sábado, 29 de junho de 2024

As 8 Etapas do Cerimonial de Magia


1- Purificação e Consagração do Templo;

2- Circumbulações;

3- Abertura dos Portais Elementais;

4- Defumação do Templo e Altar;

5- Invocação da Corrente Astral;

6- Declaração de Propósitos;

7- Operação Mágica;

8- Encerramento dos trabalhos.


Fase 1 – A purificação e consagração do templo consiste de qualquer técnica de banimento ou purificação do local de trabalho. Assim pode ser utilizados rituais clássicos como o RMBP (Ritual Menor de Banimento do Pentagrama) da Golden Dawn, o Ritual Egípcio de Banimento do Pentagrama da O.L.N, ou mesmo a Conjuração dos 4 seguida da Conjuração dos Sete, ambos de Eliphas Levi, ou outro qualquer da preferência do magista. Como exemplo de um ritual eficaz de banimento posso citar aspergir, nas quatro direções, borrifos de água com sal.


É uma velha tradição e ajuda, certamente, a limpar os níveis interiores. Ao realizar um banimento presume-se que as energias elementais (formas pensamento, miasmas, memórias residuais etc.) de um espaço estejam viciadas ou poluídas, e precisam ser exorcizadas antes de iniciar qualquer prática ritualística. Em seguida novas energias elementais devem ser chamadas/invocadas para consagrarem o local, só que desta vez harmonizadas com a vontade do operador e do ritual em si mesmo. Note que o RMBP é apenas a primeira parte (purificação e consagração do templo) das 8 etapas do cerimonial de Alta Magia, conforme preconizado pela O.L.N. Nas vídeo-aulas do curso de Alta Magia da OLN existem vários exemplos de banimento, se preferir...


Fase 2 – As circumbulações tem como propósito atrair uma pequena parcela de poder. Por circum-ambulação entende-se o movimento circular que o magista deve realizar dentro do Círculo Mágico. Segundo Aleister Crowley, a “circumbulação realizada exatamente passando pelo Oriente é um dos melhores métodos para suscitar a força macrocósmica no Círculo”. Dirija-se até o quadrante oriental (leste) e, a partir desse ponto caminhe três vezes ao redor do templo, no sentido dos ponteiros do relógio. 


Cada uma das três circumbulações representa uma dimensão diferente de percepção interior (simbolizada pelas três dimensões físicas).


Você pode concentrar-se no ciclo do tempo enquanto dá as três voltas. 


Nesse caso você passa pelo nascimento físico no sul, alcança o nadir da vida física no oeste, passa pela morte física no norte e alcança o renascimento (ou zénite da vida interior) no leste, volta mais uma vez a nascer no sul, e assim por diante. As circumbulações reforçam o traçado do círculo mágico e podem ser realizadas com auxílio de sua varinha de poder (bastão mágico) ou punhal (athame) ou mesmo a espada cerimonial. Geralmente nas circumbulações o magista invoca os Santos Nomes de Deus que estão escritos no próprio círculo mágico (é preciso vibrá-los) ou, se preferir, vibra o nome divino hebraico relacionada a esfera sephirótica- planetária invocada. Pessoalmente eu costumo caminhar lentamente segurando a varinha de poder acima de minha cabeça, funcionando como uma antena receptora enquanto pronuncio os nomes de poder. Logo após as circumbulações é aconselhável posicionar-se de frente para o Leste (Oriente) e proferir uma Prece de Abertura. 


Fase 3 – A fase seguinte é a abertura real dos quadrantes, ou dos portais, e a invocação dos “espíritos auxiliares”, geralmente elementais. A abertura dos portais consiste de três etapas: gesto de abrir as cortinas voltado para quadrante (Leste, Sul, Oeste e Norte), traçado do pentagrama elemental correspondente e chamada ou evocação aos Reis Elementais (Paralda, Djin, Niksha e Gob) bem como os espíritos Elementais a eles relacionados. Trata-se de um ritual mais elaborado utilizado para evocar um Elemental, para consagrações de uma arma mágica (instrumento ritual como bastão, taça etc.) ou para outras operações mais complexas. Não é sempre necessário chamar os Reis Elementais para o círculo. A ajuda deles não é necessária quando você lança encantamentos, a não ser que seu encantamento tenha ramificações de grande projeção, ou seja perigoso. Não é necessário chamá-los para benzer uma casa ou para consagrar novos itens para o seu templo, entre outras práticas mais simples. 


Lembrando que desenhar o pentagrama de determinadas maneiras serve para evocar ou banir os espíritos e forças de qualquer elemento. 


O método de especial de desenhar o pentagrama não possui, em si, qualquer força inerente, agindo como uma chave psíquica que oferece um certo condicionalmente mental, sendo esta resposta condicionada construída depois de meses ou anos de meditação sobre as qualidades essenciais dos elementos que lhes permite a concentração ou dispersão.


Fase 4 – Depois da Abertura do Templo Elemental (as três primeiras etapas supracitadas) e antes da invocação da corrente astral, podemos defumar com incenso, que costuma ficar no quadrante meridional (fogo), ou pode ser guardado entre o sul e o leste (ar e fogo). Pode ser uma simples vareta de incenso ou um turíbulo improvisado; entretanto, se você dispõe de um verdadeiro turíbulo, você poderá saudar os quadrantes e também defumar os símbolos principais, especialmente o altar e as colunas (se o templo for completo). A defumação do Templo e Altar pode ser acompanhada de uma prece ou invocação. Na Magia Tradicional de Salomão a defumação é precedida do Exorcismo e Consagração do Fogo, onde se queimam perfumes ou resinas consagradas aos espíritos planetários relacionados a operação. Aliás como magista você vai trabalhar com fogo em 98% de seus trabalhos mágicos. Torna-se importante então precaver-se e exorcizá-lo para que não aconteça acidentes, principalmente em rituais onde existe maior necessidade de fogo do que o uso das velas comuns. Então a oração de Exorcismo do Fogo deve ser usada sempre que for usar o Fogo em maior quantidade, seja para a queima perfumes de oferendas, seja para dissolver lixos astrais, exorcismos de entidades trevosas ou como forma de sacrifício as Divindades ou Seres de Luz. Nas purificações rituais com o Fogareiro (de barro ou metal) pode-se usar a seguinte combinação para propósitos gerais: incenso de Igreja, Mirra, Alóes (babosa) ou Eucalipto, ou ainda uma fragrância planetária específica, que achar conveniente. Na nossa apostila Rituais de Proteção e Exorcismos o estudante encontra como Fabricar sua Água Lustral (inclusive hissopo) e como exorcizar e consagrar o Sal e a Água. Também encontra as melhores combinações de ervas para limpezas de ambiente.


Fase 5 – A invocação da corrente astral trata-se da ancoragem da egrégora protetora da loja ou templo. Uma corrente astral ou oculta é um conjunto coerente d crenças e práticas baseada em uma tradição histórica, como o druidismo, martinismo, templarismo ou nas revelações de um profeta pretensamente possuidor de uma autoridade sobrenatural como Aleister Crowley, fundador da religião de THELEMA. Em outras palavras é uma forma pensamento coletiva ou egrégora. A O.L.N. (Ordem do Lotus Negro) tem sua própria corrente oculta que pode ser invocada durante os rituais. Ao mesmo tempo que realiza a Invocação da Corrente Astral o magista pode invocar o Grande Mestre que representa para ele uma influência espiritual benéfica durante o ritual. O Grande Mestre é uma figura mitológica, ou lendária, que pode ser representativa das aspirações e intenções gerais dos trabalhos contínuos do templo. Salomão, Hermes, Moíses, Osíris, Ramatis, Apolônio de Thiana são exemplos. Pode ser também uma figura feminina como, por exemplo, Ísis, Palas Atena, Joana D'arc, Viviane, a Dama do Lago etc. A invocação do Grande Mestre pode ter a forma de uma invocação escrita na forma de um cumprimento, ou pode ser apenas a vibração do nome do Grande Mestre, que atua como um Istha Devata* (divindade ou mestre tutelar) do magista e protetor geral do Templo.


Fase 6 – Efetivado o contato com a Corrente Astral e o Grande Mestre (ou Grande Mestra), o magista deve prosseguir com a declaração de propósitos. A declaração de propósitos (ou de intenção) tem a finalidade de focar a vontade do magista nos objetivos que ele deseja atingir com a egrégora trabalhada. É o momento que ele firma seu verbo (palavra) no astral e declara a intenção de sua operação mágica. Dito em outras palavras um ritual deve ter uma causa ou não terá significado. Causa significa apenas responder a pergunta “Por que está realizando este ritual?”. Pode ser para celebrar o equinócio da primavera, atrair um emprego novo, consagrar talismãs ou um ritual para obtenção de coisas/objetos. Um novo emprego ou um livro raro, por exemplo. Seja o que for tem que ser declarado em voz clara e firme, sem ambiguidades. Uma forma de declaração de propósito simples em um ritual de consagração para um talismã do Sol pode ser: 

“Eu declaro este templo aberto nos mistérios de (nome do grande Mestre). 

Hoje o nosso (ou meu) trabalho será a consagração do Talismã do Sol.”


Fase 7 – A sétima fase é o clímax do Cerimonial de Alta Magia e representa a síntese de todo esforço realizado até aqui. Ela aglutina todas as invocações, evocações, conjuros, preces e orações destinadas a realizar (ou manifestar) o desejo do magista. Todo o cerimonial mágico gira em torno da operação mágica em si. Assim uma operação mágica é um conjunto de ações rituais conduzidas com o objetivo de realizar um desejo, como a invocação do Santo Anjo da Guarda. Uma operação mágica pode ter um objetivo mais mundano como atrair atenção do sexo oposto, cura e ganhos financeiros. Você notará que todo cerimonial conduz naturalmente a um pico de intensidade, uma catarse. A catarse ou libertação do poder mágico é o auge do ritual. Acompanha-se geralmente por uma liberação emocional e, nalguns tipos de magia, por um clímax físico. Mantenha este momento o mais que puder, o que será por cerca de trinta segundos, raramente mais do que isso. Há então uma pequena pausa, quando todos, inclusive as entidades convidadas, podem recuperar o fôlego. Depois tudo vai se acalmando até o encerramento. Todo cerimonial de Alta Magia possui uma lógica interna e obedece a uma sequência de eventos que se desenrolam naturalmente, visando oferecer as melhores condições para o magista obter sucesso na operação.


Fase 8 – O encerramento (ou fechamento) consiste primeiramente em agradecer aos seres dos Níveis Interiores que estiveram presentes. É o momento de encerramento e da despedida das forças invocadas ou evocadas. Dito de outra forma é a desconexão psíquica com a egrégora, geralmente planetária, ao qual os seres espirituais pertencem*. No caso dos Rituais de Alta Magia no fim da cerimônia, quaisquer que sejam os resultados (ou aparente ausência de resultados), agradeça aos mestres, aos arcanjos, as falanges angélicas menores e a quaisquer outras entidades que foram convocadas na cerimônia. Se o magista trabalhou com evocação mágica ele deve proferir “a Licença para Partir” para que os daemons ou elementais retornem às suas esferas de origem. Sempre ofereça-lhes uma bênção antes de lhes dar permissão para partirem. 


Entretanto, caso o magista tenha invocado apenas inteligências superiores (mestres, anjos, deuses etc.), “a Licença para Partir” é desnecessária mas o agradecimento e o Fechamento dos Portais continua sendo necessário.