadores e que posteriormente deixaram a Terra aos cuidados dos Shensu Hor e estes, durante 6.000 anos governaram o mundo e posteriormente, preparam humanos (Faraós) para reinarem após sua partida.
Entendemos que a Ordem Mística de Shensu-Hor preservou e transmitiu a mais antiga Gnosis trazida pelos Elohim (Seres Luminosos) aos discípulos humanos ainda nos tempos pré-históricos. Ela foi a primeira e suprema ORDEM que inspirou os Mistérios Antigos, através de enredos teatrais que despertavam na consciência dos homens toda a Santa Gnosis Revelada. Através de seus Mestres e Iniciados foi transmitido, “da boca ao ouvido”, ensinamentos e revelando alguns princípios “misteriosos” que fundamentaram tradições esotéricas posteriores.
Os sacerdotes da Ordem Mística de Shensu-Hor foram os “mensageiros do Deus Oculto”, o Sol por detrás do Sol, o Sol em Amenti, que foi chamado pelos antigos egípcios de Amon. Seu nome significa " o Invisível". Considerado um deus misterioso, suas estátuas nos templos eram cobertas com mantos.
Para os egípcios a Luz (LVX), Incriada estava contida em Amon. Esta Luz deveria passar pelas transformações que lhe permitiriam construir um Universo em diferentes estados de vibração. Não é difícil perceber que a Luz Manifesta de Amon é Rá– cujo filho é Hórus (a Luz do Mundo). Com a ascensão do Egito faraônico (c. 3000 a.C) esses signos e títulos passaram a pertencer ao Faraó que era reconhecido como a encarnação de Hórus. Para os egípcios o Faraó era único deus na Terra, e sua divindade implica que ele comanda tudo através de sua língua e sua boca (divinas). É o faraó que traz a luz, que traz ordem e justiça em um mundo caótico e imprevisível.
Blavastky afirma que Moíses foi iniciado nos segredos de IAO – o deus mistérico conhecido desde a mais remota antiguidade, cujo nome oculta uma fórmula mágica poderosa. IAO era a Divindade Suprema dos sírios-caldeus, idêntico a Toth egípcio. Aliás como deus do tempo, do decurso do tempo que vai de uma vida à outra, Thot é o guardião do limiar - o que por sua vez nos lembra Saturno. Muitos séculos depois os gnósticos conheceriam o Deus Thot, de onde originou-se posteriormente Cronos ou Saturno, pelos nomes IAO ou Abraxas.
Ora, Abraxas (Abrasax) era o deus-Sol criador dos gnósticos egípcios. Seu nome é invensível, embora haja divergências de opinião quanto ao seu significado. É o Deus Supremo acima do Zodíaco e de toda e qualquer influência astrológica. Ele é um dos nomes de Amon-Rá e Toth é a língua e a palavra (VERBO) de Amon-Rá.
A verdade é que Noé, Thot, Melchizedek e Cronos-Saturno, são uma só entidade ou energia personificada. Noé seria um mito, em cuja lenda se fundou a tradição dos Kabiros, os Elohim corpóreos, regentes e instrutores das raças primitivas. E os Kabiros eram filhos de Melchizedek, cuja verdadeira identidade fica oculta para nós. Tudo indica que foi a personificação de uma consciência supra-terrestre (ou a coletividade de seres angélicos) que visitou a Terra em um passado muito distante.
Se formos resumir nosso caminho ou filosofia podemos dizer que seguimos o "caminho antigo" que nos foi transmitido por nossos irmãos ancestrais (Mestres e Guias) que junto as demais Hierarquias de Luz oferecem sua proteção, com suas irradiações espirituais. Nós os chamamos de "Guardiões da Tradição" mas em outros tempos Eles também ficaram conhecidos como os Vigias, os Sentinelas, os Imortais, os Filhos de Set e mais recentemente como Mestres Ascensos. Todos fazem parte da Hierarquia de Mestres da Grande Fraternidade Branca (que no presente não está manifestada sobre a Terra), constituída, em parte, daquelas almas altamente desenvolvidas, que atingiram aquele estágio do caminho da evolução espiritual, que lhes confere a qualidade de membros do Governo Oculto do Mundo. 
I.A.O.  Esse nome diz respeito ao deus mistérico conhecido desde a mais remota antiguidade, cujo nome oculta uma fórmula mágica poderosa. Esta fórmula é a principal e mais característica de Osíris, da redenção da humanidade.
é Ísis, Natureza, arruinada por A, Apophis o Destruidor e restaurada à vida pelo redentor O, Osíris. Em resumo: Isis Apófis Osíris (Isis, a Natureza; Apófis ou Seth, o assassino de Osíris; e Osíris ressurecto).
Ou seja, Morte e renascimento.
A mesma ideia é expressa na Fórmula Rosa Cruz da Trindade. IAO é a palavra Deus entre os gnósticos e é o único modo de poder expressar as forças divinas operando dentro de nós e no Universo.
Reza a tradição bíblica que Melchizedek foi o rei da cidade de Salém (que significa “Paz”), a qual se acredita ser a mítica cidade conhecida por Shambalah. Melchizedek teria tido importância no direcionamento de Abraão e ensinou o conceito de um só Deus, de uma só Divindade. Abraão também aprendeu de seu instrutor espiritual a adoração a Deus sem vê-lo, internalizando a fé. Para Dion Fortune Melchizedek foi o Manu dos caldeus e das primitivas Raças Semíticas, além de sua ligação Atlanteana. Como um protótipo ou a Encarnação do Homem Ideal o Manu Melchizedek preparou o caminho para Jesus, o Cristo, e assim a ideia de um Messias foi enxertada na Tradição Semítica (no fundo de tudo isto há uma ligação com o Santo Graal).   
Sob outro ponto de vista Melquizedek foi um mensageiro do Logos Solar, ou um de seus grandes Enviados – que o representam momentaneamente, como um embaixador representa um Rei. Ou seja, um grande e poderoso espírito sob a forma humana temporária que reinava sobre a Caldéia, sobre os filhos dos Magi. Em sentido similar talvez Melchizedek seja a personificação de uma consciência supra-terrestre (ou a coletividade de seres angélicos) que visitou a Terra em um passado muito distante.