sexta-feira, 1 de julho de 2022

Cognição

Cognição é uma função psicológica individual ou coletiva filosoficamente conservadora actuante na aquisição do conhecimento e se dá através de alguns processos, como a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra Cognitione tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles.

É o conjunto de processos psicológicos usados no pensamento que realizam o reconhecimento, a organização e a compreensão das informações provenientes dos sentidos, para que posteriormente o julgamento através do raciocínio os disponibilize ao aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas.

De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos, bem como as informações que são disponibilizadas pelo armazenamento da memória, isto é, a cognição processa as informações sensoriais que vem dos estímulos do ambiente que estamos e também processa o conteúdo que retemos em relação às nossas experiências vividas.

Mas a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor adaptação ao meio - é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.


Psicologia

Assim surge a psicologia cognitiva que estuda esses aspectos, os processos de aprendizagem e comportamentais para a aquisição de conhecimento.

Atualmente é um ramo da psicologia dividido em inúmeras linhas de diferentes pesquisas e algumas vezes discordantes entre si.


Perda auditiva e envelhecimento

Com o avanço da idade, alguns sinais comportamentais relacionados ao declínio cognitivo são observados, dentre eles: o esquecimento, a diminuição da capacidade de manter o foco e diminuição da capacidade de resolução de problemas. Tais sinais tem sido relacionados a diminuição da capacidade da memória de trabalho e da atenção.

O declínio da memória, é o sinal de alerta mais relevante associado ao déficit de pelo menos outra função, seja ela motora, linguística, praxias ou gnoses, sendo assim considerada como uma forte evidência de pré-estágio da demência.

Foi demonstrado que em idosos com mais de 65 anos de idade, o tempo médio de desenvolvimento de demência foi de 10,3 anos naqueles com perda auditiva, contra 11,9 anos em idosos com audição normal. Por meio de uma análise entre a relação do grau da perda auditiva, piora das funções cognitivas e incidência de demência, constatou-se que em graus maiores de perda auditiva (moderado e severo) o risco é de 3 a 5 vezes maior para o desenvolvimento dessas condições.

O resultado da associação entre o declínio cognitivo e a perda auditiva periférica ainda não está claro, assim como ainda não se estabeleceu se o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), pode impedir ou retardar o aparecimento de demência. Contudo, o risco da perda auditiva para o desenvolvimento dessa condição se sobrepõe individualmente a outros fatores de risco, uma vez que ela é altamente prevalente entre as pessoas com mais de 55 anos (32%).


Existem quatro teorias concorrentes sobre a associação da perda auditiva (declínio sensorial) e o declínio cognitivo. Essas teorias não são mutuamente exclusivas e uma vez que múltiplos processos estão envolvidos, o declínio de um pode afetar o outro. São elas:


A hipótese de causa comum: sugere um fator subjacente comum que leva ao declínio relacionado aos dois sistemas ; 

A hipótese de privação sensorial: apenas longos períodos crônicos de privação sensorial induzem ao declínio cognitivo; declínio perceptivo causa declínio cognitivo permanente;

Hipótese de degradação da informação: pressupõe que o declínio sensorial antecede o declínio cognitivo e sugere efeitos imediatos, potencialmente remediáveis;

Hipótese da percepção: afirma que o declínio cognitivo relacionado à idade precede ou conduz ao declínio sensorial;

Um importante passo para entender se a reabilitação auditiva poderia ajudar a minimizar essa condição, é estabelecer a relação entre o declínio cognitivo e a presença de perda auditiva. A magnitude dessas associações é clinicamente significativa em indivíduos com perda auditiva, demonstrando uma taxa acelerada de declínio cognitivo de 30% a 40% e um risco 24% maior de incidentes cognitivos durante um período de 6 anos em comparação a indivíduos que apresentam a audição dentro dos padrões de normalidade.

Cognitivismo

Em psicologia, cognitivismo é uma abordagem teórica para o entendimento da mente. O movimento foi uma resposta ao behaviorismo, que, segundo os cognitivistas, negligencia a cognição. A psicologia cognitiva deriva seu nome do latim cognoscere ('conhecer') e é, em parte, derivada de antigas tradições de investigação acerca do pensamento e de processos de resolução de problemas. Os behavioristas reconhecem a existência do pensamento mas este é identificado como um comportamento. Os cognitivistas argumentam que o modo como as pessoas pensam tem impactos sobre seu comportamento; portanto, o modo de pensar não pode ser um comportamento em si. Posteriormente, os cognitivistas defenderam que o pensamento é tão essencial à psicologia que o estudo do pensamento seria o seu próprio campo de estudo.

Para entender a mente, a abordagem cognitivista emprega métodos quantitativos científicos que descrevem as funções mentais como modelos de processamento de informação. Também incorpora elementos da teoria dos sistemas, das ciências da computação, da cibernética, da teoria da informação e da robótica. Todos essas novas abordagens e avanços tecnológicos, além da insatisfação com o behaviorismo, impulsionaram o surgimento do cognitivismo e sua abordagem do processamento da informação. Os psicólogos cognitivistas que adotam essa abordagem geralmente analisam a maneira como as pessoas solucionam difíceis tarefas mentais e constroem modelos para essas explicações. Esses modelos podem tomar a forma de programas de computador, de gráficos ou outras esquematizações do fluxo de processamento cognitivo durante a realização de tarefas.

A Ciência Cognitiva

A ciência cognitiva ou a ciência da cognição ou as ciências cognitivas designam normalmente o estudo científico da mente ou da inteligência.

Até há pouco tempo, poucos cientistas acreditavam que se pudesse empreender seriamente o estudo da mente humana, e o assunto constituía, em grande medida, uma área reservada aos filósofos. Nos últimos anos, porém, várias linhas de investigação - que partiram da filosofia (especialmente da filosofia da mente, da filosofia da matemática e da filosofia da ciência), da psicologia (especialmente através da psicologia cognitiva), da neurociência, da linguística, da ciência da computação e da inteligência artificial (em particular do ramo de redes neurais) - convergiram, dando origem a este novo campo altamente interdisciplinar.

A ciência cognitiva é normalmente vista como sendo compatível e interdependente das ciências físicas e fazer uso frequente do método científico, assim como da simulação/modelação, comparando as saídas de modelos com aspectos do comportamento humano. Existe, no entanto, muita controvérsia acerca da exacta relação entre a ciência cognitiva e outros campos e a sua natureza interdisciplinar é ainda frágil e circunscripta.

Cognitivismo teve início com o August Jung.

A ciência cognitiva já alcançou alguns feitos. Gerou modelos do desvio cognitivo e da percepção de risco, tem sido muito influente nos desenvolvimentos da finança comportamental no âmbito da economia. Desenvolveu uma nova teoria da filosofia da matemática e várias teorias sobre inteligência artificial, persuasão e coerção. Tomou presenção na filosofia da linguagem e na epistemologia.

O objetivo da ciência cognitiva é compreender a estrutura e o funcionamento da mente humana; para tanto, ela lança mão de uma variedade de abordagens que vai desde o debate filosófico até a criação de modelos computacionais para a visão, passando pelo estudo da aquisição da linguagem. Um tema recorrente nesse campo é a modularidade da mente, a ideia de que a mente não é um todo sem emendas, mas é, ao contrário, uma coleção de componentes mais ou menos especializados, entre os quais há fortes conexões.


Princípios

Abordagens


Existem diversas abordagens no estudo da ciência cognitiva. Podemos classificá-las em três categorias: Simbólica, conexionista e sistemas dinâmicos.


Simbólico - Considera que a cognição pode ser explicada através de operações sobre símbolos. Estas operações são teorias computacionais e modelos de mente (excluindo-se os modelos cerebrais). Processos mentais são análogos a procedimentos realizados por computadores;

Conexionista - A cognição só pode ser modelada e explicada por um modelo que leve em conta a estrutura física/biológica do cérebro. A classe principal destes modelos são as redes neurais artificiais;

Sistemas híbridos - Considera a cognição como um sistema híbrido do conexionista e o simbólico. (veja Sun and Bookman 1994);

Sistemas dinâmicos - Considera que a cognição só pode ser explicada através de um sistema dinâmico contínuo. Onde todos os elementos que o compõe estão inter-relacionados.


A Ciência cognitiva é um largo campo de investigação. Cobre todos os tópicos em cognição. Entretanto, deveria ser reconhecido que a ciência cognitiva não é igualmente concentrada com cada tópico que estão contidos na natureza e operação da mente ou inteligência. Fatores sociais e culturais, emoção, consciência, cognição animal, abordagens comparativas e evolucionárias (em geral as que possuem algum conflitos filosóficos ou incoerência científica) são frequentemente desmerecidas ou deixadas de lado. Outro importante assunto relacionado a mente que a ciência cognitiva limita-se a abordar é a existência de qualia. Esta discussão é ainda um problema filosófico aberto. Alguns cientistas cognitivos mantém pesquisa neste tema, considerando a qualia um tópico de vital importância.

Em qualquer episódio, a questão essencial da ciência cognitiva acaba sendo: "O que é inteligência? E como é possível modelá-la computacionalmente?"


Entre alguns tópicos que a Ciência cognitiva está concentrada, temos:


Inteligência artificial;

Atenção;

Aprendizagem e Desenvolvimento;

Memória;

Percepção e ação;

Mente inconsciente;

Linguagem e Processamento de Linguagem;

Pesquisadores notáveis

Alguns dos mais reconhecidos nomes da ciência cognitiva são usualmente os mais controvérsos ou os mais citados.


Dos filósofos incluem Daniel Dennett, por seus textos sobre perspectiva de sistemas computacionais. John Searle, abordou sobre o paradoxo do quarto chinês. Jerry Fodor, advogou sobre o funcionalismo e Douglas Hofstadter, famoso por escrever Gödel, Escher, Bach sobre questões da natureza das palavras e pensamento, sendo diretor da Fluid Analogies Research Group do centro de pesquisas sobre cognição em Indiana University.


No campo da linguística, Noam Chomsky e George Lakoff são as influências.

Em Inteligência artificial, Marvin Minsky e Kevin Warwick.

E psicologia incluem-se James McClelland, Steven Pinker e Howard Gardner.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Albanum Maleficarum

El Albanum Maleficarum es un antiquísimo grimorio (libro mágico) de magia ritual o ceremonial, que enseña a practicar un tipo de brujería llamada artes cápricas. Son un conjunto de prácticas andalusíes extintas que tuvieron su florecimiento en la zona de Jerez de la Frontera y Sanlúcar de Barrameda durante la época de Al-Andalus. Posteriormente, los pueblos gitanos promovieron la aparición de unas creencias supersticiosas en Viena (Austria), basadas en las Artes Cápricas y bautizadas como "sacrocaprismo". Esta pseudociencia esotérica, tuvo especial influencia en Andalucía Occidental, pero actualmente parece ser que no cuenta con muchos seguidores.


Capricúo

Según el libro, Capricúo (en latín, Capricuum) fue un mago que vivió hace muchos siglos en la zona sur de Hispania, y que recibió la Sabiduría Suprema por intercesión divina y logró descubrir el arte de la magia y dominarla descubriendo así esta ciencia oculta. Escribió amplios tratados de hechicería, ciencia, alquimia y conjuración en una lengua secreta inventada por él mismo. Según el grimorio, Capricúo se transformó accidentalmente en cabra. Todos estos hechos acaecieron según los estudiosos, antes de la primera venida de Cristo, al parecer durante la dominación romana. La leyenda de la cabra del Montesabio, circula aún hoy por entre los hombres de campo que habitan en Estella del Marqués (Cádiz).


Autor de la obra

En el año 997, Capricúo tradujo sus escritos al hebreo y se los dio a un morisco de Sherish, cuya identidad no aparece en el libro.

Este morisco tradujo los escritos al árabe hispano y además incluyó sus propios testimonios como mago y varios consejos, además narra apariciones de entidades sobrenaturales y experiencias propias. El libro fue fruto de sus investigaciones sobre las Artes Cápricas y además, la filosofía del sacrocaprismo, además de otras creencias supersticiosas. Aunque al final el autor aclara que el libro lo ha escrito por inspiración de Capricúo.

En el año 1601 se redescubrió dicho libro en Sanlúcar de Barrameda, donde había permanecido oculto, y se tradujo del árabe al latín. Se llamó “El Libro del Blanco Amuleto”. Se publicó en Valencia, Aquisgrán, Lyon y Venecia, pero la mayoría de las ediciones dicen proceder de Basilea, para burlar a los clérigos. Se llegaron a hacer 25 ediciones en un periodo de 110 años, por lo que serían un total de 30.000 ejemplares. Ahí fue cuando su fama se extendió por toda Europa llegando a ser un manual imprescindible para cualquier mago, alquimista, brujo, hechicero, vidente o filósofo.

Quizá no haya habido nunca un libro más deseado y valioso, ni que despertase más pasiones y ganas de poseerlo, hasta el punto de que muchas personas enloquecieron, enfermaron o se arruinaron, solo por intentar conseguir un ejemplar del mismo, o por poner en práctica los maravillosos rituales que en él se contenían.


Desaparición

Ya en el siglo XVIII la Santa Inquisición Española, comenzó a condenar a personas por poseer dicho libro que fue considerado demoníaco. Tengamos en cuenta que en aquella época cualquier obra que contuviese símbolos extraños e ilustraciones surrealistas era mal vista. Es por esto que solicitaron a la Santa Sede su prohibición, y así se hizo en 1711, cuando fue incluido en el Index Librorum Prohibitorum. Tras esto el libro se dejó de publicar y de vender. Además, la gran mayoría de sus ejemplares fueron destruidos o quemados, y por tanto desaparecieron.


Reaparición

En 1879, se halla casualmente un ejemplar en latín que había sido emparedado en el muro de una antigua casa sevillana que estaba siendo demolida. Un transeúnte lo recogió, e interesado lo tradujo al castellano. Desde entonces su familia se encarga de custodiar la traducción, que es de una colección particular.

Hoy en día es imposible conseguir una edición del libro, pues sólo se conserva el ejemplar español de 1879 y una copia del mismo. Al parecer no se conserva ningún ejemplar anterior a estas fechas, pero ciertos rumores afirman que la Biblioteca del Vaticano custodia con recelo un ejemplar en latín, encadenado para que ningún incauto lo abra y lo lea, o para que el libro no salga de allí. Circulan rumores de que en Jerez de la Frontera se llegó a ocultar el libro durante siglos, hasta que supuestamente la Santa Sede lo reclamó mediante una bula papal. Incluso se dice que el libro permanece envuelto constantemente en unas llamas inapagables que no queman al que las toca. Estas habladurías sin fundamento forman parte de la leyenda y el misticismo que hoy en día rodea al grimorio, cuya fama hace ya años que se extinguió, y su recuerdo desapareció con el paso del tiempo.


Contenido

Por las diversas traducciones y demás autores que han dejado huella en el grimorio, se hace notar la presencia de diversos estilos en la forma del libro. Cada tratado difiere en algún modo del siguiente, en el estilo, así como en la forma de expresar los conceptos o de relatar las historias. El grimorio se halla divido en nueve capítulos que son llamados "tratados". También se pueden distinguir tres partes.


Primera Parte

Tras un breve íncipit y una historia sobre el origen del libro, la primera parte introduce al lector a la magia. Describe con detenimiento como ha de ser el buen mago, como ha de aprender, como ha de vestir, dónde puede invocar a los espíritus y como tiene que ejercer los "experimentos". Además nos lista todos los objetos encantados que se han de usar o que pueden ser útiles para la magia, y de como hay que fabricarlos y en que momento.


Segunda Parte

En la segunda parte el autor nos explica con detenimiento y exactitud todo lo relacionado con Capricúo, la Cabra del Montesabio, y dónde habita, cómo se comporta y en qué forma nos debemos de dirigir a ella. Nos explica también cómo hay que llamarla y de qué formas se nos presenta.


Tercera Parte

La tercera y última parte contiene todos los conjuros, hechizamientos, sortilegios y encantamientos de las Artes Cápricas. Cómo hallar el amor, el modo de maldecir, aprender a volar, visitar la oscura morada de Capricúo, hallar tesoros, minas y reliquias escondidas, ganar a la lotería, invocar entidades sobrenaturales al servicio de la Cabra, someter demonios, o de cómo fabricar talismanes. También contiene un apéndice llamado "Pseudomonarchia Satyri" que contiene más de cuarenta mandatarios del Montesabio al servicio de su Emperador Capricúo y que se presentan en forma de faunos y sátiros.


El poder del libro

A lo largo de los siglos se le han atribuido cualidades mágicas, y la capacidad de otorgar el conocimiento sobre todo lo creado al que lo leyese entero, además de grandes poderes y virtudes. Aunque el mismo libro advierte en su prólogo que el lector podría hasta enloquecer al acabar la lectura. Su contenido se ha considerado de suma valía, por lo que se sabe que numerosos amanuenses y editores se dedicaron a extraer conjuros del libro y copiarlos para luego venderlos a precios desorbitados, o bien usarlos para propio beneficio, o bien para copiarlos en otros grimorios. También proliferaron ediciones falsas del libro, malas traducciones, e incluso se vendieron conjuros con el falso pretexto de que pertenecían al codiciado grimorio, tan sólo para poder lucrarse con el engaño.


Crítica Actual

El bibliotecario Bernardo Barreiro (descubridor del Libro de San Cipriano en 1885) opina que es probable que el Albanum sea una farsa del s. XVII, ya que el libro se haya claramente cristianizado, con el fin de suavizar el contenido. Además considera a Capricúo como un invento para sustituir la influencia del Demonio en las prácticas mágicas con el fin de que la Inquisición pasara estas prácticas por alto. Otros más escépticos consideran que el libro no existe como tal y que se trata de todo un invento del s. XVIII, cuando el interés por la brujería estaba mermando, por la Revolución Científica de la época.

El Albanum Maleficarum


ALBANUM MALEFICARUM, EL GRAN GRIMORIO DE PUERTO LUCIFER (SANLUCAR DE BARRAMEDA)

El Albanum Maleficarum es un grimorio de magia ritual o ceremonial, que enseña a practicar un tipo de brujería llamada “artes cápricas”. 

Las “artes cápricas” son un conjunto de prácticas mágicas, que florecieron en la época de Al-Andalus en el entorno de Sanlúcar de Barrameda, también conocida como Puerto Lucero o Puerto Lucifer, población que ya en época romana poseía un templo dedicado a Phosphoros “el portador de la luz”

Las “artes cápricas”, también conocidas como "sacrocaprismo" basadas en el concepto de macho cabrío como mascara del Adversario y símbolo de fertilidad, en caso de las “artes cápricas”, los practicantes llegan a poder adoptar la forma de caprino, lo que une las “artes cápricas” con los grados más altos del culto al dios Pan, en los que aparece la Panolepsia: el dios Pan poseia en el cuerpo del iniciado arrebatándole su autonomía de actuación y generándole ataques repentinos de locura o alegría, risa descontrolada, melancolía inexplicable, arrebatos de deseo sexual, convulsiones…

Según la tradición el autor del Albanum Maleficarum, fue un nigromante conocido como Capricúo (en latín, Capricuum) y que vivirían en el entorno de Sanlucar de Barrameda entorno al siglo X de nuestra era,  en el mismo texto se recoge que Capricúo se transformó accidentalmente en cabra, lo que evidencia un acto de Panolepsia, en la zona pervive la leyenda de la cabra del Montesabio, un caprino dotado de gran sabiduría y con el poder de hablar. 

Durante siglo el texto se perdió, pero en 1601 apareció una copia en Sanlúcar de Barrameda se tradujo del árabe al latín, pasando a conocerse como “El Libro del Blanco Amuleto”, publicado en Valencia, Aquisgrán, Lyon y Venecia, pero la mayoría de las ediciones dicen proceder de Basilea, para burlar a la Inquisicion, en 1711 se incluyó en Index Librorum Prohibitorum, se llegaron a imprimir un total de 30.000 ejemplares, extendiéndose su fama por toda Europa., arreciendo también su persecución, la tenencia de un ejemplar podía significar la muerte en la hoguera, lo que provoco que muchos ejemplares se perdieran. 

A finales del siglo XIX apareció un ejemplar en Sevilla, que desde entonces descansa en una colección particular, al parecer hay otras copias en la Biblioteca Vaticana y en un edificio católico en Jerez de la Frontera. 

El libro se divide en nueve capítulos que son llamados "tratados", que pueden agruparse en  tres partes

En la Primera Parte, que comienza con una advertencia en su prólogo que el lector podría hasta enloquecer al acabar la lectura, se describe el origen del libro e instruye al lector en los requisitos para iniciarse en las artes mágicas y en los instrumentos que precisara, como fabricarlos y en qué momento para encarar la Gran Obra. 

En la Segunda Parte, Capricúo su autor expone los fundamentos de las “artes cápricas” y  cómo comportarse con el macho cabrío que en la versión en latín aparece como la Cabra del Montesabio

En la Tercera Parte desarrolla las “artes cápricas” que incluye desde la construcción de talismanes a la realización de hechizos, invocar entidades que están al servicio del Gran Macho Cabrio. También contiene un apéndice llamado "Pseudomonarchia Satyri" que contiene más de cuarenta entidades que en forma de faunos y sátiros  forman el ejercito del Gran Macho Cabrio.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Moises

   Uno de los relatos bíblicos más conocidos es el narrado por el libro del Éxodo, el segundo de la Biblia y de la Torá judía, donde se menciona la esclavitud de los hebreos en Egipto y su liberación guiados por Moisés, el cual había sido enviado por Dios. A raíz de la reciente película de Ridley Scott, “Exodus: dioses y reyes” (Exodus: gods and kings, 2014), convendría recordar los orígenes históricos y literarios del mismo. ¿Existió el Éxodo? ¿Qué grado de historicidad tiene? ¿Existió Moisés? ¿Qué finalidad tiene este libro de la Biblia?


                Investigación:


                La investigación histórica y arqueológica de los hechos narrados en el libro del Éxodo se inicia en el siglo XIX con la denominada “Arqueología bíblica”. Estas investigaciones tenían como finalidad demostrar la historicidad de los hechos narrados en la Biblia desde una perspectiva científica. Sus propósitos se cumplieron a medias: si bien hoy en día conocemos mejor el contexto histórico, cultural y geográfico de los episodios bíblicos, así como de la existencia de algunos personajes, muchos de los restos arqueológicos hallados no sólo no confirman los relatos, sino que además los contradicen. En este último punto encontramos el relato del Éxodo.


                Ninguna fuente egipcia contemporánea a los hechos en que supuestamente tuvo lugar el Éxodo menciona a la figura de Moisés, o que los hebreos hubieran sido esclavos en Egipto. A raíz de ello, surgieron especulaciones acerca de si hubo una base real en el relato que posteriormente se mitificara.


                El primer historiador que menciona a Moisés fue el sacerdote y cronista egipcio Manetón, el cual vivió en el siglo III a. C. Si el episodio del Éxodo se fecha tradicionalmente en torno al siglo XIII a. C., durante los reinados de Seti I y Ramsés II, se puede apreciar que hay mucha distancia en el tiempo y que Manetón se inspira sin duda alguna en fuentes secundarias, posiblemente en la primera traducción de la Biblia al griego por parte de los judíos que vivían entonces en Egipto, conocida como la Septuaginta, redacta en tiempos de  este historiador. Para Manetón, Moisés no era hebreo, sino un sacerdote egipcio resentido que lideró la liberación de una colonia de leprosos. Por su parte, casi tres siglos más tarde, el historiador judío Flavio Josefo acusa a Manetón de mentir respecto a Moisés. Flavio Josefo sigue mostrando una imagen de Moisés muy fiel a la Biblia, aunque en su obra Antigüedades de los Judíos le atribuye una victoria militar sobre Etiopía, algo que se reflejó en la película "Los diez mandamientos", protagonizada por Charlton Heston.


 La especulación acerca de la figura de Moisés continuará en el siglo XX: para el psicoanalista Sigmund Freud, Moisés era un seguidor del Faraón Akhenatón, el cual propulsó un culto a un solo dios, Atón, identificado con el Sol. Sin embargo, la tesis de Freud se viene abajo teniendo en cuenta que el culto de Akhenatón, si bien se limita a un solo dios, reconoce la existencia de otras divinidades. Por otro lado, la divinidad Atón es identificada con el Sol, mientras que eso no sucede con la fe judía. Las leyes religiosas judías tampoco son semejantes a las del culto de Akhenatón, y mientras que éste es visto como un semidios, la figura de Moisés es presentada como un mero profeta que actúa siguiendo los dictámenes de Dios.


               Hipótesis de los hicsos:


                En su obra Contra Apión, el historiador Flavio Josefo identifica por primera vez la expulsión de los hicsos con el Éxodo narrado en la Biblia. Esta hipótesis, si bien no es del todo exacta, podría constituir la base histórica de la cual posteriormente surgiría la versión narrada del Éxodo.


                El libro que antecede al Éxodo, el Génesis, habla cómo la familia de José se establece de Canaán a Egipto. José llega a visir del Faraón, consiguiendo abundancia para Egipto. Posteriormente, cuando los hebreos eran demasiado en Egipto, la Biblia narra cómo llegó al poder un faraón que no sabía lo que había logrado José, y que por tanto, esclavizó a los hebreos.


                Esta narración no es muy distinta a lo que sucedió con los hicsos, un pueblo de origen semita, si bien no debe confundirse con los hebreos, pues conocían la escritura, mientras que las primeras manifestaciones del proto-hebreo datan del siglo X a. C., es decir, casi cuatrocientos años después de su expulsión de Egipto.


   El cronista Manetón habla de los hicsos de forma muy hostil, conducido a ello por su patriotismo, el cual no es de extrañar teniendo en cuenta que todavía en su época persistía el recuerdo de las invasiones de los asirios, babilonios y persas a Egipto en los siglos VII y VI a. C.


                Inspirado en relatos de “libros sagrados” innominados y en “cuentos y leyendas populares”, Manetón describe una invasión brutal de Egipto por parte de los Hicsos, sin embargo, según las investigaciones arqueológicas sabemos que las penetraciones de este pueblo en Egipto fueron de forma gradual, a semejanza de las visitas por parte de los patriarcas bíblicos narradas en el Génesis.


                A estos pueblos extranjeros, Manetón dará el nombre de “Hicsos”, palabra griega que a su vez se inspira en una egipcia, y que si bien traduce como “Reyes pastores”, la forma más correcta es “soberanos de países extranjeros”. El relato de Manetón nos dice que los hicsos se establecieron en el delta del Nilo, en una ciudad llamada Avaris, donde fundaron una dinastía que gobernó Egipto durante cinco siglos.


                La investigación moderna identifica a estos hicsos con los gobernantes de la XV Dinastía Egipcia, gobernando entre 1670 y 1570 a. C. Los estudios de inscripciones y sellos con nombres de soberanos hicsos determinaron que empleaban una lengua de origen semita, es decir, cananea. Una excavación realizada por Manfred Bietak, de la Universidad de Viena, en Tell ed-Daba, encontró el yacimiento que ha sido identificado como Avaris, la capital de los hicsos.


  Además, Manetón habla de un virtuoso rey egipcio que atacó y derrotó a los hicsos, “matando a muchos de ellos y persiguiendo a los demás hasta las fronteras de Siria”. Afirma, de forma incorrecta, que los hicsos fundaron la ciudad de Jerusalén y construyeron un templo.


                Por su parte, resulta más fiable históricamente una fuente egipcia del siglo XVI a. C. que narra las hazañas del faraón Ahmosis, de la XVIII Dinastía, que saqueó y destruyó Avaris, persiguiendo al resto de los hicsos hasta su ciudadela principal, en el sur de Canaán (Sarujén, cerca de Gaza), la cual fue tomada tras un largo asedio.


¿El gobierno de un pueblo semita en Egipto y su expulsión por parte de un faraón confirmaría el relato bíblico?


¿Qué datos aporta el Éxodo?


Si bien el episodio de los hicsos podría constituir la base histórica del relato, lo cierto es que el libro del Éxodo no sitúa sus narraciones en esa etapa. La fecha de la expulsión de los hicsos de Egipto se fecha generalmente en torno al 1570 a.C. según los documentos egipcios y las pruebas arqueológicas de ciudades destruidas en Canaán por Egipto.


Según una correlación entre fechas de reinados de los monarcas israelitas y fuentes externas de Egipto y Asiria, el éxodo se situaría, más o menos, en 1440 a. C., es decir, más de cien años después de la fecha de la expulsión de los hicsos de Egipto. Además, la Biblia aporta unos datos que alargan más la distancia en el tiempo: los israelitas realizan trabajos forzados construyendo dos ciudades: Pitón y Ramesés (Éxodo 1: 11). El nombre de Ramesés o Ramsés es inconcebible en el siglo XV a. C., debido a que el primer faraón llamado Ramsés no llega al trono hasta el 1320 a. C.


Según las fuentes egipcias, la ciudad de Pi-Ramesés (“La casa de Ramsés”) fueron construidas en tiempos del Faraón Ramsés II (1279-1213 a. C). Además, la primera mención a Israel en las fuentes antiguas viene de la estela de Merneptah, hijo de Ramsés II,  datada a finales del siglo XIII a. C. En ella se habla de unas campañas militares en Canaán, donde se dice que “Israel está derribada y yermo, sin semilla”. En época de Ramsés II y de Merneptah, las serranías de Canaán estaban llenas de asentamientos de los primitivos israelitas. Por ello, tradicionalmente, las películas y novelas basadas en el libro del Éxodo ambientan su narración bajo el reinado de Seti I y Ramsés II.


Esto conlleva a problemas:


· No se registra ningún infanticidio bajo el gobierno de estos reyes. Seti I, además, era conocido como un personaje justo y compasivo.


· Como menciona la estela de Merneptah, así como numerosos yacimientos arqueológicos, tanto la Península del Sinaí como Canaán estaba bajo dominio egipcio bajo el mandato de estos reyes. No tendría sentido huir de los egipcios hacia un sitio que era ocupado militarmente por ellos.


Debemos centrarnos en este segundo punto debido a su importancia:


                Tras la expulsión de los hicsos hacia Canaán, los egipcios, temerosos de una nueva penetración de extranjeros en el país, decidieron asegurar sus fronteras, por lo que establecieron fuertes de vigilancia controlados por soldados y funcionarios tanto en Canaán como en la Península del Sinaí. Un éxodo masivo, como era el caso que menciona la Biblia (seiscientos mil), hubiera sido detenido por las tropas egipcias y por supuesto, no se habrían librados de ellos al llegar a Canaán.


   Eludir la vigilancia de las tropas de Ramsés II era prácticamente improbable. De ello habla un papiro del siglo XIII:


“Hemos completado el paso de las tribus de los edomitas shasu (es decir, beduinos) a través de la fortaleza de Merneptah-contento-con-la-verdad, situada en Tjkw, hasta las albercas de Pr-Itm (existentes) en Tjkv para el mantenimiento de sus rebaños”.


¿Existen datos arqueológicos sobre el Éxodo?


Pese a la magnitud del grupo huido de Egipto, no se ha encontrado nada de esta época que pueda corroborar una travesía de cuarenta años en la península del Sinaí. Pese a los intentos de descubrir algo por parte de la Arqueología bíblica, no se ha encontrado ningún fragmento, ni estructura ni casa de campamento antiguo. Aunque podría justificarse al decir que la vida de los israelitas era nómada y por ello no dejaron restos, lo cierto es que la investigación actual permite investigar rastros de las sociedades cazadoras-recolectoras del Paleolítico, así como del Neolítico. Además, sí se han podido documentar rastros de vida pastoral en la zona del tercer milenio a. C., así como de los períodos helenístico y bizantino.


Por tanto, podemos concluir que no pudo existir en la época que tradicionalmente aplican los investigadores a través de esos datos bíblicos, mientras que la expulsión de los hicsos, si bien no debe confundirse con el éxodo hebreo, podría haber servido como base al relato.


¿Qué sentido tendría el libro del Éxodo?


                Para entender el libro del Éxodo, debemos comprender el contexto histórico en que aparece la versión que poseemos hoy en día: el siglo VII a. C., bajo el reinado de Josías sobre Judá. En esta etapa comienza una reforma espiritual y con ella, los relatos hebreos cobrarán un carácter nacional.


                No puede decirse que en esta época es donde surgen estos relatos por primera vez, pues ya habían sido mencionados por los profetas Amós y Oseas. En palabras de Israel Filkenstein, director de la Universidad de Arqueología de Tel-Aviv (Israel):


                “Es evidente que la epopeya de la liberación de Egipto no fue compuesta como una obra original en el siglo VII a. C. Las líneas generales del relato eran conocidas, sin duda, desde mucho antes y aparecen en alusiones al éxodo y la travesía del desierto recogidas todo un siglo antes en los oráculos de los Profetas Amós (2:10; 3:1; 9:7) y Oseas (11:1; 13:4). Ambos comparten el recuerdo de un magno acontecimiento histórico relativo a una liberación de Egipto y que ocurrió en un pasado distante. Pero, ¿de qué clase de recuerdo se trataba?”


Según Filkenstein, los detalles geográficos más emblemáticos del libro de Éxodo tendrían más sentido en el contexto histórico del siglo VII a. C. que en la época en que supuestamente tiene lugar el Éxodo o el Génesis. Por ejemplo, si bien en el siglo XIII a. C. existe un lugar llamado Pitón, esta ciudad tiene mayor relevancia e importancia a finales del siglo VII a. C.


                En opinión de Filkenstein, el enfrentamiento entre israelitas y Egipto en el libro del Éxodo era un retrato de los conflictos que aquel momento vivía Josías, rey de Judá, con los reyes Psamético I y su hijo Neco, de la Dinastía XXVI, los cuales trataban de impulsar de nuevo el poderío militar y territorial de Egipto. De esta forma, el relato del Éxodo se reelabora para convertirlo en un “mito nacional”:       

   

                “La epopeya de la salida de Israel de Egipto no es ni verdad histórica ni ficción literaria. Es una vigorosa expresión de recuerdos y esperanzas nacida en un mundo en medio de un cambio. El enfrentamiento entre Moisés y el faraón reflejó la transcendental contienda entre el joven rey Josías y el faraón Neco, recién coronado. Fijar esta imagen bíblica en una fecha concreta es traicionar el significado más profundo del relato. La Pascua no es, por tanto, un acontecimiento singular, sino una experiencia continua de resistencia nacional contra los poderes de cada momento”.


                ¿Cuál sería la base del relato bíblico?


                Para el egiptólogo Donaid Redford, la base del libro del Éxodo se inspira en los recuerdos de los hicsos de su expulsión de Egipto. Estos recuerdos se expandirían entre el resto de los cananeos, incluidos los proto-israelitas, llegando a crear un imaginario colectivo. A su vez, este imaginario se convertirá en un elemento motivador de resistencia y solidaridad cuando los egipcios controlan Canaán posteriormente a su expulsión.


 Cuando los israelitas controlan Canaán, este relato cobrará un sentido aún mayor, reconvirtiéndose en una epopeya nacional frente a posibles hostilidades extranjeras. Como afirma Filkenstein:


                “Es imposible decir si la narración bíblica fue o no una ampliación y una elaboración de ciertos vagos recuerdos de la inmigración de gente cananea a Egipto y su expulsión del delta en el segundo milenio a. C. No obstante, parece claro que el relato bíblico del Éxodo extrae su fuerza no sólo de tradiciones antiguas y detalles geográficos y demográficos contemporáneos, sino, de manera aún más directa, de las realidades políticas del momento”.              


Bibliografía: 


ASCHER SILBERMAN, Neil y FILKENSTEIN, Israel, La Biblia desenterrada: Una nueva visión arqueológica del antiguo Israel y de los orígenes de sus textos sagrados

BLÁZQUEZ, José María y CABRERO, Javier, Israel y la Biblia

FERNÁNDEZ GARCÍA, David, Éxodo, ¿realidad o leyenda?

JOSEFO, Flavio, Antigüedades de los judíos

La Biblia (Trad. Reina-Valera)

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Abraxas (Αβραξας)

Abraxas (Αβραξας) era una palabra de significado místico en el sistema de los basílides gnósticos, donde era aplicado al "Gran Arconte", el princepe de las 365 esferas. La palabra se encuentra en textos gnósticos como El Sagrado Libro del Gran Espíritu Invisible y también aparece en el Papiro Mágico Griego. Está tallado en ciertas gemas antiguas, llamadas piedras de Abraxas, que eran usadas como amuletos o talismanes. Como la escritura original era "Abrasax" (Αβρασαξ), la escritura "Abraxas" parece derivar de una confusión entre las letras griegas sigma y xi en la transliteración latina.

Cada una de las siete letras de su nombre podrían representar los siete planetas clásicos. Aunque existe otra explicación, podría relacionarse con Abracadabra.

Hay similitudes y diferencias entre tales figuras en informes sobre las enseñanzas de Basílides, antiguos textos gnósticos, las tradiciones mágicas greco-romana y las escrituras esotéricas y mágicas modernas. Abundan las opiniones en torno a Abraxas, que en los últimos siglos ha sido considerado tanto un dios egipcio como un demonio. El psiquiatra suizo Carl Jung escribió un pequeño tratado gnóstico en 1916 llamado Los Siete Sermones de los Muertos, que llamó a Abraxas el poder supremo trascendiendo tanto a Dios como el Diablo y uniendo todos los opuestos en una entidad.


Como Arconte


En el sistema descrito por Ireneo de Lyon, "el Padre Ingénito" es el progenitor de Nous, y de Nous Logos, de Logos Frónesis, de Frónesis Sofía y Dynamis, de los principados Sofía y Dynamis, poder, y ángeles, siendo los últimos los que crean "el primer cielo". Ellos a su vez originan una segunda serie, que crea un segundo cielo. EL proceso continúa de manera similar hasta que existen los 365 cielos, siendo los ángeles del último cielo, o visible, los autores de nuestro mundo. "El gobernante" (principem, es decir, probablemente ton archonta) de los 365 cielos "es Abraxas, y por esta razón contiene en sí mismo los 365 números".

El nombre se menciona en la Refutación de todas las herejías (VII, 26) por Hipolito de Roma, quien parece haber seguido en estos capítulos la Exegética de Basílides. Tras describir la manifestación de los Evangelios en la Ogdóada y Hebdómada, añade que los basilidianos tienen una larga descripción de las innumerables creaciones y poderes en varias "fases" del mundo superior (Diastemata), en la que hablan de 365 cielos y dice que "su gran arconte" es Abrasax, porque su nombre contiene el número 365, el número de días del año; es decir, la suma de números denotada por las letras griegas ΑΒΡΑΣΑΞ según las normas de la isopsefía:


Α = 1, Β = 2, Ρ = 100, Α = 1, Σ = 200, Α = 1, Ξ = 60


Como Demonio


Según el Diccionario infernal, es un dios de las teogonías asiáticas, de cuyo nombre deriva la filacteria abracadabra. Abraxas se muestra en los amuletos con cabeza de gallo, pies de dragón y un látigo en la mano. Los demonógrafos lo interpretan como un demonio con cabeza de rey y pies de serpiente. Los basilidianos, herejes del siglo XII, lo veían como su dios supremo. Cuando descubrieron que las siete letras griegas que forman su nombre hacen en griego el número 365, que son los días del año, pusieron genios bajo su mando que presidían los 365 cielos, atribuyendo uno por cada día del año. Los basilidianos llegaron a decir que Jesucristo no era más que un espíritu mandado a la torre de Abraxas. Ellos se apartaron de la doctrina de su líder.


Como Dios


Epifanio de Salamina (Adversus Haereses, 69, 73 f.) parece seguir en por una parte a Ireneo y por otra al perdido Compendio de Hipólito. Designa a Abraxas más distintivamente como "el poder sobre todo, el primer principio", "la causa y primer arquetipo" de todas las cosas; y menciona que los basilidianos se referían al 365 como el número de partes (mele) en el cuerpo humano, así como todos los días del año.

El autor del apéndice de Tertuliano De praescriptione haereticorum (c. 4), quien también sigue el Compendio de Hipólito, añade algunas precisiones; que "Abraxas" engendró a Mente (nous), el primero en la serie de poderes primarios enumerados por Ireneo y Epifanio; que el mundo, así como los 365 cielos, fueron creados en honor de "Abraxas"; y que Cristo no fue enviado por el Creador del mundo sino por "Abraxas".

No puede obtenerse nada de las vagas alusiones de Jerónimo de Estridón, para quien "Abraxas" significa para los Basilidianos "el mayor dios" (De viris illustribus, ill. 21), "el mayor dios" (Diálogo contra los Luciferianos, 23), "el poderoso dios" (Comm. in Amos iii. 9), y "El Señor el Creador" (Comm. in Nah. i. 11). Las notas de Teodoreto (Haer. fab. i. 4), Agustín (Haer. 4), y 'Praedestinatus' (i. 3), no tienen valor independiente.

Es evidente por estos detalles que Abrasax era el nombre del primero de los 365 arcontes, y por lo tanto se situaba bajo Sofía y Dynamis y sus progenitores; peso esta posición no se indica expresamente, para que el escritor del suplemento a Tertuliano tenga una excusa para confundirlo con "el Dios Supremo".


Como Eón


Con la disponibilidad de fuentes primarias, como aquellas en los manuscritos de Nag Hammadi, la identidad de Abrasax sigue siendo un misterio. El Sagrado Libro del Gran Espíritu Invisible, por ejemplo, se refiere a Abrasax como un eón que habita con Sofía y otros Eones del Pleroma Dukias en la luz de la luminaria Eleleth. En varios textos, la luminaria Eleleth es la última de las luminarias (Luces espirituales) que avanzó, y es el eón Sofía, asociado con Eleleth, quien encuentra la oscuridad y se ve implicado en la cadena de sucesos que lleva al gobierno de este mundo por el Demiurgo, y el esfuerzo de rescate que implica. Como tal, la función de los Eones de Eleleth, incluyendo a Abrasax, Sofía y otros, se refiere a la frontera exterior del Pleroma que enfrenta la ignorancia del mundo e interactúa para corregir el error de la ignorancia en el mundo de la materialidad.