quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A Bíblia Satânica


Uma vez que a Church of Satan começou a ganhar atenção de imprensa internacional, os repórteres locais começaram a ficar preocupados. A Imprensa local de São Francisco gostava de tratar Anton como uma excentricidade maluca – caçador de fantasmas, feiticeiro, dono de animais de estimação raros como leões e leopardos, mas ele já não era mais tão engraçado quando começou a tornar-se famoso como um internacionalmente conhecido Satanista. As pessoas estavam começando a levar o satanismo a sério demais, longe demais e isso era preocupante para quem não estava preparado.

Os eventos estavam cada vez mais cheios de gente, ele tinha um espaço fixo na imprenso local com uma coluna no "Insider" e cartas de todos os continentes lotavam sua caixa postal. A primeira missa Negra registrada, antecedendo algumas décadas o movimento do Black Metal foi gravada na Church of Satan em 1968 antes mesmo da Bíblia Satânica ser editada. Dentre a enxurrada de aparecimentos de LaVey no rádio e na televisão entre os anos de 67 e 74 uma performance particularmente memorável foi a de um elaborado ritual gravado para o sétimo aniversário de Johnny Carson’s 7th show, de forma a atrair sucesso para o ano seguinte.

Em 1969 o número de membros já tinha crescido para 10 mil membros no mundo todo e LaVey decidiu que estava na hora de deixar muito claro o que era e o que não era satanismo. Foi por esta razão que ele decidiu publicar o seu maior, mais diabólico, e mais blasfemo trabalho até então, algo que servisse para unir esta nação que se formava: surgia a "The Satanic Bible" (A Bíblia Satânica).

Este livro tornou-se no pilar da Church of Satan e para todos os grupos de satanismo moderno posteriores. Sua principal intenção era a de servir como um guia prático para qualquer pessoa que decidisse viver o satanismo, mesmo que isoladamente das instituições formais que haviam sido criadas. Conforme disse Blanch Barton em sua “Carta à Juventude Satânica”:

“Tudo o que você precisa fazer para se tornar um satanista de verdade e começar a viver como um. LaVey escreveu sua Bíblia Satânica de forma que as pessoas possam ler e aplicar em suas próprias vidas. Muitas pessoas que escolhem se tornarem membros fazem disso um ato simbólico para eles mesmos, para alinharem-se e apresentarem-se formalmente com o seu novo estilo de pensamento. Um ato para formalmente aceitarem e mostrarem que podem suportar esta filosofia e caminho de vida. Esta é uma opção totalmente pessoal – nós não solicitamos membros. Mas alguns membros quando entram geralmente querem mostrar que estão certos em suas escolhas, e que sabem o suficiente sobre satanismo moderno. Saiba porem que para se tornar um satanista efetivo e verdadeiro basta praticar e defender os conceitos satânicos em sua vida. “

Neste sentido não há livro melhor para a compreensão destes conceitos do que esta obra seminal de LaVey. Ela foi produzida por um custo mínimo de modo que o preço final de apenas cinco dólares fosse acessível para qualquer pessoa. Tornou-se instantaneamente um sucesso de vendas, especialmente nos campus universitários da Califórnia onde no seu auge chegou a ser mais vendida do que a Bíblia cristã numa proporção de 10 para 1. Adornado com um pentagrama na capa o livro abre com as nove declarações satânicas nas quais LaVey buscava condensar o pensamento e o modo de vida satânico. Sobre estas declarações havia o antigo símbolo usado pelos altos de fé da inquisição como bandeira nas portas das cidades e da mesma forma que alertava os forasteiros, o símbolo alertava agora os leitores: Aqui há bruxas.

O livro em si foi dividido em quatro partes:

O Livro de Satan, uma declaração versificada do pensamento satânico. De fato, descobriu-se ser um plágio da obra “Might is Right” de Ragnar Redbeard, na qual ele exalta um darwinismo social da lei do mais forte.

O Livro de Lúcifer, uma série de ensaios filosóficos onde foi apresentado o pensamento de LaVey sobre diversos assuntos práticos. Envolvia temas como ateísmo, materialismo, jogos sociais, indulgência e liberdade sexual.

O Livro de Belial, a base teórica daquilo que Anton chamou de magia materialista.

O Livro de Leviatan, que abria para o público geral todas as invocações e recitações usadas pela Church of Satan em suas cerimônias satânicas.

A Bíblia Satânica foi por muitos anos a única publicação oficial da Church of Satan até o aparecimento de seu complemento ritualístico “The Satanic Rituals” editado em 1972. Seguiu-se também a publicação do "The Compleat Witch" em 1970, livro que algumas pessoas dizem ter sido originalmente escrito por Zeena LaVey e que mais tarde foi revisto e re-editado sob o nome "The Satanic Witch", E por fim sua os obras tardias “The Devil’s Notebook” de 1992 e "Satan Speaks" de 1997 publicado poucos dias após seu falecimento.

A Bíblia Satânica chamou ainda mais atenção do público e artigos eram publicados no mundo todo. Jornais de toda parte enviavam seus repórteres para descobrir o que havia de tão especial naquele feiticeiro moderno de São Francisco. Lavey e a Church of Satan saíram dos tablóides para ganhar as capas de revistas famosas como Cosmopolitan, Time e Seventeen aparecendo inclusive como destaque de um ensaio fotográfico da Look. Um dos primeiros artigos escritos sobre o Alto Sacerdote de Satan foi um escrito por Shana Alexander em sua coluna “The Feminine Eye” em fevereiro de 1967, na revista Life. As fotos de Wax tiradas de LaVey foram exibidas em diversos museus ao redor do globo, inclusive no mundialmente conhecido museu de cera de Madame Tussaud.

A revista Newsweek dedicou dois artigos de capa sobre LaVey. O primeiro em agosto de 1971 entitulado: “Evil, Anyone?,” levantava a questão dos “Crimes Satânicos” dos quais Anton havia sido acusado desde o inicio. A resposta do Papa Negro foi a de que o satanismo se desenvolve em dois círculos diferentes, um grupo elitista, que era o objetivo da Church of Satan e um grupo de pessoas que se tornam satanistas para fazerem aquilo que não tem coragem de fazer por si mesmos.

Graças aos altares de mulheres nuas não foram poucas as revistas masculinas querendo falar sobre a Church of Satan como uma desculpa perfeita para expor as fotos interessantes aos seus leitores. A vasta maioria das matérias limitavam-se a descrever os antigos mitos do diabo e das orgias satânicas com exceção de algumas matérias escritas por Burton Wolfe, que eventualmente escreveu a primeira biografia de LaVey em 1974. Wolfe juntou-se a Church of Satan em 1968 quando segundo ele: “LaVeu ainda estava em seu período de brincadeiras. Os rituais e festas na Black House eram cobertos de diversão e humor, e eu certamente me diverti participando do grande espetáculo do diretor daquele grande hospício de Loucura e Lógica.” Wolfe continuou escrevendo e estando profundamente interessado em LaVey até o início da década de 80 quando largou a Church of Satan por estar se sentido envolvido naquilo que chamou de “corrompida e vingativa organização cripto-facista”

Contrastando com a intensa curiosidade da mídia em relação a Church of Satan na década de 60, LaVey assistiu nos anos 70 um gradual medo da imprensa em relação a assuntos politicamente incorretos e um eventual cessar da postura de mente aberta que se seguiria até os anos 80. Em 1984, LaVey cometou que era natural esta postura agora que estava claro que o satanismo não era uma simples brincadeira ou revolta infantil. Disse ele:

“Se o verdadeiro satanismo fosse colocado na televisão da mesma forma que o Cristianismo é agora, e com a mesma paciência por parte dos repórteres com que as figuras esportivas são encaradas a cristandade poderia ser eliminada em poucos meses. Seria muito perigosos se fosse permitido as pessoas ver a completa e imparcial verdade, mesmo que por somente 60 minutos. Não haveria qualquer comparação.”

O Bebê de Rosemary

Enquanto incomodava mais e mais o grande público, a influência de Anton LaVey na cultura popular chegava ao seu ápice. O envolvimento com Marylin Moroe e Jayne Mansfield não foram os únicos casos de ligação dele com Hollywood. De Sammy Davis Jr. à Marilyn Manson, ao longo dos anos houve um bom número de satanistas declarados ligados ao showbiz, contudo em nenhum momento esta relação foi tão forte quanto em 1968 no filme de Roman Polanski, o bebê de Rosemary, que marcou para sempre esta fase de ouro da Church of Satan.

LaVey, além de ter interpretado a rápida aparição do Diabo no filme, serviu como consultor para diversos aspectos da produção como especialista em cultos satânicos. O filme foi, no final das contas um registro fidedigno e ao mesmo tempo metafórico do nascimento da Church of Satan e do satanismo como um todo. LaVey chegou a dizer que o Bebê de Rosemary foi para a Church of Satan, o que “O Nascimento de uma Nação” foi para a Ku Klux Klan.

Na estréia do filme em algumas salas de São Francisco cartazes de filiação da Church of Satan repartiam o corredor com os cartazes publicitários do filme. Tirando vantagem de sua visibilidade como Alto Sacerdote, LaVey mandou distribuir pequenos bottons negros nos quais estavam escritos “Pray for Anton LaVey,” em proposital similaridade aos itens promocionais do filme onde se lia. “Pray for Rosemary’s Baby”.

Em outras palavras, um satanista que não assistiu esse filme é como um nazista que nunca assistiu o 'Triunfo da Vontade'. O Bebê de Rosemary trata da história de um casal em que o marido para auferir fama como ator, firma um pacto com o diabo através da seita dos vizinhos bruxos, de forma a permitir a vinda do filho de Satã através de sua mulher. Tanto no filme, quando no livro que lhe deu origem (escrito por Ira Levin), o Ano Um, que marca o nascimento do filho de Satã é 1966 que é justamente o ano de criação da Church of Satan.

LaVey sempre relembrou a reação do público no final do filme na qual ficou claro que os Satanistas não tinham qualquer intenção de ferir, molestar ou machucar a criança, como todos esperavam, mas somente glorificá-la como filho de Satã. Algumas pessoas ficaram realmente enfurecidas, vaiando a película em desaprovação geral quando o enredo chegava ao fim. Disse LaVey:

“Algumas vezes a realidade do satanismo é mais aterrorizante para as pessoas do que suas fantasias a respeito do que ele deveria ser. Pela primeira vez, eles estão sendo confrontados por um Diabo que responde as suas acusações.”

Lamentavelmente, Polanski perdeu sua esposa grávida de oito meses, Sharon Tate (a atriz principal do filme) e mais quatro outros amigos na mão de Charles Mason e sua “família” que inspirados pela música “Helter Skelter” dos Beatles invadiram sua casa e assassinaram a todos, menos de um ano após o lançamento em 9 de agosto de 1969.  E as coincidências não param por ai O Bebê de Rosemary foi filmado no The Dakota Building, prédio no qual John Lenon futuramente viveria (e seria assassinado!).

Além de “O bebê de Rosemary, houveram outros dois filmes de menor circulação sobre LaVey e a Church of Satan ou feitos com a ajuda deles. Um extensivo documentário sobre a organização intitulado Satanis, a Missa Negra, rodou pelos Estados Unidos no início dos anos 70, e era freqüentemente vendido com ingresso duplo para a seção de Invocation of My Demon Brother de Kenneth Anger, na qual LaVey também aparece.

Os trailers do filme mostravam um sinistro semblante de LaVey, rituais sexualmente sugestivos e promessas de cenas de sangue. O crítico William Castle chegou a escrever sobre o filme que “Satanis é o mais pertinente e talvez o mais chocante filme de nosso tempo. Mas definitivamente não é um filme para qualquer um. Se você escolher não assisti-lo, nós vamos entendê-lo.”

Hoje em dia Satanis tornou-se um clássico do cinema underground e suas cenas são freqüentemente parte de documentários sobre bruxaria e satanismo até os dias de hoje. Ele foi um bom tempo o único registro dos rituais da igreja disponível para os produtores de TV. Somente em anos recentes seu conteúdo foi complementado pelo documentário 'Speak of the Devil: the Cânon of Anton LaVey', dirigido por Nick Bougas. Foram feitos ainda alguns outros documentários internacionais como o produzido na Alemanha por Florian Fuertwangler e o francês dirigido por Victor Viças. De distribuição restrita estes mal saíram de seus países e sequer chegaram ao público americano.

Satanismo Anos 70

Os anos 60 haviam terminado e algo com certeza deu errado. Aquele que parecia ser o mais forte movimento jovem e popular, que pregava paz e amor simplesmente desapareceu. Enquanto os hippies choravam e esperneavam com fim do sonho da era de aquário tal como entendiam, novas mudanças pareciam tornar o mundo mais sombrio. A maior potência do mundo percebia que sua guerra contra um bando de ninguém num fim de mundo oriental estava chegando a um fim humilhante. Aquela nova era brilhante que as crianças das flores pregavam era substituída por uma guerra fria com a União Soviética. E toda a esperança por um futuro melhor era substituído pela noção clara e fatídica de que alguns países possuíam o oder para aniquilar totalmente o planeta e tudo o que vivesse em sua superfície se assim desejassem.
Não é surpresa alguma que fosse esta nova década aquela em que o Satanismo deixou de ser mera curiosidade e ofensa para se tornar uma das religiões mais populares de todas. Afinal, com as sombras se avultando sobre o futuro, ninguém mais queria esperanças vazias, parecia que o mundo começava a dar valor ao aqui e agora.

Com 'O Bebê de Rosemary' o Diabo chegava triunfante aos cinemas e logo filmes como 'O Exorcista' e 'A Profecia.' também cativariam o público. As rádios populares falavam sobre o Inferno e demônios, primeiro com "Black Sabbath" e depois com "AC/DC"

Satã estava sob os holofotes com o crescimento da Church of Satan.

Nesta altura já haviam sido estabelecidos diversos grottos (organizações locais de satanistas) por todo o mundo, ligados à instituição e LaVey tentou fazer visitas papais a todas eles, conforme podia, sempre seguido de muita pompa e cerimônia. LaVey começou a admitir que sua situação estava se tornando um tanto quanto incomoda para ele:

“Tornou-se motivo de embaraço depois de um tempo. Mal eu colocava os pés para fora do avião e já havia aquela multidão de desconhecidos vestidos com capuzes pretos e medalhões com o símbolo de baphomet. Eu estava tentando apresentar uma nova cultura e uma imagem sóbria, mas a idéia deles de protesto era chocar as pessoas usando suas roupas na lanchonete mais próxima.”

LaVey tinha o costume de imprimir publicamente seu telefone e endereço pessoais nas peças publicitárias da Church of Satan e dava livre acesso aos repórteres e às coordenadas de como entrar em contato com ele. Na verdade uma das táticas preferidas de LaVey era imprimir notas de dólar com a propaganda da Igreja no verso, para então soltar na rua para o povo achar que era grana, seguir seus interesses pessoais e pegar o material da única Igreja que não os condenaria por isso.

Agora, pregar o bom-senso não significa atrair pessoas de bom-senso para ouvir o que você está dizendo. E logo as pessoas que não desejavam pensar por si próprias, mas apenas seguir algo começaram a se avolumar. LaVey buscava dragões e como efeito colateral conseguiu atrair enxames de mariposas que apenas se sentiam atraíadas pelas chamas - começavam a surgir os primeiros fanáticos satânicos.

Devido ao fanatismo cego e principalmente às constantes ameaças e agressões que recebia de terceiros, começaram a ocorrer alguns problemas de segurança para LaVey e sua família; Anton achou que devia cortar com as relações públicas e por volta de 1970 todas as palestras e rituais públicos conduzidos por ele deixaram de existir. Foi a época em que Anton tentou se proteger da armadilha que sua própria popularidade havia criado.

“Eu só queria que a Church of Satan fosse honesta, aberta e livre. Eu tinha um sonho de trabalhar em casa como muitos de meus amigos, artistas e escritores faziam. Eu era movido pelo prazer de sair da cama e ter o trabalho esperando por mim, sem ter que pegar o carro e dirigir até algum escritório. Eu ainda acho isso algo bastante razoável de se desejar, mas na época eu não entendi o quão traiçoeiras as pessoas podem ser.”

Algo irônico, vindo de alguém que sempre advogou a bestialidade humana.

Em 1972, todas as cerimônias semanais realizadas na Black House cessaram também. A organização e realização de atividades satânicas passaram a ser responsabilidade dos Grottos, enquanto que o Grotto Central (como a Black House passou a ser chamada) passou apenas a supervisionar, aprovar e guiar os membros ativos da Church of Satan.

Nos anos seguintes, LaVey concentrou suas energias em seus próprios projeto, ao invés de se preocupar com a publicidade da sua Igreja ou em ministrar seu sempre crescente numero de acólitos. Conforme disse na época, era hora de “parar de agir satanicamente e começar a praticar o Satanismo”. A Church of Satan já havia causado o impacto desejado no mundo, e LaVey queria encorajar os satanistas a seguirem novas direções, suas próprias direções. O período das atividades da Black House foi relativamente curto mas durou o bastante para causar um dano irreparável nas religiões estabelecidas e na imagem que sempre havia sido feita de como o Satanismo deveria ser.

“Depois do grito inicial, não há mais necessidade de nos dedicarmos a rituais públicos e missas católicas invertidas. A Cristandade está se tornando mais fraca a cada dia e ultrajá-la hoje é como chutar um cachorro morto. O mundo está repleto de outras vacas sagradas para serem atacadas e é isso o que mantêm o Satanismo vivo.”

Em 1975 houve uma grande reorganização na Church of Satan e aqueles poucos que eram contraprodutivos para os planos de LaVey, e que estavam mais interessados naquilo que Anton chamou de “Satanismo Fase Um” (i.e rituais grupais de blasfêmia e uma estrutura rigidamente limitada), foram proscritos. Esta atitude intensamente elitista foi necessária depois que Anton viu sua criação degenerar em um “Fã-Clube do Diabo” onde os mais fracos e menos inovadores membros roubavam o tempo e atenção que por direito deveriam ser dos membros mais produtivos e verdadeiramente mais satânicos.

LaVey sentiu que se não colocasse ordem na casa, a Church of Satan logo se tornaria um simples Clube do Mickey com um par de chifres usados no lugar das orelhas redondas. Sua intenção era agora tornar seu grupo em uma organização realmente interessada em desenvolver uma nova forma de viver e de pensar e assim deu início a uma vasta “limpeza” em sua casa, expulsando todos aqueles que sentia estarem obscurecendo o verdadeiro destino da Igreja de Satã. O sistema de grottos persistia, mas já não era mais diretamente dirigido pelo Grotto Central. Esta elitização foi certamente à coisa mais acertada que LaVey poderia fazer.

Infelizmente um de seus maiores acertos no rumo do Satanismo foi então seguido, na minha opinião, pelo maior de seus erros...

Para medir quem era ou não a elite LaVey usou o parâmetro do sucesso material, de modo que logo a Church of Satan tornou-se uma excentricidade para pessoas ricas, muitas das quais só tiveram sucesso graças à heranças, desempenho e esforços de seus pais - estes sim, os verdadeiramente satânicos. Ao mesmo tempo em que LaVey tornou-se mais seletivo, tornou-se mais inacessível e parou de dar entrevistas a imprensa.

Anton praticamente só contatava seus grottos através da revista: "The Cloven Hoof" que era o informativo oficial da Church of Satan. Quando a "Cloven Hoof" deixou de ser publicada em 1988, outras publicações satânicas, com destaque para "The Black Flame" (A Chama Negra), e “Not like Most” aproveitaram o legado que a "Cloven Hoof" deixou. As portas da Black House também não estavam mais escancaradas para qualquer um que quisesse participar de uma palestra e graças a esta interrupção abrupta das atividades começaram a aparecer boatos sobre o fim da Church of Satan e mesmo sobre a saúde de Anton LaVey.

Morbitvs Vividvs