sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Luciferianismo: Ideologia dos Deuses (por Michael W. Ford)



Luciferianismo é a ideologia, filosofia e realização mágicka do conhecimento e poder interno através do Caminho da Mão Esquerda.

O tipo de conhecimento buscado é primeiramente o do “Self”: Forças, fraquezas e tudo que nos torna “individuais” A Iniciação ou revelação do conhecimento se dá através do estudo, prática da Magicka/Feitiçaria do Adversário e da contínua luta por auto-aprimoramento através  da rebelião espiritual.

O Caminho da Mão Esquerda para os Luciferianistas não é uma doutrina específica, mas um conhecimento claro de quem nós somos. Luciferianistas são contra o conceito social de “Deus” e “religião” por serem ambos doutrinas criadoras de ovelhas que suprimem o conhecimento, recompensam a fraqueza e a apatia e dão lugar a expectativas fora da realidade para os indivíduos, que esperam uma “recompensa futura” que não existe. Luciferianistas não aceitam o conceito dualista de “bem” e “mal”; nós mantemos a opinião de que como na natureza, trevas fortalecem a luz e luz estabelece crescimento e renovação. Luciferianistas não crêem na “vida após a morte” como descrita pelos Judaico-Cristãos. Isso não insinua que os Luciferianistas não creiam em uma pós-vida,apenas não há necessidade de crer nos absolutismos judaico-cristãos como o de um paraíso feliz e algum lugar de horrível sofrimento onde demônios terríveis continuamente torturam aqueles que não reconhecem o criminoso executado – transformado em criador e seu “Pai”. Em resumo, você terá trabalho para achar um Luciferianista que creia em “diabo” e “inferno”. Antes, era a raiva de um tempo onde as massas não possuiam habilidades literárias, pouca ciência e mestres arrogantes, agora, em nossa era moderna de possibilidades as luzes brilham em áreas de conhecimento onde os cristãos certamente nos queimariam agora se pudessem.

Lucifer é Pré-Cristão:

Eu tenho percebido que os mais adaptáveis ao Luciferianismo em um sentido real são na verdade os estudantes bíblicos e os estudiosos cristãos de inteligência avançada. Uma consideração estranha, mas muitos desses jovens tem questões que ainda não foram amordaçadas pela vida e ainda podem se adaptar a diferentes paradigmas baseados em conhecimento. Muitos são capazes de se adaptarem bem a Magicka uma vez que entendam que ela vem da Vontade canalizada. Essa mudança não ocorre com eles descobrindo o Lucifer “literal”, mas encontrando elementos que alimentem essa manifestação moderna e a essência revelada.

O conceito Judaico-Cristão de “Satan” não é necessariamente um símbolo utilizado na cultura Luciferianista como representação da ideologia. Considerando que “Lúcifer” é um termo latino, como pode ser um epíteto “Judaico-Cristão” para “Satan”?

Lucifer, “Portador da Luz” é um termo descrevendo as estrelas da manhã e da noite, Eosphorus e Hespheros. A Artemis grega (associada a Hékate), que é uma variação das deusas Ishtar e Inanna, é a estrela da Manhã, Vênus. Artemis é representada geralmente segurando uma tocha, como Hékate que trazem a luz, igualmente aqueles que trazem a noite. Claramente visto que estes deuses e deusas não são “maus”, mas equilibrados em seus papéis. Como humanos, eles são capazes de atos bons e maléficos.

Uma das origens primárias do mito de Lucifer como forma do Adversário está presente nos mitos Ugaríticos-Caanitas de Baal e Attar (Ashtar). Na mitologia Hurriana, Ashtar é representada como Venus, Estrela da Manhã. Um dos precursores dos mitos Enochianos dos “Vigias”, Ashtar, o rebelde, é a estrela da manhã que assim como os reis posteriores da Babilônia e Tyre, ascende de forma rebelde contra a ordem natural. Este é um ponto no qual o Adversário ou rebelde, representa a mente vivída e convicta que utiliza as leis naturais para ascenção. Em um sentido astral, Venus, Estrela da Manhã é a psiquê iluminada que pensa e brilha, inspirando um Sol ciumento a se erguer e tentar removê-la da luz.

“Ashtar, o Rebelde subiu aos limites de Zaphon. Ele senta no trono de Aliytan Baal…” – Cosmic Mountain, Clifford.

Ashtar, associado com Sharu e Salimu sendo a Estrela da Manhã e a Estrela da Noite, Portador da Luz e da Noite, são paralelos com o mito de Anat lutando contra Tannanu ou Leviathan.

“Na terra de Mhnm o dragão açoitou os mares, sua língua bifurcada lambeu os céus, suas caudas gêmeas agitaram o oceano. Ela fixou o dragão inquieto, prendendo ele nas alturas de Lebanon.” – `PRU, Cosmic Montain.

Yamm ou Judge Nahar, o Lotan/Litan ou Dragão de Sete Cabeças do abismo, representa a mente subconsciente, a psiquê liberta e relutante em aderir a ordem percebida. A função necessária do Adversário é a vitalidade que chamamos de vida, a fricção contra os opostos que inspira a evolução para um estado superior de Ser. O mundo é moldado pela Vontade – Luciferianistas com a mente bem direcionada consideram a magicka um processo de contínuo auto-aprimoramento, fortalecimento, e obtenção de conhecimento pelo caminho escolhido para iniciação. Rituais são uma pequena marca neste processo, representando “sinais na estrada” que auxiliam o adepto em seu próprio caminho espiritual e físico. Luciferianistas consideram esse equilíbrio uma interação entre o espiritual e o físico como condutor para a sabedoria e experiência, e por fim ao poder. Forçando esses laços, o Luciferianista pode “ascender” como os Deuses.

A teoria da magicka ritualistica é que o Luciferianista entende os “deuses” e “espíritos” como arquétipos da humanidade; e nosso subconsciente alimenta o tipo de energia onde esses seres existem de fato. Luciferianismo é a forma mais avançada de espiritualidade, por focar no crescimento e expansão do indivíduo em um sentido racional no aqui e agora, mas ainda explorando o campo espiritual. Luciferianistas tem os simbolos de deuses demoníacos como “máscaras deificas”, representações de um poder,fenômeno natural ou interno a mente. É a “ponte” entre ambos, a iniciação que revela a sabedoria das trevas. Luciferianistas consideram a Chama Negra, ou “Melammu”, o poder dos deuses e demônios, como sendo a essência divina da consciência. Isso é visualizado dentro das meditações e trabalhos oníricos e projeções astrais. A Chama negra é o fogo interno da mente, dado a humanidade pelos “Vigias” ou “Anjos Caídos”. Na Mesopotâmia antiga, Melammu é o dom divino possuído por Tiamat, a deusa das trevas (ver: Maskim Hul, Magicka  Babilônica).

Muitos perguntam, “o que significa ser seu próprio deus?” Minha resposta é que ser seu deus é entender que você deve ser capaz de identificar sua espiritualidade vindo de dentro; que você fortalece qualquer deus ou demônio que você trazer a seu templo e que você sozinho é responsável por suas conquistas e falhas. Se você é o princípio ou fonte de sua espiritualidade, a força que você possui será maior que qualquer outra, permitindo que você adentre o caminho realmente satânico e Luciferiano. Como você pode ver, isso não tem nada a ver com a ideologia Cristã, além da “máscara do adversário” utilizada. Os arquétipos, símbolos e máscaras representarão para você o que eles significam e o que você eventualmente conquistou com eles, uma vez removendo a máscara ou símbolo, a energia que alimentou sua conquista deriva de sua mente e Vontade.

Para ser um deus é necessário saber que aquilo que você faz afeta seu futuro dias a frente. Para ser um deus é necessário tomar atitudes que façam seu futuro se manifestar da forma mais razoável de acordo com sua Vontade. Para ser um deus deve-se chamar por outras máscaras deificas e demoníacas quando você buscar um tipo de conhecimento, e então usar elas como parte de você. Para ser o mais produtivo com essa ideologia, você deve pesquisar e buscar o conhecimento da história dos arquétipos e inimigos que você deseja superar. Aprender as origens de Yahweh é um excelente meio de começar: Você jamais verá o Cristianismo da mesma forma novamente. Ele parecerá ainda mais patético. Os mitos e símbolos antigos são potentes “combustíveis” para a imaginação luciferiana, aqueles que entendem que sua grandeza está dentro de si, se limitam somente por seu entendimento de como o mundo funciona, sua Vontade e habilidade de reconhecer seus erros que restringem o sucesso.