domingo, 4 de fevereiro de 2018

Astrologia Draco-Estelar



Agora, ergue-se Ra-Hoor-Khuit,
e o domínio é estabelecido
na Estrela da Chama.

Liber CCXXXI

O Draconiano, quando em contato com as pulsantes-energias que tipificam as realidades objetivas por detrás da Árvore da Vida, sofre o que chamamos de ‘aceleramento espiritual’. Se o corpo não for devidamente preparado para estas operações, padece em sofrimento. Mas o Draconiano, descartando a possibilidade de adorar algo que esteja fora de si mesmo, constrói seu Kiblah espiritual na alma, para que bênçãos desmedidas jorrem sobre si.

O siddhi mágico associado ao 15° kala ou Túnel de Seth, cuja Sentinela éHemethterith, é a Astrologia que, do outro lado da Árvore, possui uma conotação muito diferente da aprendida nas escolas esotéricas modernas, pois esta Astrologia é a verdadeira ciência da Estrelas ou kalas.

A prática com os Caminhos da Árvore da Vida e seus correspondentes Túneis de Seth na Árvore da Morte capacitaram-me a estabelecer um exato sistema mágico-sexual baseado nos anos de práticas e constantes exercícios com a Corrente Ofidiana como exposta pelo Soberano Santuário da Gnosis da O.T.O.

Este sistema mágico-sexual fora desenvolvido para que o Adepto de Alto-Grau da O.T.O. possa, efetivamente, trabalhar com a ‘Astrologia Draco-Estelar’ ou ‘Ciência das Estrelas’ ou kalas.

O Soberano Santuário possui três Graus ativos: VIII°, o IX° e o XI°.[1] Destes três Graus ativos, o VIII° possui três divisões, o IX° possui duas divisões, e o XI° uma divisão. Existem outras divisões que ainda serão divulgadas; para presente instrução, as aqui citadas bastam.

O VIII° possui uma natureza masturbatória, o IX° envolve o coitus propriamente dito, e o XI° comporta o uso da corrente lunar, i.e. a menstruação feminina. A seguinte tabela classifica este sistema de magick sexual adotado pelo Soberano Santuário da O.T.O.

Grau
Divisão
Método
Descrição
Kala






VIIIº
VIII°
Sacerdote (solitário)
Para Ritos que envolvem Consagração.
15° kala
VIII°

VIII°(-)


Sacerdotisa (solitária)
Para Ritos que envolvem Consagração.
Para consagração de talismãs e materialização de novos parceiros (pela atração) como oposta à consagração de idéias ou projetos, a corrente lunar é empregada.


13° kala
18° kala
VIII°
Sacerdotisa peloSacerdote
Via língua para indução de Transe, Visão.
VIII°(2)
Sacerdotisa peloSacerdote
Via mãos para indução de Êxtase, Oráculos.
VIII°
Sacerdote pelaSacerdotisa
Via boca nutrição mágica e revigoramento sexual.
16° kala
VIII°(2)
Sacerdote pelaSacerdotisa
Via mãos para energização do corpo, glamour mágico-sexual e atração.
14° kala

VIII°(+)

Sacerdote (solitário)
(Besta Terrestre): com a utilização de máscaras animalescas para operações de licantropia e a reencarnação de atavismos.

27º kala

VIII°(-)

Sacerdotisa (solitária)
(Feitiçaria Oceânica): com máscaras animalescas para operações de feitiçaria e o lançamento de ilusões.

29° kala



IX°
IX°(+)
Sacerdote eSacerdotisa
(Supernal de dia): congresso natural para Operações de Criação, Intuição e Inspiração.
19° kala

IX°(-)

Sacerdote eSacerdotisa
(Infernal à noite): congresso não-natural para Operações de Zumbeísmo, Postura da Morte e Controle Onírico.

24° kala
XI°
XI°
Sacerdote eSacerdotisa
Durante o eclipse da lua para Operações de materialização e reificação.
26° kala

Pela utilização desta ciência mágico-sexual, o Draconiano é capaz de dominar a prática da ‘Astrologia Draco-Estelar’ canalizando do Vazio, as emanações trasplutonianasvia Túneis de Seth.

O trabalho espiritual com o 15° kala é iluminado pelos kalas da Estrela, conhecida no Livro de Thoth como a ‘Filha do Firmamento que habita entre as águas’. Ela é o aspecto-Mãe do 13° kala (a Virgem) e do 14° kala (a Prostituta). Sua letra sendo h, o Pentagrama é seu selo. As duas águas que representam o 15 ° kala – são respectivamente o sangue da virgem filha e o leite da mãe anciã.

A citação logo acima neste documento, retirada de Liber 231, faz referência à criança Horus manifesta como Ra-Hoor-Khuit como Filho da Mãe. Horus e Seth jamais se manifestam separados, pois um é a sombra-aspecto do outro. Portanto, um animal consagrado a este kala é o pavão, adorado pelos Yezidis do deserto como um totem deShaitan.

O lócus de adoração Yezidi é Yesod, a Fundação. Este é um dos aspectos de Seth pois ele é a base ou trono de Isis. Seth, i.e. Hoor-paar-Kraat, como ‘Fundação’ é oSilêncio ou a base que formula a manifestação de Ra-Hoor-Khuit.

Chokmah, a Esfera das Estrelas, manifesta seus kalas ao longo do 15° Túnel para dentro da Esfera do Filho-Sol, Ra-Hoor-Khuit, Tiphereth. Entretanto, a energia estelar que encarna sua luz através deste Túnel é simbolizada pela Estrela-Cão, Sothis, e a natureza da Criança nasce na Célula de Hemethterith no sentido satânico procriado pelo método mágico que envolve a utilização do ‘Olho de Seth’, i.e. o XI° O.T.O.

A O.T.O. comporta os mistérios microcosmicos da natureza. Todo membro que trabalha nesta ‘Ordem Tântrica Ocidental’ tem por natureza de metodologia mágica, interpretar todo o simbolismo dentro de si mesmo, levando-o para seu Templo (corpo) e utilizando-o para formular sua Criança.

Horus representa o Principio Imortal do homem, simbolizado pelo Sol no macrocosmo e pelo Falo no microcosmo. Contudo, este simbolismo é imperfeito, pois nem o sol e nem o falo em si mesmos têm poder além daquele que flui através deles a partir de outra fonte. No caso do sol este poder é refratado através de Sirius, a Estrela de Seth. No caso do falo, é este mesmo fogo, mas adaptado a um propósito diferente. Ambos são aspectos criativos do único fogo, mas suas funções são diferentes em escopo e magnitude. O sol encharca a terra com seus raios criativos; o falo encharca o ventre com sua semente. A energia que flui através do sol e através do falo é conhecida pelo nome de Horus. Ela possui dois aspectos. O aspecto lunar conhecido como Hoor-paar-Kraat, significa o recolhimento em silêncio da Energia para a quiescência anterior a sua projeção pela fórmula de Ra-Hoor-Khuit. A fórmula de Hoor-paar-Kraat implica que o magista silenciosamente concentre suas forças mentais em direção a um ponto. Ele vibra os Nomes Divinos; isso cria um stress na luz astral. Ele então prossegue para a fórmula de Ra-Hoor-Khuit. A corrente transbordante de energia ilumina a imagem e a arremessa para dentro da luz astral cravando-a nos campos mórficos. O método de vibrar a imagem e mergulhá-la nas profundezas do estrato inconsciente é pelo sistema de símbolos descritos no meu artigo O Sabbath das Bruxas & a Reencarnação de Obsessões Primevas.

A fórmula de Horus é dupla: Harpocrates representa o silêncio como conseqüência da impregnação; e é o silêncio gestatório da escuridão e o crescimento da umidade a partir de onde a semente se move no ventre e junta seus elementos apropriados ao redor de si mesma antes de encarnar no astral e posteriormente no universo físico. Nesta interpretação, a fórmula de Ra-Hoor-Khuit precede a de Harpocrates. Ra-Hoor-Khuit é o Senhor do Aeon de Horus, o “deus de Guerra e de Vingança” que vinga a morte de seu pai, o abuso de sua mãe. O Sinal de Horus é o sinal da penetração no Véu de Isis. A fórmula de Harpocrates está implícita neste gesto. É de importância vital que o nome mágico seja corretamente vibrado na luz astral; uma imagem mal formada resultará em aborto. A fórmula de Horus é então a fórmula deste Aeon, e é a partir dela que o magista entra no Soberano Santuário de Nu-Isis.

A Isis terrestre (a Mulher Escarlate) tem seu foco de irradiação e influência através da Lua. No macrocosmo a Lua ilumina a terra à noite; no microcosmo ela ilumina a fase negra, à noite Draconiana do ciclo feminino. Esta Corrente é hostil ao não iniciado, mas o Adepto está consciente de um perfume sutil nela, uma vibração que compartilha da Isis Celestial, Nu-Isis, Ela que tem seu foco de radiação – macrocosmicamente falando – em um planeta transplutoniano que carrega seu nome. No microcosmo sua influência age através de uma certa emanação ódica ou perfume que os Adeptos orientais já há muito conheciam como o 15º kala.

A Isis Celestial é Nuit, Nossa Senhora das Estrelas. Sua contra parte terrestre é Luna, também uma senhora das estrelas, mas de uma maneira diferente, pois ao passo que os raios da Lua são vermelhos como o sangue de Tifon e Seth, as estrelas de Nuit são vermelhas com as vibrações marciais que ardem com o perfume sutil no núcleo de Netuno.

Horus é a criança natural de Nuit; Seth é a criança negra das correntes lunares, assim como Cain era filho de Adão através de Lilith e Abel (Baal) filho de Adão através de Eva.

Assim, Marte tem uma importância influência ao longo do 15° Túnel pois ele é o aspecto-Força da Deusa, assim como Luna é o aspecto refletivo do glamour criativo: um engendra seres de força e fogo; o outro, fantasmas de encantamento e corrupção, sem alma e negros.

O pavão na Índia é consagrado a Kartikeya, a divindade marcial do panteão Draco-Hindu.

Este Túnel ainda comporta uma importante peculiaridade. No sistema mágico-sexual Afro-Draconiano, a deusa Odudua[2] aparece neste Túnel na forma da Grande Mãe, daí a conexão com – e as duas águas. A deusa Iyemoja[3] (grafia original Afro-Draconiana) também aparece neste Túnel. Seu nome significa ‘Mãe dos Peixes’. Ela fora estuprada por seu filho, Orungan,[4] e dividida em dois extremos: –.

No sistema mágico-sexual Afro-Draconiano, as seguintes divindades são atribuídas na Árvore da Vida como se segue, seguindo sempre a grafia Draconiana original:

Sephiroth e Caminhos
Qliphoth e Túneis
Divindades Afro-Draconianas
1
Kether
Thaumiel
Obatalá.

2

Chokmah

Ghagiel
Obatalá; Orixá nla; Ala-morere;Orixá kpokpo; Alabalache;Orixá oginia; Anansi.
3
Binah
Satariel
Odudua; Iya Agba; Ile.
4
Chesed
Gha’agsheblah
Xangô; Jakuta.
5
Geburah
Golachab
Ùgùn (Ogoun Badagris).
6
Tiphereth
Thagirion
Xangô.
7
Netzach
A’arab Zaraq
Ifá; Odudua; Bango.
8
Hod
Samael
Aje Chaluga.
9
Yesod
Gamaliel
Iyemoja.
10
Malkuth
Lilith
Dada; Ilé; Orixá Oko.
11
Liga 1 a 2

Amprodias

Aféfé; Oye; Orungan.
12
Liga 1 a 3
Baratchial
Osanyin; Aroni.

13

Liga 1 a 6

 

Gargophias

Oshu. Buho (mensageiro deAje, a Feiticeira); Oxóssi;Iyemoja; Aidowedo; Togo;Nansi.
14
Liga 2 a 3
Dagdagiel
Odudua; Ilé; Champanâ.
15
Liga 2 a 6
Hemethterith
Ùgùn; Xangô (aspecto marcial).
16
Liga 2 a 2
Uriens
Ifé; Ilé.
17
Liga 3 a 6
Zamradiel
Ibeji; Oro.
18
Liga 3 a 5
Characith
Abiku; Elere; Ojehun; Opin Ijehun; Ebi.
19
Liga 4 a 5
Temphioth
Dangbe; Aidowedo;Manamana; Selwanga.
20
Liga 4 a 6
Yamatu
Ilé Orishi Oko; Chougoudou.
21
Liga 4 a 7
Kurgasiax
Xangô.
22
Liga 5 a 6
Lafcursiax
Egungun.
23
Liga 5 a 8
Malkunofat
Olokun; Olosa, Oya; Oba.
24
Liga 6 a 7
Niantiel
Aidowedo; Ere; Dange.
25
Liga 6 a 9
Saksaksalim
Aidowedo; Ocu-maré.
26
Liga 6 a 8
A’ano’nin
Elegbá; Exu; Ongogo Ogo;Elegbara; Odun.
27
Liga 7 a 8
Parfaxitas
Ùgùn; Ogoun Badagris.
28
Liga 7 a 9
Tzuflifu
Odudua; Odo Iyemoja; Iyewa.
29
Liga 7 a 10
Qulielfi
Iyemoja; Ifé; Adie-Irana.
30
Liga 8 a 9
Raflifu
Orun; Eledá; Andanlosan;Ajahuto.
31
Liga 8 a 10
Shalicu
Manamana; Orun-apadi;Egungun.
32
Liga 9 a 10
Thantifaxath
Zangbeto; Ogboni; Egungun;Buje; Orun-rere; Odun.


Sendo Ùgùn a deidade deste Túnel no sistema Afro-Draconiano, sua natureza é marcial.

Este kala de Marte, presidido por Áries, pertence ao aspecto ferro de Xangô e aÙgùn com sua manamana ou ‘Cadeias de Fogo’. Este kala é de suma importância uma vez que precede o 16° kala. Aqui o simbolismo marcial com sua violência, seu calor e energia assinalam o poder feminino ao extremo e isso é comprovado pelo kala que o precede e o kala a sua frente, i.e. o 14º kala de Odudua e o 16° kala de Ifé. O simbolismo é facilmente compreendido quando visto que a deusa Erzulie é o aspecto amável deOdudua, mas converte-se em violência via a corrente marcial do 15° kala tipificada pela demoníaca Erzulie bom rouge, cujos ritos se caracterizam pela utilização do sangue e a sexualidade desmedida. Os dois aspectos são similares a Bâst, a Gata do Norte eSekhet, a Gata ou Leoa do Sul. Na Índia, o simbolismo é de Bhavani e Kali.

O trabalho com este Túnel fora realizado no Nu-Isis Templum O.T.O. sob a fórmula de um Rito Afro-Draconiano. Sua fórmula é a da Magia Kahuna, onde primeiro ocorre à identificação com o corpo astral como trampolim para chegada em outros níveis de consciência. Neste Ritual, essa identificação ocorre com Exu, que nesta fórmula de trabalho é atribuído a Yesod como as forças e poderes do corpo astral em completa harmonia com as forças Yetzáricas da Árvore da Vida.

Exu é o manipulador da matéria astral. Como um Orixá Telúrico, é responsável pelos entrecruzamentos vibracionais e manifestador da Luz e Esplendor dos Orixás. É ele quem transmite a Força-Vontade dos Orixás através do esplendor latente nele que é a Luz propriamente dita.

Todos os deuses possuem uma contra-parte astral. Na Doutrina Afro-Draconiana,Exu é a contra parte astral dos Orixás. Cada um dos Orixás possuem, dentro de suas respectivas vibrações, uma Legião de Exus que manifestam no astral o Esplendor e a Força do Orixá.

Como era o objetivo da operação o trabalho com o 15° kala alinhado a Corrente Afro-Draconiana, o Orixá de trabalho, nesta ocasião, fora Ùgùm. O Orixá Menor de trabalho fora o Caboclo Ùgùm Delê, cujo Exu Guardião ou a ligação com os Orixás é oSr. Exu Tranca-Ruas.

Após a identificação do Sacerdote com seu Exu Obarah ou Exu Pessoal, o Sr. Exu Sete Lanças, ouve a identificação do Sacerdote com o Pai Ubiratan das Sete Covas, que na linhagem Afro-Draconiana aqui esboçada, é a representação da sabedoria de seuDaemone pessoal.

Somente depois destes procedimentos e inter-procedimentos (banimento,circumbulação, consagração, invocações, assunções e etc.) é que houve a entrada emDaäth. A corrente lunar já havia sido previamente invocada por Sóror Tanith (que não se encontrava nesta operação) imbuindo o sigilo de trabalho daquela noite com os kalaslunares.

Frater Aussik adentrou aos Túneis de Seth por Daäth utilizando o yantra recebido por Frater SMH ADM Aiwass, 45 U, Preceptor da O.T.O. no Rio de Janeiro.[5]

Este yantra tem a peculiaridade de puxar o magista, através de seu vórtice, que ocorre quando dharana é obtida, para dentro do Túnel que deseja trabalhar.

Pelo método do VIII° O.T.O., 718 transformou-se e em uma hiena para adentrar a este Túnel. Entretanto, o vácuo criado pelo yantra o arremessou para dentro dos mares de Hemethterith. Ele ficara assustado, entretanto, as criaturas hostis daquele universo não o atacavam. Ele olhara para cima e via Nuit derramar seus kalas sobre ele. Neste momento, sua armadura negra brilhava como uma estrela incandescente.

Ele no silêncio da semente tipificada por Hoor-paar-Kraat que prenuncia a manifestação de Ra-Hoor-Khuit, consagrou com sua vontade o sigilo previamente preparado. Quando assim o fez, encarnou uma obsessão atávica similar a dos últimos trabalhos.

Esta operação teve como finalidade dar reforço aos últimos trabalhos feitos pelo Sacerdote e a Sacerdotisa.

[1] Para uma explanação sobre o X° O.T.O. veja a instrução ‘Reis da Terra’ e a ‘Lança de Seth’, vol. II, no. 5.
[2] Orixá Yorubano, ora masculino, irmão de Obatalá (nome Africano de Orixalá); ora feminino, é esposa deste, simbolizando a ‘Mãe Terra’, sendo Obatalá o céu. Sendo o nome de origem Odùdúwà, i.e. Odù = ‘cabeça para abô’;dú = ‘jorrou’; wà = ‘existência’. Literalmente, ‘cabeça de onde jorra a vida’.
[3] Orixá de rios e correntes e especialmente do rio Ogun (Ùgùn). Filha de Obatalá e Odudua. Em algumas mitologias Afro-Draconianas ela é considerada Mãe de todos os Orixás, representando assim a gestação e a procriação.
[4] O Elemento Ar, Espírito Santo. Senhor do Ifá.
[5] Veja doc. 015 da O.T.O. para a visualização deste yantra.




As Zonas de Poder da O.T.O.


É inevitável que durante o processo da evolução de uma corrente, certos aspectos considerados obsoletos, não-práticos ou errôneos, têm de ser rejeitados a favor de meios mais eficientes. Isso se aplica com particular irrefutabilidade na esfera da iniciação mágica como desenvolvida na O.T.O., sobre a qual é aqui necessário dizer algumas palavras.

O sistema de iniciação empregado pela O.T.O. na época em que Crowley fora o líder era baseada em uma estrutura maçônica. Crowley não alterou a estrutura da Ordem embora ele tenha revisado os rituais dos Graus mais baixos após ter sido acusado de infringir os direitos da maçonaria ortodoxa.

Desde aqueles dias (1915), todo o sistema de Lojas e de Trabalhos Rituais foi completamente abandonado. Ele era manifestadamente difícil de se manejar e – devido a seu âmbito internacional cada vez mais crescente – se tornou impraticável para os membros se encontrarem em uma hora e local para propósitos de trabalho mágico. Mas acima de tudo, a estrutura maçônica não mais se harmoniza com a consciência e atitude do Novo Aeon. Em outras palavras, a fórmula maçônica está completamente fora de seu tempo e não mais representa o ‘Projeto Universal’ da realização mística e mágica.

Até 1945 Crowley tinha tão certamente sentido a tendência futurista que ele escrevera em seu diário que a estrutura da O.T.O. teria de ser submetida a mudanças fundamentais.

Cerimoniais elaborados e o estabelecimento de Lojas fixas em localidades especificas seriam substituídas por uma rede fluída e extensa constituída por zonas de poderThelêmicas. Estas zonas de poder formam uma rede de grupos ocultos que utilizam aCorrente Ofidiana preparando a consciência humana para o intercurso com habitantes de outras dimensões. Agora estes Centros estão surgindo como filiais em todos os principais países do hemisfério Ocidental. O próximo passo é estender a influência destas zonas de poder para o Oriente e isso gradativamente estamos conquistando. Isso não é uma tarefa tão difícil como parece à primeira vista. O Oriente é hoje uma incongruência constituída sobre a base opressora do comunismo e influenciada pelo catastrófico capitalismo, mas isso é uma importação ocidental, e como o fascismo, sua sombra é somente um dispositivo político temporário. O espírito natural do Oriente, em sua radicação mais profunda, está em completo acordo com a doutrina de Thelema. Isso pode ser provado comparando-se os objetivos básicos de Thelema com a maneira Chinesa do Caminho do Tao, a doutrina Vedanta Advaita, e a filosofia central do Tantrismo Hindu e Budista.

Os Tantras, em particular, alcançam seu total florescimento em Thelema, com sua ênfase na energia vital, espontaneidade e êxtase cósmico criativo intuindo através de exercícios de funções naturais libertos das restrições antinaturais. É neste aspecto da psique Oriental que Thelema faz o seu mais forte apelo, e pode ser através das afinidadesThelêmicas-Tântricas de Sociedades Secretas Hindus, Mongóis, Tibetanas e Chinesas que o poder libertador crescerá para estabelecer uma ligação nos planos sutis comoCentros ou zonas de poder de Thelema. Quando esta união estiver finalizada, a humanidade poderá preparar-se para a completa expansão da consciência.


Kenneth Grant
Nightside of Eden, Apresentação. Skoob Books, 1994.
Aleister Crowley and the Hidden God, Capítulo 5. Skoob Books, 1992.

Breve Descrição da Árvore da Vida


A Árvore da Vida é um diagrama arquetípico do universo manifestado. Por causa de suas origens na antiguidade e sua concepção sublime pode fornecer a oportunidade de conseguir um salto quântico em categorizar os componentes do universo manifestado e em compreendê-lo como um todo.
O  Abrahadabra Laboratório de Pesquisas dentro do Templo de Minerva abandonamos os títulos em Hebraico para as esferas e as zonas deste mapa muito mais antigo e categorizando ferramenta. Nós, em vez disso, use títulos Português e Inglês com significados equivalentes mas contemporâneos para nossa sociedade atual. Isso faremos no espírito de contínua para levantar o véu de sigilo de fenômenos naturais e propagar o conhecimento a fim de incentivá-la a ser comum.


As dez esferas dentro a Árvore da Vida são:
1. A Esfera de Luz Primordial
2. A Esfera Multiverso Positivo
3. A Esfera Multiverso Negativo
4. A Esfera Ação
5. A Esfera Realização
6. A Esfera O Vivo Self
7. A Esfera Emoção
8. A Esfera Mente
9. A Esfera Astral
10.  O Multiverso de Físico da Matéria


A árvore da vida pode ser subdividida em quatro regiões para uma compreensão mais abrangente da sua estrutura. Todas estas regiões são perturba ou áreas da um fenômeno que descrevemos com a árvore da vida. A vida começa a manifestação dentro da região Primal e culmina com a região de Material. A seqüência de caminhos que conduzem a partir de terra à luz primordial ou ignorância à iluminação ou evolução move de The Material de região para região Primal. Você vai ver que as quatro regiões são subdivisões das dez esferas que usamos para descrever a árvore.


A. A Região Primal
B. A Região Criativa
C. A Região de Formação
D. A Região de Material


A. A Região Primordial consiste em:
   1. A Esfera de Luz Primordial
   2. A Esfera de Multiverso Positiva
   3. A Esfera Multiverso Negativa
B. A Região Criativa consiste em:
  4. A Esfera de Realização
  5. A Esfera de Ação
  6. A Esfera da Vida Self
C. A Região de Formação consiste em:
  7. A Esfera Emocional
  8. A Esfera Mental
  9. A Esfera Astral
D. A Região Material consiste de:
  10. O Multiverso de Físico da Matéria


A. A Região Primal é o eterno faze do multiverso, além do nascimento e morte, tempo e espaço. É além das regiões mentais e, portanto, é inconcebível para a humanidade mas pode ser pensado como o potencial de toda manifestação.

B. A Região Criativa é o Multiverso que está se tornando manifesto. Os aspectos duais, tornando-se um ponto de expressão, visto como o ego ou personalidade divina na humanidade.

C. A Região de Formação é o Multiverso, tornando-se formas complexas. Como a energia da manifestação irradia mais longe seus começos primal, agora aspectos individuais, os campos mentais e emocionais construir as formas complexas da nossa mente e emoções e resultam em campos astrais e depois solidificam ainda mais em formas construíram de matéria etérea ou sutil.

D. A Região de Material é o que vemos como o mundo físico. Esta é a única região do Multiverso sistema que é reconhecido ou classificado pela ciência atual. Agora, a luz primordial tem solidificado nos formulários do sistema do Multiverso físico. Esta região não está a ser concebido como um produto que é arrematar do ventre primal, mas em vez disso, como a forma exterior do ser divino ou a carne física da deusa.

Os seis primeiros caminhos levando para cima a árvore mover-se desde a região de Material dentro e através da região formativa. Em percorrer esses caminhos, o aluno medita na e explora a planície de Astral inferior dos sonhos e o fenômeno psíquico que construir as formas de nosso físico multiverso e o maior Astral simples de The emocional simples e planície Mental que criam estas formas. Esta região é a região dos três primeiros chakras no sistema humano de chakra.

Invocação de Thoth da Golden Dawn


Procol, Ah procol este profani! Balasti! Ompada!
Em nome do Um Poderoso e Terrível, eu proclamo que eu ter banido as conchas para suas habitações!

Eu invoco Tahuti, o Senhor da Sabedoria e do Enunciado; o Deus que vem para a frente do véu.
Oh vós, Majestade da divindade, sabedoria-coroado Tahuti, Senhor dos portões do universo. Ti, te invoco.
Oh tu, na cabeça de ibis. Ti, te invoco.
Tu que maneja a varinha de duplo poder. Ti, te invoco.
Tu que bearest em tua mão esquerda o Rosa e a Cruz de Luz e vVida. Ti, te invoco.
Tu, cuja cabeça é como uma esmeralda e teu nemyss como o azul do céu à noite. Ti, te invoco.
Tu, cuja pele é uma laranja flamejante como se queimou em um forno. Ti, te invoco.

Vê, eu sou ontem, hoje, e o irmão de amanhã.
Eu nasci de novo e de novo.
A minha é a força invisível do qual os deuses são saltados, que é como a vida para os moradores em Torres de Sentinela do Universo.
Eu sou o cocheiro do Leste; Senhor do Passado e do Futuro.
Vejo pela minha própria luz interior; Senhor da Ressurreição que vem adiante do pó, e meu nascimento é da casa da morte, Oh vós dois falcões divina sobre seus pináculos que mantém o sentinela sobre o Universo.

Vós que empresa a Bier para a Casa de Repouso, que o piloto da nave de Ra, já avançando a partir do céu. Senhor do santuário que permanece no centro da terra. Contemplem!
Ele é a mim e eu nele.
O meu é o brilho no qual Ptah boiou por cima do firmamento.
Viajo em alta.
Eu pisar o firmamento de Nu.
Eu eleva uma chama pisca com o raio dos meus olhos, sempre correndo no esplendor do diário glorificado Ra, dando vida aos moradores da terra.
Se eu digo, “Venha até em cima da montanha!”, as águas celestiais fluirá ao meu comando.
Pois eu sou Ra encarnado, Kephra criado em carne e osso.
Eu sou a idolo do meu pai Tmu, Senhor da Cidade do Sol.
O Deus que comanda é na minha boca, o deus da sabedoria está no meu coração, minha língua é o santuário da verdade e um deus se assenta nos meus lábios.
Minha palavra é realizada todos os dias, e o desejo do meu coração percebe-se como a de Ptah quando ele criou suas obras.
Eu sou eterno, portanto, todas as coisas são como meus desenhos.
Portanto, tu vem adiante tudo acender-me da tua morada no silêncio, sabedoria indizível, tudo luz e tudo poder.

Thoth. Hermes. Mercúrio. Odin.
Por qualquer nome, eu te chamo sois ainda sem nome para toda a eternidade.
Tu vem adiante, eu digo, e ajuda e me guardar nesta obra de arte.
Tu, estrela do Leste, que conduzem os Magos.
Sois o mesmo de todos os presentes no Céu e no Inferno.
Tu que vibra entre a luz e a escuridão, subindo, descendo, mudando sempre, ainda sempre o mesmo.
O sol é teu pai; tua mãe é a lua. O vento te carregou no seio do que e terra já tem nutrido a divindade imutável da sua juventude.

Tu vem adiante, eu digo, tu vem adiante, e fazer todo o espírito do firmamento e do éter, sobre terra e debaixo da terra, na terra seca e na água, de redemoinho de ar e de fogo com pressa e todos os feitiços e o flagelo de Deus a Um Vasto seja obediente a mim.

O Ritual do Não Nascido - O.T.O.


Te que invoco, o Não Nascido.
Ti, que criar a Terra e os Céus:
Ti, que criar a Noite e o Dia.
Ti, que criar a Escuridão e a Luz.
És Osorronophris: Quem nenhum homem viu-se a qualquer momento.
És Iabos:
És Iapos:
Tu distinguido entre o Justo e o Injusto.
Tu fazem o Feminino e o Masculino.
Tu produzir a Semente e o Fruto.
Tu formar homens para amar uns aos outros e a odiar um ao outro.
Eu sou ____ teu profeta, a quem Tu comete Teu Mistérios.

Tu produz o húmido e o seco, e nutre tudo o que criou a Vida.
Tu me ouvir, pois eu sou o anjo de Apophrasz Osorronophris: Este é o verdadeiro nome de Teu, proferida aos profetas.
Ouvi-me: Ar: Thiao: Reibet: Atheleberseth: A: Blatha: Abeu: Eben: Phi: Chitasoe: Ib: Thiao.
Ouvir-me, e faça todos os espíritos assunto a mim: para que todos os espíritos do firmamento e do éter: sobre a terra e debaixo da terra: em terra seco e na água: de redemoinho de ar e de fogo com pressa: e cada feitiço e o flagelo de Deus podem ser obediente.

Eu invoco a ti, o Terrível e Invisível Deus: Que habitas no Lugar Vazio do Espírito:
Arogogorobrao: Sochou: Modorio: Phalarchao: Ooo: macaco, O Um Sem Nascimento: Me ouvir!
Ouvi-me: Roubriao: Mariodam: Balbnabaoth: Assalonai: Aphniao: I: Tholeth: Abrasax: Qeoou: Ischur, Um Poderoso e Sem Nascimento ! Ouve-me!
Eu te invoco: Ma: Barraio: Ioel: Luiz Antonio: Athorebalo: Abraoth: ouvir-me!
Ouve-me! Aoth: Aboth: Basum: Isak: Sabaoth: Iao:
Este é o Senhor dos Deuses:
Este é o Senhor do Universo:
É ele quem os Ventos temem.
É ele, que tendo feito a Voz pelo seu Mandamento, é Senhor de Todas as Coisas;
Rei, Governante, e o ajudador. Ouve-me!
Ouvi-me: Ieou: Pur: Iou: Pur: Iaot: Iaeo: Ioou: Abrasax: Sabriam: Oo: Uu: Ede: Edu: Angelos tou theou: Lai: Gaia: Apa: Diachanna: Chorun.

(O limite aparente entre o humano e o divino finalmente desaparece, consumidos pelo enflamente mágico do aspirante.)

Eu sou ele! O Espírito do Sem Nascimento! Tendo vista nos pés: Fortes e o Fogo Imortal!
Eu sou ele! A Verdade!
Eu sou ele! Quem odeia esse mal deve ser forjado no Mundo!
Eu sou ele, que faz Raios e Trovões
Eu sou ele, de quem é o chuveiro da Vida da Terra:
Eu sou ele, de cuja boca flameth:
Eu sou ele, o que Engendra e Manifestar a Luz:
Eu sou ele, a Graça do Mundo:
"O Coração Cingida com uma Serpente" é Meu Nome!

Tu vem adiante, e siga-me: e fazer todos os espíritos sujeitar-me então que todo espírito do firmamento e do éter: sobre a terra e debaixo da terra: na terra seca, ou na água: do ar girando ou de fogo com pressa: e cada feitiço e o flagelo de Deus, seja obediente a mim!
Iao: Sabao: Estas são as Palavras!

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Sadhana da Serpente Lam Por Michael Staley


Esse workshop foi mantido para explorar um ritual que eu tinha recentemente desenvolvido no curso do meu trabalho com Lam. O Sadhana da Serpente Lam foi inspirado por alguns interessantes paralelos com a Cobra de Fogo que eu cheguei a cruzar no Trabalho de Amalantrah, e que pareceu condizer com minhas experiências anteriores. O Sadhana, então, dirigiu Lam como a Cobra de Fogo ou Kundalini.
Existiam vinte ou trinta pessoas atendendo esse workshop. Depois de algumas observações preparativas preliminares de segundo plano para o desenvolvimento dessa aproximação, e explicação do próprio sadhana, nós executamos a prática. O modo que escolhemos foi para eu guiar o ritual; agradavelmente os outros participantes usaram as visualizações e outras evocações sensoriais como apropriado, e vibraram os bijas mantras durante as invocações do chakras. Considerando a falta de preparação que seria usualmente apropriada para um grupo trabalhando dessa complexidade, isso foi muito bem.
O sadhana tem recentemente sido publicado como um artigo no Volume Dois, Número Um da Starfire, junto com um notável desenho por Robert Taylor da Serpente Lam. Desde do workshop de Oxford, ouço de tempos em tempos pessoas que continuaram a trabalhar esse sadhana, com bons resultados. Está em suma, adaptado como um trabalho de grupo. O sadhana como apresentado aqui está em forma de esboço. Isso é o bastante para seu uso imediato, mas existe grandeza de escopo para o aumento e a prática. Isso é como deve ser; a chave para iniciação é imaginação criativa. O iniciado ergue seu Templo de forma material das experiências mágicas e místicas; pouco é para ser ganho da repetição árdua dos rituais criados por outra pessoa, não importa quão nobre o outro poderia ser considerado. Adicionalmente, um ritual se desenvolve quando ele é usado; a experiência leva-nos a amplificar certas avenidas com o tempo, talvez, reduzindo outras. Perspectivas alteram no crescimento da luz.
O que se segue é o sadhana da Serpente Lam como existiu no tempo do workshop.

1. O Sadhana da Serpente Lam

Esse é o segundo de uma série de ensaios surgindo do desenvolvimento de Lam como um Caminho de Iniciação. Os leitores podem relembrar a conclusão do artigo ‘Lam: O Portal’ na quinta edição da Starfire, que Lam não é simplesmente uma entidade, mas um Portal para experiência direta da Gnose. Essa Experiência Direta é a meta do trabalho mágico e místico.
A prova do pudim está no comer. Se Lam tem um potencial semelhante, então este potencial será prontamente extraído. Portanto, novos modos de trabalho com Lam viriam à frente. É nesse espírito que o presente sadhana tem sido desenvolvido, e é oferecido a qualquer um que deseja tenta-lo. Não esperem um brilhante, produto acabado, mas um melhor esboço aproximado que deve ser saciado pelo próprio Iniciado. Como um assunto de interesse, a necessidade pelo hábito e elaboração é o estado com todos rituais e práticas. Mesmo uma prática aparentemente tão simples como o Ritual Menor do Pentagrama é trabalhado diferentemente por cada Iniciado, não importa quão secretamente ele tentará guardar o texto. Isso é porque, aparte das diferenças no gesto e pronunciação, o fulcro repousa nas evocações imaginativas, e essas diferirão consideravelmente de pessoa para pessoa. Mais do que isso: a prática é diferente de um trabalho ao outro. Se essas considerações são verdadeiras para o mais simples ritual, quão mais será assim em casos de outros mais complexos, semelhante ao Reguli e Samekh.
Existe uma outra razão para a aproximação da aplicação de esboços perante a respeitosa presença de nossos leitores – pois não somos gratuitamente necrófilos. Leitores ou propriamente, aqueles que são suficientemente interessados não somente em ler, mas praticar com que eles têm lido – ganharão o máximo benefício de uma prática não por meramente seguir algo delineado, mas pela experimentação e sobre a base de suas experiências adaptando o ritual para servi-los. Essa aproximação é sadia. Contudo Lam surge do Trabalho de Amalantrah, Crowley nunca elaborou o tema. Cabe a nós, portanto, desenvolve-lo por nós mesmos se isto for utilizável para nós.

2. Desenvolvimento desse sadhana

No curso do artigo na quinta edição de Starfire, isso me impressionou de que existia uma possível conexão com a Cobra de Fogo através do nome Lam. Isso é porque ‘LAM’ é o bija-mantra ou som-raíz do Muladhara Chakra, que é a casa da Cobra de Fogo. Na cabeça de Lam, como desenhado por Crowley, existe claramente visível uma estilização do Ajna Chakra. Surgindo da cabeça de Lam está também apresentando uma sombra, uma nascente ou fonte; um dos símbolos associados com o Manipura Chakra é a ‘Fonte de Orvalho’. Embora o contexto não seja precisamente o mesmo, o termo impressionou-me como sendo especialmente encaixado para descrever a sombra.
Muitos meses atrás eu li uma narração de um sonho a qual sugeriu que a cabeça de Lam estava montada sobre o corpo de uma serpente. Imediatamente as conexões delineadas acima se arranjaram. Com a base da minha própria experiência com Lam até agora, existe uma forte conexão com o Sagrado Anjo Guardião tanto quanto com o Æon de Maat. Essas conexões são exploradas no artigo mencionado acima, tanto quanto em uma palestra sobre Lam que conferi em Oxford em Outubro de 1994, e assim eu não a repetirei novamente aqui. A Cobra de Fogo é da mesma ordem de fundamental importância, embora, no retrospecto a conexão da Cobra de Fogo não seja surpreendente.
O próximo passo era desenvolver uma prática baseada sobre uma aproximação com a Cobra de Fogo. Eu evitei exercícios de hatha-yoga que são utilizados na direção, do despertar físico da Cobra de Fogo, e optei em vez disso em uma aproximação que é baseada sobre visualização. Algumas pessoas podem considerar isso uma aproximação diluída e menos poderosa. Contudo, nós queremos que as energias nasçam da Cobra de Fogo em porção para que possamos utiliza-la em nossas Operações, mais do que desatar sua nova energia de uma maneira possivelmente cataclísmica. Muitos de nós são completamente felizes usando o poder da eletricidade em apenas de uma maneira controlada, mais do que conectando-nos diretamente para abastecer – não importando, como ‘sabedoria’, de que podemos conjecturar qual será o resultado. As técnicas do despertar físico, qualificadas no interior da Kundalini Yoga, são melhores aplicadas sob a guia de um instrutor qualificado daquele método.
Para aqueles não familiares com o sistema dos chakras e nadis, existe a afirmativa da existência de um número de chakras e nadis no ‘corpo sutil’ do ser humano. Existe um largo número, mais os mais importantes são os seis chakras listados abaixo, que estão localizados em vários pontos ao longo da coluna vertebral. O Muladhara está na região do períneo, um pouco abaixo da área genital. O Svadhistana está um pouco acima da área genital, o Manipura está entretido na região do umbigo. O Anahata está na região do coração, e o Visuddha está na área da garganta. Finalmente, o Ajna está localizado entre as sobrancelhas, mais ou menos na cabeça da coluna vertebral.
O nadi central é o Sushuma, que está no interior da coluna vertebral. Existem suposições de haver diversos nadis no interior do Sushuma; esses não nos interessa aqui, ainda que os hatha puristas gostem de construir uma percepção desses no sadhana. Dois outros nadis, ida e pingala, são ambos classificados ao lado do Sushuma, cruzando sobre diversos pontos.
Existe um sétimo chakra principal, o Sahashara – a lótus de Mil Pétalas, além do topo da cabeça. Contudo, este não faz parte da anatomia do indivíduo, mas onde a consciência individualizada mergulha na imensidão cósmica, Fora, o Além, ou qualquer que seja a denominação de transcendência que poderíamos cuidadosamente usar. Dentro da hatha-yoga, é aqui que o despertar da Kundalini é fundido na união feliz com Brahma, produzindo o néctar ou décimo sexto digito da lua a fluir. Em outras palavras, essa é a experiência de Samadhi, onde despertamos uma vez novamente para nossa realidade cósmica, pã-dimensional e extraterrestre. Essa Gnose é a meta de todas as disciplinas mágicas e místicas.
A presente passagem, portanto, combina visualização, invocação e mantra. Lam é dirigido como a Cobra de Fogo com a cabeça de Lam, enroscada três-voltas-e-meia dormindo envolta do Shivalingam, no Muladhara Chakra na base do Sushuma, o nadi que está localizado dentro da coluna vertebral. A visualização fundamental é aquela da Serpente Lam, a Serpente com a cabeça de Lam. A Serpente Lam é levada para o alto ao longo do Sushuma, pausando em cada Chakra para invocação e reverberação do bija-mantra apropriado para aquele Chakra. Finalmente, o topo do Sushuma é obtido no Ajna Chakra, e a Serpente Lam surge através do Sahashara Chakra e além, na imensidão cósmica.
As invocações de cada Chakra têm sido breves, embora indicados por via de correspondências etc. para cada específico Chakra. Por exemplo, o sentido do olfato é atribuído ao Muladhara por via do Tattwa da Terra; o paladar para o Svadhistana através da lua crescente branca, etc. A Serpente Lam sobe ao longo do Sushuma através dos chakras alternativamente, cada um dos quais é vivificado no processo, se tornando mais claro e mais forte em sua visualização – cores, número de pétalas, etc. A Serpente Lam deve ser claramente sentida em seu progresso ao longo do Sushuma, usando todos os sentidos para auxiliar essa evocação. Sensações e imagens de ondulação, desdobramento, serpenteando adiante, etc., são de grande ajuda aqui. Os bija-mantras devem ser vibrados no chakra apropriado. Isto é, apesar de vocalizado, seus centros de atividade devem ser focados firmemente no chakra, de onde o mantra reverbera para fora. Suas funções são para assistir no despertar daquele chakra particular. Quanto mais ressonante e rica for à vibração do bija-mantra, mais poderoso será o efeito.
Desse modo, a Serpente Lam estende-se adiante, desdobrando-se no seu comprimento ondulante do Muladhara ao Ajna. Nesse ponto ela pausa sobre a margem; o Iniciado deve usar essa pausa para fortalecer a percepção de sua presença. O Sahashara não é muito um chakra individual, como os outros seis, mas o portal para imensidão cósmica ou Além. A Serpente Lam ondula adiante através desse portal e encapela na imensidão cósmica; a fonte de orvalho superabunda, chovendo através de todo espaço, todo tempo, toda dimensão, toda existência – onipresente, pã-dimensional. Esse é o momento da Gnose, da eternidade, do samadhi; a consciência não é mais individual, mas universal. No processo, o ‘momento’ é ‘eterno’; o ponto está em todo lugar.
Então, existe um retorno a individualidade. A consciência novamente se coagula, centrando em volta do Sahashara, se condensado. Quando ela novamente entra no corpo, a sua jornada desce pelo Sushuma até a base da espinha, em cada chakra o bija-mantra é vibrado cada vez que ela passa, para selar sua descida. Então, quando o Muladhara juntou-se a ela, o bija-mantra ‘LAM’ é entoado juntamente com o bater das mãos, para assinalar a aterrisagem. Esse retorno pode ser bem elaborado pelo Iniciado no inverso da subida.

3. A Estrutura do sadhana da Serpente Lam

O Iniciado abre com o Ritual Menor do Pentagrama. Isso é seguido pela Invocação do Ritual Menor do Hexagrama, usando o hexagrama da Terra em cada quadrante. Essa seção pode ser é claro substituída por qualquer outro estilo de banimento que o Iniciado possa preferir.

Então se segue uma declamação celebrando Lam, para abrir o Trabalho apropriado:

Lam! Tu que és a Voz do Silêncio! 
Glifo de Hoo-paar-Kraat! 
O ente-anão, o Deus Oculto! 
O Portal para o Æon de Maat! 
Eu evoco a Ti! Eu evoco a Ti! 
Com o mantra Talam Malat, Talam Malat...

Agora visualize Lam como Kundalini-Shakti, enroscada na base da coluna. A visualização é de uma Serpente com a cabeça de Lam. Despenda alguns minutos nessa visualização da Serpente Lam, proceda para despertá-la pela vibração do bija-mantra LAM por alguns minutos, até a Cobra se mexer. Então entoe a invocação desse chakra:


LAM! 
Que habitas no Muladhara Chakra, 
Que estás enroscada três voltas e meia; 
Tu que és como a Kundalini-Shakti, 
Criadora e Sustentadora de mundos; 
Que és iluminada adiante nas brumas amarelas, 
Que és o continuum dos perfumes, 
Eu adoro a Ti! 
Desperte! Suba! Ondule adiante ao longo do Sushuma! 
LAM! LAM! LAM! LAM!

A Serpente Lam ascende o sushuma lentamente, vértebra por vértebra, até ela chegar ao Svadhistana Chakra. O bija-mantra VAM é vibrado; então uma invocação é entoada:


VAM! 
Tu levantas-te para o Svadhistana Chakra, 
Que evocas os alvos filamentos da sensação, 
Que impregnas o paladar com delicado sabor, 
Que estás sombreado adiante no crescente. 
Bela Serpente Lam. 
Cujo cintilante e ondulante comprimento da onda que segue adiante! 
Eu adoro a Ti! 
VAM! VAM! VAM! VAM!

A Serpente Lam ascendendo lentamente, como antes, para a região do Manipura Chakra – o plexo solar. O bija-mantra RAM é vibrado, e a invocação entoada:


RAM! 
Em silêncioTu subis-te, para o Manipura, 
Serpente vermelha que desliza ao longo do Sushuma, 
Cujas escalas brilham e 
Vibrante e cintilante; 
Que confere o aumento das visões, 
Que estás glifado no triângulo, 
Eu adoro a Ti! 
RAM! RAM! RAM! RAM!

A Serpente Lam agora ascende à região do Anahata Chakra, o coração. O bija-mantra YAM é vibrado, e a invocação entoada:


YAM! 
Tu penetras-te o Anahata, 
Um penetrante arco-íris de contato, 
Enfumaçado com a qualidade sensual do palpável, 
Que és os seis lados do hexágono, 
Eu adoro a Ti! 
Gloriosa Serpente, 
Cujo veneno confere Iluminação, 
YAM! YAM! YAM! YAM!

A Serpente Lam continua sua ascensão, atingindo o Visuddha Chakra, a região da garganta. O bija-mantra HAM é vibrado; a invocação:


HAM! 
Tu sobes ao Visuddha, 
Um caleidoscópio de sons ecoando através dos nadis, 
O brilho do clarão de iluminação, 
Que és o círculo, 
Eu adoro a Ti! 
Sempre mais forte é tua ondulante vaga, 
Sempre mais intoxica com seus rápidos golpes laterais. 
HAM! HAM! HAM! HAM!

A Serpente Lam ascende ao Ajna Chakra, a região entre os olhos na raiz do nariz. O bija-mantra OM é vibrado; a invocação:


OM! 
O Ajna Chakra é alcançado, 
Tu cujo vôo para o alto está além da cor e da forma, 
Que estás na sutileza e claridade do manas, 
Que és a congruência dos sentidos, 
E a transcendência deles, 
Eu adoro a Ti! 
OM! OM! OM! OM!

A Serpente Lam agora parte para o alto, e ondula para a imensidão cósmica, pã-dimensional, todo-espaço, todo-tempo.


Tu, que ondulas adiante para o Sahashara Chakra, 
Que jorra como uma cascata por todo Espaço e Tempo, 
A Fonte de Orvalho que é Sat-Chit-Ananda, 
Ser-Consciência-Felicidade, 
Eternamente e infinitamente reverberante, 
Cujo mantra é o continuum da existência, 
A pericorese do indivíduo com o universo. 
A Fonte de orvalho explode adiante, transbordando, 
Derramando através de todo o espaço, todo o tempo, toda a dimensão, 
Em um convulsivo orgasmo de Felicidade, 
Infundindo o oceano. 
OLALAM IMAL TUTULU!


4. Consolidação
O que tem sido munido no decorrer desse artigo é o esqueleto do sadhana da Serpente Lam. A carne tem de ser desenvolvida pelo Iniciado na luz de sua própria iniciação. Antes de continuarmos a considerar esse ponto em maiores detalhes, deixe-nos considerar primeiro todo tempero que esse sadhana concede, que é o sistema de chakras.
O sadhana utiliza as correspondências básicas associadas com cada chakra. Essas correspondências podem ser recolhidas de, por exemplo, The Serpent Power, por Sir John Woodroffe. Uma das mais básicas correspondências são as seguintes:

Chakra
Cor
Pétalas
Tattva
Sentidos
Muladhara
Vermelho
 4
Quadrado Amarelo
Olfato
Svadhistana
Vermelhão
 6
Crescente Branca
Tato
Manipura
Matizado com Chuviscos
10
Triangulo Vermelho
Visão
Anahata
Vermelhão
12
Hexagrama Esfumaçado
Toque / Sensação
Visuddha
Púrpura Esfumaçado
16
Círculo Branco
Som
Ajna
--
 2
--
Mente


Cada chakra tem seu próprio sentido, cor forma, etc. assinalando-o. A idéia das invocações é, portanto, intensificar a experiência pela utilização de uma variedade de correspondências. No Muladhara Chakra, por exemplo, poderíamos visualizar o chakra com quatro pétalas vermelhas, dentro do qual está o quadrado amarelo. No interior dele visualizamos a Serpente Lam, enroscada três voltas e meia em torno do shivalingan ou base da coluna. Poderíamos estimular o sentido do olfato imaginando ricos perfumes. Usamos as correspondências no Svadisthana e nos chakras subseqüentes em forma similar. Existem outras correspondências, em adição os tópicos citados acima, que podem ser usados; esses podem ser encontrados dos textos como The Serpent Power ou The Garland of Letters de Woodroffe. Essas correspondências podem também ser construídas na invocação, para reforçar a evocação em vários sentidos. Essa é a melhor deixa para a criatividade e imaginação do Iniciado.
Tal imaginação não deve ser restrita aos chakras. Quando a Serpente Lam desperta e percorre ao longo do sushuma, qual o impacto que ela tem sobre o complexo corpo-mente? Existem muitas mudanças na consciência? Sinta suas poderosas ondulantes vagas; ouça seu sibilo quando ela sobe; veja suas escalas tremulas e cintilante; cheire e tateie o divino néctar a qual seu progresso em direção ao Sahashara incita. Muitos magistas têm uma inclinação em direção à visualização em seus trabalhos de imaginação; aperfeiçoando a experiência pelo envolvimento de todos os sentidos nos quais desse modo se tornará uma gloriosa, intoxicante sinestesia .
A repetição tem uma positiva regra no jogo aqui. As invocações não pretendem ser elegantes, partes literárias – embora para o Iniciado que tenha uma disposição literária isso poderia talvez ser útil – mais peças para fazer um trabalho específico. Este trabalho é uma amplificação para um incremento da evocação da serpente Lam. A repetição, por exemplo, a elevação, ondulante sensação da Serpente Lam quando ela percorre ao longo do sushuma aperfeiçoará a experiência e reforçará o impacto. Quanto mais forte e mais vívida a evocação da Serpente Lam é, melhor será a prática.
Quando o Ajna Chakra for alcançado, o iniciado pausará por um momento, fortalecendo e consolidando a presença da Serpente Lam. Então, ao final deve se chocar no Sahashara e Além. Nesse estágio a chamada ‘OLALAMIMAL TUTULU’ é lançada. Essa chamada aparece no sétimo capítulo do Liber VII de Crowley, recebido em 1907. Em parte alguma Crowley comenta sobre essa chamada, assim conferindo liberdade para seu uso. Notamos a presença de LAM e LAMA nas primeiras duas palavras, se bem que invertido; como a terceira palavra sugere Cthulhu. Existe paralelo entre Cthulhu e Kundalini-shakti: ambas são mascaras para as energias dinâmicas da consciência, a função do qual destrói a desilusão da consciência individual. ‘Cthulhu repousa sonhando...’, e assim faz a shakti. Em seu sonho que eleva ao lila, o jogo da manifestação. Em seu despertar e ascensão ao Sahashara que é o relembrar da realidade, a dissolução da separação. A consciência percorre o universo, livre, solta; não mais restrita e individual; mas cósmica.
O iniciado não deve esperar um instante de iluminação desse sadhana, ainda que esperamos que exista. É, entretanto, um passo a mais no caminho, e um passo que tem provado ser útil para o autor desse artigo. É apresentado aqui para favorecer o refinamento e adaptação; isso poderia sugerir outras avenidas de acesso. O iniciado deve forjar suas próprias armas. Em conclusão, o autor estaria extremamente interessado em ouvir das experiências de outros em trabalho com Lam.