terça-feira, 8 de outubro de 2024

Thelema - Liber Graduum Montis Abiegni

 

Publicação da A∴A∴ em Classe D

Imprimātur:

N. Fra. A∴A∴ Prō Coll. Summ.
I.
V.V. 7○=4□
6○=5□ Prō Coll. Int.
I.
S.L.E.
L.L.L. Præmonstrātor
Imperātor
Cancellārius Prō Coll. Ext.

“51. Que o fracasso e a dor não desviem os adoradores. As fundações da pirâmide foram talhadas na rocha viva antes do pôr-do-sol; chorou o rei ao alvorecer porque a coroa da pirâmide ainda não havia sido extraída na terra distante?

52. Havia também um beija-flor que falou ao cerastes de chifres e rogou-lhe por veneno. E a grande cobra de Khem o Santo, a serpente Ureu da realeza, lhe respondeu e disse:

53. Eu naveguei sobre o céu de Nu no carro chamado Milhões-de-Anos, e eu não vi nenhuma criatura sobre Seb que fosse igual a mim. O veneno da minha presa é a herança do meu pai, e do pai do meu pai; e como eu a darei a ti? Vive tu e teus filhos como eu e meus pais vivemos, mesmo até cem milhões de gerações, e pode ser que a misericórdia dos Poderosos confira sobre teus filhos uma gota do veneno de antigamente.

54. Então o beija-flor se afligiu em seu espírito, e voou para as flores, e foi como se nada tivesse sido dito entre eles. No entanto em instantes uma serpente o acertou e ele morreu.

55. Mas um Íbis que meditava sobre a margem de Nilo o belo deus ouviu e escutou. E ele deixou de lado seus modos de Íbis e tornou-se como uma serpente dizendo Porventura em cem milhões de milhões de gerações dos meus filhos, eles conseguirão uma gota do veneno da presa do Exaltado.

56. E vede! antes que a lua ficasse cheia três vezes ele virou uma serpente Ureu, e o veneno da presa estava estabelecido nele e em sua semente mesmo para sempre e para sempre” – Liber LXV, Cap. V.

Um Resumo dos Passos Sobre o Caminho
1. O Probacionista. Seus deveres estão definidos no Documento A, Classe D[3]. Estando ele fora, estes são vagos e gerais. Ele recebe Liber LXI[4] e LXV[5].

[Certos Probacionistas são admitidos após seis meses ou mais ao Ritual XXVIII[6]]

No final da Probação ele passa pelo Ritual DCLXXI[7], que o estabelece como um Neófito.

2. O Neófito. Seus deveres estão definidos no Documento B, Classe D. Ele recebe o Liber VII[8].

Exame sobre Liber O[9], Caps. I.-IV., Teórico e Prático.

Exame sobre Os Quatro Poderes da Esfinge. Prático.

Quatro testes são preparados.

Além disso, ele constrói o Pentáculo mágico.

Finalmente ele passa pelo Ritual CXX[10], que o estabelece como um Zelator.

3. O Zelator. Seus deveres estão definidos no Documento C, Classe D. Ele recebe Liber CCXX[11], XXVII[12] e DCCCXIII[13].

Exame sobre Postura e Controle do Alento (veja o Equinox No. 1). Prático.

Além disso, a ele são dadas duas práticas de meditação correspondentes aos dois rituais DCLXXI e CXX.

(O exame é apenas sobre o conhecimento e alguma pouca familiaridade prática com estas meditações. Os resultados completos, se atingidos, confeririam um grau muito maior.)

Além disso, ele forja a Espada mágica.

Nenhum ritual admite ao grau de Practicus, que é conferido pela autoridade quando a tarefa de Zelator é cumprida.

4. O Practicus. Seus deveres estão definidos no Documento D, Classe D.

Instrução e Exame sobre Cabala e Liber DCCLXXVII[14].

Instrução sobre Meditação Filosófica (Gnana-Yoga).

Exame sobre algum meio de divinação: por exemplo, Geomancia, Astrologia, Tarô. Teórico.

A ele é dada uma prática de meditação sobre a Expansão da Consciência.

A ele é dada uma prática de meditação sobre a destruição de pensamentos.

Instrução e Exame sobre o Controle da Fala. Prático.

Além disso, ele molda a Taça mágica.

Nenhum ritual admite ao grau de Philosophus, que é conferido pela autoridade quando a Tarefa de Practicus é cumprida.

* Todas estas instruções serão abertamente publicadas no The Equinox no devido tempo, nos casos em que isso ainda não foi feito.

5. O Philosophus. Seus deveres estão definidos no Documento E, Classe D.

Ele pratica Devoção à Ordem.

Instrução e Exame sobre os Métodos de Meditação por Devoção (Bhakti-Yoga).

Instrução e Exame sobre a Construção e Consagração de Talismãs, e sobre Evocação. Teórico e Prático.

Exame sobre a Ascenção nos Planos (Liber O, Caps. V., VI.). Prático.

A ele é dada uma prática de meditação sobre os Sentidos, e os Invólucros do Self, e a Prática chamada de Mahāsatipatṭhāna.

(Consulte A Espada da Canção, “Ciência e Budismo”).

Instrução e Exame sobre o Controle da Ação.

Além disso, ele corta a Varinha Mágica.

Finalmente, o Título de Dominus Liminis é concedido a ele.

A ele são dadas práticas de meditação sobre o Controle do Pensamento, e é instruído em Raja-Yoga.

Ele recebe Liber Mysteriorum[15] e obtém perfeita compreensão das Fórmulas de Iniciação.

Ele medita sobre o variado conhecimento e poder que adquiriu, e os harmoniza perfeitamente.

Além disso, ele acende a Lâmpada Mágica.

Finalmente, o Ritual VIII[16] o admite ao grau de Adeptus Minor.

6. O Adeptus Minor. Seus deveres estão definidos no Documento G, Classe D.

Deve seguir a instrução dada na Visão do Oitavo Æthyr para a consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião.

[Nota: Em verdade essa é a única tarefa; as outras são úteis apenas como adjuvantes e preparações para a Obra Única.

Além disso, uma vez que esta tarefa tenha sido cumprida, não há mais necessidade de ajuda ou instrução humana; pois apenas por meio disto já pode ser alcançada a mais alta consecução.

De fato, todos estes graus são apenas marcos convenientes, não necessariamente significantes. Uma pessoa que tenha os alcançado todos pode ser imensuravelmente inferior a alguém que não tenha atingido nenhum deles; somente a Experiência Espiritual é considerada no Resultado; o resto é apenas Método.

No entanto, é importante possuir conhecimento e poder, contanto que sejam completamente devotados àquela Obra Única.]

«O título pode ser traduzido como “Livro dos Passos da Montanha de Abiegni”. Publicado originalmente nas páginas 3 a 8 do periódico The Equinox Vol. I Nº 3, em março de 1910.» 

«O autor explica a catalogação do texto sob o número 13: “O número de Achad = Unidade, e o título possivelmente tem a intenção de demonstrar que todos os caminhos de consecução são essenciais”.» 

«Os Documentos de A a G em Classe D são as Tarefas e Juramentos de cada Grau reunidos no Liber Collegii Sancti.» 

«Liber LXI vel Causæ: A Lição Preliminar, incluindo a Lição de História.» 

«Liber Cordis Cincti Serpente. “Um relato das relações do Aspirante com seu Sagrado Anjo Guardião”.» 

«A Cerimônia dos Sete Reis Sagrados.» 

«Liber Throa, a cerimônia de admissão de Neófitos da A∴A∴. Existe uma adaptação da fórmula para uso solitário, chamada de Liber Pyramidos, também classificado sob o número 671.» 

«Liber Liberi vel Lapidis Lazuli. Adumbratio Kabbalæ. Ægyptiorum. “Sendo a Emancipação Voluntária de um certo Adepto Isento do seu Adeptado. Estas são as Palavras de Nascimento de um Mestre do Templo. A natureza deste livro é suficientemente explicada pelo seu título. Seus sete capítulos se referem aos sete planetas na seguinte ordem: Marte, Saturno, Júpiter, Sol, Mercúrio, Lua, Vênus”.» 

«Liber O vel Manus et Sagittae.» 

«Liber Cadaveris, a cerimônia de admissão de Zelators da A∴A∴, sendo uma adaptação do Ritual de Iniciação do Adeptus Minor da Rosae Rubeae et Aureae Crucis.» 

«Liber AL vel Legis, O Livro da Lei. “Este livro é a fundação do Novo Æon, e assim de todo o nosso Trabalho”.» 

«Liber Trigrammaton. “Sendo um livro dos Trigramas das Mutações do Tao com o Yin e o Yang. Um relato do processo cósmico: correspondente às estâncias de Dzyan em outro sistema”.» 

«Liber Ararita, também classificado sub figūrā DLXX. “Este livro é uma descrição do Hexagrama e o método de reduzi-lo à Unidade, e Além”.» 

«Liber Prolegomena Symbolica Ad Systemam Sceptico-Mysticæ Viæ Explicandæ, Fundamentum Hieroglyphicum Sanctissimorum Scientæ Summæ. “Uma preliminar tabela de correspondências entre diversos símbolos religiosos”.» 

«Liber Mysteriorum não foi publicado.» 

«O oitavo capítulo de Liber CCCCXVIII: Liber XXX Aerum vel Sæculi: A Visão e a Voz, a cerimônia de admissão de Adeptī Minor da A∴A∴ e uma fórmula para a consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião, sendo uma adaptação do retiro mágico do Livro da Magia Sagrada de Abramelin o Mago, escrito por Abraão o Judeu.» 

Thelema - Liber XXI Qīng Jìng Jīng

 

Publicação da A∴A∴
em Classe B.

Imprimatur:

O.S.V. 6○=5□ Imperator

Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
    O Dào é desprovido de Forma –
Contudo o Céu e a Terra são levados ao nascimento,
    E nutridos pela Sua norma.

O Dào não tem Vontade de Trabalhar;
    Contudo pelo Seu Caminho do Céu
A Lua e o Sol alegram-se em andar
    Entre os Sete Estrelados.

O Dào não tem Nome; Sua Palavra
    É Crescimento, e o Sustento
De Tudo; eu viso Lhe dar um Nome:
    O Dào (que Chance próspera do Céu!)

O Dào tem uma fase gêmea, com o Dé:
    O Silente e o Agitado.
Do Movimento, aqueles; destes, o Repouso
    Sublimemente manifestos.

O céu se move, Ele, puro Silêncio;
    A terra repousa sob a Tensão;
A Lançadeira e o Tear, como a Palavra e o Útero,
    Sustentam o seu Mistério

Puro Movimento causa o Descanso
    Assim como o Silêncio causa o Estresse.
Se o homem estivesse quieto, então o Céu vibraria
    Com a Terra em Nada.

O Self ama o Silêncio. Sim,
    Mas a Mente o distrai.
A Mente ama o Repouso, mas a Praga da Paixão
    Seduz o Intelecto tremulante.

Se o homem restringir o desejo,
    Sua mente deixará de girar,
E a soltura da mente possibilitará a pura paz
    Do Silêncio à Alma.

Os sentidos não se sujarão;
    O pensamento não estressará;
Nem os Venenos (Cobiça, Ira, Estupidez) criarão
    Sua letalidade triforme.

Os homens não obtêm a tranquilidade do Dào
    Por causa da doença de seus desejos;
Porque suas mentes não estão refinadas
    De pensamentos por matar a eles.

Se alguém matar os desejos,
    Sua mente e corpo parecerão
Não mais ser dele; mas sim fantasias
    Que dançam no sonho de um devasso.

Destrua a mente, destrua o corpo, destrua
    O externo: a matéria se vai.
Então o espaço permanece; renove tuas dores!
    De pé! Encara os inimigos finais!

Assassine o espaço; então o Nada permanece.
    Não seguras tua santa mão!
Quando o Nada devolve antes do ataque,
    Teu Silêncio permanece sereno!

Tudo é repouso, destituído de marca;
    Como os desejos cravariam os dentes?
Quando eles estiverem ultrapassados, seguramente tu terás
    O Silêncio da Verdade.

Perfeita e Fixa essa Verdade,
    No entanto, aptas a todo apelo
A Natureza e o Sentido influenciam –
    O ímã ao aço!

Ó! Este Contato verdadeiro com tudo
    Que é elástico e exato
Que contudo habitam acima de suas marés –
    O Silêncio livre do Ato!

Aquele que tem isto deve vir
    Pouco a pouco, um suspiro,
Então flui ele agora, para a Verdade do Dào,
    Na qual ele se desvanece.

Os homens o chamam de Senhor do Dào,
    No entanto, Ele nada tem para assenhorear.
Ele escondeu o motivo de tudo que existe:
    É o suficiente para a Sua recompensa!

Aquele que compreende
    Esta Doutrina pode transmitir
Este Dào Sagrado aos homens que se comprometem
    Em compreendê-Lo.

II
Lǎo Jūn, o Mestre, disse:
    O adepto em habilidade da alma
Nunca tem uma meta; a vergonha do negligente
    É que ele busca um objetivo.

Quem mais possui o Dé
    Oculta seu poder mágico;
Quem menos tem exibe sua força
    Sete vezes por hora.

Estes, que se agarram firme aos Poderes,
    Que os guardam, e mostram
Sua Arte mágica – eles não são parte
    De Dào, tampouco do Dé.

Os homens não conquistam a Verdade do Dào
    Porque suas mentes estão distorcidas.
A mente desenfreada, o Self é perturbado,
    E perde o ritmo da maré.

Perdidos, o externo os seduz;
    Eles se voltam para buscá-lo: então
Todas as coisas deixam perplexos, confundem e atormentam
    Aqueles homens miseráveis.

Pensamentos desordenados surgem;
    O corpo e a mente ficam doentes.
A desgraça e o medo crescem ano a ano
    Até seu climatério.

Selvagens, eles são arremessados
    Através da vida e da morte; eles tremem,
Afundados no estresse do mar da amargura,
    E perdem o Dào para sempre.

O verdadeiro, o eterno Dào!
         Quem entende possui;
Quem possui o Dào está aqui e agora
         No silêncio do Caminho

Thelema - Liber E vel Exercitiorum

 

Discute a necessidade de manter um registro. Sugere métodos para testar a clarividência física. Dá instruções sobre Āsana, Prāṇāyāma e Dhāraṇā, e aconselha a aplicação de testes ao corpo físico.

Publicação da A∴A∴
em Classe B

Emitida por ordem de:

D.D.S. 7○=4□ Præmonstrator
O.S.V. 6○=5□ Imperator
N.S.F. 5○=6□ Cancellarius

I
1. É absolutamente necessário que todos os experimentos sejam registrados detalhadamente durante ou imediatamente após a sua realização.

2. É muito importante observar a condição física e mental do experimentador ou dos experimentadores.

3. Devem ser anotados o horário e o local de todos os experimentos; também o estado do clima e em geral todas as condições que possivelmente poderiam ter qualquer influência sobre os resultados do experimento, quer como adjuvantes ou como causas do resultado, ou como inibições dele, ou como fontes de erro.

4. A A∴A∴ não reconhecerá quaisquer experimentos que não forem adequadamente registrados dessa forma.

5. Neste momento não é necessário declararmos por completo o propósito de nossas pesquisas; de fato ele não seria compreendido por aqueles que não se tornaram proficientes nestes cursos básicos.

6. O experimentador é encorajado a usar de sua própria inteligência, e a não confiar em qualquer outra pessoa ou pessoas, não importa o quão distinta, mesmo entre nós.

7. O registro escrito deve ser preparado de maneira inteligível para que outros possam se beneficiar de seu estudo.

8. O livro John St. John publicado no primeiro número de The Equinox é um exemplo desse tipo de registro escrito por um estudante muito avançado. Ele não foi escrito de maneira tão simples quanto desejamos, mas demonstrará o método.

9. Quanto mais científico for o relatório, melhor.

No entanto, as emoções devem ser anotadas como sendo algumas das condições.

Então que o registro seja escrito com sinceridade e cuidado, e com a prática ele se encontrará cada vez mais próximo do ideal.

II
Clarividência Física
1. Pegue um maço de (78) cartas de Tarô. Embaralhe; corte. Pesque uma carta. Sem olhar, tente dizer o nome dela. Anote o nome que você disse e o nome real da carta. Repita, e tabule os resultados.

2. Provavelmente este experimento é mais fácil com um velho baralho genuíno de Tarô, de preferência um baralho utilizado para divinação por alguém que realmente entendia do assunto.

3. Lembre-se que deve-se esperar nomear a carta certa uma vez a cada 78 vezes. Também tenha cuidado para excluir todas as possibilidades de obter o conhecimento através dos sentidos ordinários da visão e do tato, ou até mesmo do olfato.

Havia uma vez um homem cujas pontas dos dedos eram tão sensíveis que ele podia sentir a forma e a posição das gravuras, e assim julgar qual era a carta corretamente.

4. É melhor tentar primeiramente a forma mais simples do experimento, adivinhando apenas o naipe.

5. Lembre-se que em 78 experimentos você deve obter 22 trunfos e 14 de cada naipe; de modo que, sem qualquer clarividência, você pode adivinhar corretamente duas cartas a cada 7 tentativas (mais ou menos) dizendo trunfo todas as vezes.

6. Perceba que algumas cartas estão em harmonia.

Assim, não seria um mau erro dizer cinco de Espadas (“O Senhor da Derrota”) em vez de dez de Espadas (“O Senhor da Ruína”). Mas dizer o Senhor do Amor (2 de Copas) para o Senhor da Luta (5 de Paus) mostraria que você não está acertando nada.

Da mesma forma, uma carta regida por Marte seria harmônica com um 5, e uma carta de Gêmeos com “Os Amantes”.

7. Estas harmonias devem ser aprendidas através das diversas tabelas dadas no 777.

8. Conforme você avança, você perceberá que é capaz de distinguir o naipe certo três vezes em quatro e que pouquíssimos erros de desarmonia ocorrem, enquanto que em 78 experimentos você será capaz de dizer o nome correto da carta até 15 ou 20 vezes.

9. Quando você alcançar esse estágio, você poderá ser admitido para exame; e caso você passe, você receberá exercícios mais complexos e difíceis.

III
Āsana — Postura
1. Você deve aprender a sentar-se perfeitamente imóvel com todos os músculos tensos por longos períodos.

2. Você não deve usar nenhuma roupa que interfira com a postura em qualquer um destes experimentos.

3. A primeira posição: (O Deus). Sente-se em uma cadeira; a cabeça erguida, as costas retas, os joelhos juntos, as mãos nos joelhos, os olhos fechados.

4. A segunda posição: (O Dragão). Ajoelhado; as nádegas repousando sobre os calcanhares, os dedos dos pés virados para trás e a cabeça ereta, as mãos sobre as coxas.

5. A terceira posição: (O Íbis). Fique de pé; segure o tornozelo esquerdo com a mão direita (e alternativamente pratique com o tornozelo direito na mão esquerda, etc.), o dedo indicador livre sobre os lábios.

6. A quarta posição: (O Raio). Sente: o calcanhar esquerdo pressionando o ânus, o pé direito pousado na ponta dos dedos, o calcanhar cobrindo o falo; os braços estendidos ao longo dos joelhos: a cabeça e as costas retas.

7. Várias coisas acontecerão com você enquanto você pratica estas posições; elas devem ser cuidadosamente analisadas e descritas.

8. Anote a duração da prática, a gravidade da dor (se houver) que a acompanha, o grau de rigidez obtido, e quaisquer outros detalhes pertinentes.

9. Quando você tiver progredido até o ponto em que um pires cheio de água até a borda e equilibrado sobre a cabeça não derramar uma gota durante uma hora inteira, e quando você já não puder perceber o menor tremor em qualquer músculo; quando, em suma, você estiver perfeitamente estável e à vontade, você será admitido para exame; e, se você passar, você será instruído em práticas mais complexas e difíceis.

Instrução Adicional de Āsana
Visto que alguns dos irmãos mais fracos acharam as posturas em Liber E muito difíceis, o coração piedoso do Præmonstrator se inclinou a autorizar a publicação de posturas adicionais, que serão encontradas na página a seguir. Um cavalheiro corpulento e idoso de hábitos sedentários foi bom o suficiente para posar, de modo que ninguém se sinta impedido de se devotar à Grande Obra com base em enfermidade física.

1. O Buda Morrendo.
2. O Enforcado.
3. O Cadáver.

Estas três posições deitadas são mais adequadas para o repouso após a meditação do que para a meditação em si.

4. A Ponta de Flecha.
5. O Urso.
6. A Era.
7. O Paralelogramo.

Estas posições com a cabeça curvada são adequadas para Āsana e para meditação, mas não para Prāṇāyāma.
IV
Prāṇāyāma — Regularização da Respiração
1. À vontade em uma de suas posições, feche a narina direita com o polegar da mão direita e expire lentamente e completamente através da narina esquerda enquanto seu relógio marca 20 segundos. Inspire através da mesma narina durante 10 segundos. Trocando as mãos, repita com a outra narina. Que isso continue durante uma hora.

2. Quando isso for bem fácil para você, aumente os períodos para 30 e 15 segundos.

3. Quando isso for bem fácil para você, mas não antes, expire durante 15 segundos, inspire durante 15 segundos e segure a respiração por 15 segundos.

4. Quando você puder fazer isso com perfeita facilidade e conforto durante uma hora inteira, pratique expirar por 40 segundos e inspirar por 20.

5. Tendo alcançado isso, pratique expirar por 20 segundos, inspirar por 10 e prender a respiração por 30.

Quando isso tiver se tornado bem fácil para você, você pode ser admitido para exame, e se você passar, você será instruído em práticas mais complexas e difíceis.

6. Você descobrirá que a presença de comida no estômago, até mesmo em pequenas quantidades, torna as práticas muito difíceis.

7. Tenha muito cuidado para não exceder a sua capacidade; em especial nunca fique com tanta falta de ar que você seja obrigado a respirar aos trancos ou rapidamente.

8. Esforce-se para alcançar profundidade, plenitude e regularidade da respiração.

9. Muito provavelmente vários fenômenos notáveis ocorrerão durante estas práticas. Eles devem ser analisados e registrados cuidadosamente.

V
Dhāraṇā — Controle do Pensamento
1. Restrinja a mente a concentrar-se sobre um único objeto imaginado simples.

Os cinco tattvas são úteis para este fim; eles são: um oval preto; um disco azul; uma crescente de prata; um quadrado amarelo; um triângulo vermelho.

2. Avance para combinações de objetos simples; por exemplo, uma oval negra dentro de um quadrado amarelo, e assim por diante.

3. Avance para objetos simples em movimento, como um pêndulo balançando, uma roda girando, etc. Evite objetos vivos.

4. Avance para combinações de objetos em movimento, por exemplo, um pistão subindo e descendo enquanto um pêndulo está balançando. A relação entre os dois movimentos deve ser variada em diferentes experimentos.

Ou até mesmo um sistema de motor composto por volantes, excêntricos e governador centrífugo.

5. Durante essas práticas a mente deve estar absolutamente limitada ao objeto determinado; não se deve permitir que nenhum outro pensamento invada a consciência. Os sistemas em movimento devem ser regulares e harmoniosos.

6. Anote cuidadosamente a duração dos experimentos, o número e a natureza dos pensamentos intrusos, a tendência do próprio objeto a afastar-se do curso estabelecido para ele, e quaisquer outros fenômenos que podem se apresentar. Evite o esgotamento. Isto é muito importante.

7. Avance para a imaginação de objetos vivos; como um homem, de preferência um homem que você conheça e respeite.

8. Nos intervalos destes experimentos você pode tentar imaginar os objetos dos outros sentidos, e concentrar-se sobre eles.

Por exemplo, tente imaginar o sabor do chocolate, o cheiro das rosas, a textura do veludo, o som de uma cachoeira ou o tique-taque de um relógio.

9. Por fim, se esforce em calar todos os objetos de todos os sentidos, e evite todos os pensamentos surgindo em sua mente. Quando você sentir que alcançou algum sucesso nestas práticas, apresente-se para exame, e se você passar, práticas mais complexas e difíceis serão prescritas para você.

VI
Limitações Físicas
1. É desejável que você descubra para si as suas limitações físicas.

2. Para este fim, verifique quantas horas você pode permanecer sem comer ou beber antes que sua capacidade de trabalho seja afetada.

3. Verifique quanto álcool você pode ingerir; e que formas de embriaguez ocorrem.

4. Verifique o quão longe você pode andar sem parar uma única vez; o mesmo com dançar, nadar, correr, etc.

5. Verifique quantas horas você pode passar sem dormir.

6. Teste sua resistência com diversos exercícios ginásticos, club-swinging e assim por diante.

7. Verifique por quanto tempo você pode manter silêncio.

8. Investigue quaisquer outras capacidades e aptidões que lhe ocorrerem.

9. Que todas estas coisas sejam cuidadosamente e conscientemente registradas; pois lhe será exigido de acordo com seus poderes.

VII
Um Curso de Leitura
1. A princípio o propósito da maioria das práticas anteriores não estará claro para você; mas pelo menos (quem irá negar?) eles terão lhe treinado em determinação, rigor, introspecção e muitas outras qualidades que são valiosas para todos os homens em suas ocupações normais, de modo que em nenhum caso o seu tempo foi desperdiçado.

2. No entanto, a fim de que você possa obter algumas percepções sobre a natureza da Grande Obra que repousa além dessas frivolidades básicas, devemos mencionar que uma pessoa inteligente pode obter mais do que uma insinuação de sua natureza a partir dos seguintes livros, que devem ser considerados como contribuições sérias e eruditas ao estudo da Natureza, embora não necessariamente se deva confiar cegamente nas mesmas.

The Yi King [Série S.B.E., Oxford University Press].
The Tao Teh King [Série S.B.E.].
Tannhauser de A. Crowley.
The Upanishads.
The Bhagavad-Gita.
The Voice of the Silence.
Raja Yoga de Swami Vivekânanda.
The Shiva Sanhita.
The Aphorisms of Patanjali.
The Sword of Song.
The Book of the Dead.
Dogme et Rituel de la Haute Magie.
The Book of the Sacred Magic of Abramelin the Mage.
The Goetia.
The Hathayoga Pradipika.
History of Philosophy de Erdmann.
The Spiritual Guide de Molinos.
The Star in the West (Capitão Fuller).
The Dhammapada [Série S.B.E., Oxford University Press].
The Questions of King Milinda [Série S.B.E.].
777 vel Prolegomena, etc.
Varieties of Religious Experience (James).
Kabbala Denudata.
Konx Om Pax.

3. O estudo cuidadoso destes livros possibilitará que o pupilo fale na linguagem de seu mestre e facilitará a comunicação com ele.

4. O pupilo deve se esforçar para descobrir a harmonia fundamental destas obras tão variadas; para este fim, ele achará que é melhor estudar as divergências mais extremas lado a lado.

5. A qualquer momento em que desejar, ele pode solicitar um exame sobre este curso de leitura.

6. Durante todo este estudo e prática básicos, será sábio procurar e se juntar a um mestre, que seja competente para corrigi-lo e aconselhá-lo. Mas ele não deve ser desencorajado pela dificuldade de encontrar tal pessoa.

7. Além disso, que ele se lembre que não é sábio confiar ou acreditar nesse mestre. Ele precisa confiar inteiramente em si mesmo, e não dar crédito a nada a não ser aquilo que está em seu próprio conhecimento e experiência.

8. Como no início, assim no final, nós aqui insistimos sobre a importância vital do registro escrito como a única possibilidade de controle de erros derivados das várias qualidades do experimentador.

9. Assim, que o trabalho seja devidamente realizado; sim, que o trabalho seja devidamente realizado.

Thelema - Liber Porta Lucis

 

Este livro é um relato do envio do Mestre pela A∴A∴ e uma explicação de sua missão.

Publicação da A∴A∴ em Classe A

Imprimatur:
N. Fra A∴A∴

1. Eu contemplo um pequeno orbe escuro, girando em um abismo de espaço infinito. É diminuto entre uma miríade de vastos, escuro em meio a uma miríade de brilhantes.

2. Eu que compreendo em mim todo o vasto e o diminuto, todo o brilhante e o escuro, mitiguei o brilho de meu esplendor indizível, enviando V.V.V.V.V. como um raio de minha luz, como um mensageiro para aquele pequeno orbe escuro.

3. Então V.V.V.V.V. assume a palavra, e diz:

4. Homens e mulheres da Terra, a vós eu venho das Eras além das Eras, do Espaço além da vossa visão; e eu trago a vós estas palavras.

5. Mas eles não o ouviram, pois eles não estavam prontos para recebê-las.

6. Mas certos homens ouviram e compreenderam, e através deles este Conhecimento será repercutido.

7. Portanto o menor deles, o servo de todos eles, escreve este livro.

8. Ele escreve para aqueles que estão prontos. Assim sabe-se se alguém está pronto, se ele é dotado de certos dons, se ele é capaz por nascimento, ou por riqueza, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servos do mestre pela percepção dele julgarão destes.

9. Este Conhecimento não é para todos os homens; de fato poucos são chamados, mas destes muito poucos são escolhidos.

10. Essa é a natureza do Trabalho.

11. Primeiro, existem muitas e diversas condições de vida sobre esta terra. Em todas estas há alguma semente de sofrimento. Quem pode escapar da doença e da velhice e da morte?

12. Nós viemos para salvar nossos companheiros dessas coisas. Pois existe uma vida intensa com conhecimento e extrema felicidade que é intocada por qualquer uma delas.

13. A esta vida nós alcançamos mesmo aqui e agora. Os adeptos, os servos de V.V.V.V.V., a ela alcançaram.

14. É impossível contar-vos dos esplendores daquilo a que eles alcançaram.

Pouco a pouco, à medida que vossos olhos se tornam mais fortes, nós revelaremos a inefável glória do Caminho dos Adeptos, e seu objetivo inominável.

15. Assim como um homem subindo uma montanha íngreme se perde da vista de seus amigos no vale, também o adepto precisa parecer. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele se regozijará na luz do sol acima deles, e virá às neves eternas.

16. Ou como um erudito pode aprender algum idioma secreto dos antigos, seus amigos dirão: “Olhem! ele finge ler este livro. Mas ele é ininteligível – é disparate”. No entanto ele se deleita na Odisseia, enquanto eles leem coisas vãs e vulgares.

17. Nós vos levaremos à Verdade Absoluta, Luz Absoluta, Felicidade Absoluta.

18. Muitos adeptos ao longo dos tempos procuraram fazer isso; mas suas palavras foram pervertidas por seus sucessores, e de novo e de novo o Véu caiu sobre o Santo dos Santos.

19. Para vós que ainda vagais na Corte do Profano ainda não podemos revelar tudo; mas vós compreendereis facilmente que as religiões do mundo são apenas símbolos e véus da Verdade Absoluta. Assim também são as filosofias. Para o adepto, vendo todas estas coisas de cima, parece não haver nada a escolher entre Buda e Maomé, entre o Ateísmo e o Teísmo.

20. Os muitos mudam e passam; o um permanece. Assim como madeira e carvão e ferro queimam juntos em uma grande chama, se apenas essa fornalha for de calor transcendente; também no alambique desta alquimia espiritual, se apenas o zelator soprar suficientemente sobre sua fornalha todos os sistemas da terra são consumidos no Conhecimento Único.

21. No entanto, como um fogo não pode ser iniciado apenas com ferro, no início um sistema pode ser adequado para um buscador, outro para outro.

22. Portanto nós que estamos sem as correntes da ignorância, olhamos atentamente no coração do buscador e o conduzimos pelo caminho que é mais adequado à sua natureza até o fim último de todas as coisas, a realização suprema, a Vida que permanece na Luz, sim, a Vida que permanece na luz.

Thelema - Liber NU

 

Uma instrução para a consecução de Nuit. Uma paráfrase das instruções para a invocação de Nuit dadas no Livro da Lei.

Publicação da A∴A∴ em Classe D
(para os Vencedores do Ordálio X.).

Imprimatur:

(hieroglifo R8 - Neteru).(hieroglifo R8 - Neteru).(hieroglifo R8 - Neteru). …
V.V.V.V.V. …
N. Fra. A∴A∴
O.M. 7○=4□

000. Este é o Livro do Culto ao Exterior Infinito.

00. O Aspirante é Hadit. Nuit é a expansão infinita da Rosa; Hadit é a concentração infinita da Cruz (Instrução de V.V.V.V.V.).

0. Primeiramente, que o Aspirante aprenda de cor o Primeiro Capítulo do Livro da Lei (Instrução de V.V.V.V.V.).

1. Adora, ou seja, identifica-te, com o Khabs, a Luz secreta dentro do Coração. Dentro dele, novamente, não estendido, está Hadit.

Esta é a primeira prática de Meditação (ccxx, I. 6 e 21).

2. Adora e compreenda a Orla da Estela da Revelação.

“Acima, o azul com gemas é
   O esplendor nu de Nuit;
Ela se curva em êxtase para beijar
   Os ardores secretos de Hadit.”

Esta é a primeira prática de Inteligência (ccxx, I. 14).

3. Evita qualquer ato de escolha ou de discriminação.

Esta é a primeira prática de Ética (ccxx, I. 22).

4. Considera o seis e cinquenta, que 6 ÷ 50 = 0.12.

0 a circunferência de Nuit.
. o centro, Hadit.
1 a unidade proveniente, Ra-Hoor-Khuit.
2 o mundo da ilusão.
Assim Nuit compreende Tudo em Nenhum.
Também 50 + 6 = 56 = 5 + 6 = 11, a chave para todos os Rituais.
E 50 × 6 = 300, o Espírito da Criança interior.

(Perceba que Nϝιϛ = 72, o Shemhamphorash e os Quinários do Zodíaco, etc.)

Esta é a segunda prática de Inteligência (ccxx, I. 24, 25).

5. O Resultado desta Prática é a Consciência da Continuidade da Existência, a Onipresença do Corpo de Nuit.

Em outras palavras, o Aspirante só está consciente do Universo Infinito como um Ser único. (Perceba para isso a importância do Parágrafo 3. Ed.)

Esta é a primeira Indicação da Natureza do Resultado (ccxx, I. 26).

6. Medita sobre Nuit como o Contínuo Resolvido em Nenhum e Dois como as fases de seu ser.

[Pois o Universo, sendo autocontido, deve ser capaz de se expressar através da fórmula (n - n) = 0. Pois se não o for, que seja expresso pela fórmula n – m = p. Ou seja, o Infinito se move doutra forma que não dentro de si mesmo, o que é um absurdo. Ed.]

Esta é a segunda prática de Meditação (ccxx, I. 27).

7. Medite sobre os fatos de Samādhi em todos os planos, a liberação de calor na química, a alegria na história natural, Ānanda na religião, quando duas coisas se unem para se perder em uma terceira.

Esta é a terceira prática de Meditação (ccxx, I. 28, 29, 30).

8. Que o Aspirante reverencie ao máximo a Autoridade da A∴A∴ e siga Suas instruções, e que ele preste um grande Juramento de Devoção a Nuit.

Esta é a segunda prática de Ética (ccxx, I. 32).

9. Que o Aspirante fique atendo ao menor exercício de sua vontade contra outro ser. Desta forma, deitar-se é uma postura melhor do que sentar ou ficar de pé, pois opõe menor resistência à gravidade. No entanto, seu primeiro dever é para com a força mais próxima e mais potente; por exemplo, ele pode se levantar para cumprimentar um amigo.

Esta é a terceira prática de Ética (ccxx, I. 41).

10. Que o Aspirante exerça sua vontade sem a menor consideração por qualquer outro ser. Essa orientação não pode ser entendida, muito menos realizada, até que a prática anterior tenha sido aperfeiçoada.

Esta é a quarta prática de Ética (ccxx, I. 42, 43, 44).

11. Que o Aspirante compreenda que essas duas práticas são idênticas.

Esta é a terceira prática de Inteligência (ccxx, I. 45).

12. Que o Aspirante viva a Vida de maneira Bela e Agradável. Pois esta liberdade ele conquistou. Mas que cada ato, especialmente de amor, seja inteiramente dedicado à sua verdadeira amante, Nuit.

Esta é a quinta prática de Ética (ccxx, I. 51, 52, 61, 63).

13. Que o Aspirante anseie por Nuit sob as estrelas da Noite, com um amor dirigido por sua Vontade Mágicka, não meramente procedendo do coração.

Esta é a primeira prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 57).

14. O Resultado desta Prática na vida subsequente do Aspirante é enchê-lo de alegrias inimagináveis: dar-lhe certeza sobre a natureza do fenômeno chamado morte, dar-lhe paz indizível, descanso e êxtase.

Esta é a segunda Indicação da Natureza do Resultado (ccxx, I. 58).

15. Que o Aspirante prepare um perfume de madeiras e gomas resinosas, de acordo com sua inspiração.

Esta é a segunda prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 59).

16. Que o Aspirante prepare um Pantáculo, como segue.

Inscreva um círculo dentro de um Pentagrama, sobre uma base quadrada ou de outro formato conveniente que ele possa escolher. Que o círculo seja escarlate, o Pentagrama preto, a base azul real cravejada de estrelas douradas.

Dentro do círculo, em seu centro, será pintado um sigilo que será revelado ao Aspirante pela própria Nuit.

E este Pentáculo servirá como uma Imagem Telesmática, ou como um Eidolon, ou como um Foco para a mente.

Esta é a terceira prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 60).

17. Que o Aspirante encontre um lugar solitário, se possível um lugar no Deserto de Areia, ou se não for possível, um lugar que não é frequentado, e sem objetos para perturbar a vista. Tais são charnecas, pântanos, o mar aberto, rios largos e campos abertos. Além disso, e especialmente, cumes de montanhas.

Ali que ele invoque a Deusa conforme ele tem a Sabedoria e a Compreensão para fazer. Mas que esta Invocação seja de um coração puro, isto é, um coração totalmente devotado a Ela, e que ele se lembre de que é o próprio Hadit no lugar mais secreto que invoca. Então que esta serpente Hadit exploda em chamas.

Esta é a quarta prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 61).

18. Então o Aspirante se deitará um pouco no seio Dela.

Esta é a terceira Indicação da Natureza do Resultado (ccxx, I. 61).

19. Que o Aspirante fique de pé à beira de um precipício, em ato ou imaginação. E que ele imagine e sofra o medo da queda.

Em seguida, que ele imagine com esta ajuda que a Terra está caindo, e ele com ela, ou ele a partir dela; e considerando a infinitude do espaço, que ele excite o medo dentro dele até o ponto do êxtase, de modo que o mais terrível sonho de cair que ele já sofreu seja como nada em comparação.

Esta é a quarta prática de Meditação (Instrução de V.V.V.V.V.).

20. Assim, tendo compreendido a natureza desta Terceira Indicação, que em seu Rito Mágicko ele caia de si mesmo em Nuit, ou expanda-se Nela, conforme sua imaginação compeli-lo.

E naquele momento, desejando sinceramente o Beijo de Nuit, que ele dê uma partícula de pó, ou seja, que Hadit se entregue completamente a Ela.

Esta é a quinta prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 61).

21. Então ele perderá tudo naquela hora.

Esta é a quarta Indicação da Natureza do Resultado (ccxx, I. 61).

22. Que o Aspirante prepare uma canção de amor de êxtase para a Deusa, ou que ele seja inspirado por Ela para isso.

Esta é a sexta prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 63).

23. Que o Aspirante se vista com um único robe. Um “abbai” escarlate ornamentado com ouro é o mais adequado.

Esta é a sétima prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 61).

24. Que o Aspirante use uma rica tiara. Uma coroa de ouro adornada com safiras ou diamantes com uma capa azul real, ou nemes, é o mais adequado.

Esta é a oitava prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 61).

25. Que o Aspirante use quantas joias possuir.

Esta é a nona prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 61).

26. Que o Aspirante prepare um Elixir ou libação conforme ele tenha a engenhosidade de fazer.

Esta é a décima prática de Arte Mágicka (ccxx, I. 63).

27. Que o Aspirante invoque, deitado de costas, seu robe estendido como se fosse um tapete.

Esta é a décima primeira prática de Arte Mágicka (Instrução de V.V.V.V.V.).

28. Resumo. Preliminares.

Estas são as posses necessárias.

A Coroa ou tiara.
As Joias.
O Pantáculo.
O Robe.
A Canção ou Encantamento.
O Lugar da Invocação.
O Perfume.
O Elixir.
29. Continuação do resumo. Preliminares.

Estas são as compreensões necessárias.

As Naturezas de Nuit e Hadit, e sua relação.
O Mistério da Vontade Individual.
30. Continuação do resumo. Preliminares.

Estas são as meditações necessárias que devem ser realizadas.

A descoberta de Hadit no Aspirante, e a identificação com Ele.
O Contínuo.
O Valor da Equação n + (- n).
Cremnofobia.
31. Continuação do resumo. Preliminares.

Estas são as Práticas Éticas a serem cumpridas.

Asserção do ponto de vista de Kether.
Reverência à Ordem.
Abolição da vontade humana.
Exercício da verdadeira vontade.
Devoção à Nuit através de uma vida tornada bela.
32. Continuação do resumo. O Rito em Si.

Retira-te para o deserto com a coroa e outras insígnias e implementos.
Queima perfume.
Canta o encantamento.
Beba o Elixir para Nuit.
Deitado de costas, com os olhos fixos nas estrelas, pratica a sensação de cair no nada.
Estando realmente no seio de Nuit, que Hadit se renda.
33. Conclusão do resumo. Os Resultados.

Expansão da consciência para aquela do Infinito.
“Perda de tudo”, a mais alta consecução mística.
Verdadeira Sabedoria e Felicidade Perfeita.

Thelema - Liber VIII – 8º Æthyr de Liber CCCCXVIII

 

E assim fará aquele que alcançará o mistério do conhecimento e conversação de seu Santo Anjo Guardião.

Publicação da A∴A∴
em Classe D

E assim fará aquele que alcançará o mistério do conhecimento e conversação de seu Santo Anjo Guardião:

Primeiro, que ele prepare uma câmara, cujos muros e teto deverão ser brancos, e o chão deverá ser coberto com um tapete de quadrados pretos e brancos, e a sua borda deverá ser azul e dourada.

E se estiver em uma cidade, a sala não deverá ter janelas, e se estiver no interior, então é melhor se a janela estiver no teto. Ou, se for possível, que essa invocação seja realizada em um templo preparado para o ritual da passagem pelo Tuat.

Do teto ele deve pendurar um lampião, no qual há um vidro vermelho, para queimar óleo de oliva. E este lampião deve ser limpo e preparado após a oração do pôr-do-sol, e debaixo do lampião deverá haver um altar, quadrado, e a altura será três vezes a metade da largura ou o dobro da largura.

E sobre o altar deverá haver um incensário, hemisférico, apoiado em três pernas, de prata, e dentro dele um hemisfério de cobre, e no topo uma grade de prata dourada, e sobre ele queimará incenso feito de quatro partes de olíbano e duas partes de stacte e uma parte de madeira de aloes, ou de cedro, ou de sândalo. E isso é suficiente.

E ele também deve manter pronto, em um frasco de cristal no altar, óleo santo de unção feito de mirra e canela e galangal.

E mesmo que ele seja de um grau mais alto do que um Probacionista, ainda assim ele deve vestir o robe do Probacionista, pois a estrela de chamas manifesta abertamente Ra-Hoor-Khuit sobre o peito, e secretamente o triângulo azul que desce é Nuit, e o triângulo vermelho que ascende é Hadit. E eu sou o Tau dourado no meio de seu casamento. Além disso, se ele escolher, ele pode em vez disso usar um robe de seda mutável, roxa e verde, e sobre ele uma capa sem mangas, de azul brilhante, coberta de lantejoulas douradas, e escarlate por dentro.

E ele fará por conta própria uma varinha de amendoeira ou de avelãzeira cortada por suas próprias mãos ao amanhecer do Equinócio, ou do Solstício, ou no dia de Corpus Christi, ou em um dos dias de festa que são designados no Livro da Lei.

E ele gravará com sua própria mão sobre uma placa de ouro a Santa Tabela Sétupla, ou a Santa Tabela Duodécupla, ou algum aparato particular. E ela será quadrada dentro de um círculo, e o círculo deve ser alado, e ele deve prendê-lo em sua testa com uma fita de seda azul.

Além disso, ele usará uma faixa de louro ou rosa ou hera ou arruda, e todos os dias, após a oração do nascer do sol, ele a queimará no fogo do incensário.

Agora ele deve orar três vezes diariamente, ao pôr-do-sol, e à meia-noite, e ao nascer do sol. E se ele puder, ele também orará quatro vezes entre o nascer e o pôr-do-sol.

A oração durará pelo menos uma hora, e ele procurará sempre estendê-la e inflamar-se em oração. Assim ele invocará seu Santo Anjo Guardião por onze semanas e, em todo caso, orará sete vezes ao dia durante a última das onze semanas.

E durante todo este tempo ele deverá ter composto uma invocação adequada, com tanta sabedoria e compreensão quanto lhe forem dadas da Coroa, e esta ele deve escrever em letras de ouro sobre o topo do altar.

O topo do altar deverá ser de madeira branca, bem polida, e no seu centro ele colocará um triângulo de madeira de carvalho, pintado de escarlate, e sobre este triângulo ficarão as três pernas do incensário.

Além disso, ele deverá copiar sua invocação sobre uma folha de velino branco puro, com tinta nanquim, e ele deve iluminá-la de acordo com sua fantasia e imaginação, que tomarão forma pela beleza.

E no primeiro dia da duodécima semana ele entrará na câmara ao nascer do sol, e fará sua oração, tendo primeiro queimado no fogo do lampião a conjuração que ele fez sobre o velino.

Então, em sua oração, a câmara será enchida de luz insuportável pelo seu esplendor, e um perfume intolerável pela sua doçura. E seu Santo Anjo Guardião aparecerá para ele, sim, seu Santo Anjo Guardião aparecerá para ele, para que ele se envolva no Mistério da Santidade.

Todo aquele dia ele permanecerá no prazer do conhecimento e conversação do Santo Anjo Guardião.

E depois por três dias ele permanecerá do nascer do sol ao pôr-do-sol no templo, e ele obedecerá ao conselho que o Anjo lhe terá dado, e ele sofrerá as coisas que forem designadas.

E depois disso, por dez dias se retirará da plenitude dessa comunhão como lhe foi ensinado, pois ele precisa harmonizar o mundo que está dentro com o mundo que está fora.

E no fim dos noventa e um dias ele retornará ao mundo, e lá ele executará a obra a que o Anjo lhe designou.

E mais do que isso não é necessário dizer, pois seu Anjo lhe terá rogado gentilmente e lhe mostrado de que maneira ele pode mais perfeitamente ser invocado. E para aquele que tem esse Mestre não há mais nada que necessite, desde que continue no conhecimento e conversação do Anjo, para que finalmente venha à Cidade das Pirâmides.

Thelema - Liber Liberi vel Lapidis Lazuli - Adumbratio Kabbalæ Ægyptiorum

 

Prólogo do Inascido

1. Para dentro de minha solidão chega –

2. O som de uma flauta em bosques escuros que assombram as colinas mais distantes.

3. Do bravo rio alcançam uniformemente até a beira do deserto.

4. E eu contemplo Pã.

5. As neves são eternas acima, acima—

6. E o perfume delas fumega para cima até as narinas das estrelas.

7. Mas o que eu tenho a ver com estes?

8. Para mim apenas a flauta distante, a visão permanente de Pã.

9. De todos os lados Pã ao olho, ao ouvido;

10. O perfume de Pã impregnando, o gosto dele enchendo totalmente minha boca, de modo que a língua irrompe em um discurso estranho e monstruoso.

11. O abraço dele intenso em cada centro de dor e de prazer.

12. O sexto sentido interior inflamado com o Seu ser mais íntimo,

13. Eu mesmo arremessado no precipício do ser

14. Até mesmo no abismo, aniquilação.

15. Um fim para a solidão, como para tudo.

16. Pã! Pã! Io Pã! Io Pã!

I
1. Meu Deus, como Te amo!

2. Com o apetite veemente de uma besta eu Te caço pelo Universo.

3. Tu estás como se fosse sobre um pináculo na borda de alguma cidade fortificada. Eu sou um pássaro branco, e pouso em Ti.

4. Tu és meu amante: eu Te vejo como uma ninfa com seus membros brancos estendidos junto à fonte.

5. Ela se deita sobre o musgo; não há outra senão ela:

6. Não és Tu Pã?

7. Eu sou Ele. Não fales, Ó meu Deus! Que o trabalho seja realizado em silêncio.

8. Que meu grito de dor se cristalize em um pequeno cervo branco para fugir para dentro da floresta!

9. Tu és um centauro, Ó meu Deus, das flores de violeta que Te coroam até os cascos do cavalo.

10. Tu és mais duro que o aço temperado; não há diamante além de Ti.

11. Eu não entreguei este corpo e alma?

12. Eu te cortejo com uma adaga que cruza minha garganta.

13. Que o jorro de sangue sacie a Tua sede de sangue, Ó meu Deus!

14. Tu és um coelhinho branco na toca da Noite.

15. Sou maior que a raposa e o buraco.

16. Dá-me Teus beijos, Ó Senhor Deus!

17. O relâmpago veio e lambeu o pequeno rebanho de ovelhas.

18. Há uma língua e uma chama; vejo aquele tridente caminhando sobre o mar.

19. Uma fênix o tem como cabeça; abaixo há duas pontas. Elas alanceiam os ímpios.

20. Eu Te alancearei, Ó Tu pequeno deus cinzento, a menos que Tu tenhas cuidado!

21. Do cinza ao ouro; do ouro até o que está além do ouro de Ofir.

22. Meu Deus! mas eu Te amo!

23. Por que Tu sussurraste coisas tão ambíguas? Tu estavas com medo, Ó Ungulado, Ó Chifrudo, Ó pilar de relâmpago?

24. Do relâmpago caem pérolas; das pérolas manchas negras de nada.

25. Baseei tudo em um, um em nada.

26. Flutuando no éter, Ó meu Deus, meu Deus!

27. Ó Tu grande sol encapuzado de glória, corta estas pálpebras!

28. A natureza morrerá; ela me esconde, fechando minhas pálpebras com medo, ela me esconde da Minha destruição, Ó Tu olho aberto.

29. Ó Sempre-choroso!

30. Nem Ísis, minha mãe, nem Osíris, eu mesmo; mas o incestuoso Hórus entregue a Tifão, assim eu seja!

31. Pensamento ali; e o pensamento é mau.

32. Pã! Pã! Io Pã! é o suficiente.

33. Não caias na morte, Ó minha alma! Pensa que a morte é a cama na qual vós estais caindo!

34. Ó, como eu Te amo, Ó meu Deus! Especialmente há uma luz paralela veemente do infinito, visivelmente difratada na névoa desta mente.

35. Eu Te amo.

Eu Te amo.

Eu Te amo.

36. Tu és uma coisa bela mais branca do que uma mulher na coluna desta vibração.

37. Eu disparo verticalmente como uma flecha, e me torno aquele Acima.

38. Mas é a morte, e a chama da pira.

39. Suba na chama da pira, Ó minha alma! Teu Deus é como o vazio frio do céu mais extremo, no qual irradias tua pequena luz.

40. Quando Tu me conheceres, Ó Deus vazio, minha chama expirará totalmente em Teu grande N.O.X.

41. O que serás Tu, meu Deus, quando eu deixar de Te amar?

42. Um verme, um nada, um canalha perverso!

43. Mas Óh! Eu Te amo.

44. Tenho atirado um milhão de flores da cesta do Além a Teus pés, ungi a Ti e a Teu Cajado com óleo e sangue e beijos.

45. Eu acendi o Teu mármore para a vida – sim! para a morte.

46. Fui atingido pelo fedor de Tua boca, que nunca bebe vinho, mas vida.

47. Como o orvalho do Universo embranquece os lábios!

48. Ah! fluxo gotejante das estrelas da mãe Superna, desapareça!

49. Eu sou Aquela que deveria vir, a Virgem de todos os homens.

50. Eu sou um rapaz diante de Ti, Ó Tu Deus sátiro.

51. Tu infligirás o castigo do prazer – Agora! Agora! Agora!

52. Io Pã! Io Pã! Eu Te amo. Eu Te amo.

53. Ó meu Deus, poupa-me!

54. Agora!

Está feito! Morte.

55. Eu gritei em voz alta a palavra – e ela era um feitiço poderoso para amarrar o Invisível, um encantamento para desatar o atado; sim, para desatar o atado.

II
1. Ó meu Deus! usa-me Tu novamente, sempre. Para sempre! Para sempre!

2. Aquilo que veio de Ti fogo vem de mim água; portanto, que Teu Espírito se apodere de mim, de modo que minha mão direita solte o raio.

3. Viajando pelo espaço, vi o avanço de duas galáxias, colidindo uma com a outra e chifrando como touros sobre a terra. Eu tive medo.

4. Assim elas pararam de lutar e se voltaram contra mim, e eu fui dolorosamente esmagado e dilacerado.

5. Preferiria ter sido pisoteado pelo Elefante-Mundo.

6. Ó meu Deus! Tu és minha pequena tartaruga de estimação!

7. No entanto Tu sustentas o Elefante-Mundo.

8. Eu me esgueiro sob Tua carapaça, como um amante na cama de sua bela; eu me esgueiro para dentro e sento em Teu coração, por mais confinado e aconchegante que seja.

9. Tu me proteges, para que eu não ouça a trombeta daquele Elefante-Mundo.

10. Tu não vales um obol na ágora; no entanto Tu não deves ser comprado pelo valor de todo o Universo.

11. Tu és como uma bela escrava núbia inclinando sua púrpura nua contra os pilares verdes de mármore que estão acima do local de banho.

12. Vinho jorra de seus mamilos negros.

13. Bebi vinho há algum tempo na casa de Pertinax. O copeiro me favoreceu e me deu o doce e certo Chian.

14. Havia um rapaz Dórico, hábil em feitos de força, um atleta. A lua cheia fugiu furiosamente pelos destroços.

Ah! mas nós rimos.

15. Eu estava perniciosamente bêbado, Ó meu Deus! No entanto, Pertinax me trouxe para o casamento.

16. Eu tinha uma coroa de espinhos como todo o meu dote.

17. Tu és como o chifre de um bode de Astor, Ó Tu Deus meu, retorcido e torto e diabolicamente forte.

18. Mais frio que todo o gelo de todas as geleiras da Montanha Nua era o vinho que me serviu.

19. Uma região selvagem e uma lua minguante.

Nuvens correndo pelo céu.

Um círculo de pinheiros e de teixos altos além. Tu no meio!

20. Ó todos vós sapos e gatos, regozijai-vos! Vós coisas gosmentas, vinde para cá!

21. Dançai, dançai para o Senhor nosso Deus!

22. Ele é ele! Ele é ele! Ele é ele!

23. Por que devo continuar?

24. Por quê? Por quê? vem a gargalhada repentina de um milhão de diabinhos do inferno.

25. E o riso corre.

26. Mas não adoece o Universo; mas não abala as estrelas.

27. Deus! como eu Te amo!

28. Estou andando em um asilo; todos os homens e mulheres ao meu redor estão insanos.

29. Óh loucura! loucura! loucura! desejável és tu!

30. Mas eu Te amo, Ó Deus!

31. Estes homens e mulheres deliram e uivam; eles espumam tolice.

32. Começo a ter medo. Eu não sou checado; eu estou sozinho. Sozinho. Sozinho.

33. Pensa, Ó Deus, como sou feliz em Teu amor.

34. Ó Pã de mármore! Ó falso rosto malicioso! Eu amo Teus beijos escuros, sangrentos e fedorentos! Ó Pã de mármore! Teus beijos são como a luz do sol no Egeu azul; o sangue deles é o sangue do pôr do sol sobre Atenas; o fedor deles é como um jardim de Rosas da Macedônia.

35. Sonhei com o pôr do sol e rosas e videiras; Tu estavas lá, Ó meu Deus, Tu Te vestiste como uma cortesã Ateniense, e eu Te amei.

36. Tu não és um sonho, Ó Tu igualmente belo demais para dormir e acordar!

37. Eu disperso o povo insano da terra; ando sozinho com meus fantoches no jardim.

38. Eu sou gigantesco como Gargântua; aquela galáxia é apenas o anel de fumaça do meu incenso.

39. Queima Tu ervas estranhas, Ó Deus!

40. Preparai-me um licor mágico, rapazes, com vossos olhares!

41. A própria alma está bêbada.

42. Tu estás bêbado, Ó meu Deus, com meus beijos.

43. O Universo cambaleia; Tu olhaste para ele.

44. Duas vezes, e tudo está feito.

45. Vem, Ó meu Deus, e abracemo-nos!

46. Preguiçosamente, avidamente, ardentemente, pacientemente; assim trabalharei.

47. Haverá um Fim.

48. Ó Deus! Ó Deus!

49. Sou um tolo por Te amar; Tu és cruel, Tu Te recusas.

50. Vem a mim agora! Eu Te amo! Eu Te amo!

51. Ó meu querido, meu querido — Beija-me! Beija-me! Ah! uma vez mais.

52. Sono, leva-me! Morte, leva-me! Esta vida é plena demais; ela dói, ela mata, ela basta.

53. Que eu vá de volta para o mundo; sim, de volta para o mundo.

III
1. Eu era o sacerdote de Amon-Ra no templo de Amon-Ra em Thebai.

2. Mas Baco veio cantando com suas tropas de moças vestidas de videira, de moças em mantos escuros; e Baco no meio como um cervo!

3. Deus! como eu corri em minha raiva e dispersei o coro!

4. Mas em meu templo estava Baco como o sacerdote de Amon-Ra.

5. Portanto, fui loucamente com as moças para a Abissínia; e ali permanecemos e nos regozijamos.

6. Excessivamente; sim, em boa verdade!

7. Comerei os frutos maduros e verdes para a glória de Baco.

8. Terraços de ilex e camadas de ônix e opala e sardônica que conduzem acima até o fresco pórtico verde de malaquita.

9. Dentro há uma concha de cristal, em forma de ostra – Ó glória de Príapo! Ó beatitude da Grande Deusa!

10. Nela há uma pérola.

11. Ó Pérola! tu vieste da majestade do terrível Amon-Ra.

12. Então eu, o sacerdote, vi um brilho constante no coração da pérola.

13. Tão brilhante que não podíamos ver! Mas eis! uma rosa vermelho-sangue sobre uma cruz de ouro brilhante!

14. Então adorei o Deus. Baco! tu és o amante do meu Deus!

15. Eu que era o sacerdote de Amon-Ra, que vi o Nilo fluir por muitas luas, por muitas, muitas luas, sou o jovem cervo da terra cinzenta.

16. Organizarei minha dança em vossos conventículos, e meus amores secretos serão doces entre vós.

17. Tu terás um amante entre os senhores da terra cinza.

18. Isto ele trará a ti, sem o qual tudo é em vão; a vida de um homem derramada por teu amor em Meus Altares.

19. Amém.

20. Que seja logo, Ó Deus, meu Deus! Anseio por Ti, ando muito solitário entre os loucos, na terra cinzenta da desolação.

21. Tu estabelecerás a abominável Coisa solitária da maldade. Óh alegria! para lançar a pedra angular!

22. Ficará ereta sobre a alta montanha; só meu Deus comungará com ela.

23. Vou construí-la de um único rubi; será vista de longe.

24. Venha! irritemos os vasos da terra: eles destilarão vinho estranho.

25. Ela cresce sob a minha mão: ela cobrirá todo o céu.

26. Tu estás atrás de mim: eu grito com uma alegria louca.

27. Então disse Ituriel, o forte; que Nós também adoremos esta maravilha invisível!

28. Assim fizeram eles, e os arcanjos varreram o céu.

29. Estranho e místico, como um sacerdote amarelo invocando poderosos voos de grandes pássaros cinzentos do Norte, assim eu me levanto e invoco a Ti!

30. Que eles não obscureçam o sol com suas asas e seu clamor!

31. Retira a forma e seus seguidores!

32. Eu permaneço.

33. Tu és como uma águia pesqueira no arrozal, eu sou o grande pelicano vermelho nas águas do pôr do sol.

34. Sou como um eunuco negro; e Tu és a cimitarra. Eu golpeio a cabeça do claro, o quebrador de pão e sal.

35. Sim! Eu golpeio - e o sangue faz como se fosse um pôr do sol no lápis-lazúli do Quarto do Rei.

36. Eu golpeio. O mundo inteiro é quebrado em um vento forte, e uma voz clama em uma língua que os homens não conseguem falar.

37. Conheço aquele som terrível de alegria primordial; sigamos nas asas do vendaval até a sagrada casa de Hathor; ofereçamos as cinco joias da vaca em seu altar!

38. Novamente a voz inumana!

39. Eu empurro meu corpo Titânico nos dentes do vendaval, e eu golpeio e prevaleço, e me lanço sobre o mar.

40. Há um estranho Deus pálido, um deus de dor e maldade mortal.

41. Minha própria alma morde a si mesma, como um escorpião cercado de fogo.

42. Aquele Deus pálido com rosto desviado, aquele Deus de sutileza e riso, aquele jovem Deus Dórico, a ele eu servirei.

43. Pois o fim disso é um tormento indizível.

44. Melhor a solidão do grande mar cinzento!

45. Mas ai do povo da terra cinza, meu Deus!

46. Que eu os sufoque com minhas rosas!

47. Óh, Tu Deus delicioso, sorri sinistro!

48. Eu te colho, Ó meu Deus, como uma ameixa púrpura de uma árvore ensolarada. Como Tu derretes em minha boca, Tu consagrado açúcar das Estrelas!

49. O mundo está todo cinza diante dos meus olhos; é como um odre velho e gasto.

50. Todo o vinho dele está nestes lábios.

51. Tu me geraste sobre uma estátua de mármore, Ó meu Deus!

52. O corpo está gelado com a frieza de um milhão de luas; está mais duro do que o adamante da eternidade. Como devo sair para a luz?

53. Tu és Ele, Ó Deus! Ó meu querido! minha criança! meu brinquedo! Tu és como um grupo de donzelas, como uma multidão de cisnes no lago.

54. Sinto a essência da maciez.

55. Sou duro, forte e masculino; mas venha Tu! Serei macio, fraco e feminino.

56. Tu me esmagarás no lagar do Teu amor. Meu sangue manchará Teus pés de fogo com litanias de Amor em Angústia.

57. Haverá uma nova flor nos campos, uma nova vindima nas vinhas.

58. As abelhas colherão um novo mel; os poetas cantarão uma nova canção.

59. Eu ganharei a Dor do Bode como meu prêmio; e o Deus que está sentado sobre os ombros do Tempo cochilará.

60. Então tudo o que está escrito se cumprirá: sim, se cumprirá.

IV
1. Sou como uma donzela banhando-se em uma poça clara de água doce.

2. Ó meu Deus! Vejo-Te escuro e desejável, elevando-se através da água como uma fumaça dourada.

3. Tu estás completamente dourado, o cabelo e as sobrancelhas e o rosto brilhante; mesmo nas pontas dos dedos das mãos e dos pés Tu és um sonho rosado de ouro.

4. No fundo de Teus olhos dourados minha alma salta, como um arcanjo ameaçando o sol.

5. Minha espada passa através e através de Ti; luas cristalinas escorrem de Teu belo corpo que está escondido atrás das ovais de Teus olhos.

6. Mais fundo, cada vez mais fundo. Eu caio, assim como todo o Universo cai no abismo dos Anos.

7. Pois a Eternidade chama; o Sobremundo chama; o mundo da Palavra nos espera.

8. Acaba com a fala, Ó Deus! Crava as presas do cão Eternidade nesta minha garganta!

9. Sou como um pássaro ferido voando em círculos.

10. Quem sabe onde cairei?

11. Ó Abençoado! Ó Deus! Ó meu devorador!

12. Deixa-me cair, cair para baixo, cair para longe, sozinho!

13. Deixa-me cair!

14. Nem há qualquer descanso, Doce Coração, exceto no berço do régio Baco, a coxa do Santíssimo.

15. Lá descanso, sob o dossel da noite.

16. Urano repreendeu Eros; Marsyas repreendeu Olympas; eu repreendi meu lindo amante com sua juba de raios de sol; não devo cantar?

17. Meus encantamentos não trarão ao meu redor a maravilhosa companhia dos deuses da floresta, seus corpos brilhando com o unguento de luar e mel e mirra?

18. Adoráveis sois vós, Ó meus amantes; avancemos para a clareira mais escura!

19. Lá nos banquetearemos com mandrágoras e móli!

20. Ali O amável nos oferecerá Seu santo banquete. Nos bolos marrons de milho provaremos a comida do mundo, e seremos fortes.

21. No cálice vermelho e terrível da morte, beberemos o sangue do mundo e nos embriagaremos!

22. Ohé! a canção para Iao, a canção para Iao!

23. Vem, cantemos para ti, Iacchus invisível, Iacchus triunfante, Iacchus indizível!

24. Iacchus, Ó Iacchus, Ó Iacchus, esteja perto de nós!

25. Então o semblante de todos os tempos escureceu, e a verdadeira luz brilhou.

26. Houve também um certo grito em uma língua desconhecida, cuja estridência perturbou as águas tranquilas de minha alma, de modo que minha mente e meu corpo foram curados de sua doença, o autoconhecimento.

27. Sim, um anjo perturbou as águas.

28. Este foi o clamor Dele: IIIOOShBTh-IO-IIIIAMAMThIBI-II.

29. Nem cantei isto mil vezes por noite durante mil noites antes que Tu viesses, Ó meu Deus flamejante, e me perfurasse com Tua lança. Teu manto escarlate desdobrou os céus inteiros, de modo que os Deuses disseram: Tudo está queimando: é o fim.

30. Tu também puseste os lábios na ferida e sugaste um milhão de ovos. E Tua mãe sentou-se sobre eles, e eis! estrelas e estrelas e Coisas derradeiras das quais as estrelas são os átomos.

31. Então eu Te vi, Ó meu Deus, sentado como um gato branco sobre a treliça da pérgola; e o zumbido dos mundos girando era apenas o Teu prazer.

32. Ó gato branco, as faíscas voam de Teu pelo! Tu crepitas com a divisão dos mundos.

33. Eu vi mais de Ti no gato branco do que na Visão dos Æons.

34. No bote de Rá eu viajei, mas nunca encontrei no Universo visível qualquer ser semelhante a Ti!

35. Tu eras como um cavalo branco alado, e eu corri com Ti pela eternidade contra o Senhor dos Deuses.

36. Assim ainda corremos!

37. Tu eras como um floco de neve caindo na floresta coberta de pinheiros.

38. Em um momento Tu estavas perdido em um deserto do igual e do diferente.

39. Mas eu vi o belo Deus atrás da nevasca - e Tu eras Ele!

40. Também li em um grande Livro.

41. Em pele antiga estava escrito em letras de ouro: Verbum fit Verbum.

42. Também Vitriol e o nome do hierofante

V.V.V.V.V.

43. Tudo isso girava em fogo, em fogo estelar, raro e distante e totalmente solitário - assim como Tu e eu, Ó alma desolada meu Deus!

44. Sim, e a escrita



Está bem.

Esta é a voz que abalou a terra.

45. Oito vezes ele clamou em voz alta, e por oito e por oito eu contarei Teus favores, Óh Tu Deus Undécuplo 418!

46. Sim, e por muitos mais; pelas dez nas vinte-e-duas direções; assim como a perpendicular da Pirâmide - assim serão Teus favores.

47. Se eu os conto, eles são Um.

48. Excelente é o Teu amor, Óh Senhor! Tu és revelado pela escuridão e aquele que tateia no horror dos bosques porventura Te alcançará, assim como uma cobra que se apodera de um pequeno pássaro canoro.

49. Eu Te peguei, Ó meu tordo macio; sou como um falcão de madre-esmeralda; eu Te pego por instinto, embora meus olhos falhem de Tua glória.

50. No entanto, eles são apenas pessoas tolas acolá. Eu os vejo na areia amarela, todos vestidos de púrpura Tíria.

51. Eles atraem seu Deus brilhante para a terra em redes; eles acendem uma fogueira para o Senhor do Fogo e gritam palavras profanas, até mesmo a terrível maldição Amri maratza, maratza, atman deona lastadza maratza maritza — marán!

52. Então eles cozinham o deus brilhante, e o engolem inteiro.

53. Essas são pessoas más, Ó lindo rapaz! vamos passar para o Outromundo.

54. Façamos de nós uma isca agradável, em uma forma sedutora!

55. Serei como uma esplêndida mulher nua com seios de marfim e mamilos dourados; todo o meu corpo será como o leite das estrelas. Serei lustrosa e Grega, uma cortesã de Delos, da instável Ilha.

56. Tu serás como um pequeno verme vermelho em um anzol.

57. Mas tu e eu pescaremos nossos peixes igualmente.

58. Então tu serás um peixe brilhante com dorso dourado e ventre prateado: serei como um belo homem violento, mais forte do que quarenta touros, um homem do Ocidente carregando um grande saco de joias preciosas sobre um cajado que é maior do que o eixo do todo.

59. E o peixe será sacrificado a Ti e o homem forte crucificado para Mim, e Tu e eu nos beijaremos e expiaremos o erro do Princípio; sim, o erro do princípio.

V
1. Ó meu lindo Deus! Nado em Teu coração como uma truta na torrente da montanha.

2. Salto de poça em poça em minha alegria; eu sou gracioso com marrom, dourado e prateado.

3. Ora, sou mais adorável do que os bosques ruivos do outono à primeira nevasca.

4. E a caverna de cristal do meu pensamento é mais adorável do que eu.

5. Apenas um anzol pode me atrair; é uma mulher ajoelhada na margem do riacho. É ela quem derrama o orvalho brilhante sobre si mesma e na areia para que o rio jorre.

6. Há um pássaro ali na murta; somente o canto desse pássaro pode me tirar da poça de Teu coração, Ó meu Deus!

7. Quem é esse rapaz Napolitano que ri em sua felicidade? Sua amante é a poderosa cratera da Montanha de Fogo. Eu vi seus membros carbonizados descendo as encostas em uma língua furtiva de pedra líquida.

8. E Ah! o som da cigarra!

9. Lembro-me dos dias em que eu era cacique no México.

10. Ó meu Deus, Tu eras então como é agora meu belo amante?

11. Minha infância era então como é agora Teu brinquedo, Tua alegria?

12. Em verdade, lembro-me daqueles dias de ferro.

13. Lembro-me de como inundamos os lagos amargos com nossa torrente de ouro; como afundamos a preciosa imagem na cratera de Citlaltepetl.

14. Como a boa chama nos elevou até as terras baixas, colocando-nos na floresta impenetrável.

15. Sim, Tu eras um estranho pássaro escarlate com um bico de ouro. Eu era Teu companheiro nas florestas da terra baixa; e sempre ouvíamos de longe o canto estridente dos sacerdotes mutilados e o clamor insano do Sacrifício de Donzelas.

16. Havia um estranho Deus alado que nos contou sobre sua sabedoria.

17. Conseguimos ser grãos estrelados de pó de ouro nas areias de um rio lento.

18. Sim, e aquele rio era o rio do espaço e do tempo também.

19. Nós partimos dali; sempre para o menor, sempre para o maior, até agora, Ó doce Deus, somos nós próprios, o mesmo.

20. Ó meu Deus, Tu és como um pequeno bode branco com relâmpagos em seus chifres!

21. Eu Te amo, eu Te amo.

22. Cada alento, cada palavra, cada pensamento, cada ação é um ato de amor Contigo.

23. A batida de meu coração é o pêndulo do amor.

24. As minhas canções são os suspiros suaves:

25. Os meus pensamentos são o próprio arrebatamento:

26. E minhas ações são as miríades de Tuas crianças, as estrelas e os átomos.

27. Que não haja nada!

28. Que todas as coisas caiam neste oceano de amor!

29. Seja esta devoção um poderoso feitiço para exorcizar os demônios dos Cinco!

30. Ah Deus, tudo se foi! Tu consumas Teu arrebatamento. Falútli! Falútli!

31. Há uma solenidade do silêncio. Não há mais voz alguma.

32. Assim será até o fim. Nós, que éramos pó, nunca cairemos no pó.

33. Assim será.

34. Então, Ó meu Deus, o sopro do Jardim das Especiarias. Todos estes têm uma aversão ao sabor.

35. O cone é cortado com um raio infinito; a hiperbólica curva da vida surge no ser.

36. Mais e mais longe flutuamos; no entanto estamos parados. É a cadeia de sistemas que está se afastando de nós.

37. Primeiro cai o mundo tolo; o mundo da velha terra cinza.

38. Cai impensavelmente longe, com seu triste rosto barbudo presidindo-o; ele se desvanece em silêncio e aflição.

39. Nós a silêncio e felicidade, e o rosto é o rosto risonho de Eros.

40. Sorrindo nós o cumprimentamos com os sinais secretos.

41. Ele nos conduz ao Palácio Invertido.

42. Há o Coração de Sangue, uma pirâmide que atinge seu ápice além do Erro do Princípio.

43. Enterra-me em Tua Glória, Ó amado, Ó amante principesco desta donzela meretriz, dentro da Câmara mais Secreta do Palácio!

44. É feito rapidamente; sim, o selo é posto sobre a cripta.

45. Há alguém que valerá de abri-la.

46. Nem por memória, nem por imaginação, nem por oração, nem por jejum, nem por flagelação, nem por drogas, nem por ritual, nem por meditação; somente por amor passivo ele valerá.

47. Ele esperará a espada do Amado e exporá sua garganta ao golpe.

48. Então seu sangue jorrará e escrever-me-á runas no céu; sim, escrever-me-á runas no céu.

VI
1. Tu eras uma sacerdotisa, Ó meu Deus, entre os Druidas; e conhecíamos os poderes do carvalho.

2. Fizemos para nós um templo de pedras na forma do Universo, assim como tu usaste abertamente e eu escondido.

3. Lá realizamos muitas coisas maravilhosas à meia-noite.

4. Na lua minguante trabalhamos.

5. Sobre a planície surgiu o grito atroz de lobos.

6. Nós respondemos; nós caçamos com a alcateia.

7. Chegamos até a nova Capela e Tu levaste embora o Santo Graal sob Tuas vestes de Druida.

8. Secretamente e furtivamente bebemos do sacramento informador.

9. Então uma terrível doença se abateu sobre o povo da terra cinza; e nós nos alegramos.

10. Ó meu Deus, disfarça a Tua glória!

11. Venha como um ladrão, e roubemos os Sacramentos!

12. Em nossos bosques, em nossas celas claustrais, em nosso favo de felicidade, bebamos, bebamos!

13. É o vinho que tinge todas as coisas com a verdadeira tintura de ouro infalível.

14. Há segredos profundos nestas canções. Não basta ouvir o pássaro; para apreciar a canção, ele deve ser o pássaro.

15. Eu sou o pássaro, e Tu és minha canção, Ó meu glorioso Deus galopante!

16. Tu guias as rédeas das estrelas; tu conduzes as sete constelações lado a lado pelo circo do Nada.

17. Tu Deus Gladiador!

18. Eu toco minha harpa; Tu lutas contra as bestas e as chamas.

19. Tu tomas Tua alegria na música, e eu na luta.

20. Tu e eu somos amados pelo Imperador.

21. Vê! ele nos convocou ao estrado Imperial.

A noite cai; é uma grande orgia de adoração e bem-aventurança.

22. A noite cai como um manto de lantejoulas dos ombros de um príncipe sobre um escravo.

23. Ele levanta-se como um homem livre!

24. Lança tu, Ó profeta, o manto sobre estes escravos!

25. Uma grande noite, e poucos fogos nela; mas liberdade para o escravo que sua glória abrangerá.

26. Assim também desci à grande e triste cidade.

27. Ali, Messalina morta trocou sua coroa pelo veneno de Locusta morta; lá estava Calígula e feriu os mares do esquecimento.

28. Quem eras tu, Ó César, que conheceste Deus em um cavalo?

29. Pois eis! vimos o Cavalo Branco dos Saxões gravado sobre a terra; e vimos os Cavalos do Mar que chamejam sobre a velha terra cinzenta, e a espuma de suas narinas nos ilumina!

30. Ah! mas eu te amo, Deus!

31. Tu és como uma lua sobre o mundo de gelo.

32. Tu és como o alvorecer das mais extremas neves sobre as planícies queimadas da terra do tigre.

33. Pelo silêncio e pela fala eu Te adoro.

34. Mas é tudo em vão.

35. Só Teu silêncio e Tua fala que me adoram valem.

36. Chorai, Ó vós povo da terra cinzenta, porque bebemos o vosso vinho e vos deixamos apenas as amargas borras.

37. No entanto, destes destilaremos para vós um licor além do néctar dos Deuses.

38. Há valor em nossa tintura para um mundo de Especiarias e ouro.

39. Pois nosso pó vermelho de projeção está além de todas as possibilidades.

40. Há poucos homens; há o suficiente.

41. Estaremos cheios de copeiros, e o vinho não será escasso.

42. Ó querido meu Deus! que banquete Tu providenciaste.

43. Vede as luzes e as flores e as donzelas!

44. Provai os vinhos e as iguarias e as carnes esplêndidas!

45. Aspirai os perfumes e as nuvens de pequenos deuses como ninfas da floresta que habitam as narinas!

46. Senti com todo o vosso corpo a suavidade gloriosa do frescor do mármore e o calor generoso do sol e dos escravos!

47. Que o Invisível informe toda a Luz devoradora de seu vigor disruptivo!

48. Sim! todo o mundo está dividido, como uma velha árvore cinza pelo raio!

49. Vinde, Ó vós deuses, e festejemos.

50. Tu, Ó meu querido, Ó meu incessante Deus-Pardal, meu deleite, meu desejo, meu enganador, vem Tu e gorjeia à minha mão direita!

51. Este foi o conto da memória de Al A’in o sacerdote; sim, de Al A’in o sacerdote.

VII
1. Pela queima do incenso a Palavra foi revelada, e pela droga distante.

2. Ó farinha e mel e óleo! Ó linda bandeira da lua, que ela pendura no centro de bem-aventurança!

3. Estes afrouxam as faixas do cadáver; estes desamarram os pés de Osíris, para que o Deus flamejante possa se enfurecer através do firmamento com sua lança fantástica.

4. Mas de puro mármore negro é a triste estátua, e a imutável dor dos olhos é amarga para o cego.

5. Compreendemos o êxtase daquele mármore abalado, dilacerado pelos espasmos da criança coroada, a vara dourada do Deus dourado.

6. Sabemos porque tudo está escondido na pedra, dentro do ataúde, dentro do poderoso sepulcro, e nós também respondemos Olalám! Imál! Tutúlu! como está escrito no livro antigo.

7. Três palavras desse livro são como vida para um novo æon; nenhum deus leu o todo.

8. Mas tu e eu, Ó Deus, temo-lo escrito página por página.

9. Nossa é a leitura undécupla da palavra Undécupla.

10. Essas sete letras juntas formam sete palavras diversas; cada palavra é divina, e sete sentenças estão escondidas nela.

11. Tu és a Palavra, Ó meu querido, meu senhor, meu mestre!

12. Ó, vem a mim, mistura o fogo e a água, tudo se dissolverá.

13. Eu espero por Ti ao dormir, ao acordar. Eu não Te invoco mais; pois Tu estás em mim, Ó Tu que fizeste de mim um belo instrumento sintonizado em Teu êxtase.

14. No entanto, Tu estás sempre separado, assim como eu.

15. Lembro-me de um certo dia santo no crepúsculo do ano, no crepúsculo do Equinócio de Osíris, quando pela primeira vez eu Te vi visivelmente; quando a terrível questão foi combatida pela primeira vez; quando Aquele com cabeça de Íbis encantou a contenda.

16. Lembro-me de Teu primeiro beijo, assim como uma donzela deveria. Nem nos becos escuros havia outro: Teus beijos perduram.

17. Não há outro além de Ti em todo o Universo de Amor.

18. Meu Deus, eu Te amo, Ó Tu bode de chifres dourados!

19. Tu belo touro de Ápis! Tu bela serpente de Apep! Tu linda criança da Deusa Grávida!

20. Te agitaste em Teu sono, Ó antigo sofrimento de anos! Tu ergueste Tua cabeça para golpear, e tudo é dissolvido no Abismo de Glória.

21. Um fim para as letras das palavras! Um fim para o discurso sétuplo.

22. Resolve-me a maravilha de tudo isso na figura de um camelo magro e veloz caminhando sobre a areia.

23. Solitário é ele, e abominável; ainda assim ele ganhou a coroa.

24. Óh, regozijai-vos! regozijai-vos!

25. Meu Deus! Óh meu Deus! Sou apenas um pontinho na poeira estelar das eras; eu sou o Mestre do Segredo das Coisas.

26. Eu sou o Revelador e o Preparador. Minha é a Espada - e a Mitra e a Varinha Alada!

27. Eu sou o Iniciador e o Destruidor. Meu é o Globo - e o Pássaro Bennu e o Lótus de Ísis minha filha!

28. Eu sou Aquele além de todos estes; e porto os símbolos da poderosa escuridão.

29. Haverá um sigilo como de um vasto oceano negro e sombrio da morte e a chama central da escuridão, irradiando sua noite sobre tudo.

30. Ele engolirá aquela escuridão menor.

31. Mas naquele profundo quem responderá: O que é?

32. Não eu.

33. Não Tu, Ó Deus!

34. Vem, não raciocinemos mais juntos; aproveitemos! Sejamos nós mesmos, silenciosos, únicos, aparte.

35. Ó bosques solitários do mundo! Em quais recessos vós escondereis nosso amor?

36. A floresta das lanças do Altíssimo é chamada Noite, e Hades e Dia da Ira; mas eu sou Seu capitão e carrego Seu cálice.

37. Não me temais com meus lanceiros! Eles matarão os demônios com suas garras mesquinhas. Vós sereis livres.

38. Ah, escravos! vós não quereis – vós não sabeis como querer.

39. No entanto, a música de minhas lanças será uma canção de liberdade.

40. Um grande pássaro varrerá do Abismo da Alegria e levará vocês para serem meus copeiros.

41. Vem, Ó meu Deus, que em um último arrebatamento alcancemos a União com os Muitos!

42. No silêncio das Coisas, na Noite das Forças, além do maldito domínio dos Três, que nós gozemos de nosso amor!

43. Meu querido! Meu querido! distante, distante além da Assembleia e da Lei e da Iluminação em uma Anarquia de Solidão e Escuridão!

44. Pois mesmo assim devemos velar o brilho de nosso Ser.

45. Meu querido! Meu querido!

46. Ó meu Deus, mas o amor em Mim rompe os laços do Espaço e do Tempo; meu amor é derramado entre aqueles que não amam o amor.

47. Meu vinho é derramado para aqueles que nunca provaram vinho.

48. Os seus vapores os intoxicarão e o vigor do meu amor engendrará filhos poderosos de suas donzelas.

49. Sim! sem gole, sem abraço: - e a Voz respondeu Sim! estas coisas serão.

50. Então busquei uma Palavra para Mim Mesmo; não, para mim mesmo.

51. E veio a Palavra: Ó Tu! está bem. Não atentes a nada! Eu Te amo! Eu Te amo!

52. Portanto tive fé até o fim de tudo; sim, até o fim de tudo.