Publicação da A∴A∴
em Classe D
Emitida por ordem de:
D.D.S. 7○=4□ Præmonstrator
O.S.V. 6○=5□ Imperator
N.S.F. 5○=6□ Cancellarius
ARATRUM SECURUM
(Fra —— após uma semana evitando a primeira pessoa.
Sua fidelidade é boa; sua vigilância é ruim.
Não está nem perto de ser bom o suficiente para passar).
[Atenção: esta é uma técnica de controle adversativo que foi publicada originalmente em 1910 no contexto de um sistema religioso. Nós somos expressamente contra a prática de automutilação, e sugerimos um método de punição que não seja danoso e nem permanente, como o uso de um elástico de borracha para provocar dor sem causar ferimentos. Lembramos ainda que o objetivo desta prática não é sentir prazer através da dor, mas sim o controle da fala, ação e pensamentos através de técnicas psicológicas que hoje podem ser consideradas defasadas.]
O
0. Contempla a Canga sobre o pescoço dos Bois! Não é por meio dela que o Campo será arado? A Canga é pesada, mas junta os que estão separados — Glória a Nuit e a Hadit, e Àquele que nos deu o Símbolo da Rosa Cruz!
Glória ao Senhor da Palavra Abrahadabra, e Glória Àquele que nos deu o Símbolo da Ankh, e da Cruz dentro do Círculo!
1. Três são as Bestas com as quais tu deves arar o Campo; o Unicórnio, o Cavalo e o Boi. E estes tu encangarás em uma canga tripla que é governada por Um Açoite.
2. Agora, estas bestas correm selvagemente sobre a terra e não são facilmente obedientes ao Homem.
3. Nada deve ser dito aqui de Cérbero, a grande Besta do Inferno que é cada um destes e todos estes, assim como Atanásio pressagiou. Pois este assunto[1] não é de Tiphareth externo, mas sim de Tiphareth interno.
I
0. O Unicórnio é Fala. Homem, governa tua Fala! De que outra forma tu dominarás o Filho e responderás ao Magista no Portão Direito da Coroa?
1. Eis algumas práticas. Cada uma pode durar uma semana ou mais.
α. Evita usar algumas palavras comuns, como “e”, ou “o” ou “mas”; usa uma paráfrase.
β. Evita usar alguma letra do alfabeto, como “t”, ou “s”, ou “m”; usa uma paráfrase.
γ. Evita usar pronomes e adjetivos da primeira pessoa; usa uma paráfrase.
Conceba outras do teu próprio engenho.
2. Em cada ocasião em que tu fores traído[2] em dizer aquilo que juraste evitar, corta-te de maneira ríspida sobre o pulso ou antebraço com uma navalha; da mesma forma que tu baterias em um cão desobediente. Não teme o Unicórnio as garras e os dentes do Leão?
3. Então teu braço te serve tanto como um aviso quanto como um registro. Tu anotarás o teu progresso diário nestas práticas, até que esteja perfeitamente vigilante o tempo todo sobre qualquer palavra que escapa da tua língua.
Restrinja a ti mesmo assim, e serás livre para sempre.
II
0. O Cavalo é Ação. Homem, governa tua Ação! De que outra forma tu dominarás o Pai e responderás ao Tolo no Portão Esquerdo da Coroa?
1. Eis algumas práticas. Cada uma pode durar uma semana ou mais.
α. Evita levantar o braço esquerdo acima da cintura.
β. Evita cruzar as pernas.
Conceba outras do teu próprio engenho.
2. Em cada ocasião em que tu fores traído em fazer aquilo que juraste evitar, corta-te de maneira ríspida sobre o pulso ou antebraço com uma navalha; da mesma forma que tu baterias em um cão desobediente. Não teme o Cavalo os dentes do Camelo?
3. Então teu braço te serve tanto como um aviso quanto como um registro. Tu anotarás o teu progresso diário nestas práticas, até que esteja perfeitamente vigilante o tempo todo sobre qualquer ação que escapar dos teus dedos.
Restrinja a ti mesmo assim, e serás livre para sempre.
III
0. O Boi é Pensamento. Homem, governa teu Pensamento! De que outra forma tu dominarás o Espírito Santo e responderás à Alta Sacerdotisa no Portão Central da Coroa?
1. Eis algumas práticas. Cada uma pode durar uma semana ou mais.
α. Evita pensar em um assunto definido e todas as coisas relacionadas a ele, e que esse assunto seja um que comumente ocupa grande parte do teu pensamento, sendo frequentemente estimulado pelas percepções dos sentidos ou pela conversa de outros.
β. Por algum dispositivo, como a mudança do teu anel de um dedo para outro, crie duas personalidades em ti, os pensamentos de uma estando dentro de limites completamente diferentes do da outra, sendo o terreno comum as necessidades da vida[3].
Conceba outras do teu próprio engenho.
2. Em cada ocasião em que tu fores traído em pensar aquilo que juraste evitar, corta-te de maneira ríspida sobre o pulso ou antebraço com uma navalha; da mesma forma que tu baterias em um cão desobediente. Não teme o Boi o Aguilhão do Lavrador?
3. Então teu braço te serve tanto como um aviso quanto como um registro. Tu anotarás o teu progresso diário nestas práticas, até que esteja perfeitamente vigilante o tempo todo sobre qualquer pensamento que surgir em teu cérebro.
Restrinja a ti mesmo assim, e serás livre para sempre[4].
[1] (ou seja, a questão de Cérbero).
[2] Esta prática não deve ser evitada; ou seja (1) por falhar em agir no primeiro momento da descoberta, e dar-se crédito (por assim dizer) “farei 10 cortes quando eu tiver cometido 10 deslizes”, ou (2) por dizer “cometerei um deslize devido à necessidade imediata; eu não me importo com a dor de um corte”.
O Objetivo de todo o exercício é criar um sentinela que fique e vigie no limiar da Mente; com isso sempre em mente é possível estudar a psicologia da prática em detalhes e arranjar meios de modo a obter o melhor resultado possível. [Esta nota foi adicionada a uma cópia pessoal do The Equinox I(4) de Crowley, posteriormente transcrita por Yorke.]
[3] Por exemplo, que A seja um homem de fortes paixões, habilidoso na Sagrada Cabala, um vegetariano e um político “reacionário”. Que B seja um pensador frio e ascético, ocupado com negócios e atenção à família, um comedor de carne e um sagaz político progressista. Não permita nenhum pensamento adequado para “A” quando o anel estiver no dedo “B”, e vice-versa.
[4] P.S. An. XV ☉ in ♊. Uma prática excelente é controlar os meios de expressão. Assim, desafie o mundo a te fazer sorrir, como “Sir Edward”, que eu vi na Coney Island neste primeiro dia de junho de 1919. [Esta nota foi adicionada a uma cópia pessoal do The Equinox I(4) de Crowley, posteriormente transcrita por Yorke.]