sexta-feira, 20 de maio de 2022

As Missas Negras Católicas

 

Os trabalhos de magia negra realizados através de uma missa negra são poderosos e podem ser feitos para vários fins:

- amarrar pessoas, afastar pessoas, fazer alguém desaparecer, conceder sorte e fortuna, amaldiçoar a vida de alguém, etc.


Como são realizados tais fins?

Através de «bençãos» ou «maldições».


Está escrito nos textos sagrados:


«Vede! Hoje ponho diante de vós a benção e a maldição»

Deuteronómio 11,26


Assim foi revelado que Deus colocou diante do homem as bênçãos e as maldições.

Assim como o espírito de Deus o fez, também os outros poderosos espíritos colocam na vida das pessoas «bênçãos» que abrem portas, ou «maldições» que obrigam a certos caminhos.

As pessoas que são «alvo» do trabalho ficarão escravizadas pelas forças espirituais invocadas e serão vitimas de poderosas «bênçãos» ou «maldições», que as levarão a cumprir com o destino que lhes foi ditado .

As missas negras, invocam poderosas forças espirituais, que abençoam ou amaldiçoam alguém, com a finalidade que lhes foi encomendada.

Sobre demónios ou espíritos terrenais, Giordano Bruno escreveu que:

«Pode-se através do canto, da oração, da contemplação, expulsar os demónios da alma – ou através de praticas inversas, convoca-los»

Pois Giordano Bruno expõem que os espíritos terrenais podem ser convocados por processos inversos aos que são usados para os afastar. Se para os afastar se usa a meditação, a abstinência, a contemplação, a abnegação, logo para os invocar usam-se o prazer, o desejo, o êxtase.

Sobre a essência dos rituais de invocação desses demónios ou espíritos terrenais, assim também Giordano Bruno também escreveu:

« os demónios experimentam os afectos e desejos, idênticos aos que sentem os homens.

Foram eles que inventaram os sacrifícios carnais cuja a pompa e lisonja, segundo pretendem, lhes dá um prazer extremo»

Sacrifício carnal tanto se pode traduzir em sangue de animais, como em actos nos quais se oferece a carne a praticas contrárias ás da santidade.

Tais praticas apenas resultam se exercidas por quem possua poder espiritual para o fazer,

pois apenas com esses, escolheram os espíritos terrenais entrar em contacto directo.

E esses, são sacerdotes dos espíritos, a quem vulgarmente se chamam os bruxos e as bruxas.

Assim está escrito:


Trarás o sacerdote como santo, porque ele é o encarregado de oferecer o alimento ao teu Deus

Levítico  21,8


Isso significa que sacerdote é aquele designado pelo espírito para facultar-lhe alimento.

Se os sacerdotes do espírito chamado Javé no Cristianismo são os padres, ( porque esses foram os escolhidos por Deus para lhe prestar alimento), também sacerdotes são aqueles que foram escolhidos pelos espíritos terrenais para lhes prestar alimento, e a esses chamamos bruxas e bruxos.

Apenas esses, podem prestar alimento aos espíritos,e a esses os espíritos escolheram para lhes trazer as essências que lhe agradam.

Aqueles a quem chamamos demónios são na verdade espíritos terrenais, espíritos que não se elevaram á condição celestial, e são por isso , espíritos ligados ao nosso mundo terreno. São assim espíritos que por um lado são influenciados pela existência terrena, ao passo que igualmente influenciam essa mesma existência terrena de forma a nela causar o próprio néctar do seu prazer e fundamento da sua existência.

As missas negras, são uma forma de comunicação com esses espíritos terrenais, (assim como com espiritos dos mortos e entidades espirtuais elevadas, conhecidas por «anjos» ou «deuses), e são consequentemente um poderoso instrumento de alimento dos espíritos, que em troca, ao serem apropriadamente convidados pelos sacerdotes, fazem cumprir neste mundo os actos que lhes foram encomendados.

A missa negra é celebrada por um Bruxo e suas bruxas ou sacerdotisas. O cerimonial é executado no corpo nu de uma das sacerdotisas. No ritual são realizadas ancestrais invocações

Tanto o sacerdote com as sacerdotisas tem que ser pessoas com uma forte ligação ao mundo espiritual, caso contrário, como resultado da missa , sucederão desoladoras tragedias aos praticantes que executaram o ritual, ou entao ás pessoas que lhes são próximas, pois ousaram invocar forças sinistras e demoníacas sem ter meios para as controlar e receber. Por isso, apenas quando realizada por sacerdotes preparados para lidar com esse poder das trevas, pode uma missa negra resultar de verdade.


O QUE É UMA  MISSA NEGRA ?


A «Missa Negra» é um processo religioso que usa métodos espirituais opostos aos empregues nas «missas brancas».

A sua história remonta aos inícios da mais oculta sabedoria mística, e as suas praticas já foram celebradas em templos religiosos na antiguidade.

Na Doutrina Espírita, a magia negra é denominada enquanto a realização de "Pactos".

Os pactos são trabalhos espirituais feitos sob encomenda por pessoas que invocam o auxílio de espíritos, ( espiritos de mortos, espiritos terrenais, etc....), para produzir determinados efeitos, sendo que esses objectivos são indicados pelos seus clientes que pagam por tais serviços.

Que muitos espíritos existem, assim se atesta quando Deus é chamado «Deus dos espíritos», (Números 16,22), ou «Senhor dos espiritos»(II Mc 3,24)

Aos espíritos celestiais mais poderosos, os textos sagrados por vezes chamam «exercito dos céus»,(II Reis 2,1-6), e que esses poderosos espíritos podem permitir a pratica de magia, assim esta escrito no segundo Livro de Reis, pois através deles Manassés assim o fez.

Pois a Missa Negra é um ritual cerimonial de Magia negra, onde se convocam poderosos espíritos ,( espíritos terrenais, ou espíritos dos mortos), para com eles formalizar pedidos, tal como já era feito no antigo Egipto e nos círculos místicos das culturas hebraicas.

Missa Negra é um ritual de magia negra que se fundamenta na inversao dos metodos espirituais usados pelos rituais de magia branca celebrados nos templos cristaos, ( Igrejas), nos templos Hebraicos, ( Sinagogas), etc.

Na verdade, de cada vez que é realizada uma missa numa igreja, estão-se usando orações, velas brancas, incensos, liturgias e todo um conjunto de procedimentos que visam invocar o espírito de Deus, assim como conjurar ou anjos, ou santos, etc. Tudo isso é na verdade um ritual de magia branca.

Os Bruxos e Bruxas, trabalham através da inversão dos processos espirituais usados nos rituais de missa branca, para assim invocar espiritos poderosos e ancestrais.

A missa Negra é por isso um ritual de inversão da missa branca, e é o mais poderoso ritual de magia negra existente á face deste mundo

Se pela abstinência, pela oração, pela meditação e pela castidade se pretende invocar espíritos por meio das missas brancas; então pela acto, pela carnalidade e pelo sangue se invocam igualmente poderosos espíritos atraves de um meio oposto.

Os textos sagrados revelam em diversos textos a existência de «deuses» ou «seres celestiais» (Salmos 81,1-6; 86,8; 95,3; Génesis 3,5; 3,22; 11,6-7).Pois a magia realizada através dos cultos carnais e de sangue, tem por objectivo a invocação desses espiritos, atraves dos mais fortes meios esotéricos.

Tambem se podem por estes meios, estender convites aos espíritos dos mortos que habitam no «reino dos mortos»(Sabedoria 16,13), ou seja, o local onde residem as almas daqueles que já partiram deste mundo fisico.

Nestes rituais de Missas Negras, são por isso, conforme o caso, invocados espíritos da noite, espíritos ancestrais, espíritos de mortos e espíritos terrenais poderosos.

Apenas os Bruxos e Bruxas, com os seus conhecimentos místicos e com a sua força espiritual, possuem as chaves para proceder ás invocações que fazem tais espíritos entrar no nosso mundo físico.

Nesses rituais são realizadas libações, são efectuadas oblações, é consumada a oferenda e feitas invocações rituais secretas.

O Sangue, o álcool, os fluidos corporais , as energias emanadas de actos carnais, os incensos secretos, são substancias que agradam aos espíritos terrenais.

Como espíritos terrenais que são, ( assim como alguns dos espíritos de mortos, bem como de certo tipo de anjos caidos), são espíritos demasiadamente presos ao mundo terreno e ás essências carnais, pelo que as oferendas carnais são-lhes agradáveis, e quando conjugadas com procedimentos esotéricos adequados, são um chamamento irresistível a todo esse tipo de espíritos.

Assim invocados e atraídos, os espíritos entram neste mundo e encarnam na sacerdotisa que participa nas cerimonias, e que ali oferece e abre o seu corpo ás entidades.

Apenas um sacerdote masculino com os adequados conhecimentos místicos e a força espiritual de um bruxo, tem o poder para gerir a invocação destes poderosos espíritos, mas apenas uma poderosa sacerdotisa com o poder espiritual de uma bruxa tem a capacidade para se deixar penetrar, receber e orientar o espírito invocado. Uma mulher que nao fosse bruxa, enlouqueceria com a violencia que é a entrada de um espirito ancestral no seu corpo, e um homem que nao fosse bruxo, nao sobreviveria á presença de forças espiituais tao poderosas perto de si, que seguramente devorariam a sua mente até á morte.

Este tipo de acto, realizado por pessoas inexperientes, pode levar á loucura, ou fins trágicos, pelo que não deve de ser executado por amadores. Vários curiosos já o tentaram, e acabaram sentindo as terríveis consequências das suas «brincadeiras».

O serviço é então, encomendado, o pacto é selado com actos carnais que alimentam os espiritos, o trabalho estará outorgado.

Nas noites seguintes, pós místicos e essências esotéricas serão produzidas, e o trabalho será despachado pela mão de quem encomendou o trabalho. E assim sucedendo, os espíritos cumprirão com o serviço que lhe foi encomendado, fazendo realizar os fins solicitados.


SUCESSOS RECONHECIDOS DA MAGIA NEGRA NA HISTORIA


A Magia Negra ocorre de cada vez que um bruxo ou bruxa invoca um poderoso espírito ,(ou terrenal, ou de mortos, etc), para comunicar com ele e faze-lo produzir um determinado efeito.

A magia negra, ( invocação e contacto com poderosos espíritos ), pode ser usada para todos os tipos de efeitos com grande sucesso.

Um dos casos de sucesso mais conhecidos da historia ocidental ocorreu em 1680, quando Athenais Charente, Marquesa de Montspan encomendou ao Abade Guibourg diversos trabalhos da magia negra com o objectivo de se tornar a única mulher a partilhar a cama do rei Luís XIV.

A condensa conseguiu os seus desejos, passou a ser a unica mulher a partilhar o leito do rei e deu-lhe 7 filhos. O sucesso dos trabalhos do Abade foi esmagador, e a fama deste feito espalhou-se por todo o mundo.

A missa negra popularizou-se assim no sec XVII, com as famosas missas do abade Guibourg.

Com elas o abade concedeu favores pagos a peso de ouro a quem o procurou.

Ao longo dos tempos, muitas pessoas famosas ou de elevada condição social recorreram á poderosa magia negra que provém das missas negras, como por exemplo:


No Sec XVI, Catarina de Medici, rainha de França, participou numa Missa Negra.

No Sec XVIII, Donatien Alphonse François, executou e participou em missa negra.

Tal como foram marcantes os exemplos de pessoas famosas que realizaram missas negras, também se afirma que outras diversas personalidades ao longo da história realizaram celebrações demoníacas para fins de celebração de um pacto com o diabo.

Alguns exemplos históricos desse tipo de pacto , assim como do poder que dele derivou para quem os celebrou, são:


O ocultista Cornelius Agripa

Paracelso

Papa Leão o Grande

Papa Honorius

Papa Silvestre III

Rei Henrique III


SOBRE AS MISSAS NEGRAS OU CARNAIS

NA HISTORIA BIBLICA


A existência e celebração de rituais ou missas ocultas já remonta aos templos bíblicos, na antiguidade hebraica e pré-hebraica. Tais rituais onde se realizam «mistérios ocultos» em «banquetes orgiásticos com rituais estranhos», são referidos no livro da Sabedoria - (14, 23) Tal como esta ali escrito, tais rituais eram praticados com a intenção de «amarrar» pessoas e assim interferir com casamentos, ou de favorecer relações extra conjugais, ou simplesmente se alcançarem fins sexuais, ou ate mesmo para se amaldiçoar pessoas, (Sabedoria  14, 26).

Também tal como ali esta descrito, tais rituais eram praticados de forma a invocar estes fins através do «delírio» (Sabedoria 14, 28) e da «profetização». Entende-se por «profetizar» o acto de comunicar com espíritos, um processo através do qual um espírito entra num profeta e através dele realiza certas revelações, ou manifesta a sua vontade de fazer cumprir certos actos neste mundo. Claro que o «profeta» pode também pedir ao espírito com quem comunica, que actue de certa forma neste mundo, assim causando certo tipo de acontecimentos. Assim, pelo diálogo com os espíritos e através dos seus pedidos ao espírito, o profeta pode lançar bênçãos ou maldições que ajudem ou prejudiquem pessoas. Assim, está-se neste livro sagrado da Sabedoria, revelando que os bruxos por todos estes processos, invocavam forças espirituais com a finalidade de causar certo tipo de fins neste mundo. Os que realizavam tais cultos, eram os «adivinhos» e os «feiticeiros», (Isaías 2,6) sendo que os primeiros o faziam com a função de produzir oráculos sobre o futuro a quem os procurava, e que os segundos o faziam com a finalidade de fazer acontecer certos eventos que satisfizessem os desejos de quem lhes encomendava serviços espirituais.

Mas os rituais análogos aos de missa negra, ( rituais de invocação carnal de deuses e espíritos); estão igualmente descritos noutros livros sagrados, nomeadamente no II Livro dos reis.

Ali se referem as «prostituições» de Jezabel, assim como «as suas inúmeras magias» (II Reis 9, 22) Convêm aqui explicar que Jezabel era adoradora do culto de Baal, assim como frequentadora de outros cultos e templos de deuses da antiguidade.

Ate mesmo Salomão frequentou tais templos e contribuiu financeiramente para os manter.(I Reis 11, 4-8).

Nesses cultos, praticavam-se ritos de natureza carnal ou sexual para satisfazer os deuses, pois se acreditava que se a carne e sangue dos animais podia servir de oferenda aos deuses, também o corpo era instrumento de oferenda agradável aos deuses.

A tais celebrações religiosas os hebreus denominaram «prostituição sagrada», ( I Reis 14,23), pois entendiam que o acto de adoração a outros deuses era uma «prostituição», ao mesmo tempo que se tratavam de praticas carnais impuras.

No entanto, tais práticas religiosas chegaram a ser praticadas dentro do próprio Templo sagrado dos hebreus (II Reis 23,6-7), que consideravam que a deusa Aserá era a consorte de Deus, até que uma reforma religiosa encetada pelo sacerdote Helcias e o Rei Josias decretou a ilicitude de tal crença .

Tais cultos eram exclusivamente praticados por sacerdotisas, que eram «hierodulos», ou seja, sacerdotizas que eram «escravas femininas» de um certo deus.

Os hebraicos denominavam tais sacerdotisas de «qedeshoth», e era através delas que se procediam ás mais poderosas invocações espirituais.

O culto de Astarte era levado a cabo por sacerdotisas.

Quando se tratavam de sacerdotisas femininas chamavam-se-lhes «Qedeshoth», sendo que quando se tratavam de sacerdotisas masculinos chamavam-se-lhes «Qedeshim». (Deuteronómio 23, 18)

Eram estas sacerdotisas que nos templos realizavam Oráculos, tratavam da vida religiosa do santuário, assim como praticavam rituais de natureza sexual através dos quais invocavam a Deusa e lhe prestavam culto.

As sacerdotisas (masculinas ou femininas), eram escravas da Deusa, sacerdotisas sagradas do Templo da divindade feminina Astarte. 

As praticas de celebração de ritos de natureza carnal eram assim realizadas por estas sacerdotisas, (femininas ou masculinos), e correspondiam a um ritual de chamamento e invocação de deuses e espíritos pelos mesmos meios que aqueles que agora são usados nas «missas carnais», que hoje em dia são classificadas de «negras» e de heréticas, mas que no passado foram realizadas em templos e de acordo com os melhores saberes religiosos.

Por outro lado, as missas de natureza carnal obedecem aos mesmos princípios de invocação de espíritos que estão descritos nos textos sagrados, ao facultar um meio de comunhão com poderosos espíritos por via da oferenda da essências que lhes são agradáveis.

Senão vejamos, pois assim Deus disse a Moises:


« Diz aos filhos de Israel que me ofereçam um tributo; aceitareis a oferta de todos os que generosamente a ofereceram»

Êxodo 25, 1


Assim fica revelado que o espírito de deus pede que lhe sejam prestados tributos.

Sendo que deus é espírito, ( Jo 4,24) ficamos sabendo que os espíritos mais poderosos pedem adoração, oferendas e tributo pela sua protecção, pela sua bênção.

Pois para executar a missa negra, ( um culto carnal, tal como ele era realizado nos tempos pré-hebraicos e hebraicos), é solicitado um tributo que é gasto na celebração e invocação dos mais poderosos espíritos.

O tributo é assim usado para produzir ou obter essências que são agradáveis aos mais poderosos espíritos, e uma das essências mais agradáveis aos espíritos poderosos, está descrita nos textos sagrados.

Pois assim se lê:


Por fim, imolou o touro e o cordeiro(…) Os filhos de Aarão levaram-lhe o sangue,

que ele derramou por todos os lados do altar

Levítico  9,18


O sangue é a vida de todo o ser vivo

Levítico  17, 14


Vou pedir contas do sangue, que é a vossa vida

Génesis  9, 5


Assim está revelado nos textos sagrados que no sangue reside a vida do corpo, e ao oferecer aos espíritos o sangue, esta-se-lhes oferendando uma essência que lhes é agradável e na qual reside vida do corpo.

«O sangue é a vida», conforme esta escrito, (Deuteronómio XII, 23), e em troca da vida do corpo físico, os espíritos facultam a protecção do espírito, da alma e a prosperidade da vida de quem com eles comunga por via dessa essência sagrada. È uma forma de comunhão com os espíritos que lhe é agradável. Por isso mesmo, assim esta escrito:


O sangue é a vida da carne,

e esse sangue eu vo-lo dou para fazerdes o rito (….) sobre o altar, pela vossa vida;

pois é o sangue que faz a expiação(...)

Levítico  17,11


Esta assim revelado neste livro sagrado, que pelo sangue consegue-se a obtenção o perdão de Deus, pois pelo sangue limpam-se os pecados e assim entra-se nas graças e bênçãos de deus.

O sangue é por isso «expiatório», e é também por isso uma forma de aplacar a cólera de deus.

Deus declara ter destinado o sangue a esse fim expiatório, e ao faze-lo, revela que o sangue possui um sentido altamente invocatório e apaziguador junto dos espíritos mais poderosos, que por esse meio concedem renovadas bênçãos a quem lhes dirige a preces e devoções.

Por isso, é instruído por Deus que o sangue seja usado em diversos rituais litúrgicos:


Derramarão o sangue por todos os lados do altar

Levítico 2,13


O sacerdote molhará o dedo no sangue da vitima, e ungirá os cantos do altar (….)

depois derramará todo o sangue na base do altar

Levítico 4,30


Molhará o dedo no sague e fará 7 aspersões na frente do véu, diante de Deus

Levítico  4, 17


Assim é tambem revelado que o sangue foi indicado por Deus como uma das mais fortes essências que se pode oferendar sobre um altar e que, exerce um poder invocatório inestimável ao seu espírito.

E sendo que conforme se pode ler no evangelho de João: «Deus é espírito» - assim fica revelado que os poderosos espíritos encontram no sangue um motivo de invocação irresistível.

Cabe ao sacerdote facultar aos espíritos o seu alimento, ou seja, oferendar-lhes as essências que lhes são agradáveis e por via das se concretiza a comunhão entre espíritos e humanos. Pois assim esta escrito:


(…)o sacerdote (…) é o encarregado de oferecer o alimento a deus

Levítico 8


Sabemos por tudo isto que «sacerdote» é por isso aquele que oferece alimento aos espíritos, e os espíritos mais poderosos tem um alimento que lhes é agradável, que é a própria essência física onde reside a vida. E oferendar vida aos espíritos, é garantir que eles facultarão vida a quem os procurou.

Nos rituais de natureza carnal, os sacerdotes usam de irresistíveis alimentos aos espíritos, de forma a invoca-los de forma incontornável. Usam-se para isso fortíssimos meios de invocação espiritual de poderosos espíritos, seja pelos rituais de carnalidade, seja pela oferenda de sangue e outras essências que são agradáveis ás entidades. Todo esse saber místico, encontra-se inscrito nos textos sagrados.

Tanto Salomão como Jezebel assistiram á existência destes cultos, e verificaram o poder que as suas praticas podiam facultar a quem as sabia exercer e delas usufruir. Salomão verificou assim o poder de outros deuses.( I Reis 11,4-8)

Salomão praticou ele mesmo tais rituais, oferencendo sacrificios, sangue e incensos em templos devotos a espiritos.


Salomão (...)seguia os preceitos de seu pai David.

Entretanto, oferecia sacrifícios e incensos nos lugares altos

II Reis 3,3


Salomao praticou magia invocatoria de espiritos nos templos dedicados a tais praticas, que pelos hebraicos eram chamados de «lugares altos».

Dessas praticas magicas, e da ancestral sabedoria,( conforme esta descrito no II Livro de Cronicas), Salomão obteve poder para se transformar num rei de riquezas imensas, como jamais outro existiu.

Outros reis hebraicos, tambem praticaram culto aos espiritos, frequentando templos e estabelecendo necromantes e magos.


Manassés(...) construiu lugares altos em honra de todo o exercito dos ceus (....) praticou adivinhação e magia (....)

II Crónicas  33,1-6


A missa negra, inspira-se nestes saberes ancestrais que Hebreus, Egípcios e Gregos já tiveram nas suas mãos, e que ao longo dos tempos foi perseguido e tornado secreto, apenas disponível a certas ordens religiosas e a determinados

Muitos crêem que a missa negra passa pela ofensa a símbolos religiosos cristãos, e isso sucede porque hoje em dia se perderam os verdadeiros saberes que inspiravam este tipo de celebração religiosa, e se transformou este tipo de ritual numa espécie de satisfação das fantasias de pessoas religiosamente pouco esclarecidas e longe das verdades espirituais.

As missas chamadas de «negras» não se destinam a profanar a religião dos outros, mas são antes um instrumento religioso por si mesmo, de uma pratica religiosa que remota aos tempos pré-hebraicos.

De acordo com as mais ancestrais tradições pré-hebraicas, as missas chamadas «negras», são apenas e na verdade a perpetuação de cultos de invocação de espíritos através de ritos fundamentados na carnalidade. São poderosíssimos meios de magia para invocar espíritos terrenais, ou mesmo anjos caídos.

As missas são chamadas de «negras», não porque se destinam a profanar as missas «brancas», ( aquelas praticadas pelos padres), mas antes porque fazem uso de um processo de invocação espiritual oposto ao que é usado pelos padres. Os padres usam processos meramente espirituais para invocar o espírito de Deus, ou seja: velas brancas, incensos, uma certa liturgia e o poder da oração. Trata-se por isso de um culto fundamentado na oração, na meditação, na abstinência, na palavra.

O culto inverso, é um culto baseado não na palavra mas no acto; não na abstinência mas na carnalidade; não na mera oração mas na pratica; não na mera contemplação mas no êxtase. Trata-se de um tipo de celebração que se baseia no exercício de um método espiritual oposto ao praticado nas missas brancas, ( que não pretende ofender em nada a missa branca, apenas propõem uma forma oposta de invocar espíritos), e que se propõem fazer o chamamento de poderosas entidades espirituais por um caminho igualmente mais forte e poderoso, tão forte e poderoso que foi banido da religiosa pratica comum.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Paganismo Nórdico

Paganismo nórdico o paganismo escandinavo (en nórdico antiguo: heidindómr)​ es un término utilizado para describir las tradiciones religiosas comunes entre las tribus germánicas que habitaban en los países nórdicos antes y durante la cristianización de Europa del norte. El paganismo nórdico es un subconjunto del paganismo germánico, practicado en las tierras habitadas por las tribus germánicas en casi toda Europa central y septentrional, durante la época vikinga. El conocimiento actual sobre el paganismo nórdico ha sido inferido por los resultados arqueológicos, etimológicos, y por los materiales escritos de la época.

Algunos expertos como Georges Dumézil, sugieren que diversos elementos estructurales y temáticos dentro de las certificadas ideas religiosas escandinavas, ubican al paganismo escandinavo, dentro de la estructura básica de la expresión pan-Indo-europea de las ideas espirituales como un todo.

La religión escandinava fue un fenómeno cultural, y, como la mayoría de las creencias folclóricas anteriores a la alfabetización, sus practicantes, probablemente no tenían un nombre para su religión, hasta que entraron en contacto con forasteros o competidores. Ergo, los únicos títulos que eran dados eran aquellos utilizados para describir la religión de una manera competitiva, usualmente en un contexto muy antagónico. Algunos de estos términos fueron hedendom (escandinavo), Heidentum (alemán), Heathenry (inglés) o Pagan (latín). Un nombre interpretado más románticamente para la religión nórdica es el término islandés medieval Forn Siðr (vieja costumbre)


Fuentes

Lo que se conoce respecto al paganismo escandinavo fue reunido y compilado a partir de los descubrimientos arqueológicos y de la literatura producida después de la cristianización.


Fuentes literarias

Las fuentes literarias escritas sobre el paganismo escandinavo vienen después de la decadencia de la religión, cuando el cristianismo ya estaba establecido.​ La inmensa mayoría de esto provino de Islandia, en el siglo XIII, donde el cristianismo demoró más para ganar aceptación, debido a su localización remota.​ Los principales textos para el estudio del paganismo nórdico son: la Edda en prosa, de Snorri Sturluson, la Gesta Danorum, de Saxo Grammaticus, y la Edda poetica, de autor desconocido. Por haber sido escritos ya en contexto cristiano, los dioses nórdicos no son tratados en estas fuentes como tales, sino como héroes históricos.


Fuentes arqueológicas

Muchos sitios arqueológicos en Escandinavia rinden información valiosa sobre la antigua cultura escandinava. Dos ejemplo culturales más antiguos existentes son los petroglifos, o helleristninger,4​que suelen estar divididos en dos categorías según su edad: "glifos de caza" y "glifos de agricultura". Los glifos de caza son los más antiguos ( 9000 - 6000 a. C.) y son encontrados frecuentemente en el norte de Escandinavia (Jämtland, Nord - Trøndelag y Nordland). Estos descubrimientos parecen indicar una existencia basada primordialmente en la cacería y la pesca; estos motivos fueron gradualmente subsumidos (c. 4000 - 6000 a. C.) en glifos con temas más zoomórficos, o tal vez, religiosos.

Los glifos de la región de Bohuslän fueron posteriormente complementados con "glifos agriculturales" más recientes (c. 2300 - 500 a. C.), que parecen retratar una existencia basada más pesadamente en la agricultura. Estos motivos consisten por lo general, en retratar navíos, temas solares y lunares, espirales geométricas y seres antropomórficos, que parecen indicar de manera ideográfica, el inicio de la religión escandinava.

Otros destacados descubrimientos arqueológicos, que pueden retratar la religión nórdica arcaica son los cuerpos del pantano, tales como el Hombre de Tollund, quien pudo haber sido ritualmente sacrificado, en un aparente contexto religioso.

Ulteriormente, durante la Era Vikinga y el periodo que le antecede, existen evidencias materiales que parecen indicar una creciente sofisticación en la religión nórdica, como artefactos retratando motivos de gripdjur ("monstruos que agarran"), arte y joyería entrelazada, pedantes Mjolnir y diversas armas y artefactos con caracteres rúnicos inscritos o acoplados.

Muchos otros motivos ideográficos e iconográficos que parecen retratar la creencias religiosas de los vikingos nórdicos (y pre-vikingos) son vistos en las piedras rúnicas, que solían ser erigidas como marcos o piedras memoriales. Estas piedras memoriales usualmente no eran colocadas próximas a un cadáver, contenían epitafios, escritos en las runas, en memoria de un pariente muerto. Esta práctica sobrevivió por mucho tiempo después del proceso de cristianización. Como la mayoría de los pueblos antiguos y medievales, las sociedad escandinava estaba dividida en diversas clases, y los antiguos nórdicos practicaban la esclavitud en cualquier ceremonia. La mayoría de los entierros realizados en el periodo pagano parecen haber sido realizados primordialmente por las clases altas, aunque muchas excavaciones recientes en los patios de las iglesias medievales, han proporcionado una visión más amplia de la vida de las clases populares.


Culto

Centros de fe

Las tribus germánicas raramente erigían templos en el sentido moderno del término. El blót, forma de culto practicado por los antiguos pueblos escandinavos, se parecía a la de los celtas y los bálticos, y ocurrían en bosques sagrados. También ocurría en los hogares, o en altares simples hechos con piedras apiladas, unas sobre otras, conocidos como hörgr.

Parecen haber existido, sin embargo, algunos centros de culto con mayor importancia, como Skiringsal, Lejre y Upsala. Adam de Bremen alega que existió un templo en Upssala, con tres estatuas de madera de Thor, Odín y Freyr, aunque hasta la fecha no ha habido evidencia arqueológica que lo corrobore. Ruinas de lo que pudieron haber sido centros de culto han sido excavadas en Slöinge (Halland), Uppåkra (Skåne), y Borg (Östergötland).


Sacerdotes

Algunos tipos de sacerdocio shamanístico parecen haber existido, centrados especialmente en mujeres mágicas, conocidas como völur (singular: völva). Al parecer fueron también jefes-sacerdotes, seculares, llamados goðar (singular: goði), que organizaban los festivales religiosos en sus propiedades, para sus seguidores.

Es común escuchar que a partir de un cargo sacerdotal, derivó la monarquía germánica. Este papel religioso del rey coincidía con el papel general de los goði, quien acostumbraba ser el jefe de un grupo de familias emparentadas (sobre esta estructura social, ver clanes nórdicos ætt) responsable de la administración y los sacrificios.


Sacrificios humanos

Los sacrificios podían comprender humanos, animales o, simbólicamente, objetos inanimados. Entre los escandinavos, había dos tipos de sacrificios humanos; aquellos realizados para los dioses en los festivales religiosos, y los sacrificios de sirvientes, realizados en los funerales. Un testigo de tal sacrificio, sobrevive en la descripción de un entierro de un barco funerario, dada por el autor árabe Ahmad Ibn Fadlan, construido por los Rus' (ancestros de los rusos). en donde una esclava se ofreció acompañar a su señor al otro mundo. Relatos de sacrificios religiosos entre los germánicos fueron dados por diversas fuentes, como Tácito, Saxo Grammaticus, y Adán de Bremen.

El Heimskringla narra sobre el rey sueco Aun, quien sacrificó nueve de sus hijos, en un esfuerzo por prolongar su vida, hasta que sus súbditos le impidieron matar a su último hijo Egil (Ongenþeow). Según Adán de Bremen, los reyes suecos sacrificaban esclavos (hombres) cada nueve años, durante los sacrificios del Yule, en el Templo de Upsala. Los suecos no solo tenían el derecho para elegir sus reyes, también podían deponerlos, y tanto al rey Domalde como al rey Olof Trätälja, fueron sacrificados tras años de hambruna.

Odín, principal dios del panteón escandinavo, era asociado con la muerte en la horca, y una posible práctica de sacrificios de Odín por estrangulamiento, tiene algo de apoyo arqueológico en los cadáveres perfectamente preservados gracias a los ácidos de los pantanos de turba de la Jutlandia, en el cual estas víctimas habían sido arrojadas después de ser ejecutadas. Existen de esto numerosos y notables ejemplos como la Mujer de Haraldskær, la Mujer de Elling o el Hombre de Tollund, de la edad de Bronce. Sin embargo, no existen escritos que interpreten de manera explícita la causa de estos estrangulamientos, que bien pudieran tener otras explicaciones, como una forma de pena capital.


Influencia

Huellas e influencias del paganismo escandinavo aún se pueden encontrar en la cultura y las tradiciones de los actuales países nórdicos: Dinamarca, Suecia, Noruega, Islas Feroe, las islas Aaland, Islandia y Groenlandia; así como en todos los países que recibieron inmigrantes de estas naciones nórdicas.


Días de la semana

Los nombres de los días de la semana en las lenguas germánicas están basados en los nombres de los dioses nórdicos.


Día Origen

Mánadagr Día de la Luna

Týsdagr Día de Tyr

Óðinsdagr Día de Odín

Þórsdagr Día de Thor

Frjádagr Día de Freya

Laugardagr Día del baño

Sunnudagr Día del Sol


Festivales

Diversas celebraciones modernas realizadas en los países nórdicos tienen sus orígenes en tradiciones que surgieron en las fiestas de los antiguos paganos. La celebración cristiana de la Navidad, tal como se practicaba en los países escandinavos y en otros lugares, aún se recurren a diversas prácticas paganas, como el tronco de Yule, el acebo, el muérdago y el intercambio de regalos. La celebración del solsticio de verano, es una práctica escandinava todavía celebrada en Dinamarca y Suecia, y hasta cierto punto, Noruega.


Neopaganismo

El paganismo escandinavo fue la inspiración detrás de las religiones neopaganas de Ásatrú y el Odinismo, que surgió en el siglo XX. Ambos son subconjuntos del Neopaganismo germánico, el cual tiene influencias de las creencias de los pueblos germánicos.


Galdrabók


El Galdrabók (en islandés, «Libro de Magia») es un grimorio islandés fechado alrededor del año 1600,​ un pequeño manuscrito con 47 citas.

El grimorio fue compuesto por cuatro personas distintas; posiblemente se inició a finales del siglo XVI y se terminó a mediados del siglo XVII. Los tres principales escribas fueron islandeses y el cuarto sería un danés que trabajaba con material procedente de Islandia.

Las diferentes citas están escritas en rúnico y en latín; la obra incluye un compendio de símbolos mágicos de Islandia, invocaciones a entidades cristianas, demonios, dioses nórdicos paganos e instrucciones sobre el uso de hierbas y artilugios mágicos. Algunos de los conjuros son de protección, especialmente contra problemas del embarazo, dolor de cabeza, insomnio, encantamientos, peste, sufrimiento y desorientación en el mar. Otros están enfocados a provocar miedo, matar animales, encontrar ladrones, dormir personas, provocar flatulencias o embrujar mujeres.

El libro fue publicado en 1921 por Natan Lindqvist en una edición diplomática con traducción al sueco. La edición inglesa no apareció hasta 1989 en edición facsímil de Stephen Flowers.

Una variante de Galdabrók también se le conoce como manuscrito Lbs 143 8.º (1670) y se imprimió por primera vez en 2004 bajo el título Galdrakver (o Pequeño libro de magia). La obra original se encuentra depositada en la Biblioteca nacional y universitaria de Islandia y se diferencia de Galdrabók porque solo describe conjuros de magia blanca.

Aegishjalmur

 


El aegishjalmur o ægishjálmur (nórdico antiguo: ægishjálmr​ que significa «yelmo de Ægir».) es un símbolo mágico de protección utilizado por los vikingos.
De origen islandés, también se le conoce como hechizo del terror o del temor. Este tipo de símbolos eran usados habitualmente por los guerreros vikingos como signo protector pintado en la frente antes de la batalla, conocido como herkumbl ("signo de guerra").​ Dibujado entre los ojos, se le otorgaba la capacidad de hacer invencible al portador y atemorizar a sus enemigos.​ Aparece en varias sagas nórdicas, donde se le menciona con diversos nombres como semblante del terror o carácter dominante.
Hay constancia escrita en las siguientes sagas nórdicas, donde pueden tener otras interpretaciones relacionadas con la función protectora:

Saga Eyrbyggja
Saga de Reykdæla ok Víga-Skútu
Saga de Njál
Saga Vatnsdœla

El aegishjalmur reaparece en el neopaganismo Ásatrú en forma de tatuaje como hechizo protector. No obstante, no está demostrada la utilización de tatuajes en los pueblos nórdicos previa entrada del Cristianismo aunque no es improbable como lo demuestran los vestigios más antiguos descubiertos como el hombre de Ötzi, o los escritos de historiadores romanos como Tácito y Dion Casio en relación a las tribus germánicas que acosaban al Imperio. Una excepción es el relato de Ahmad ibn Fadlan en el siglo X sobre su encuentro con los Rus' procedentes de Escandinavia, describiendo que los varegos (afamados guerreros de origen vikingo), estaban tatuados «desde las uñas hasta el cuello»​ y que «su piel cubierta de tatuajes representan árboles»,​ aunque pudo ser una influencia de las tribus turcomanas; o los maestros de las runas que las sagas nórdicas identifican como vitkar que llevaban tatuado en el pecho hugrúnar (o runas para la memoria y locuacidad).

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Magia de Maat e o Caos

 


Há anos quando eu li Peter Carroll “Liber Null” e “Psychonaut”, não me imaginava, tal como era apresentado nesses livros. Desde que descobri a Internet, não obstante, tenho encontrado-me com vários magos caóticos. Um deles, Joseph Max da Califórnia, publicou em um texto sua experiência com magia. Nele, cita Magia de Maat, como um bom exemplo de Magia do Caos. Imediatamente me ocorreu investigar além, para comparar e diferenciar ambos os métodos.

Deste ponto, seria sábio distinguir entre o método como é apresentado nos livros, de como é usado pelos magos individualmente. Ambos, magos caóticos e magos de Maat, tendem a ser muito individualistas (como é próprio nesta arte), e cada um tem sua própria forma de manejar sua Arte. Os magos são mais similares em sua independência e criatividade que em sua filosofia ou terminologia. Eu tenho me baseado, no que há publicado, modificado pela experiência e comentários dos praticantes.

Com a exceção do trabalho de Austin Osman Spare, há pouca inovação ou quase nada, no campo da magia ocidental desde a morte de Aleister Crowley até o começo de 1970. O trabalho de Jack Parsons, é totalmente Thelemico e se distingue por sua paixão a liberdade, independência e sua devoção a manifestação de Babalon. Charles Stanfeld Jones declarou no começo do Æon de Maat, porém ele falou ao desenrolar um sistema embasado na nova frequência da corrente mágicka. As explorações de Kenneth Grant ao lado obscuro da magia tiveram suas primeiras manifestações com o livro “Cults of the Shadow” em 1975 e este continua hoje em dia; vejo pouca menção de seu trabalho na literatura de Magia do Caos, exceto com a pessoa que deu a conhecer a vida e o trabalho de Spare.

A similaridade mais óbvia entre os dois sistemas, é que ambos são pós-Crowleyanos. A ciência, tecnologia e comunicações globais têm alterado radicalmente o mundo desde a II Guerra Mundial. Ambos métodos, bebem da mesma fonte em pontos de vista acerca do mundo, tecnologia e técnica. Magia do Caos se declara a si mesma como nova e Magia de Maat com honoráveis raízes. Porém o Sr. Max aponta:


“Sim, Magia do Caos é uma nova tradição, porém está embasada na destruição das formas de tradições e definitivamente tem uma dívida com o passado. Portanto eu poderia dizer que Magia do Caos deriva das tradições mais antigas pela destruição, enquanto Magia de Maat deriva delas por exploração”.

As diferenças nas similaridades entre os dois tipos de magia, se refletem também nas semelhanças das diferenças, isto se compreenderá no transcurso de nossa exposição.

Ambas magias têm um mapa æonico. No “Líber Caos” o Sr. Carroll apresenta seu ponto de vista da psicohistória no passado, presente e futuro. Ele utiliza quatro Æons (Xamânico, religioso, racionalista e pandemonium) divididos em dois sub-Æons cada um (animista-espírita, pagão-monoteísta, ateísta-niilista e caoísta-?). Estes estão representados da esquerda para direita e por cima dos entrelaçados, três ondas representando o paradigma materialista, paradigma mágicko e paradigma transcendental.


A forma das ondas mostra a relativa dominância de cada paradigma (o consenso de realidade o Zeitgeist de uma cultura contemporânea em um ponto da história dada) para cada Æon e sub-Æon.

Este é um elegante esquema e quero comentar, que eu não sei se outros magos Caóticos apoiam ou não, mas para mim é uma ideia que tem sentido. O Mapa Æonico de Maat consiste em:


Æon sem nome: Pré-história – caçadores/coletores: animismo, xamanismo, vodu.

Æon de Isis: Fazendeiros, pescadores: A Grande Mãe e panteões pagãos.

Æon de Osiris: Cidades-Estado, invasão, guerra: Judaísmo, Cristianismo, Islam.

Æon de Horus: Energia atômica, rádio, televisão: Thelema, ateísmo, existencialismo.

Æon sem palavras: O futuro manifestado ao redor de uma nova espécie originada da humana.

Æon sem palavras e o Æon Pandemonium, parecem representar a mesma condição; os caoístas parece que o vêem como um tempo onde a magia prevalece como caminho de vida e os maatianos como um duplo estado de consciência individual e coletivo. Ambos vêem o futuro muito diferente do presente à escala global e ambos vêem o desenvolvimento e o uso da tecnologia como parte fundamental desta diferença. (Nota: no transcurso e desenvolvimento da prática da Magia de Maat, eu tenho encontrado-me com a personalidade da dupla consciência do futuro humano, quem se chamava a si mesmo de N’ATON, pode-se ver o esboço desta ideia na Internet, ressurgindo enquanto falamos.)


Outra similaridade entre os Magistas, é que a fórmula dos Æons transcorre e está disponível, para qualquer um que queira usá-las, isto encontro no trabalho da Magia de Maat e chamo-o de PanÆonic Magick. Quero dizer, que em algum lugar do mundo há pessoas que vivem e sentem sob a influência de Æons diferentes. Em lugar de modelos lineares ou inclusive acumulativos, o modelo do avanço mágicko que acredito que se aproxima à realidade vejo-o atemporal, eterno e presente. Os escritos que têm-se visto sobre Magia do Caos fomentam e anima ao livre uso das metáforas de todas as culturas.

A Magia do Caos e de Maat também usam os sigilos mágickos de Spare, o processo onde escreve-se sua intenção, reduz e refaz em uma abstração sobre o papel (ou outro material), esquece-o e no momento de alto clímax é relembrado, para que se manifeste no mundo físico.

O Processo de sigilização move a intenção desde o consciente ao inconsciente, ou mais exatamente, segundo minha opinião, à mente profunda, uma frase de Jan Fries (“Visual Magick, Helrunar). Isto é feito no ato de esquecer. A mente profunda consiste em todo o poder acumulado no curso de nossa evolução, desde as pequenas células, até a conexão com todas as coisas, isto pode fazer-se sem restrições impostas pelo consciente e pelo Ego. Fazendo que um escrito coerente, passe a ser algo incompreensível de maneira que a mente consciente não possa manipulá-lo e se libere na mente pré/ pós-verbal da mente profunda.

A Magia do Caos e de Maat também usam as crenças como ferramentas. Os humanos tendem a serem restritos às suas crenças, mantém uma específica doutrina o Kit de normas que provem de uma pseudo-segurança na restrição. Se vier slogans em Use como “a Bíblia disse, creia”. A maior parte das guerras tem sido graças às crenças religiosas (cruzadas, Jihads, etc), também é certo que têm havido outras por outros motivos filosóficos ou biológicos, como a guerra civil americana contra a escravidão.

Eu vejo a crença como uma extensão de nosso instinto de sobrevivência. A crença deve ser saciada de conteúdo, para que seja uma efetiva ferramenta mágica. Deve-se crer intensamente e apaixonadamente no momento que invocamos a forma de Deus ou senão a transformação não ocorrerá, sem embargo é necessário que o mago retorne a sua personalidade normal depois do ritual, senão o deus residirá permanentemente, e não poderias invocar outro. Tu necessitas estar limpo e receptivo como uma ferramenta bem engraxada.

O número oito também é parte importante em ambas as magias. As oito flechas irradiando desde o ponto central, é o primeiro símbolo do Caos, e é usado no “Líber Chaos” como esquema para os oito tipos de magia, que são descritos em várias cores.


Negro: Magia de morte, para experimentar a própria morte, ou enviar encantamentos de morte (sem comentários), parece ressonar com Saturno.

Azul: Magia de riqueza, é Júpiter,

Verde: Magia de amor, reflete a natureza de Vênus.

Amarelo: Magia do Ego vai com a energia solar, algo similar se encontra na Magia de Maat na dança das máscaras.

Vermelho ou prateado: Magia sexual, o vermelho é a paixão e o prata é a Lua.

Laranja: Magia do pensamento, de natureza mercurial.

Octarina: A pura magia é a cor que tu eleges pessoalmente como essência da magia. É interessante apontar ainda que a Magia do Caos não usa a estrutura da Árvore da Vida, as cores mencionadas acima correspondem em escala dos Reinos das Sephirot e com as mesmas atribuições. Para mim a Octarina me evocar a combinação do branco, negro e cinza em escala dos Reinos de Kether, Chokmah e Binah.

Na Magia de Maat há um “Ritual de Proscrição” aos outros pontos e os “Antigos Esquecidos” ou ao instinto de sobrevivência, que relaciona com os sete Chacras, além do mais em Bindu em um octeto.


Outras similaridades são a criação de um templo astral em um lugar privado que se dá no astral; os mundos probabilísticos e o Akasha; e os homens que acreditam em deuses e estes se tornam independente através das gerações de crentes e de sua devoção. Encontro outros parecidos quando leio a literatura do Caos e eu convido-te a fazer tuas próprias investigações.


Nos textos e conferências sobre a Magia de Maat, eu tenho que enfatizar que ela não tem a intenção de fundar qualquer Ordem, Coven ou grupo oficial de praticantes. A razão disto é muito simples e básica. Magia de Maat, como qualquer sistema válido de iniciação, se auto-destrói quando se completa. Ela trabalha por si mesmo. O que fica é uma rede de colegas que trocam informações ao decorrer e ajudam aos outros em seu caminho, recomendam leituras e ocasionalmente se congregam em um Ritual. Este último é bastante difícil já que a rede dos Magistas de Maat é internacional.

Os Magistas de Maat têm seus próprios estilos de funcionamento e raramente se consideram a eles mesmo como “Magistas de Maat”. Eu considero isto como um sinal muito saudável.

Apesar deste espírito instável, existe (fundamentalmente no astral) a Loja Horus/Maat, cujo propósito é difundir a dupla corrente de Horus e Maat. Desde sua fundação o reconhecimento da existência do Pan-Æonic parece que tem aumentado. Essa não era minha ideia, porém as pessoas que querem que a loja continue tem minha cooperação em sua fundação. A Loja não tem direção oficial, nem encontro, nem taxas, nem estatutos, nem oficiais e nem graus.

A Magia do Caos tem por outro lado “Os Iluminados de Thanateros I.O.T.” para uma maior descrição ver o livro de Carroll “Líber Chaos”. O Sr. Max escreve:

“Claro que há mais palavras em alguns círculos!, há muito mais Magistas que tem sido expulsos da I.O.T. que de membros que continuam pertencendo a I.O.T.. Em minha, não tão humilde opinião, a I.O.T. deixou as portas abertas para qualquer um que decidiria ser o guru da Magia do Caos, então eles decidiram que seriam um instituto júnior da O.T.O., com um sistema de graduação por convite, colocariam o poder administrativo em mãos de uma pessoa e declarariam a “Guerra Mágicka” a qualquer um que não gostasse. Os fundadores Ray Sherwin e Peter Carroll abandonaram há tempo muito descontentes”.

Agora deve-se deixar claro, que o conceito de I.O.T. não é o mesmo que o “Pacto”. O Pacto é a ordem externa e a real I.O.T. é como a invisível A.·.A.·. – para praticar Magia do Caos tem que ser um “Iluminado de Thanateros” e ser membro de uma organização não é requerimento. Assim é como eu o vejo e creio que distancia muito da original concepção de Sherwin e Carroll.

Outra distinção que vejo é que a Magia do Caos usa “Servidores” enquanto a M.M. não. Os servidores são entidades criadas ou obtidas pela intenção do magista para que façam um serviço delegando poder a elas. Na M.M. tende-se a trabalhar através da impressão direta da corrente mágicka ou “deixar que as coisas fluam” através do qual o intento adquire o poder de manifestar-se.


Mr. Max disse: “Verdadeiramente os caoístas usam “servidores”, porém há muitos trabalhos que caem dentro da categoria do encantamento. Nós poderíamos extrapolar uma tendência como estrita “Lei”, já que a maior parte dos trabalho não está embasado no uso de “servidores”.


Outra grande distinção que eu tenho encontrado, embasando-me no que há publicado, é que a Magia do Caos focaliza sua atenção na prática individual, enquanto que a Magia de Maat começa com o individual para entender-se a raça humana e mais além. Para clarear o conceito da prática individual na Magia do Caos Mr Max responde:

“Verdadeiramente isto acontece na superfície. Minha experiência é que cada Mago caótico encontre sua própria emfase em “ir adiante”, porém não é tão estrito. Em meu próprio caso, vejo grande efeito em minha prática mágicka em trazer o “PanDaemonÆon” ao Æon extra-sensorial, comunicação entre os homens e máquinas, estão logo na esquina e cruzam a linha entre a magia e a tecnologia (já se tem cruzado, ou diga-me se um computador não é algo mágicko). Para mim a Magia é a esperança e o sonho da humanidade, nossa última salvação”.

Eu vejo o auge da Magia do Caos como um bom sinal de que a Magia está viva e cresce no final do século XX. Parece-me que vai na mesma direção que a Magia de Maat, para o “Ponto Omega”, que é a radical transformação individual e como espécie. Antecipo a elevação de outras Magias também, surgindo da criatividade daqueles que entendem os princípios subjacentes dos efeitos individuais, efetuando trocas Macrocósmicas através da precisão e perícia do trabalho Microcósmico. Se estiveres interessado em saber como funciona o processo, aconselho-te que leia os seguintes livros.


Peter J. Carroll: Liber Null Y Psychonaut. Samuel Weiser 1987.

Liber Chaos. Samuel Weiser 1993.

Jean Fries : Visual Magick :a manual of Freestyle Shamanism. Mandrake of Oxford, 1992.

Kenneth Grant: Cults of the Shadow. Frederick Muller Ltd London, 1975

Skoob Books Publishing, London, 1993.

Phil Hine: Condensed Chaos: An Introduction to Chaos Magick. New Falcon Publications, AZ 1995.

Nema: Magia de Maat: A Guide to Self-Initiation. Samuel Weiser, 1995.

O Pandæmonæon

 


O termo Pandæmonæon é muito utilizado por magos caóticos. Isso é compreensível, já que nosso objetivo supremo é invocar a manifestação completa do Pandæmonæon em cada nível de nossas realidades. Mas nenhuma definição clara foi oferecida até agora sobre os efeitos que sua invocação terá sobre os vários ingredientes das realidades – não apenas aquelas observadas pelos magos caóticos, mas aquelas que de fato são experimentadas por aqueles que não trabalham intencionalmente em prol da Grande Obra. É certo que existem tantas visões sobre a natureza do Pandæmonæon quanto existem magos caóticos, e é assim que deve ser. O que virá a seguir é uma visão geral sobre o efeito da chegada do Pandaemonaeon sobre as realidades sociais da humanidade.


Em seu Liber Kaos, Peter Carroll define o Pandæmonæon simplesmente como a evolução da ciência para a magia, principalmente através das disciplinas científicas descendentes da atual física quântica. Carroll se abstém de fazer quaisquer projeções firmes sobre os efeitos das ramificações de tal evolução sobre a humanidade. Mais importante que a compreensão de que novas tecnologias surgirão para cobrir o vão entre o materialismo científico e a magia é a compreensão do que acontecerá com a humanidade e a sociedade quando o paradigma caosmágico ganhar ascendência envolvendo tanto a ciência quanto a religião dentro de si.


O aspecto mais importante é a transferência de informação. Atualmente, a velocidade pela qual a informação pode ser transmitida do emissor ao receptor é limitada pelo tempo, que se manifesta aqui na velocidade da luz. Isto é, entretanto, uma restrição ilusória. A informação não é matéria manifesta, e assim não cai sob o domínio das “leis universais” que parecem governar o comportamento dos meios pelo quais é transmitida. Para simplificar, precisa-se apenas imaginar o telefone. Pode parecer que a informação é transferida imediatamente, mas isso não é o caso. Há um atraso entre a partida da informação e sua recepção que é ditada pela velocidade de uma transmissão elétrica através de um fio, ou de luz através de um cabo de fibra ótica. Em outras palavras, a informação deve primeiro ser convertida em algo material e então ser movida através de outra matéria. Em última análise, não é a informação que se move; são elétrons ou fótons, que são então convertidos novamente em informação quando chegam a seu alvo. Mas a informação em si não é o elétron ou o fóton (embora estes contenham e sejam compostos de informação). A informação, como é atualmente, não pode ser medida. Ela é intangível para nós, algo que nunca pode ser experimentado diretamente.


Então, o que é a informação? É aquilo que os antigos xamãs teriam batizado de mana. Não é material, nem é energia. Na falta de um cognato melhor para a ideia, ele pode ser descrito como æthyr; quanta dispersos que se unem temporariamente para formar um fenômeno qualquer. Um æthyr não é limitado pela velocidade da luz, não ocupa espaço algum e nem está sujeito ao tempo. É capaz de estar em mais de um lugar no mesmo momento, ou em lugar nenhum, ou quaisquer combinações de ambos.


O Pandæmonæon, então, é a um nível a destruição de todas as coisas em æthyr, ou informação. Tudo se torna aglomeração temporária mutável de acordo com a vontade, a vontade em si sendo compreendida como uma aglomeração transitória. Isto espelha exatamente o processo através do qual qualquer ato de Magia do Caos é realizado; alguém define previamente uma série de parâmetros através de várias técnicas, mas as técnicas em si não são magia. A magia se manifesta apenas quando um estado de Gnosis é atingido. A Gnosis é o dissipar da mente de volta ao manancial æthírico através da cessação de todos os processos mentais. Qualquer número de variáveis (quanta) são então permutadas entre o oficiante mágico e o campo de potencialidades infinitas (æthyr). A forma sob a qual se manifestarão é determinada pelos parâmetros estabelecidos pelas técnicas empregadas. Em outras palavras, as técnicas agem de forma muito semelhante à linha telefônica do exemplo anterior. Quando o Pandæmonæon tiver sido invocado, entretanto, tais passos intermediários não serão necessários. A vontade manipulará diretamente o æthyr em configurações variadas, e nada existirá além do que foi assim configurado. A informação é transmitida, processada e configurada fora dos limites de qualquer conceito de tempo, ou seja, instantaneamente.


Que efeito, então, isto terá sobre as estruturas sociais da humanidade? Deve-se primeiro compreender que qualquer estrutura social não passa de um produto de processos mentais. Estes podem, idealmente, ser modificados ao sabor daqueles que participam em dada estrutura. Indo mais longe, as estruturas sociais de qualquer tipo são tentativas de controlar a transmissão e manifestação da informação e do æthyr. É sempre através do visor de suas estruturas sociais que o homem forma a realidade consensual. Implicitamente, então, o Pandæmonæon é o colapso de todas as estruturas sociais, já que não existirá nenhum meio através do qual transmitir a informação. Em outras palavras, todo o æthyr é acessível instantaneamente de qualquer ponto, em quantidade infinita. As fronteiras dos construtos sociais, e também a mente individual, incharão até explodir. Todo sujeito e todo objeto serão unidos: individualidade e grupo, passado, presente e futuro, todos formarão uma singularidade infinita, sem limites e em um constante estado de fluxo. Toda a separação de conceitos desaparecerá juntamente com todos os conceitos de separação. Austin Osman Spare define isto como um estado de nem/nem; E.E. Rhemus o define como uma implosão escatônica; o misticismo oriental o proclama como união com a divindade. Eles são de fato, o mesmo e o único.


Assim, deve ser a meta do mago caótico remover toda e qualquer barreira à transmissão da informação. Hierarquias são derrubadas não apenas pelo simples ato, mas para apressar a chegada do Pandæmonæon através da destruição de tais barrerias. Qualquer organização, não importando seus objetivos, é uma força anti-Pandæmonæonica se intenta controlar de alguam forma o fluxo de informação. Governos, redes de comunicação, instituições religiosas e sociedades secretas se incluem nesta categoria. O verdadeiro mago caótico não buscará reter informações sobre as técnicas da magia, nem formar sociedades secretas que criem oligarquias e burocracias que são tão restritivas quanto aquelas que afirmam querer destruir. Qualquer informação deste tipo deve ser disseminada tão rápida e vastamente quanto possível; isto não apenas apressa diretamente o Pandæmonæon na medida em que aumenta um pouco mais a velocidade da transmissão, mas também assegura que outros possam encontrar e utilizar as técnicas necessárias para realizarem a Grande Obra. Qualquer outra coisa não pode ser Magia do Caos, pois fazer as coisas de outra forma é atrasar a invocação do Pandæmonæon.


O Teatro Magico

 


A Magia é mais que uma necessidade hoje, e tem um alcance muito maior que no seu período xamânico; suas aplicações e funções no século XX são mais abrangentes.

Ela pode ser utilizada como:


terapia;

antídoto;

religião;

disciplina;

caminho;

teatro,

ou qualquer combinação destas seis utilizações.


Como toda forma de teatro, quanto melhor a interpretação de alguém, mais interessante será. E, quanto mais interessante for, mais provável será o aperfeiçoamento da interpretação de alguém.


O objetivo do mago é fazer com que sua interpretação atinja o potencial máximo de sua capacidade, e é com isto na mente que se oferece as seguintes improvisações que poderão ajudar o futuro mago a obter uma maior flexibilidade no Teatro da Magia.


Anonimato


A utilização de máscaras sem rosto num ritual traz muitas vantagens.

Qualquer pessoa que deseje ficar no anonimato poderá valer-se de sua utilização.

Em local cuidadosamente escolhido ou indicado, a utilização de máscaras pelos celebrantes fará com que o tempo e as descrenças sejam mais facilmente abolidos. Ver um rosto conhecido, do mesmo modo que ver um objeto familiar, traz alguém de volta ao aqui e agora.

A sonoridade da voz é ampliada por uma máscara bem-feita.


Efeitos Sonoros


A utilização de ruídos incomuns pode ter um efeito surpreendente, especialmente naqueles que desconheçam a origem destes ruídos. Música eletrônica ou música tocada de trás para frente pode ser útil, mas o mago achará mais benéfico para si e seus companheiros se ele mesmo criar sons estranhos no próprio local da magia. Por exemplo, uma bola de gude rolada lentamente no interior de um pandeiro pode causar um efeito desorientador quando corretamente utilizada num local externo, do mesmo modo que um bambú ou um cano de metal com água suavemente balançado de um lado para o outro. O som de um chifre para chamar boi cria uma gnose própria.


Caracterizações


Adote uma postura de conexão total com o universo e de sucesso em todos os seus empreendimentos e atividades. Isto produz efeitos extraordinários.

Adote uma postura do tipo “sou o ser mais afortunado do planeta”. A sorte será uma conseqüência lógica para este tipo de postura mental.

Mude seus hábitos. Por exemplo, pare de roer suas unhas ou de fumar por dois meses. Então volte aos antigos hábitos. Por mais dois meses altere arbitrariamente outros hábitos como, por exemplo, a utilização da mão esquerda para realizar atos normalmente praticados com a direita ou vice-versa. Quem for ambidestro pode experimentar fazer isto com os pés.


Caminhar ao contrário


Passe um dia inteiro por mês andando e correndo de costas. Não olhe para onde você está indo, para desenvolver uma técnica que lhe permita evitar grandes objetos ou buracos. As práticas seguintes poderão ser úteis neste sentido.


Visão às cegas


Os cegos freqüentemente desenvolvem um sentido extra que os ajuda a evitar objetos em seu caminho. É possível para pessoas que enxergam desenvolver este sentido a um ponto tão formidável que elas consigam, por exemplo, guiar uma bicicleta de olhos vendados.


Inicialmente, a técnica consiste em memória e visualização detalhada do lugar a ser trilhado com os olhos vendados, enquanto se tenta ‘ver’ com o corpo inteiro ao invés de apenas com os olhos. Após alguma prática, será possível para qualquer um diferenciar as cores desta forma. Peritos neste técnica, depois de passar dez anos ou mais aperfeiçoando-a, podem até ler livros desta forma. Caminhar em terreno acidentado em noites sem lua, longe da iluminação das cidades, ajuda a desenvolver esta habilidade.


Adrenalina


Coloque-se em situações precárias ou perigosas o mais freqüentemente possível. Da mesma forma que chamar sua atenção sobre como a vida tem sido boa para você até agora, esta atividade amplia a capacidade de premonição. Este fenômeno mental é impossível de explicar ou descrever. Ele tem que ser experimentado. Ainda por cima, ele aumenta a atividade liminar espontânea, durante a qual os lampejos de premonição acontecem com maior probabilidade.


O Fantasma da Ópera


Este processo traz poucos benefícios além do interesse acadêmico de observação de seus resultados e será necessária a prática muito bem-feita de um ritual de banimento posterior ao mesmo.


Teoria: um poltergeist é um aglomerado de energia não direcionada criada espontaneamente por adolescentes de ambos os sexos.


Fato: se a atenção de um grupo de adolescentes for inteligentemente direcionada por um indivíduo carismático para a possibilidade da existência de uma ‘presença’ num local específico, a atividade do poltergeist inevitavelmente acontecerá.


Nota: não tente isto se você não for capaz de controlar as energias pouco sutis que serão criadas nem se você não conseguir manter a calma do grupo durante a atividade do poltergeist. Embora inicialmente seja divertido e sem maiores conseqüências, o comportamento de um homúnculo deste tipo pode facilmente fugir ao controle. Durante a experiência mantida pelo autor deste texto, janelas foram quebradas e vários objetos foram destruídos. Além disto, não apenas as pessoas relacionadas à experiência foram afetadas por ela. Pessoas adultas que não tiveram nada a ver com a experiência e que nem souberam dela posteriormente contaram-me que mantiveram ‘contatos’ realistas comigo, incluindo visão e voz, sem que eu soubesse. Outras pessoas sensíveis foram afetadas de maneiras muito diversas para que se consiga descrever.


Uma poderosa técnica de banimento foi necessária para livrar a casa de seu hóspede indesejado e o autor diz que preferiria caminhar um milhão de quilômetros sobre cacos de vidro antes de realizar novamente a experiência em questão.


Cristais


O poltergeist poderia ter sido acalmado de outra forma. Há uma tradição mágica que diz que os demônios podem ser aprisionados pelos cristais e o autor fez bom uso desta informação para resgatar o poder de um aglomerado de energia instável de origem desconhecida que o afligia. É improvável que ninguém tenha conseguido trabalhar adequadamente o sistema de AbraMelin em virtude de ele ter encapsulado uma energia reconhecida e descrita pelo Mago sob um nome específico. Tais energias são excreções ou extensões de Kia do mesmo modo que braços e pernas; elas são arquétipos, essências expelidas pelo ser corretamente estimulado. A técnica da magia é reconhecer e ordenar estas energias, algumas das quais parecem ser mais poderosas que o próprio organismo. Os cristais, entretanto, são os seres mais geometricamente ordenados do universo, quer sejam naturais, como o quartzo, ou químicos, e esta sentido natural de ordem pode ser aproveitado com sucesso.


Aglomerados de energia turbulenta (demônios) podem ser concentrados em cristais sólidos e ali mantidos até que o mago seja capaz de reabsorvê-los sem efeitos colaterais indesejados. Tradicionalmente, o cristal pode ser limpo em água corrente.


De modo análogo, energias ou poderes deficientes no mago podem ser trabalhados pela utilização de formas cristalinas de crescimento rápido, como cloreto de cobalto em placas de vidro, como sigilos; sigilos sólidos que podem ser observados em seu crescimento e que podem ser facilmente destruídos pela absorção do poder gerado pelo ritual. Do mesmo modo, elementos químicos de cores variadas podem ser utilizados para tipificar funções diversas.


Armas Mágicas


Invente novas armas mágicas e confira a elas poder mágico para fins específicos. Uma bengala ou cajado para auxiliá-lo em caminhadas noturnas pode ser um bom começo. Evite ao máximo as armas tradicionais (espada, bastão, taça, adaga, pantáculo), a não ser que realmente surtam o efeito desejado.


Ganho através de sacrifício


Cuidadosamente, sem poupar detalhes, construa uma arma mágica de qualquer tipo. A confecção terá sido correta se: a) a arma mágica for de uso puramente pessoal e b) se a mesma assisti-lo com sucesso na realização de alguma função mágica específica.


Em tempo: você construiu uma arma mágica pessoal utilizando toda a sua habilidade. Ela é bela, poderosa e uma extensão de você mesmo. Durante algum tempo você a utilizou e aumentou o seu carisma de modo a já estar quase confiando nela.


Então, quando uma grande quantidade de energia para uma determinada operação mágica for necessária, destrua a arma mágica ou dê a mesma de presente a alguém. A energia liberada por este sacrifício é muito maior que o poder gerado pelo uso da arma. É claro que as operações que exigem tal quantidade de energia não acontecem o tempo inteiro. Muitos magos morreram sem jamais terem feito uso dos instrumentos que construíram para esta finalidade.


Objetos como Sigilos


Um pedaço de pau, uma peça de joalheria, qualquer objeto que possa ser carregado pode ser utilizado como sigilo. Este será programado pela função subconsciente da mesma forma que qualquer outro sigilo, exceto pelo fato de ter sido desenhado para exercer sua influência apenas sobre um determinado tipo de situação ou quando segurado de uma forma especial. Em virtude disto, ele pode ser multi-funcional. Quanto mais livre for a mente do mago, tanto mais versátil será a arma mágica.


Perfumes como Sigilos


Fabrique você mesmo os seus perfumes e transforme-os em sigilos para a ampliação de funções específicas como poder pessoal, magnetismo, atração sexual, capacidade intelectual e assim por diante. Ao proceder assim, mantenha em mente a teoria que prega que o sentido olfativo ‘fala’ subliminarmente ao organismo. As essências devem ser escolhidas apenas após terem sido previamente experimentadas e as atribuições tradicionais das mesmas terem sido completamente alteradas. O mago poderá concluir, por exemplo, que alfazema excita a pele e não o espírito (como é popularmente dito), e que cânfora aumenta o desejo de matar insetos voadores ao invés de ampliar as clássicas propriedades da esfera da sefirot Netzach.


A Meditação da Escadaria

(para uso na gnosis liminar)


Imagine-se no topo de uma enorme escada em espiral cujas dimensões sejam tão vastas que sua curvatura mal possa ser percebida. Vestido de manto cerimonial ou nu, armado de seus instrumentos mágicos ou desarmado, comece a caminhar lentamente, observando detalhes como a textura do tapete ou a suavidade do mármore. Quando a gnosis ocorrer, observe as pessoas que passam por você no caminho de subida ou de descida, bem como quaisquer outros detalhes.


Esta é uma meditação muito útil para se voltar no tempo, isto é, para treinar a memória mágica, sendo que cada degrau representa um período de tempo. As imagens recebidas durante o estado de gnose podem ser examinadas posteriormente e utilizadas como chaves para outras experiências liminares.


A Espiral Astral

(para uso na gnosis liminar)


Imagine a escuridão vazia do infinito, sendo você um ponto invisível num ponto invisível. Imagine uma vasta espiral para a qual você está sendo atraído e pela qual você será inevitavelmente tragado, uma espécie de ‘buraco negro’. A espiral conduz a um universo paralelo ou a qualquer outro lugar que você gostaria de ir e é um instrumento valioso para se experimentar aquilo que se chama popularmente de ‘viagem astral’. À medida que você for sendo sugado pela espiral, construa uma forte imagem do lugar onde você quer estar e então a gnosis acontecerá. A evidência prática pode ser utilizada no exame dos resultados obtidos.


Adivinhação


Invente novos métodos de adivinhação, quanto mais bizarros e incomuns, melhor. Exemplo: examine a sombra projetada por uma mulher nua numa tela iluminada de computador e prognostique as principais notícias do dia seguinte para o continente sul-americano.


Todos os esquemas de adivinhação são arbitrários, servindo apenas para disparar uma habilidade específica normalmente ‘adormecida’. A questão se resume a encontrar o gatilho que exerça o maior efeito possível sobre sua capacidade pessoal.


Anátemas Zoológicos


Colecione um certo número de caracóis ou lesmas e permita que se alimentem por vários dias de plantas com virtudes mágicas, como, por exemplo, a beladona. Coloque-os depois numa caixa com cevada para remover o lodo e então ferva-os em água com o sabor que quiser. Quando o líquido tiver sido reduzido à metade, deixe-o esfriar e beba-o.


Vinho Sacramental


Uma garrafa de vinho tinto não será suficiente. O vinho concede ao mago uma boa oportunidade de exercer sua habilidade alquímica. O vinho pode ser inteiramente feito pelo mago através da utilização de ervas adequadas a trabalhos específicos, alucinógenos naturais fermentáveis ou cocções com efeitos semelhantes. De qualquer modo, seu sabor deve ser incomum e provocante.