terça-feira, 8 de outubro de 2024

Thelema - Liber Libræ


Publicação da A∴A∴

em Classe B


Emitida por ordem de:


D.D.S. 7○=4□ Præmonstrator

O.S.V. 6○=5□ Imperator

N.S.F. 5○=6□ Cancellarius


0. Aprende primeiro — Ó tu que aspiras à nossa antiga Ordem! — que Equilíbrio é a base do Trabalho. Se tu mesmo não tens um alicerce firme, sobre o que tu ficarás para dirigir as forças da Natureza?


1. Então saiba que já que o homem nasce neste mundo em meio à Escuridão da Matéria e à disputa de forças conflitantes; portanto, seu primeiro esforço deve ser o de buscar a Luz através de sua reconciliação.


2. Então, tu que tens provações e problemas, regozija-te por causa deles, pois neles há Força, e por sua via se abre um caminho para a Luz.


3. Como de outra forma, ó homem, cuja vida é apenas um dia na Eternidade, uma gota no Oceano do tempo; como, se tuas provações não fossem muitas, tu poderias purificar tua alma da impureza da terra?


É só agora que a Vida Superior é ameaçada por perigos e dificuldades; não tem sido sempre assim com os Sábios e Hierofantes do passado? Eles foram perseguidos e injuriados, eles foram atormentados pelos homens; no entanto através disso também aumentou sua Glória.


4. Portanto alegra-te, Ó Iniciado, pois quanto maior a tua prova, maior o teu Triunfo. Quando os homens te injuriarem, e falarem falsamente contra ti, não disse o Mestre: “Abençoado és tu!”?


5. No entanto, ó aspirante, que as tuas vitórias não te tragam Vaidade, pois com o aumento do Conhecimento virá o aumento da Sabedoria. Aquele que conhece pouco, pensa que conhece muito; mas aquele que conhece muito aprendeu sobre sua própria ignorância. Vês um homem sábio em sua própria presunção? Há mais esperança em um tolo do que nele.


6. Não sejas precipitado em condenar os outros; como tu sabes que em seu lugar tu poderias ter resistido à tentação? E mesmo assim, por que tu deverias desprezar alguém que é mais fraco do que ti?


7. Portanto, tu que desejas Dons Mágicos, tenha certeza de que tua alma é firme e inabalável; pois é lisonjeando as tuas fraquezas que os Fracos ganharão poder sobre ti. Humilha-te diante do teu Self, mas não tema nem homem e nem espírito. Medo é o fracasso, e o precursor do fracasso: e coragem é o princípio da virtude.


8. Portanto, não temas os Espíritos, mas seja firme e cortês com eles; pois tu não tens direito de desprezá-los ou ofendê-los; e isso também pode te desviar. Comanda-os e bana-os, amaldiçoa-os pelos Grandes Nomes se necessário for; mas não os zombes ou injuries, pois desta forma tu seguramente serás levado ao erro.


9. Um homem é o que ele faz de si mesmo dentro dos limites fixados pelo seu destino herdado; ele é uma parte da humanidade; suas ações afetam não só o que ele mesmo chama, mas também todo o universo.


10. Venere, e não negligencie, o corpo físico, que é a tua conexão temporária com o mundo externo e material. Portanto, que o teu Equilíbrio mental esteja acima da perturbação por eventos materiais; fortalece e controle as paixões animais, discipline as emoções e a razão, nutre as Aspirações Superiores.


11. Faze o bem aos outros apenas por fazer, não por recompensa, não pela gratidão deles, não por simpatia. Se tu és generoso, não desejarás que teus ouvidos sejam agraciados por expressões de gratidão.


12. Lembre-te de que a força desequilibrada é maligna; que a severidade desequilibrada é apenas crueldade e opressão; mas também que a misericórdia desequilibrada é apenas fraqueza que permitiria e instigaria o Mal. Age apaixonadamente; pense racionalmente; sê Tu mesmo.


13. Verdadeiro ritual é tanto ação quanto palavra; é Vontade.


14. Lembre-te de que esta terra é apenas um átomo no universo, e que tu mesmo és apenas um átomo sobre a mesma, e que, mesmo que tu te tornastes o Deus desta terra sobre a qual tu te arrastas e rastejas, que tu serias, mesmo assim, apenas um átomo, e um dentre muitos.


15. No entanto, tenha o maior auto respeito e, para esse fim, não peque contra ti mesmo. O pecado que é imperdoável é conscientemente e deliberadamente rejeitar a verdade, temer o conhecimento porque ele não gratifica os teus preconceitos.


16. Para obter Poder Mágico, aprende a controlar o pensamento; admite apenas as ideias que estão em harmonia com o fim desejado, e não toda Ideia dispersa e contraditória que se apresenta.


17. Pensamento fixo é um meio para um fim. Portanto, preste atenção ao poder do pensamento silencioso e da meditação. O ato material é apenas a expressão externa do teu pensamento, e por isso foi dito que “pensar tolice é pecado”. Pensamento é o início da ação, e se um pensamento casual pode produzir muito efeito, o que o pensamento fixo não pode fazer?


18. Portanto, como já foi dito: Estabelece-te firmemente no equilíbrio das forças, no centro da Cruz dos Elementos, aquela Cruz de cujo centro a Palavra Criativa proferiu no nascimento do Universo alvorecendo.


19. Portanto, sê rápido e ativo como os Silfos, mas evite frivolidades e caprichos; sê energético e forte como as Salamandras, mas evite irritabilidade e ferocidade; sê flexível e atento a imagens como as Ondinas, mas evite ociosidade e inconstância; sê laborioso e paciente como os Gnomos, mas evite a grosseria e a avareza.


20. Assim gradualmente desenvolverás os poderes da tua alma e te tornarás apto a comandar os Espíritos dos elementos. Pois se convocasses os Gnomos para gratificar tua avareza, tu não mais os comandaria, mas eles te comandariam. Tu abusarias dos seres puros dos bosques e das montanhas para encher teus cofres e satisfazer tua fome de Ouro? Tu rebaixarias os Espíritos do Fogo Vivo para servir tua ira e ódio? Tu violarias a pureza das Almas das Águas para gratificar a tua luxúria de devassidão? Tu forçarias os Espíritos da Brisa da Noite a ministrar tua loucura e capricho? Saiba que com tais desejos tu só podes atrair o Fraco, não o Forte, e neste caso o Fraco terá poder sobre ti.


21. Não há seita na verdadeira religião, portanto, tome cuidado para que não blasfemes o nome pelo qual outro conhece seu Deus; pois se tu fazes isso em Júpiter, tu blasfemarás יהוה e em Osíris יהשוה . Pedi e vós tereis! Procurai e vós encontrareis! Batei e será aberto para vós!


Thelema - Liber XXV - O Rubi Estrela

Publicação da A∴A∴ em Classe D

25

ΚΕΦΑΛΗ ΚΕ

O Rubi Estrela

[Tradução da versão publicada em The Book of Lies, 1913.]


De frente para o Leste, no centro, inspira profunda profunda profundamente, fechando tua boca com teu dedo indicador direito pressionado contra teu lábio inferior. Então subitamente lançando a mão para baixo com um grande movimento circular para trás e para fora, expelindo forçadamente teu fôlego, exclama: ΑΠΟ ΠΑΝΤΟϹ ΚΑΚΟΔΑΙΜΟΝΟϹ.


Com o mesmo dedo indicador toca tua testa, e diga ϹΟΙ; teu membro, e diga Ω ΦΑΛΛΕ[1]; teu ombro direito, e diga ΙϹΧϒΡΟϹ; teu ombro esquerdo, e diga ΕϒΧΑΡΙϹΤΟϹ; então junta tuas mãos, entrelaçando os dedos, e exclama ΙΑΩ.


Avance para o Leste. Imagina fortemente um Pentagrama, da maneira correta, em tua testa. Trazendo as mãos até os olhos, lança-as para a frente, fazendo o sinal de Hórus e ruja ΧΑΟϹ. Recolha tua mão no sinal de Hoor-paar-Kraat.


Dê a volta para o Norte e repita; mas grita BABAΛON.


Dê a volta para o Oeste e repita; mas diga ΕΡΩϹ.


Dê a volta para o Sul e repita; mas vocifera ΨϒΧΗ.


Completando o círculo no sentido anti-horário, recolha-te para o centro e aumenta tua voz no Paian, com estas palavras ΙO ΠΑΝ, com os sinais de N.O.X.


Estenda os braços na forma de um Tau e diga em voz baixa, porém clara: ΠΡΟ ΜΟϒ ΙϒΓΓΕϹ ΟΠΙϹΩ ΜΟϒ ΤΕΛΕΤΑΡΧΑΙ ΕΠΙ ΔΕΞΙΑ ϹϒΝΟΧΕϹ ΕΠΑΡΙϹΤΕΡΑ ΔΑΙΜΟΝΕϹ ΦΛΕΓΕΙ ΓΑΡ ΠΕΡΙ ΜΟϒ Ο ΑϹΤΗΡ ΤΩΝ ΠΕΝΤΕ ΚΑΙ ΕΝ ΤΗΙ ϹΤΗΛΗΙ Ο ΑϹΤΗΡ ΤΩΝ ΕΞ ΕϹΤΗΧΕ.


Repita a Cruz Cabalística, conforme acima, e termina conforme tu começaste.


Comentário (ΚΕ)

25 é o quadrado de 5, e o Pentagrama tem a cor vermelha de Geburah.


O capítulo é uma versão nova e mais elaborada do Ritual do Pentagrama de Banimento.


Seria impróprio comentar mais sobre um ritual oficial da A∴A∴.


Liber XXV

O Rubi Estrela.

[Tradução da versão publicada em Magick in Theory & Practice, 1929.]


De frente para o Leste, no centro, inspira profunda profunda profundamente, fechando tua boca com teu dedo indicador direito pressionado contra teu lábio inferior. Então subitamente lançando a mão para baixo com um grande movimento circular para trás e para fora, expelindo forçadamente teu fôlego, exclama: ΑΠΟ ΠΑΝΤΟΣ ΚΑΚΟΔΑΙΜΟΝΟΣ.


Com o mesmo dedo indicador toca tua testa, e diga ΣΟΙ; teu membro, e diga Ω ΦΑΛΛΕ[2]; teu ombro direito, e diga ΙΣΧϒΡΟΣ; teu ombro esquerdo, e diga ΕϒΧΑΡΙΣΤΟΣ; então junta tuas mãos, entrelaçando os dedos, e exclama ΙΑΩ.


Avance para o Leste. Imagina fortemente um Pentagrama, da maneira correta, em tua testa. Trazendo as mãos até os olhos, lança-as para a frente, fazendo o sinal de Hórus e ruja ΘΗΡΙΟΝ. Recolha tua mão no sinal de Hoor-paar-Kraat.


Dê a volta para o Norte e repita; mas diga NUIT.


Dê a volta para o Oeste e repita; mas sussurra BABALON.


Dê a volta para o Sul e repita; mas vocifera HADIT.


Completando o círculo no sentido anti-horário, recolha-te para o centro e aumenta tua voz no Paian, com estas palavras ΙΩ ΠΑΝ, com os sinais de N.O.X.


Estenda os braços na forma de um Tau e diga em voz baixa porém clara: ΠΡΟ ΜΟϒ ΙϒΓΓΕΣ ΟΠΙΧΩ ΜΟϒ ΤΕΛΕΤΑΡΧΑΙ ΕΠΙ ΔΕΞΙΑ ΧϒΝΟΧΕΣ ΕΠΑΡΙΣΤΕΡΑ ΔΑΙΜΟΝΟΣ ΦΕΓ ΕΙ ΓΑΡ ΠΕΡΙ ΜΟϒ Ο ΑΣΤΗΡ ΤΩΝ ΠΕΝΤΕ ΚΑΙ ΕΝ ΤΗΙ ΣΤΗΛΗΙ Ω ΑΣΤΗΡ ΤΩΝ ΕΞ ΕΣΤΗΧΕ.


Repita a Cruz Cabalística, conforme acima, e termina conforme tu começaste.


[1] O sentido secreto destas palavras deve ser procurado em suas numerações.


[2] O sentido secreto destas palavras deve ser procurado em suas numerações.


Thelema - Liber Turris vel Domus Dei

 

Publicação da A∴A∴
em Classe B

Imprimatur:
N. Fra A∴A∴

0. Esta prática é muito difícil. O estudante não pode esperar por muito sucesso a menos que tenha dominado completamente o Āsana, e obtido sucesso muito definido nas práticas de meditação de Liber E e Liber HHH.

Por outro lado, qualquer sucesso nessa prática é de um caráter excessivamente alto, e o estudante está menos sujeito a ilusões e auto ilusões nela do que em quase qualquer outra que Nós tornamos pública.

[A prática de meditação em Liber E consiste na restrição da mente a um único objeto predeterminado e imaginado exterior ao estudante, simples ou complexo, em repouso ou em movimento: as de Liber HHH em fazer com que a mente passe por uma série predeterminada de estados: o Rāja Yoga dos hindus é essencialmente uma extensão dos métodos de Liber E para objetos interiores: o Mahāsatipaṭṭhāna dos budistas é essencialmente uma observação e análise dos movimentos corpóreos. Enquanto a presente prática difere radicalmente de todas estas, é da maior vantagem estar familiarizado na prática com cada uma delas, primeiramente no que diz respeito a suas dificuldades incidentais, e em segundo lugar, a seus resultados apurados em relação à psicologia. ED.]

1. Primeiro Ponto. O estudante deve primeiramente descobrir para si a posição aparente do ponto em seu cérebro onde os pensamentos surgem, se houver tal ponto.

Se não houver, ele deve buscar a posição do ponto onde os pensamentos são julgados.

2. Segundo Ponto. Ele também deve desenvolver em si mesmo uma Vontade de Destruição, até mesmo uma Vontade de Aniquilação. Pode ser que ela seja descoberta a uma distância incomensurável de seu corpo físico. No entanto, ela deve ser alcançada, ele deve se identificar com ela mesmo até a perda de si mesmo.

3. Terceiro Ponto. Então que esta Vontade observe vigilantemente o ponto onde os pensamentos surgem, ou o ponto onde eles são julgados, e que todo pensamento seja aniquilado conforme é percebido ou julgado[1].

4. Quarto Ponto. Em seguida, que todo pensamento seja inibido em sua concepção.

5. Quinto Ponto. Em seguida, que até mesmo as causas ou tendências que se não forem checadas resultam em pensamentos sejam descobertas e aniquiladas.

6. Sexto e Último Ponto. Que a verdadeira Causa de Tudo[2] seja desmascarada e aniquilada.

7. Isto é aquilo que foi dito pelos sábios da antiguidade sobre a destruição do mundo pelo fogo; sim, a destruição do mundo pelo fogo.

8. [Isso e os versos seguintes são de origem moderna.] Que o Estudante se lembre de que cada Ponto representa uma consecução definida de grande dificuldade.

9. Que ele não tente o segundo até que esteja bem satisfeito com seu domínio sobre o primeiro.

10. Esta prática é também aquela que foi mencionada por Fra P. em uma parábola como segue:

11. Imunda é a fortaleza do ladrão, cheia de ódio;
Ladrão estrangulando ladrão, e companheiro em guerra com companheiro
Enfrentando invasores selvagens, todos abandonados ao Acaso!

Não há nem saúde nem felicidade ali.
A hombridade é covardia, e a virtude é pecado.
Escuridão intolerável a encobre.

Nem o coração do inferno tem um nuance tão nocivo;
Ainda assim, inofensiva e ilesa, e sem desespero,
Definha em sua prisão uma donzela incorrupta.

Confinada pelo mago mestre para seu desejo,
Ela desconcerta suas seduções e sua ira,
Orando pelo fogo de Deus que tudo aniquila.

O Senhor dos Exércitos deu ouvidos a seu canto:
O Senhor dos Exércitos ficou furioso com sua injustiça.
Ele soltou o cão do céu da sua correia.

Violento e vívido bateu o relâmpago do raio.
De uma só vez a torre balançou e rachou sob seu açoite,
Queimou com fogo inextinguível; se tornou cinzas.

Mas aquele mesmo fogo que sufocou a contenda do ladrão,
E atingiu a luxúria e a vida de cada ser,
Tornou a doce donzela em uma esposa alegre.

12. E esta:

13. Há um poço diante do Grande Trono Branco
Que está sufocado pelo detrito de eras;
Entulho e argila e sedimento e pedra,
Deleite dos lagartos e desespero dos sábios.

Apenas o relâmpago de Sua mão que repousa,
E ainda repousará quando o tirano usurpador cai,
Pode purificar aquela região selvagem de vontades e perspicácias,
Fazer jorrar aquela fonte em salas eternas.

14. E esta:

15. Enxofre, Sal e Mercúrio:
Dos três, qual é o mestre?

Sal é a Senhora do Mar;
Senhor do Ar é Mercúrio.

Agora pela graça de Deus aqui está o sal
Fixado sob a abóbada violeta.

Agora pelo amor de Deus purifique-o
Com nosso orvalho Hermético certo.

Agora por Deus em quem confiamos
Seja nosso sal sófico combustão.

Então finalmente o Olho verá
Três em Um e Um em Três,

Enxofre, Sal e Mercúrio,
Coroados pela Alquimia Celestial!

Ao Um que enviou os Sete
Glória no Céu Altíssimo!

Para os Sete que são os Dez
Glória sobre a Terra, Amém!

16. E das dificuldades desta prática e dos Resultados que a recompensam, que estas coisas sejam descobertas pelo correto Ingenium do Practicus.

[1] Esta é também a “Abertura do Olho de Śiva”. ED.

[2] Māyan, o Magista, ou Māra. Também O Habitante do Umbral em um sentido muito exaltado. ED.

Thelema - Liber Graduum Montis Abiegni

 

Publicação da A∴A∴ em Classe D

Imprimātur:

N. Fra. A∴A∴ Prō Coll. Summ.
I.
V.V. 7○=4□
6○=5□ Prō Coll. Int.
I.
S.L.E.
L.L.L. Præmonstrātor
Imperātor
Cancellārius Prō Coll. Ext.

“51. Que o fracasso e a dor não desviem os adoradores. As fundações da pirâmide foram talhadas na rocha viva antes do pôr-do-sol; chorou o rei ao alvorecer porque a coroa da pirâmide ainda não havia sido extraída na terra distante?

52. Havia também um beija-flor que falou ao cerastes de chifres e rogou-lhe por veneno. E a grande cobra de Khem o Santo, a serpente Ureu da realeza, lhe respondeu e disse:

53. Eu naveguei sobre o céu de Nu no carro chamado Milhões-de-Anos, e eu não vi nenhuma criatura sobre Seb que fosse igual a mim. O veneno da minha presa é a herança do meu pai, e do pai do meu pai; e como eu a darei a ti? Vive tu e teus filhos como eu e meus pais vivemos, mesmo até cem milhões de gerações, e pode ser que a misericórdia dos Poderosos confira sobre teus filhos uma gota do veneno de antigamente.

54. Então o beija-flor se afligiu em seu espírito, e voou para as flores, e foi como se nada tivesse sido dito entre eles. No entanto em instantes uma serpente o acertou e ele morreu.

55. Mas um Íbis que meditava sobre a margem de Nilo o belo deus ouviu e escutou. E ele deixou de lado seus modos de Íbis e tornou-se como uma serpente dizendo Porventura em cem milhões de milhões de gerações dos meus filhos, eles conseguirão uma gota do veneno da presa do Exaltado.

56. E vede! antes que a lua ficasse cheia três vezes ele virou uma serpente Ureu, e o veneno da presa estava estabelecido nele e em sua semente mesmo para sempre e para sempre” – Liber LXV, Cap. V.

Um Resumo dos Passos Sobre o Caminho
1. O Probacionista. Seus deveres estão definidos no Documento A, Classe D[3]. Estando ele fora, estes são vagos e gerais. Ele recebe Liber LXI[4] e LXV[5].

[Certos Probacionistas são admitidos após seis meses ou mais ao Ritual XXVIII[6]]

No final da Probação ele passa pelo Ritual DCLXXI[7], que o estabelece como um Neófito.

2. O Neófito. Seus deveres estão definidos no Documento B, Classe D. Ele recebe o Liber VII[8].

Exame sobre Liber O[9], Caps. I.-IV., Teórico e Prático.

Exame sobre Os Quatro Poderes da Esfinge. Prático.

Quatro testes são preparados.

Além disso, ele constrói o Pentáculo mágico.

Finalmente ele passa pelo Ritual CXX[10], que o estabelece como um Zelator.

3. O Zelator. Seus deveres estão definidos no Documento C, Classe D. Ele recebe Liber CCXX[11], XXVII[12] e DCCCXIII[13].

Exame sobre Postura e Controle do Alento (veja o Equinox No. 1). Prático.

Além disso, a ele são dadas duas práticas de meditação correspondentes aos dois rituais DCLXXI e CXX.

(O exame é apenas sobre o conhecimento e alguma pouca familiaridade prática com estas meditações. Os resultados completos, se atingidos, confeririam um grau muito maior.)

Além disso, ele forja a Espada mágica.

Nenhum ritual admite ao grau de Practicus, que é conferido pela autoridade quando a tarefa de Zelator é cumprida.

4. O Practicus. Seus deveres estão definidos no Documento D, Classe D.

Instrução e Exame sobre Cabala e Liber DCCLXXVII[14].

Instrução sobre Meditação Filosófica (Gnana-Yoga).

Exame sobre algum meio de divinação: por exemplo, Geomancia, Astrologia, Tarô. Teórico.

A ele é dada uma prática de meditação sobre a Expansão da Consciência.

A ele é dada uma prática de meditação sobre a destruição de pensamentos.

Instrução e Exame sobre o Controle da Fala. Prático.

Além disso, ele molda a Taça mágica.

Nenhum ritual admite ao grau de Philosophus, que é conferido pela autoridade quando a Tarefa de Practicus é cumprida.

* Todas estas instruções serão abertamente publicadas no The Equinox no devido tempo, nos casos em que isso ainda não foi feito.

5. O Philosophus. Seus deveres estão definidos no Documento E, Classe D.

Ele pratica Devoção à Ordem.

Instrução e Exame sobre os Métodos de Meditação por Devoção (Bhakti-Yoga).

Instrução e Exame sobre a Construção e Consagração de Talismãs, e sobre Evocação. Teórico e Prático.

Exame sobre a Ascenção nos Planos (Liber O, Caps. V., VI.). Prático.

A ele é dada uma prática de meditação sobre os Sentidos, e os Invólucros do Self, e a Prática chamada de Mahāsatipatṭhāna.

(Consulte A Espada da Canção, “Ciência e Budismo”).

Instrução e Exame sobre o Controle da Ação.

Além disso, ele corta a Varinha Mágica.

Finalmente, o Título de Dominus Liminis é concedido a ele.

A ele são dadas práticas de meditação sobre o Controle do Pensamento, e é instruído em Raja-Yoga.

Ele recebe Liber Mysteriorum[15] e obtém perfeita compreensão das Fórmulas de Iniciação.

Ele medita sobre o variado conhecimento e poder que adquiriu, e os harmoniza perfeitamente.

Além disso, ele acende a Lâmpada Mágica.

Finalmente, o Ritual VIII[16] o admite ao grau de Adeptus Minor.

6. O Adeptus Minor. Seus deveres estão definidos no Documento G, Classe D.

Deve seguir a instrução dada na Visão do Oitavo Æthyr para a consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião.

[Nota: Em verdade essa é a única tarefa; as outras são úteis apenas como adjuvantes e preparações para a Obra Única.

Além disso, uma vez que esta tarefa tenha sido cumprida, não há mais necessidade de ajuda ou instrução humana; pois apenas por meio disto já pode ser alcançada a mais alta consecução.

De fato, todos estes graus são apenas marcos convenientes, não necessariamente significantes. Uma pessoa que tenha os alcançado todos pode ser imensuravelmente inferior a alguém que não tenha atingido nenhum deles; somente a Experiência Espiritual é considerada no Resultado; o resto é apenas Método.

No entanto, é importante possuir conhecimento e poder, contanto que sejam completamente devotados àquela Obra Única.]

«O título pode ser traduzido como “Livro dos Passos da Montanha de Abiegni”. Publicado originalmente nas páginas 3 a 8 do periódico The Equinox Vol. I Nº 3, em março de 1910.» 

«O autor explica a catalogação do texto sob o número 13: “O número de Achad = Unidade, e o título possivelmente tem a intenção de demonstrar que todos os caminhos de consecução são essenciais”.» 

«Os Documentos de A a G em Classe D são as Tarefas e Juramentos de cada Grau reunidos no Liber Collegii Sancti.» 

«Liber LXI vel Causæ: A Lição Preliminar, incluindo a Lição de História.» 

«Liber Cordis Cincti Serpente. “Um relato das relações do Aspirante com seu Sagrado Anjo Guardião”.» 

«A Cerimônia dos Sete Reis Sagrados.» 

«Liber Throa, a cerimônia de admissão de Neófitos da A∴A∴. Existe uma adaptação da fórmula para uso solitário, chamada de Liber Pyramidos, também classificado sob o número 671.» 

«Liber Liberi vel Lapidis Lazuli. Adumbratio Kabbalæ. Ægyptiorum. “Sendo a Emancipação Voluntária de um certo Adepto Isento do seu Adeptado. Estas são as Palavras de Nascimento de um Mestre do Templo. A natureza deste livro é suficientemente explicada pelo seu título. Seus sete capítulos se referem aos sete planetas na seguinte ordem: Marte, Saturno, Júpiter, Sol, Mercúrio, Lua, Vênus”.» 

«Liber O vel Manus et Sagittae.» 

«Liber Cadaveris, a cerimônia de admissão de Zelators da A∴A∴, sendo uma adaptação do Ritual de Iniciação do Adeptus Minor da Rosae Rubeae et Aureae Crucis.» 

«Liber AL vel Legis, O Livro da Lei. “Este livro é a fundação do Novo Æon, e assim de todo o nosso Trabalho”.» 

«Liber Trigrammaton. “Sendo um livro dos Trigramas das Mutações do Tao com o Yin e o Yang. Um relato do processo cósmico: correspondente às estâncias de Dzyan em outro sistema”.» 

«Liber Ararita, também classificado sub figūrā DLXX. “Este livro é uma descrição do Hexagrama e o método de reduzi-lo à Unidade, e Além”.» 

«Liber Prolegomena Symbolica Ad Systemam Sceptico-Mysticæ Viæ Explicandæ, Fundamentum Hieroglyphicum Sanctissimorum Scientæ Summæ. “Uma preliminar tabela de correspondências entre diversos símbolos religiosos”.» 

«Liber Mysteriorum não foi publicado.» 

«O oitavo capítulo de Liber CCCCXVIII: Liber XXX Aerum vel Sæculi: A Visão e a Voz, a cerimônia de admissão de Adeptī Minor da A∴A∴ e uma fórmula para a consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião, sendo uma adaptação do retiro mágico do Livro da Magia Sagrada de Abramelin o Mago, escrito por Abraão o Judeu.» 

Thelema - Liber XXI Qīng Jìng Jīng

 

Publicação da A∴A∴
em Classe B.

Imprimatur:

O.S.V. 6○=5□ Imperator

Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
    O Dào é desprovido de Forma –
Contudo o Céu e a Terra são levados ao nascimento,
    E nutridos pela Sua norma.

O Dào não tem Vontade de Trabalhar;
    Contudo pelo Seu Caminho do Céu
A Lua e o Sol alegram-se em andar
    Entre os Sete Estrelados.

O Dào não tem Nome; Sua Palavra
    É Crescimento, e o Sustento
De Tudo; eu viso Lhe dar um Nome:
    O Dào (que Chance próspera do Céu!)

O Dào tem uma fase gêmea, com o Dé:
    O Silente e o Agitado.
Do Movimento, aqueles; destes, o Repouso
    Sublimemente manifestos.

O céu se move, Ele, puro Silêncio;
    A terra repousa sob a Tensão;
A Lançadeira e o Tear, como a Palavra e o Útero,
    Sustentam o seu Mistério

Puro Movimento causa o Descanso
    Assim como o Silêncio causa o Estresse.
Se o homem estivesse quieto, então o Céu vibraria
    Com a Terra em Nada.

O Self ama o Silêncio. Sim,
    Mas a Mente o distrai.
A Mente ama o Repouso, mas a Praga da Paixão
    Seduz o Intelecto tremulante.

Se o homem restringir o desejo,
    Sua mente deixará de girar,
E a soltura da mente possibilitará a pura paz
    Do Silêncio à Alma.

Os sentidos não se sujarão;
    O pensamento não estressará;
Nem os Venenos (Cobiça, Ira, Estupidez) criarão
    Sua letalidade triforme.

Os homens não obtêm a tranquilidade do Dào
    Por causa da doença de seus desejos;
Porque suas mentes não estão refinadas
    De pensamentos por matar a eles.

Se alguém matar os desejos,
    Sua mente e corpo parecerão
Não mais ser dele; mas sim fantasias
    Que dançam no sonho de um devasso.

Destrua a mente, destrua o corpo, destrua
    O externo: a matéria se vai.
Então o espaço permanece; renove tuas dores!
    De pé! Encara os inimigos finais!

Assassine o espaço; então o Nada permanece.
    Não seguras tua santa mão!
Quando o Nada devolve antes do ataque,
    Teu Silêncio permanece sereno!

Tudo é repouso, destituído de marca;
    Como os desejos cravariam os dentes?
Quando eles estiverem ultrapassados, seguramente tu terás
    O Silêncio da Verdade.

Perfeita e Fixa essa Verdade,
    No entanto, aptas a todo apelo
A Natureza e o Sentido influenciam –
    O ímã ao aço!

Ó! Este Contato verdadeiro com tudo
    Que é elástico e exato
Que contudo habitam acima de suas marés –
    O Silêncio livre do Ato!

Aquele que tem isto deve vir
    Pouco a pouco, um suspiro,
Então flui ele agora, para a Verdade do Dào,
    Na qual ele se desvanece.

Os homens o chamam de Senhor do Dào,
    No entanto, Ele nada tem para assenhorear.
Ele escondeu o motivo de tudo que existe:
    É o suficiente para a Sua recompensa!

Aquele que compreende
    Esta Doutrina pode transmitir
Este Dào Sagrado aos homens que se comprometem
    Em compreendê-Lo.

II
Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
    O adepto em habilidade da alma
Nunca tem uma meta; a vergonha do negligente
    É que ele busca um objetivo.

Quem mais possui o Dé
    Oculta seu poder mágico;
Quem menos tem exibe sua força
    Sete vezes por hora.

Estes, que se agarram firme aos Poderes,
    Que os guardam, e mostram
Sua Arte mágica – eles não são parte
    De Dào, tampouco do Dé.

Os homens não conquistam a Verdade do Dào
    Porque suas mentes estão distorcidas.
A mente desenfreada, o Self é perturbado,
    E perde o ritmo da maré.

Perdidos, o externo os seduz;
    Eles se voltam para buscá-lo: então
Todas as coisas deixam perplexos, confundem e atormentam
    Aqueles homens miseráveis.

Pensamentos desordenados surgem;
    O corpo e a mente ficam doentes.
A desgraça e o medo crescem ano a ano
    Até seu climatério.

Selvagens, eles são arremessados
    Através da vida e da morte; eles tremem,
Afundados no estresse do mar da amargura,
    E perdem o Dào para sempre.

O verdadeiro, o eterno Dào!
         Quem entende possui;
Quem possui o Dào está aqui e agora
         No silêncio do Caminho

Thelema - Liber E vel Exercitiorum

 

Discute a necessidade de manter um registro. Sugere métodos para testar a clarividência física. Dá instruções sobre Āsana, Prāṇāyāma e Dhāraṇā, e aconselha a aplicação de testes ao corpo físico.

Publicação da A∴A∴
em Classe B

Emitida por ordem de:

D.D.S. 7○=4□ Præmonstrator
O.S.V. 6○=5□ Imperator
N.S.F. 5○=6□ Cancellarius

I
1. É absolutamente necessário que todos os experimentos sejam registrados detalhadamente durante ou imediatamente após a sua realização.

2. É muito importante observar a condição física e mental do experimentador ou dos experimentadores.

3. Devem ser anotados o horário e o local de todos os experimentos; também o estado do clima e em geral todas as condições que possivelmente poderiam ter qualquer influência sobre os resultados do experimento, quer como adjuvantes ou como causas do resultado, ou como inibições dele, ou como fontes de erro.

4. A A∴A∴ não reconhecerá quaisquer experimentos que não forem adequadamente registrados dessa forma.

5. Neste momento não é necessário declararmos por completo o propósito de nossas pesquisas; de fato ele não seria compreendido por aqueles que não se tornaram proficientes nestes cursos básicos.

6. O experimentador é encorajado a usar de sua própria inteligência, e a não confiar em qualquer outra pessoa ou pessoas, não importa o quão distinta, mesmo entre nós.

7. O registro escrito deve ser preparado de maneira inteligível para que outros possam se beneficiar de seu estudo.

8. O livro John St. John publicado no primeiro número de The Equinox é um exemplo desse tipo de registro escrito por um estudante muito avançado. Ele não foi escrito de maneira tão simples quanto desejamos, mas demonstrará o método.

9. Quanto mais científico for o relatório, melhor.

No entanto, as emoções devem ser anotadas como sendo algumas das condições.

Então que o registro seja escrito com sinceridade e cuidado, e com a prática ele se encontrará cada vez mais próximo do ideal.

II
Clarividência Física
1. Pegue um maço de (78) cartas de Tarô. Embaralhe; corte. Pesque uma carta. Sem olhar, tente dizer o nome dela. Anote o nome que você disse e o nome real da carta. Repita, e tabule os resultados.

2. Provavelmente este experimento é mais fácil com um velho baralho genuíno de Tarô, de preferência um baralho utilizado para divinação por alguém que realmente entendia do assunto.

3. Lembre-se que deve-se esperar nomear a carta certa uma vez a cada 78 vezes. Também tenha cuidado para excluir todas as possibilidades de obter o conhecimento através dos sentidos ordinários da visão e do tato, ou até mesmo do olfato.

Havia uma vez um homem cujas pontas dos dedos eram tão sensíveis que ele podia sentir a forma e a posição das gravuras, e assim julgar qual era a carta corretamente.

4. É melhor tentar primeiramente a forma mais simples do experimento, adivinhando apenas o naipe.

5. Lembre-se que em 78 experimentos você deve obter 22 trunfos e 14 de cada naipe; de modo que, sem qualquer clarividência, você pode adivinhar corretamente duas cartas a cada 7 tentativas (mais ou menos) dizendo trunfo todas as vezes.

6. Perceba que algumas cartas estão em harmonia.

Assim, não seria um mau erro dizer cinco de Espadas (“O Senhor da Derrota”) em vez de dez de Espadas (“O Senhor da Ruína”). Mas dizer o Senhor do Amor (2 de Copas) para o Senhor da Luta (5 de Paus) mostraria que você não está acertando nada.

Da mesma forma, uma carta regida por Marte seria harmônica com um 5, e uma carta de Gêmeos com “Os Amantes”.

7. Estas harmonias devem ser aprendidas através das diversas tabelas dadas no 777.

8. Conforme você avança, você perceberá que é capaz de distinguir o naipe certo três vezes em quatro e que pouquíssimos erros de desarmonia ocorrem, enquanto que em 78 experimentos você será capaz de dizer o nome correto da carta até 15 ou 20 vezes.

9. Quando você alcançar esse estágio, você poderá ser admitido para exame; e caso você passe, você receberá exercícios mais complexos e difíceis.

III
Āsana — Postura
1. Você deve aprender a sentar-se perfeitamente imóvel com todos os músculos tensos por longos períodos.

2. Você não deve usar nenhuma roupa que interfira com a postura em qualquer um destes experimentos.

3. A primeira posição: (O Deus). Sente-se em uma cadeira; a cabeça erguida, as costas retas, os joelhos juntos, as mãos nos joelhos, os olhos fechados.

4. A segunda posição: (O Dragão). Ajoelhado; as nádegas repousando sobre os calcanhares, os dedos dos pés virados para trás e a cabeça ereta, as mãos sobre as coxas.

5. A terceira posição: (O Íbis). Fique de pé; segure o tornozelo esquerdo com a mão direita (e alternativamente pratique com o tornozelo direito na mão esquerda, etc.), o dedo indicador livre sobre os lábios.

6. A quarta posição: (O Raio). Sente: o calcanhar esquerdo pressionando o ânus, o pé direito pousado na ponta dos dedos, o calcanhar cobrindo o falo; os braços estendidos ao longo dos joelhos: a cabeça e as costas retas.

7. Várias coisas acontecerão com você enquanto você pratica estas posições; elas devem ser cuidadosamente analisadas e descritas.

8. Anote a duração da prática, a gravidade da dor (se houver) que a acompanha, o grau de rigidez obtido, e quaisquer outros detalhes pertinentes.

9. Quando você tiver progredido até o ponto em que um pires cheio de água até a borda e equilibrado sobre a cabeça não derramar uma gota durante uma hora inteira, e quando você já não puder perceber o menor tremor em qualquer músculo; quando, em suma, você estiver perfeitamente estável e à vontade, você será admitido para exame; e, se você passar, você será instruído em práticas mais complexas e difíceis.

Instrução Adicional de Āsana
Visto que alguns dos irmãos mais fracos acharam as posturas em Liber E muito difíceis, o coração piedoso do Præmonstrator se inclinou a autorizar a publicação de posturas adicionais, que serão encontradas na página a seguir. Um cavalheiro corpulento e idoso de hábitos sedentários foi bom o suficiente para posar, de modo que ninguém se sinta impedido de se devotar à Grande Obra com base em enfermidade física.

1. O Buda Morrendo.
2. O Enforcado.
3. O Cadáver.

Estas três posições deitadas são mais adequadas para o repouso após a meditação do que para a meditação em si.

4. A Ponta de Flecha.
5. O Urso.
6. A Era.
7. O Paralelogramo.

Estas posições com a cabeça curvada são adequadas para Āsana e para meditação, mas não para Prāṇāyāma.
IV
Prāṇāyāma — Regularização da Respiração
1. À vontade em uma de suas posições, feche a narina direita com o polegar da mão direita e expire lentamente e completamente através da narina esquerda enquanto seu relógio marca 20 segundos. Inspire através da mesma narina durante 10 segundos. Trocando as mãos, repita com a outra narina. Que isso continue durante uma hora.

2. Quando isso for bem fácil para você, aumente os períodos para 30 e 15 segundos.

3. Quando isso for bem fácil para você, mas não antes, expire durante 15 segundos, inspire durante 15 segundos e segure a respiração por 15 segundos.

4. Quando você puder fazer isso com perfeita facilidade e conforto durante uma hora inteira, pratique expirar por 40 segundos e inspirar por 20.

5. Tendo alcançado isso, pratique expirar por 20 segundos, inspirar por 10 e prender a respiração por 30.

Quando isso tiver se tornado bem fácil para você, você pode ser admitido para exame, e se você passar, você será instruído em práticas mais complexas e difíceis.

6. Você descobrirá que a presença de comida no estômago, até mesmo em pequenas quantidades, torna as práticas muito difíceis.

7. Tenha muito cuidado para não exceder a sua capacidade; em especial nunca fique com tanta falta de ar que você seja obrigado a respirar aos trancos ou rapidamente.

8. Esforce-se para alcançar profundidade, plenitude e regularidade da respiração.

9. Muito provavelmente vários fenômenos notáveis ocorrerão durante estas práticas. Eles devem ser analisados e registrados cuidadosamente.

V
Dhāraṇā — Controle do Pensamento
1. Restrinja a mente a concentrar-se sobre um único objeto imaginado simples.

Os cinco tattvas são úteis para este fim; eles são: um oval preto; um disco azul; uma crescente de prata; um quadrado amarelo; um triângulo vermelho.

2. Avance para combinações de objetos simples; por exemplo, uma oval negra dentro de um quadrado amarelo, e assim por diante.

3. Avance para objetos simples em movimento, como um pêndulo balançando, uma roda girando, etc. Evite objetos vivos.

4. Avance para combinações de objetos em movimento, por exemplo, um pistão subindo e descendo enquanto um pêndulo está balançando. A relação entre os dois movimentos deve ser variada em diferentes experimentos.

Ou até mesmo um sistema de motor composto por volantes, excêntricos e governador centrífugo.

5. Durante essas práticas a mente deve estar absolutamente limitada ao objeto determinado; não se deve permitir que nenhum outro pensamento invada a consciência. Os sistemas em movimento devem ser regulares e harmoniosos.

6. Anote cuidadosamente a duração dos experimentos, o número e a natureza dos pensamentos intrusos, a tendência do próprio objeto a afastar-se do curso estabelecido para ele, e quaisquer outros fenômenos que podem se apresentar. Evite o esgotamento. Isto é muito importante.

7. Avance para a imaginação de objetos vivos; como um homem, de preferência um homem que você conheça e respeite.

8. Nos intervalos destes experimentos você pode tentar imaginar os objetos dos outros sentidos, e concentrar-se sobre eles.

Por exemplo, tente imaginar o sabor do chocolate, o cheiro das rosas, a textura do veludo, o som de uma cachoeira ou o tique-taque de um relógio.

9. Por fim, se esforce em calar todos os objetos de todos os sentidos, e evite todos os pensamentos surgindo em sua mente. Quando você sentir que alcançou algum sucesso nestas práticas, apresente-se para exame, e se você passar, práticas mais complexas e difíceis serão prescritas para você.

VI
Limitações Físicas
1. É desejável que você descubra para si as suas limitações físicas.

2. Para este fim, verifique quantas horas você pode permanecer sem comer ou beber antes que sua capacidade de trabalho seja afetada.

3. Verifique quanto álcool você pode ingerir; e que formas de embriaguez ocorrem.

4. Verifique o quão longe você pode andar sem parar uma única vez; o mesmo com dançar, nadar, correr, etc.

5. Verifique quantas horas você pode passar sem dormir.

6. Teste sua resistência com diversos exercícios ginásticos, club-swinging e assim por diante.

7. Verifique por quanto tempo você pode manter silêncio.

8. Investigue quaisquer outras capacidades e aptidões que lhe ocorrerem.

9. Que todas estas coisas sejam cuidadosamente e conscientemente registradas; pois lhe será exigido de acordo com seus poderes.

VII
Um Curso de Leitura
1. A princípio o propósito da maioria das práticas anteriores não estará claro para você; mas pelo menos (quem irá negar?) eles terão lhe treinado em determinação, rigor, introspecção e muitas outras qualidades que são valiosas para todos os homens em suas ocupações normais, de modo que em nenhum caso o seu tempo foi desperdiçado.

2. No entanto, a fim de que você possa obter algumas percepções sobre a natureza da Grande Obra que repousa além dessas frivolidades básicas, devemos mencionar que uma pessoa inteligente pode obter mais do que uma insinuação de sua natureza a partir dos seguintes livros, que devem ser considerados como contribuições sérias e eruditas ao estudo da Natureza, embora não necessariamente se deva confiar cegamente nas mesmas.

The Yi King [Série S.B.E., Oxford University Press].
The Tao Teh King [Série S.B.E.].
Tannhauser de A. Crowley.
The Upanishads.
The Bhagavad-Gita.
The Voice of the Silence.
Raja Yoga de Swami Vivekânanda.
The Shiva Sanhita.
The Aphorisms of Patanjali.
The Sword of Song.
The Book of the Dead.
Dogme et Rituel de la Haute Magie.
The Book of the Sacred Magic of Abramelin the Mage.
The Goetia.
The Hathayoga Pradipika.
History of Philosophy de Erdmann.
The Spiritual Guide de Molinos.
The Star in the West (Capitão Fuller).
The Dhammapada [Série S.B.E., Oxford University Press].
The Questions of King Milinda [Série S.B.E.].
777 vel Prolegomena, etc.
Varieties of Religious Experience (James).
Kabbala Denudata.
Konx Om Pax.

3. O estudo cuidadoso destes livros possibilitará que o pupilo fale na linguagem de seu mestre e facilitará a comunicação com ele.

4. O pupilo deve se esforçar para descobrir a harmonia fundamental destas obras tão variadas; para este fim, ele achará que é melhor estudar as divergências mais extremas lado a lado.

5. A qualquer momento em que desejar, ele pode solicitar um exame sobre este curso de leitura.

6. Durante todo este estudo e prática básicos, será sábio procurar e se juntar a um mestre, que seja competente para corrigi-lo e aconselhá-lo. Mas ele não deve ser desencorajado pela dificuldade de encontrar tal pessoa.

7. Além disso, que ele se lembre que não é sábio confiar ou acreditar nesse mestre. Ele precisa confiar inteiramente em si mesmo, e não dar crédito a nada a não ser aquilo que está em seu próprio conhecimento e experiência.

8. Como no início, assim no final, nós aqui insistimos sobre a importância vital do registro escrito como a única possibilidade de controle de erros derivados das várias qualidades do experimentador.

9. Assim, que o trabalho seja devidamente realizado; sim, que o trabalho seja devidamente realizado.

Thelema - Liber Porta Lucis

 

Este livro é um relato do envio do Mestre pela A∴A∴ e uma explicação de sua missão.

Publicação da A∴A∴ em Classe A

Imprimatur:
N. Fra A∴A∴

1. Eu contemplo um pequeno orbe escuro, girando em um abismo de espaço infinito. É diminuto entre uma miríade de vastos, escuro em meio a uma miríade de brilhantes.

2. Eu que compreendo em mim todo o vasto e o diminuto, todo o brilhante e o escuro, mitiguei o brilho de meu esplendor indizível, enviando V.V.V.V.V. como um raio de minha luz, como um mensageiro para aquele pequeno orbe escuro.

3. Então V.V.V.V.V. assume a palavra, e diz:

4. Homens e mulheres da Terra, a vós eu venho das Eras além das Eras, do Espaço além da vossa visão; e eu trago a vós estas palavras.

5. Mas eles não o ouviram, pois eles não estavam prontos para recebê-las.

6. Mas certos homens ouviram e compreenderam, e através deles este Conhecimento será repercutido.

7. Portanto o menor deles, o servo de todos eles, escreve este livro.

8. Ele escreve para aqueles que estão prontos. Assim sabe-se se alguém está pronto, se ele é dotado de certos dons, se ele é capaz por nascimento, ou por riqueza, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servos do mestre pela percepção dele julgarão destes.

9. Este Conhecimento não é para todos os homens; de fato poucos são chamados, mas destes muito poucos são escolhidos.

10. Essa é a natureza do Trabalho.

11. Primeiro, existem muitas e diversas condições de vida sobre esta terra. Em todas estas há alguma semente de sofrimento. Quem pode escapar da doença e da velhice e da morte?

12. Nós viemos para salvar nossos companheiros dessas coisas. Pois existe uma vida intensa com conhecimento e extrema felicidade que é intocada por qualquer uma delas.

13. A esta vida nós alcançamos mesmo aqui e agora. Os adeptos, os servos de V.V.V.V.V., a ela alcançaram.

14. É impossível contar-vos dos esplendores daquilo a que eles alcançaram.

Pouco a pouco, à medida que vossos olhos se tornam mais fortes, nós revelaremos a inefável glória do Caminho dos Adeptos, e seu objetivo inominável.

15. Assim como um homem subindo uma montanha íngreme se perde da vista de seus amigos no vale, também o adepto precisa parecer. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele se regozijará na luz do sol acima deles, e virá às neves eternas.

16. Ou como um erudito pode aprender algum idioma secreto dos antigos, seus amigos dirão: “Olhem! ele finge ler este livro. Mas ele é ininteligível – é disparate”. No entanto ele se deleita na Odisseia, enquanto eles leem coisas vãs e vulgares.

17. Nós vos levaremos à Verdade Absoluta, Luz Absoluta, Felicidade Absoluta.

18. Muitos adeptos ao longo dos tempos procuraram fazer isso; mas suas palavras foram pervertidas por seus sucessores, e de novo e de novo o Véu caiu sobre o Santo dos Santos.

19. Para vós que ainda vagais na Corte do Profano ainda não podemos revelar tudo; mas vós compreendereis facilmente que as religiões do mundo são apenas símbolos e véus da Verdade Absoluta. Assim também são as filosofias. Para o adepto, vendo todas estas coisas de cima, parece não haver nada a escolher entre Buda e Maomé, entre o Ateísmo e o Teísmo.

20. Os muitos mudam e passam; o um permanece. Assim como madeira e carvão e ferro queimam juntos em uma grande chama, se apenas essa fornalha for de calor transcendente; também no alambique desta alquimia espiritual, se apenas o zelator soprar suficientemente sobre sua fornalha todos os sistemas da terra são consumidos no Conhecimento Único.

21. No entanto, como um fogo não pode ser iniciado apenas com ferro, no início um sistema pode ser adequado para um buscador, outro para outro.

22. Portanto nós que estamos sem as correntes da ignorância, olhamos atentamente no coração do buscador e o conduzimos pelo caminho que é mais adequado à sua natureza até o fim último de todas as coisas, a realização suprema, a Vida que permanece na Luz, sim, a Vida que permanece na luz.