quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Canalização de Babalon

 

Os Irmãos da A :. A:. são Mulheres…”

– Aleister Crowley, O Livro das Mentiras.

Uma Nota sobre Gênero e Sexualidade

Embora os termos Mulher Escarlate e Babalon se refiram tradicionalmente a correntes canalizadas exclusivamente por mulheres biológicas, não encontro razão convincente para que assim seja, e acredito que em nosso estado atual de evolução psicológica e espiritual, nossas únicas limitações em quais energias somos capazes de experimentar, explorar e incorporar, são nossas próprias imaginações. Portanto, tentei expressar as seguintes ideias em termos de gênero neutro. Onde eu falhei nisso reflete apenas as limitações de minha própria imaginação, e não as limitações da alma humana como ela busca a si mesma. Espero que todos os leitores, independentemente do gênero, encontrem aqui inspiração para seus próprios caminhos criativos.

O CAMINHO:

Trilhar o caminho de BABALON é buscar permitir-se experimentar a existência como pura sensação, suspendendo juízos de valor de prazer-dor, bem-mal, atrativo-repulsivo pelos quais comumente limitamos e definimos nossa experiência humana cotidiana. Percorrer o caminho de BABALON é procurar se permitir ceder totalmente às sensações de prazer e desejo no encontro com todas as facetas da existência, sem medo da dissolução do “eu”. Trilhar o caminho de BABALON é permitir-se a liberdade de iniciar a paixão, dentro dos outros, dentro de si mesma.

Entre as quatro faces da deusa – Donzela-Ninfa-Guerreira-Anciã – Babalon é a Guerreira. Babalon é aquela indivídua de poder que está aberta e consciente e em contato com sua sexualidade mágica, mas não é definida por nenhum outro indivíduo, apenas por sua própria Vontade de experimentar a existência. Ela/Ele é aquela indivídua capaz de representar a deusa na canalização do amor incondicional total do universo por todas as coisas na criação – independentemente da beleza ou feiúra percebida, atratividade ou repugnância, sexo ou idade, ou reações emocionais pessoais. Segura em si mesma e em seu poder mágico, aquela que trilha o caminho de BABALON é livre para ceder totalmente ao desejo – os desejos dos outros assim como os seus próprios, mas mantendo sua integridade pessoal, independência e poder.

Capaz de abrir suas sensibilidades aguçadas para uma consciência da existência como pura sensação, Babalon é a adepta tântrica, com todos os poderes que isso implica. Babalon funciona como skryer (vidente), como médium psíquica e voz oracular, na voz de seus próprios sonhos de realidade, e não dos de outro. Como Guerreira, aquela que trilha o caminho de Babalon trabalha ativamente pela transformação positiva da cultura e da sociedade, em um papel de liderança, e através da aplicação de coragem, vontade, criatividade, amor e, acima de tudo, a Voz Feminina.

TÉCNICAS PARA ENCONTRAR O OUTRO, TÉCNICAS PARA ENCONTRAR O EU:

a) “Tome o que eles dão.” Em cada encontro em sua vida diária, tome o que o outro lhe der. Se eles estão com raiva, aceite isso. Se eles estão tristes, deixe isso passar para sua consciência. Se eles estão sexualmente atraídos por você, deixe isso entrar em seu campo de energia também. Não importa qual seja sua reação pessoal normalmente, seja medo, atração, tédio, repulsa, aceite o indivíduo diante de você sem julgamento. Absorva as energias deles em você tocando-os levemente no ombro, pegue a mão deles na sua, deixe a essência fluir dos olhos deles para os seus. Irradie de volta para eles tanto amor quanto aceitação. Perceba que isso não tem nada a ver com suas reações “pessoais”, mas é a canalização de Babalon quando ela toca a esfera humana.

b) Como extensão do que foi dito acima, imagine fazer sexo com todos que encontrar, sejam atraentes ou não, velhos ou jovens, independentemente do gênero e dos tabus sexuais tradicionais. Continue esta prática até ser capaz de imaginar tais encontros sem excitação, repulsa, culpa, vergonha ou medo. Tendo perdido o poder de todas essas emoções sobre você, você terá desenvolvido bondade e tolerância pelas diferenças dos outros, pois amamos o que mais se parece conosco.

c) Dissolva as fronteiras do ego através do momento do “beijo”. Nesse momento inefável, as fronteiras entre si e o outro se confundem. Prolongue este momento até sentir uma energia e consciência diferente de “você mesma” se mover através de você. Beije uma planta. Beije um objeto inanimado, como uma pedra, um carro, um lápis, seu athame. Beije um animal. Beije outro ser humano. Ao fazê-lo, você irá para aquele momento do beijo, fundir suas essências interiores e aprender algo do ser do outro, esteja avisado que o outro, por sua vez, terá tirado uma parte de você também.

d) O espelho: lugares de troca. Usando sua imaginação, olhe nos olhos de outra pessoa até que você “se torne” essa pessoa, olhando para si mesma que assim se tornou “o outro”. Isso pode ser muito intenso, até mesmo perturbador para ambas as partes. Quando bem-sucedido, há um lampejo de união com o outro que é um fluxo de puro amor universal , um alcance e identificação com eles, pois todo amor é união com o que desejamos, com o que absorvemos em nós mesmos. Para as aventureiras: tente isso com alguém que você não gosta, ou alguém com quem você está com raiva.

e) Espelho, espelho meu. Olhe para o seu reflexo no espelho até que ele não seja mais familiar para você, até que a face se torne a do outro olhando de volta. Irradie bondade para aquele outro no espelho, dê-lhe sua aceitação, deixe seu amor fluir por ele e então retorne como ele é novamente refletido de volta para você.

f) “Monogamia Mágica”. Quando buscamos a musa da inspiração via união com o outro, encontramos essa dificuldade: a musa está dentro de nós, não o outro. Nenhum indivíduo pode, portanto, nos dar o que já não possuímos dentro de nós mesmas. No entanto, podemos encontrar nessa primeira emoção de um novo amante a faísca que acende a inspiração indescritível que buscamos – pelo menos temporariamente. No entanto, se alguém persistir na prática tântrica com um determinado indivíduo, há um aprofundamento do poder à medida que as máscaras são retiradas. Em vez de se tornar familiar e entediante, há um ponto em que o amante se torna totalmente misterioso, totalmente OUTRO – e, portanto, um canal transcendente de força mágica criativa.

MAGIAS DO ORGASMO:

Orgasmo é energia. Movimentos rítmicos voluntários do corpo e da respiração constroem padrões de energia, induzindo respostas primárias profundas no corpo e na psique. No momento do orgasmo, o senso de “eu” pessoal amplia seus limites, fundindo-se com o fluxo vital do universo, a mente e o corpo brilhando com mil alfinetadas de energia e luz dançantes. O orgasmo cria um portal para outras dimensões. Onde a pessoa comum simplesmente perde a consciência de si mesma, adormecendo feliz, a adepta tântrica cavalga a corrente da descarga orgástica para os mundos astrais, onde acessa realidades criativas onde o poder de querer uma coisa é suficiente para fazê-la assim.

Orgasmo Respiratório – Em seu templo ou sala do santuário, estabeleça um ritmo respiratório. Visualize a força vital ao seu redor como brilhantes pontos de luz dançantes. Respire esta luz em seu corpo; permita-se experimentar o oceano circundante de energia vibratória no qual nadamos constantemente e do qual derivamos nosso ser. À medida que o ritmo da respiração se estabelecer, você se aprofundará cada vez mais em um estado meditativo; sua consciência se acalmará, tornando-se lúcida e clara. Experimente cada uma das seguintes práticas até que surjam sensações físicas distintas, que indicam sucesso:

Imagine que você está inspirando e expirando, não pelo nariz ou pela boca, mas pelos ossos das pernas; respire pelos ossos dos braços.

Respire pelo topo do crânio, continuando até que sua mente se expanda, abrindo-se para o universo.

Respire pelos poros de sua pele, até que seu corpo se sinta limpo, inteiramente vivo e aberto à sensação.

Respire energia da base da coluna até o topo do crânio. Respire a energia de volta de sua cabeça para a base de sua coluna, seu corpo ficando carregado de energia e luz enquanto você respira a corrente de energia para cima e para baixo em sua coluna.

Respire energia para cima e para fora pelo topo de sua cabeça, depois para baixo e ao redor de seu corpo, aparecendo como o azul brilhante de sua aura protetora, crescendo no azul brilhante do círculo que o envolve em seu espaço sagrado, um círculo que se torna mais brilhante, mais vital a cada respiração.

Respire através dos sete centros vitais dos chakras, cada um por sua vez, despertando-os para vibrar com luz viva.

Orgasmo Corporal: Exercício Tântrico da Árvore da Noite – Em comunhão com o Anjo do seu Eu Superior, leve-se ao orgasmo, sem ansiedade, sem culpa. Registre suas visões.

Orgasmo através da base da coluna – Malkuth. Aqui experimentamos o poder da troca de energia tântrica; o poder de destilar o elixir transformador à medida que os semioquímicos dos kalas sexuais fluem do corpo, e a Chuva Prateada de Nuit cai das estrelas.

Orgasmo através do centro abaixo do umbigo – O Nó de Brahma. Aqui nos conectamos com o poder pessoal, experimentando o Ch’i como tentáculos de luz, irradiando, alcançando objetos de atenção e desejo. Somos capazes de “ver” a nós mesmas e a outros humanos como ovos luminosos brilhantes, nós de luz interconectados, vórtices de senciência que pulsam com o ritmo da vida.

Orgasmo pelo umbigo – Yesod. Aqui experimentamos o poder do fascínio e do encantamento, da imaginação inflamada pelo desejo; o poder de criar ilusões, de criar nosso próprio universo – seja o céu, ou seja o inferno. Aqui experimentamos a “suculência” da vida, sua riqueza e a sensualidade inerente a tudo o que flui: emoções, rios, sangue.

Orgasmo através do diafragma – Véu de Paroketh/Nó de Vishnu. Aqui encontramos o poder da fala em silêncio: o poder da invisibilidade: o poder do sudário. Aqui encontramos a capacidade de entrar nas dimensões externas através do buraco negro cosmológico do espaço interestelar, que é a matéria colapsada sobre si mesma pelo poder da atração interna.

Orgasmo através do coração compassivo – Tiphareth/As Encruzilhadas. Aqui encontramos o poder da invisibilidade, o poder de entrar no corpo, no coração e na mente do outro. Aqui experimentamos a realidade do Eu como nada mais do que um Vazio sem Ego.

Orgasmo através da área da garganta – Nó de Shiva/Daath/Entrada para o Universo B e os Túneis de Set. Aqui experimentamos o poder do xamã, da mudança de forma, o poder da transmutação consciente da célula primordial. Aqui nós tocamos e experimentamos a combinação masculino-feminino/feminino-masculino existente como possibilidade nascente dentro de nosso próprio corpo de luz. Aqui também percebemos passado-presente-futuro como existente no Agora.

Orgasmo através do terceiro olho – Binah/Chokmah de pétalas gêmeas no centro da testa. Aqui experimentamos o poder de entrar no Tempo do Sonho; deixar o corpo à vontade. Aqui está o poder de exteriorizar, objetivar e universalizar nossa concepção interna, subjetiva e altamente pessoal da realidade. Aqui também está o poder de proferir as ‘palavras de nascimento’ do Mestre do Templo.

Orgasmo através da coroa da cabeça – Kether / Sahasrara Chakra de mil pétalas – elevando a kundalini pela espinha, permitindo que a consciência flua através do topo do crânio para o universo em explosão, a chuva de estrelas em constante expansão. Aqui experimentamos a luz e a energia das Estrelas acima como fonte de inspiração e sustento espiritual, a semeadura de nossa raça; e acessar o poder da viagem no tempo transdimensional e interselar.

Orgasmo por todos os poros do corpo. Aqui experimentamos os pontos de interconexão da luz cantante que cobrem a carne viva, sentimos os nadis vibrantes do corpo sutil, pequenas picadas de luz que são as bênçãos dos kalas das estrelas quando chovem das dimensões transplutonianas. Aqui experimentamos o universo vivo com estrelas multicoloridas rodopiantes e pulsantes. Aqui encontramos o poder de chamar os Grandes Antigos, viajantes atemporais, os deuses que estão sempre retornando, espiralando do passado e do futuro em um agora eternamente desdobrado.

TANTRA DA TERRA E DO CÉU:

Com os braços erguidos, respire sol, lua e estrelas. Alcançando-os, deixe a energia deles fluir através de você. Experimente sua bênção como um beijo prolongado.

Colocando as mãos sobre a terra (se dentro de casa, o chão, mas visualizando a terra), envie energia orgásmica fluindo para o corpo que tudo aceita da terra. Experimente a bênção de Seu amor abrangente como uma abertura profunda do coração para a quietude, o silêncio, a paz.

Liber Hermafrodito

 

Trata-se este de um Líber Classe D (Instrução e Ritualístico), a ser empreendido por duas pessoas (podendo ser da mesma polaridade sexual ou não) em um Rito de Matrimônio ou Enlaçamento.

Qualquer pré-conceito quanto ao vocábulo matrimônio que remeta ao sentido matrimonial osiriano é descabido, estando este matrimônio muito mais em um Estado “mezzo” isiânico e “mezzo”  horusiano. Além de que,qualquer nota de ojeriza e desgosto por qualquer aspecto do Ritual mostra que sua Consciência ainda não gerou Seth e não assasinaste Osíris para que Hórus renacesse,e portanto não estás preparado para fazer tal ritual.

Parte A: Solis e Luna
É mais lúdico e interessante que este Ritual comece a ser empreendido no entardecer e prolongue-se ao longo da Noite.

Que aqueles que realizarão o Rito mostrem-se  desnudos, perante o outro e durante todo o ritual isto será uma Realidade.

Por fim,o Homem (ou aquele que achar-se-á no papel de Hadit ao longo do Rito)deve banir os quadrantes Norte e Sul e a Mulher(ou aquela que achar-se-á como potencial Nuit ao longo do Rito)deve banir os Quadrantes Leste e Oeste. A forma de ritual de Banimento deve ser escolhida em sinestesia e empreendida igual por ambos,é aconselhável utilizar-se o Ritual Gnóstico do Pentagrama(vide “Líber KKK” de Peter Caroll) ou Ritual do Pentagrama Inverso, pois ambos são céleres, simples e enormemente eficazes ao serem feitos.

Ambos após isto,vão até o centro dos Quadrantes e fazem o Círculo da Quadradura(empreendem o seu Alambique Mágico no Astral e no Campo Real). Dando as mãos estes devem traçar o Círculo da Esquerda para Direita em comunhão.

Estes por fim devem acender no Espaço dito e reservado como Altar(este localizado ao Sul)duas velas negras e uma branca(representando a inerência e supremacia do Caminho da Mão Esquerda neste rito).

No altar ou na área destinada ao mesmo,acende-se dois incensos que representem dualidade e opostos complementares.O Incenso Indiano do Solis e da Luna são interessantes canalizadores de tal poder.

Assim,estes dão-se as mãos e olhando-se profundamente um para o outro,e de Pé ou sentados em posição de Lótus ,bradarão seguindo o paradigma abaixo:

.Ambos:”A ti invoco óh Não-Nascido.”

.Nuit:”Tu,que criaste a Terra e os Céus.”

.Hadit:”Tu,que criaste Noite e Dia.”

.Ambos:”Tu és Ra-Hoor-Khuit(eu mesmo feito perfeito).Aquele que é Inominável,Insondável e Inconcebível.”

.Nuit:”Tu és IA-BESZ(A Verdade na Matéria).”

.Hadit:”Tu és IA-APOPHRASZ(A Verdade em Movimento).”

.Nuit:”Tu,distinguiste entre o Justo e o Injusto.”

.Hadit:“Tu,fizeste a Fêmea e o Macho.”

.Nuit:”Tu,formaste a Semente e a Fruta.”

.Hadit:”Tu,produziste o úmido e o seco,e aquilo que nutre toda Vida criada.”

.Ambos:”Tu,criaste os Homens para amarem e odiarem uns aos outros.”

Após tal conclame,o Homem deve ajoelhar-se perante a Mulher ou colocá-la sentada em um local que ponha-a no Alto(uma cama talvez ou um trono) e ajoelhar-se logo em seguia. Dando a mão a Mulher,este diz:

– “Eu sou Hadit(este por fim faz o símbolo de Hadit ao isto falar).O teu Rei Sol.Sou o teu Centro,seu Profeta,sua Luz sempre Irradiante,sempre Clamante por ti óh minha amada de pálpebras azuis.Eu sou Had a manifestação de Nv(isto conclamando este deve projetar-se e ver-se como uma imagem solar na pessoa de sua consorte).”

A Mulher olhando para seu amado,beija-lhe a mão em um gesto de carinho e diz-lhe:

– “Eu sou Nuit(esta faz o símbolo de Nuit enquanto isto fala).Sou tua Rainha Lunar!Sou o teu Círculo Azul,sua Sacerdotisa,seu Nada e seu Tudo,sempre Desejosa por ti óh meu amado de olhos flamejantes.Eu sou Nv a manifestação de Had.(isto conclamando esta deve projetar-se e ver-se como uma imagem lunar na pessoa de seu consorte).

Falado tal,a Mulher deve pegar ambas as mãos de seu consorte,e colocá-lo de pé ao mesmo Tempo que levanta-se(caso esta esteja abancada).Esta deve por fim dár-lhe um beijo na testa e dizer.

– “Que a Beleza sempre corresponda e gere a Beleza!Que sejamos Unos,um Ser,Um Andrógino,Um Hermafrodito!”

Ambos andarão até o altar localizado à Sul.E encherão uma taça ou cálice com vinho.Este cálice deve ser segurado pela Mulher,que conclama:

– “Este é meu Útero.Eu que sou Nuit,Babalon,Grande Mãe,Hécate,Varda,Jahi,Águia Branca!Todos aspectos da Yoni .Cálice infecundo,sua senhora Lua!”

O Homem,pegando o athame disposto no Altar ergue-o acima de sua cabeça com ambas as mão,e conclama:

-”Este é meu Falo.Eu que sou Hadit,Satannas,Deus Cornífero,Mormo,Manwë,Ahriman,Leão Vermelho!Todos aspectos do Linga.Espada virgem,seu senhor Sol!”

Após o Homem isto falar,segue-se a seguinte proclamação:

Homem:”Que o Linga encaminhe-se para a yoni que clama languidamente por ele!”

Mulher:”Que a Yoni receba acalentadoramente o linga que anseia libidinosamente por ela!”

Nisto,o Homem deve encaminhar o athame até este afundar-se no vinho contido no Cálice.E segue-se mais uma conclamação:

Homem:”Está feito!Yin e Yang unidos.Linga e Yoni fundidos.Lua e Sol num novo ser reunidos!”’

Mulher:”Está feito!Surge a Criança Andrógina.O Hermafrodito Iluminado.Rebento de Hadit e Nuit.”

Homem:”Sim,Baphomet,Ra-Hoor-Khuit,Yonilingam.

Mulher:”Esta nova criança,somos Nós Mesmos feitos Perfeitos em um Só Ser.Eu estou em ti e tu estás em Mim.Dois Demiurgos,um Só Deus!’”

Após esta declaração, o Cálice é colocado no altar,junto com o athame e o casal dá-se um longo beijo[ambos devem imaginar-se como duas formas – Lua e Sol – fundindo-se em um só ser enquanto se beijam(um ser que é uma criança andrógina ou hermafrodita,e que possui característica de ambos)].

Nisto,o Homem deve pegar o athame disposto no Altar,fazer um corte em sua mão e enquanto faz tal diz:

– “Este é o meu sangue,que agora é seu sangue!”

A mulher pegando o athame da mão de sua alma-complementar,faz um pequeno corte em sua mão e conclama também:

– “Este é o meu sangue,que agora é o seu sangue!”

Estes,levam  à boca de cada um suas áreas a sangrar e devem sorver o sangue um do outro(neste momento cada um dos envolvidos deve-se imaginar sugando o seu próprio Vitae).Após tal,eles unem as feridas.E depois dão-se um longo amplexo.

Parte B:A Consumação
Por fim,estes devem deitar-se em um local confortável e empreender a posição védica do Gagah(O Homem sorve a vulva da Mulher,enquanto esta sorve o seu pênis.Caso ambos sejam de mesmo sexo no material,deve-se imaginar ver um órgão oposto ao seu.Exemplo: No caso de duas mulheres,a que representa a Mulher deve imaginar-se a sorver um falo),e imaginarem-se como  um Oito Infinito(Símbolo Grego da Eternidade),e com a Energia fluindo livremente entre ambos os corpos.Caso não haja disposição para ulteriores orgasmos por parte de um dos envolvidos após um,este deve ser aqui evitado(deve-se parar poucos momentos antes do orgasmo)

Nisto,o Homem como uma serpente,encaminha-se para vulva feminina(ou outro órgão em questão,mas sempre imaginando ser o oposto do seu),e realiza o kâmapâcanastiram(“Tratado da Flecha do Prazer”,ritual Siddha Iogis.Vide apêndice)sobre esta.Enquanto sorve a Mulher,o Homem deve imaginar todos os seus Chacras acendendo-se progressivamente e sua Kundalini fluindo por seu Corpo somo a serpente que Sai do Enroscar de sua morada perínea para ganhar os Céus de Quetzcoatl.Deve-se dar pausas períódicas no ato de chupação da vulva,e aquele que sorve deve “soprar” toda sua Energia para o períneo de sua parceira(o)e pronunciar o seu próprio Mote Mágico Real enquanto o faz.Entre os atos de “expiração energética” este deve estimular com movimentos circulatórios,de um de seus dedos,o períneo da parceira.Enquanto ele  sorve-a esta deve sempre estimular o órgão do parceiro(a)

Depois de tal,a Mulher deve sorver o lingam do parceiro(se este for de mesmo sexo no sentido mais carnal,esta deve imaginar-se a sorver um lingam).Em alguns momentos esta sorve-o suavemente como a Vaca de Ymir fez com o Gelo Primordial.Em outros momentos,deve sorver avidamente e selvagemente como o Vento do Mayhem.Estes movimentos de felação devem ser feitos de forma circulatória,de forma vertical e fazendo uso da língua,tudo alternado ou feito em comunhão conforme for o gosto daquele(a)sorve o órgão.Enquanto sorve o Homem,a Mulher deve imaginar todos os seus Chacras acendendo-se progressivamente e sua Kundalini fluindo por seu Corpo somo a serpente que Sai do Enroscar de sua morada perínea e ganha a Morada de Zevs.Em certos intervalos periódicos,esta deve “soprar” sua Energia sobre o períneo do parceiro e pronunciar o seu próprio Mote Mágico Real enquanto faz isto.Nos intervalos entre o ato de “expiraçào energética” esta deve,com um de seus dedos,realizar movimentos circulatórios sobre o períneo de seu parceiro.Enquanto a Mulher sorve o Homem,este deve estimular a genitália desta.

As práticas de felação devem ser paradas,antes do orgasmo de uma das partes se estas provarem-se incapazes de continuar o próximo estágio graças a estafa física,caso atinjam-no.

Feito tal prática,o Homem deve deitar-se longitunalmente e a Mulher deve vir sobre ele e fundir sua Yoni com o Lingam deste.Deve esta subir e descer sobre o órgão de seu parceiro.Enquanto o faz,realiza movimentos rebolativos em forma de “oito”.Enquanto sobe e desce sobre  sua alma-complementar, esta imagina os Corpos de ambos se fundindo numa só figura e elevando-se como Energia Una no Cosmo.

O Homem por sua vez,ao ver a Mulher subir e descer,deve imaginar-se como tornando-se Uno com Aquele Corpo,adentrando em um Torvelinho de Energia e tornando-se Unificado com o mesmo.A prática de visualização sexual Caotecista também é válida(ambos vêem-se nas testas ou “terceiro-olho” de seu parceiro ou projetam sua imagem sobre ele mutuamente).

Estes,neste movimento,devem procurar atingir o Orgasmo juntos.Caso isto não ocorra,uma das partes deve manter-se ativa até que atinja o orgasmo.Atingindo ambos o Orgasmo,o Homem deve deitar a Mulher,e sorver todo a Elixir da Vida Eterna(a união do fluído orgásmico de ambos).Este bebe uma parte e outra retém em sua boca e leva até a boca de sua Mulher através de um ósculo cálido,o líquido que esta deve engolir.

Após o ósculo e o ato de ingerir o Elixir Preciosíssimo da Vida,o Homem deve dizer:

– “Eu sou(neste momento ele fala o Mote Mágico Real de sua parceira)!

E esta(Mulher),após o ósculo e o ato de ingerir o Elixir Preciocíssimo da Vida retruca:

-”Eu sou(neste momento ela fala o Mote Mágico Real de seu parceiro)!

E após estes conclames estes abraçam-se e abrem o Círculo da Direita para Esquerda proclamando em comunhão:

“Está Feito!”

Caso os parceiros sejam de mesmo sexo e com órgãos simétricos no Mundo Carnal,a sodomia deve valer-se no caso de homens(mas o que exerce a função de Iod deve imaginar a entrada anal de seu parceiro como uma vagina e o que recebe o falo deve imaginar seu ânus como uma Hê) e o atrito de yonis no caso de mulheres(em um caso análogo ao acima,uma deve imaginar-se como que a conter um Falo e que penetra a Hê da outra mulher,e a outra mulher deve ver o falo da outra como que a penetrar sua cteis).

Projeção da Energia Sexual

 

Este é um método de gerar e projetar energia sexual. É um meio de dirigir um orgasmo aos planos astrais. Esta é uma catapulta para exaltar a consciência para qualquer estado que seja.

As sensações físicas do sexo são causadas pela acumulação, movimento ou liberação de Energia. O Controle é um ato de Vontade , a visualização é o meio para a magia (k ) e a Árvore da Vida é um sistema coordenado, útil na descrição da ocorrência mágicka. Assim como em cima, também embaixo …Uma implicação de que todos os pontos do Macrocosmo são imediatamente acessíveis através do microcosmo; i.e, a aura.

Quase toda a informação que você terá de outras realidades são transpostas sob forma simbólica. Os parâmetros (limitações) com os quais você realmente trabalha em suas magias(K) pessoais permaneceram fiéis a esses trabalhos sexuais. O sistema de símbolos com o qual você trabalha e pensa determinará a natureza de suas observações. Você poderá ter revelações e aprender muitas coisas novas, mas apenas coisas que se adequem através de sua própria janela ou sub-realidade particular. Eu considero o sistema da Árvore da Vida extremamente útil, mas qualquer glifo completo do universo será eficiente. Escolha seus símbolos cuidadosamente- eles são seus pensamentos .

A Técnica Projetiva

1) Gere e acumule energia sexual.

2) Formule a enrgia como uma forma astral dentro de seu corpo, nítida e brilhante.

3) Movimente a forma de energia para a base da espinha, materialize-a com a sua consciência, oriente e aspire ao “local” de trabalho.

4) Libere a energia através da espinha, direcionada e consagrada pela Vontade.

Gerar e acumular energia não é problema algum, já que qualquer método de estimulação sexual será suficiente. Alguns meios são mais apropriados para alguns tipos específicos de trabalho que outros. Todos os numerosos meios de causar excitação que as pessoas encontraram podem ser atribuídas a Árvore da Vida. Essas considerações devem ajudá-lo em seu trabalho. Ao inflamar a mente com os símbolos ou idéias que caracterizam o trabalho, é possível atingir o portal de qualquer dos planos astrais apenas através da técnica projetiva. Se você deseja permanecer em um plano astral tempo o suficiente para fazer a sua Vontade, você precisa ter afinidade com as formas desse plano, ou então você cairá de volta em seu corpo.

Uma forma simples de engendrar essa afinidade é escrever, de seu próprio punho, todas as atribuições e correspondências que puder encontrar concernentes ao plano em que deseja trabalhar. Leia essa lista cinco ou seis vezes por dia ( no mínimo) e permita que essas imagens ajam por si só em sua consciência. Execute esse exercício durante uma semana antes de iniciar o Trabalho.

Suas percepções ficarão sintonizadas às forças envolvidas, e tornar-se-ão aparentes na sua vida cotidiana. Por exemplo, se você deseja trabalhar Netzach, você aspira observar a Força Dela sob formas normalmente obscurecidas pela justaposição de todas as Sephirot. A Obra ( ambientação, postura mental) deve ser evocativa de Netzach em todos os aspectos. Quanto à geração de energia, alguns meios seriam mais alinhados comNetzach que outros. Sacerdote e Sacerdotisa seriam perfeitos para tal situação, enquanto para Hod seria melhor que o Sacerdote ou a Sacerdotisa executassem o trabalho sozinhos.

Durante o congresso sexual, ou seu equivalente, a energia sexual é percebida como sensação. O corpo animal vê o sexo meramente como uma função corporal. Não é acumulada mais energia do que a necessária para desencadear um orgasmo. Geralmente isso não é o suficiente para se trabalhar. Precisa haver controle para acumular essa energia e criar o “montante”. Precisamos também condicionar o corpo energético a lidar com um poder maior.

Para controle, você deve antes de tudo ter um grau maior de consciência. Você deve estar acuradamente ciente de cada uma de suas sensações físicas. Onde é o ponto de sensação máxima, sua extensão aurea, sua intensidade relativa, sua profundidade no corpo e assim por diante. Você deve aspirar atingir a consciência total e a habilidade de descrevê-la completa e acuradamente. Torne-se absolutamente consciente de seus limites cinestéticos e onde a sensação está localizada neles. Visualize a sensação como luz. Você deve criar uma analogia visual para tudo o que sente. De início, luz branca é o mais adequado. Não tente ainda nenhuma manipulação, apenas sinta e veja a luz. Então, cubra seu corpo com essa visão. Ela deve ser mais brilhante onde a sensação é mais intensa, esmaecendo nas extremidades. Essa visão deve seu uma qualidade integral, feita sem esforço. Deve haver uma identificação total entre visão e sensação- como quando se coloca a mão sobre a chama de uma vela. Todo orgasmo deve ser monitorado e visualizado. Mantenha um diário, sem, no entanto, ficar obcecado. Você terá mais chances de sucesso se isso for feito em um espírito de diversão, apesar do fato de que este é um rito deveras sagrado.

Na acumulação de energia, você deverá notar que a luz torna-se cada vez mais brilhante e concentrada à medida que você se aproxima do êxtase. A técnica aqui é alcançar o ponto de êxtase e permanecer equilibrado ali, permitindo que o campo de energia se intensifique e se expanda. a formulação da forma astral requer toda a concentração de seu controle. Quando concentrada e limitada pela Vontade, essa forma de energia torna-se uma espécie de objeto sólido. Quando o controle é abandonado, torna-se uma espécie de energia ou luz e é muito mais difícil de ser governada.

Criar uma esfera na luz branca é talvez uma das mais simples e eficazes formas, já que apresenta a mesma aparência seja qual for a sua perspectiva. As cores virão espontaneamente à medida que sua habilidade e percepção aumentarem. Quando você for competente na técnica, você poderá moldar essa forma de qualquer jeito que quiser, mas, mais útil ainda, é projetar a sua consciência nessa forma. Isso é feito enquanto a energia está sendo concentrada no campo do deleite pré-orgásmico.

As sensações contruídas com a continuação da estimulação.. A energia é limita-se a área genital. A acumulação ali na verdade restringirá a corrente de certa forma como ao colocar um carregador de baterias em uma bateria completamente carregada- nenhum lucro. Nós, portanto, movemos a esfera de luz para a base da espinha e a mantemos ali. O posicionamento permite que mais energia seja gerada, fluindo do chakra Sexual (mudhalahara) através dos genitais, e devidamente fixa a esfera para a eventual liberação de energia através da coluna. É na base da espinha que transferimos a consciência para a forma astral. Mas apenas a inspiração pode guiar o magista. Você deve estar absolutamente certo daquilo que aspira, pois quando a flecha é solta corre diretamente para seu alvo.

Mesmo enquanto você começa a formular as sensações, é melhor que marque o local de sua aspiração. Aqui retornamos ao conceito de Macro/microcosmo. Formule a Árvore da Vida em sua aura de modo que Kether fique posto sobre o Chakra da Coroa e Malkuth na base da espinha. Isso fornece uma mapa astral, especialmente útil ao se trabalhar com caminhos não diretamente posicionados no pilar do meio. Então, se eu desejo trabalhar em Chesed, devo fixar uma estrela azul no ombro direito, guarnecida pelo sigilo de Jupiter. Isso é fixado na aura para persistir de sua própria maneira.

Ao transferir a consciência para a base da espinha, nossa perspectiva muda radicalmente. É comum vivenciar a experiência de estar num campo de estrelas ou numa estrela em si. Sua percepção de seu corpo físico permanecerá, mas de outra forma. O sigilo que você estabeleceu (como no exempo acima) está agora a uma vasta distância de você, provavelmente longe do alcance de vista, mas sua aspiração o leva a ele assim como a agulha de uma bússola aponta o Norte.

O orgasmo agora chega a um ponto inevitável. Apenas mantendo a forma astral você conseguirá prolongar esse estado. Você deve manter-se equilibrado no próprio limiar, escorregando, mas lutando por permanecer ali, pois o deleite aumenta mais e mais. O corpo animal derrama energia abundantemente sobre os genitais , ameaçando desencadear o orgasmo. No aprendizado, será mais fácil para você e seu parceiro revezarem entre ser o ativo e o passivo, permitindo que o parceiro ativo controle os movimentos. Segure-se firme ao ápice! á medida que sua habilidade em prolongar este estado aumenta, maior será a duração e intensidade de seus orgasmos. As formas astrais que você cria serão como objetos discretos.

Quando o magista concebe força suficiente para o trabalho, há apenas a necessidade de recordar a imagem do sigilo e relaxar o controle. A energia é acumulada através do deleite e é liberada através do deleite também. O deleite é ofuscante, violento em sua ação. A força do orgasmo projeta a forma astral, na qual a consciência foi colocada, para o sigilo. A experiência pode parecer estranha no início, apesar de agradável. A sensação física através do corpo é sentida plenamente, mas há também uma sensação de precipitar-se através do espaço. Você pode ver também a energia mover-se através de seu corpo como se você estivesse fora dele. Se isso não é confuso o bastante, é comum ter visões ao trabalhar com os chakras superiores. Enquanto isso acontece, não há confusão: as percepções, enquanto distintas e separadas, são também integradas.

Este é o método básico de projeção. É o suficiente para levá-lo para qualquer coordenada astral que escolha, mas isso não confere o alcance de nenhum plano. Isso é estritamente uma questão de Conhecimento, experiência prática, e, mais importantemente, a habilidade de fazer sua Vontade lá.

Antes de proceder com as escolhas de ação nos planos, um pouco mais deve ser dito sobre a técnica.

Neste aprendizado, tome seu tempo e não tente apressar-se para chegar ao próximo passo. Trabalhe sobre um aspecto de cada vez, apenas acrescentando o próximo quando estiver realmente competente. As sensações físicas lhe garantirão o conhecimento certo de seu progresso. Elas mover-se-ão pelo seu corpo, e o que você apenas sentira nos quadris será sentido em outros lugares. Por exemplo, não há como confundir um orgasmo vindo do chakra do coração. A intensidade de seus orgasmos será devastadora.

Essa prolongação do estado pré-orgásmico não pode ser suficientemente enfatizada. é nesse mesmo ápice que a energia é erigida. Você deve ser capaz de prolongar esse estado no mínimo por 20-30 segundos. Se liberada muito cedo, você não terá ímpeto suficiente para atingir os centros mais altos.

Antes que seu controle esteja perfeitamente estabelecido, você poderá achar que seu orgasmo perde-se ocasionalmente. A energia foi reabsorvida pela aura. É quase como se ela tivesse sido arrebatada de seu alcance. após um breve descanso, você pode começar novamente. Se isso se tornar um problema recorrente, pode ser que seu controle exceda a habilidade do corpo energético de lidar com a energia que surge. Prática contínua resolverá esse problema assim como exercícios permitem que o levantador de pesos levante mais peso. Às vezes você pode simplesmente errar o alvo, ou perdê-lo, por falta de concentração adequada, ao tentar manter as formas astrais. Por isso, a familiaridade total com os chakras e a Árvore da Vida é a única solução. A visualização da forma de energia, dos chakras, e da árvore da Vida deve ser completamente automática e sem esforço. Você deve guardar a sua concentração para o trabalho em si. Se isso não ocorrer, faça uma pausa a partir da aplicação e utilize técnicas meditativas para fortalecer sua base.

A forma de energia é a base da técnica. Comece a construí-la assim que suas sensações começarem a surgir. Durante os estágios iniciais, é meramente uma cintilação. Não há porque tentar apressar o processo ou consolidá-lo antes que esteja suficientemente intenso para fazê-lo. A experiência é o único guia verdadeiro. Os 20-30 segundos ou mais de deleite pre-orgasmico são onde a verdadeira necessidade é definir e concentrar a energia.

Ao mover a forma de energia para a base ganhamos tempo para trabalhar e também mais energia. Na prática , essa forma astral pode tornar-se tão grande a ponto de circundar completamente os chakras inferiores. Isso permite um controle melhor para atá-la em um corpo mais discreto. Abandoná-la indistintamente normalmente leva a uma corrente mais generalizada, que não é realmente canalizada pela espinha. Esses resultados em uma mera superfície carregam a aura ao invés de se um brilho focado. A movimentação dessa energia é baseada na identificação da visão e sensação. É muito mais fácil construir uma forma astral do que algo tênue como a sensação. Essa é uma chave, lembre-se bem disso.

Quanto a transferir sua consciência- Vontade de estar lá. Ao estar completamente consciente das sensações e suas analogias visuais, e extrair a informação sensorial, você estará lá. Sua consciência estará onde suas percepções estiverem centradas. Isto também é uma chave. Você sentirá seu corpo físico através do seu corpo astral. Porque sua consciência está envolta em uma esfera de sensação, quando a sensação de energia se mover, sua consciência também se moverá.

Uma variante da técnica projetiva é a invocação. A Invocação de uma entidade ou forma Deus/a permite ao magista o acesso a um poder maior ou mais refinado do que é normalmente possível. Como no método pojetivo, é melhor gastar uma grande quantidade de esforço antes do trabalho, impregnando-se das idéias e sentimentos associados com a força que deseja invocar. Medite sobre o sigilo dessa força constantemente até que sua visualização seja sólida e brilhante; você deve conseguir fazê-lo sem esforços. Devidamente feito, esse trabalho preparatório constitui uma variedade de invocações em si. A quantidade de tempo necessária para essas preparações depende de seu próprio nível de compreensão e experiência. Agrupe os conceitos de Divindade de formas diferentes; tente encontrar novas associações e idéias. A forma ritual utilizada deve ser planejada e executada um todo que fli e não uma coleção de pedaços e partes. Não deve haver um ponto onde uma parte acabe e a outra comece. Qualquer brutalidade em um ritual tende a tirar a concentração. Qualquer oratória deve ser memorizada ao invés de lida, mas é melhor estar tão familiarizado com o assunto que flua naturalmente, sem esforços. A Suprema invocação se dá durante o orgasmo.

Durante a acumulação de energia e construção da forma astral, um sigilo é colocado no Chakra cardíaco que é usado como um templo astral. A técnica difere aqui; onde aquela esfera de luz, materializada pelo magista, não é liberada como uma força projetiva. No momento da liberação da base da espinha, a forma astral é movimentada lentamente para cima, de forma que a energia não é dissipada. A forma é mantida como uma esfera brilhante e nítida. A sensação é análoga ao orgasmo mas mantida como uma fonte enquanto move-se para cima. Deve levar alguns segundos para chegar ao Chakra Cardíaco. Quando o Chakra Cardíaco tiver sido alcançado, a esfera de luz, a consciência do magista e o sigilo se fundem. Nesse ponto, o sigilo fica carregado. Se tudo tiver sido feito corretamente, com uma devastadora aspiração ao Deus/a, essa força certamente se fundirá com o Sigilo. A energia é posta no Chakra Cardíaco como uma Estrela, irradiando a aura. Essa energia é consagrada para e pela presença da força invocada, permitindo ao magista controlá-la como necessário. Por ter a forma de uma Estrela, a força deverá subsistir por bastante tempo, mesmo que sensações corporais tenham diminuído em alguns minutos. Você pode livremente comunicar-se com o/a Deus/a durante esse período que durará enquanto seus poderes de concentração persistirem.

Se a mente divagar, o contato será perdido. Você deve saber o que fazer e como fazê-lo. Pode ser pedido que você desenhe sigilos(astralmente), ou então que prove sua autoridade de controlar a força invocada. Certamente não é hora para perder a convicção ou ficar inseguro daquilo que procura. Não fique muito desapontado se de início você se eleve à beira dos portais, só para depois cair de volta em seu corpo. Você pode tentar isso como uma técnica, praticada como uma energia trabalhando sem invocações. O efeito então será o de carregar a aura com a energia de Tipheret. Isso vitalizará a aura enquanto a forma de energia é lentamente reabsorvida. Fornecerá uma sensação de saúde e vigor; você poderá vir a receber comunicação de seu Sagrado Anjo Guardião. Essa técnica pode ser aplicada durante relações sexuais normais, sem preparação intensiva ou ritual.

A função da Árvore da Vida em tudo isso é fornecer uma estrutura coerente, um mapa do astral. Não confunda o mapa com a realidade. As Sephirot estão em todas as coisas, em toda parte e em parte alguma. O que estamos realmente fazendo é concentrarmo-nos em um centro, ou uma idéia, para a exclusão de todas as outras. Os chakras são centros funcionais das Sephirot- não Sephirot em si. Esses são pontos importantes a serem lembrados.

Sete Chakras

Para os propósitos de nosso trabalho, preocupamo-nos apenas com os sete maiores centros de energia no corpo. Há muitos outros, de menor importância, e você pode querer experimentá-los quando tiver dominado os sete.

A espinha dorsal é o caminho maior para a movimentação da energia através do corpo/aura. Equivale ao pilar do meio da Árvore da Vida. Os chakras maiores são alinhados com o pilar do meio, apesar de não estarem nele em todos os casos. Os chakras usados neste sistema são:

Coroa: No topo do crânio e um pouco acima dele.

Terceiro olho: Centrado na testa, logo acima das sobrancelhas.

Garganta: Na cavidade da graganta.

Coração: No centro do peito.

Umbigo: Logo acima ou centrado no umbigo

Sexual: Entre o umbigo e o púbis.

Base da espinha: No final do coccix.

Os chakras da Base da Espinha e da Coroa são alinhados com a espinha dorsal. Os outros são posicionados na parte frontal do corpo, incrustados aproximadamente na metade da superfície da pele. São ligados à espinha como flores a seus caules. Manter uma boa postura ajuda a energia a fluir de sua aura e alinha os chakras.

A Base da Espinha é o ponto do despertar da energia. É atribuída à Malkuth e representa o polo da Terra da polaridade do Espírito da Terra. É muito importante pois nos dá um “tiro direto” para a Coroa.

O Chakra Sexual é atribuído a Yesod e processa a energia para o nosso trabalho. Muito frequentemente, a força mágicka é confundida com desejo sexual, então é comum que se desperdice energia que poderia ser aplicada em domínios mais espirituais. Basicamente, é uma questão de transmutação, já que a energia bruta pode ser processada para qualquer propósito que desejarmos. Esse chakra fornece a energia dos genitais. Ao consolidar essa energia em uma forma astral e mov6e-la para a Base da espinha, podemos “enganar” o Chakra Sexual para nos dê mais energia do que o habitual. O Chakra Sexual é, é claro, ligado à espinha, mas mover a energia diretamente para a Base da Espinha contorna os genitais- fazendo a magia sexual inoperante. Se a energia é movida primeiro para os genitais, ela não fluirá de volta para a espinha através do chakra- análogo à eletricidade nesse caso. Ela não pode fluir contra a corrente.

O Chakra Umbilical é um centro funcional tanto para Hod quanto para Netzach. Em seu modo receptivo é atribuído à Netzach. Ë quando sentinos o campo emotivo à nossa volta. É interessante notar que em nossa línguaafirma isso com termos tais como “me embrulha o estômago”; “frio na barriga”; etc. Quando projetando para Netzasch, devemos utilizar o lado esquerdo do corpo ao invés do chakra em si- movendo primeiro para o chakra, depois para o lugar correspondente na Árvore, quase sempre o quadril esquerdo. Hod é funcional através do Chakra Umbilical de uma maneira mais assertiva. É aonde podemos projetar formas de energia tais como escudos psíquicos, duplos astrais e a Vontade pura. Castaneda escreve sobre isso, e eu experieciei a projeção da Vontade desta maneira, a ponto de salvar minha visa ao escalar uma rocha.Em qualquer grau, ao viajar para Hod, nós podemos projetar a consciência para o chakra umbilical e então para o lado direito do corpo.

O Chakra Cardíaco é atribuído à Tipheret. É aonde invocamos a força Deus/a e é também associado ao Sagrado Anjo Guardião. Pode também ser usado para técnicas projetivas, apesar de que, na maioria dos casos, o trabalho aqui concerne invocações.

O Chakra da garganta responde a Geburah-Chesed; novamente, um par funcional. Esse centro é útil para tipos oraculares de trabalho e alguns dizem que é aonde a Vontade é projetada. Esse chakra pode também ser usado para a projeção da consciência.

O Terceiro Olho envolve Binah-Chokmah, como um par funcional. As funções para mim são muito difíceis de serem disassociadas, ao menos em meu atual estado de compreensão. O Terceiro Olho é muito útil para o aprendizado e rende visões das mais variadas e espetaculares naturezas. Há geralmente tal riqueza de visão que torna-se difícil trazer tudo de volta. Essas visões frequentemente tomam a forma de sigilos ou símbolos que requerem meditação para serem solucionados. Com a prática, torna-se mais fácil focalizar o que é importante para você num dado momento.

O Chakra da Coroa é associado com Kether. O trabalho aqui é de uma natureza totalmente diferente. Parece não haver ponto algum de referência.

O que eu ressaltei foi apenas o básico superficial. Se você não está acostumado com os chakras, é preciso alguma leitura complementar. Meu propósito aqui é meramente apontar como uso estes chakras, já que há certa diversidade na literatura. Não tenho dúvidas de que eu poderia projetar minha Vontade através do meu dedão do pé; não há porque perder-se em controvérsias dogmáticas. O ponto principal é ser consistente em sua própria estrutura.

A Árvore da Vida na Aura

Ao trabalhar nos planos sutis, precisa haver uma idéia bem clara de onde deseja-se trabalhar. É claro que “onde” é apenas um modo de falar. Duvido seriamente que os astronautas um dia chegarão a Yesod, não importa quantas vezes voem para a lua. Mas “onde” é um conceito útil e nosso intento cria a nossa realidade. A Árvore da Vida e os 22 caminhos dão nos um proveitoso arranjo de “ondes”, permitindo-nos manter uma separação de idéias e inter-relacionar essas idéias em um nível completo. É um tanto estranho que a proporcionalidade da Árvore não se justaponha perfeitamente no corpo humano, mas este é apenas um contratempo menor. Ao menos temos o pilar do meio e sete divisões que correspondem basicamente às posições dos chakras. Ao contruir a Árvore na Aura, é melhor começar pelo pilar do meio ou espinha dorsal. Na prática, isso ajudará a ungir os chakras com algum tipo de irritante menor, como bálsamo de tigre ou óleo de canela para fixar a posição de uma forma efetiva. é mais fácil começar com apenas algumas áreas, e ficar relaxado e familiarizado com elas antes de adicionar outras. Comece pela base da espinha e visualize esse centro como uma esfera cintilante. Quando você conseguir vêla/senti-la muito bem, vá para o Chakra Sexual e então unte-o . Veja ambos, e o caminho que os liga, na luz, e então vá para o pilar do meio até que consigar ver/sentir todos eles. Esse é um exercício importante, e se você nunca o fe antes, lhe demorará muitas outras vezes parta conseguir fazê-lo, antes de tentar as visualizações envolvidas nessas magias (k) sexuais. Quando for capaz de ver os chakras e a espinha dorsal facilmente e sem esforços, você pode tentar a Árvore em si (não espere conseguir fazer tudo isso de uma só vez).

A Árvore é mais difícil, em parte por causa do alinhamento imperfeito, mas ainda assim é possível superar isso sem maiores complicações. A complexidade da Árvore da Vida é o problema real. Você deve ser capaz de visualizar a figura inteira antes de tentar sobrepô-la ao seu corpo.

As Sephirot nos pilares laterais devem estar no mesmo plano que o chakra correspondente. Iluminamos essas sephirot como fizemos com os chakras. Quando você conseguir ver as Sephirot, acrescente os caminhos. Não é necessário marcar os caminhos ou Sephirot com sigilos, a não ser aquele(s) que você pretende utilizar. Ao trabalhar com o pilar do meio, formular a Árvore da Vida é verdadeiramente estranho e o desperdício de seus esforços. Com um pouco de prática, você conseguirá visualizar a Árvore simplemente olhando internamente.

Ao projetar energia para um caminho ou Sephira particular, o uso do sigilo é extremamente recomendado. isso, em essência, cria um portal astral. Uso sigilos planetários ou formas lineares, exceto para as Supernais. Acima do Abismo, os chakras são o suficiente. Para os caminhos, a letra hebraica correspondente é bastante eficaz. Ao projetar os caminhos, o centro do caminho é o alvo.

Esses portais astrais criam uma entrada/saída definida para outras realidades. Se deixar os outros planos adentrarem Malkuth, isso acarretará a destruição do assuntos de seu cotidiano. Esteja “lá” quando estiver “lá”, mas esteja completamente “aqui” quando estiver aqui.

O meio de viajar consiste em projetar para o chakra mais próximo abaixo do caminho desejado e então para o caminho. Isso permite a rota mais curta na Árvore. Sua energia fluirá mais facilmente através da espinha. Tentar cortar caminho através de su corpo fará com que se perca.

É possível acessar pontos que não estejam na Árvore. Isso não é recomendado até que você tenha o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião. A razão para isso é que, ao trabalhar em qualquer plano em particular, há uma tendência de se estabelecer um desequilíbrio devido à influência daquele plano. Já é difícil o suficiente com as energias mais ordenadas dos planos Sephiroticos, mas com as outras?… A entrada-saida é através de Daath, que na aura localiza-se na nuca. Eu já vi Daath ser atribuída ao chakra da garganta- isso não foi de forma alguma o que experienciei. Em qualquer evento, seu Anjo tentará evitar a sua passagem através dela se você não tiver completado a operação do SAG. Faz o que tu queres, mas considere isso cuidadosamente…

O Disco

Os efeitos físicos desses trabalhos diferem enormemente da resposta puramente animal. Isso dá uma certa inclinação ao trabalho que pode levar a busca da sensação. Não há necessidade alguma para disfarçar gratificação sexual como arte Mágicka. No aprendizado, esse método é melhor aplicado a todas as suas atividades sexuais. Dessa forma, seu controle das energias torna-se certo e previsível. Seria absurdo fazer um ritual toda vez que voc6e fizer sexo. Não invoque a não ser que você esteja absolutamente sério. Ao projetar como prática, simplesmente erga-se até o chakra e caia de volta. Ainda assim, você receberá percepções dos planos que São válidas e significativas. Isso tudo leva a uma percepção diferente do que o sexo é; uma percepção que talvez seja mais honesta e expansiva do que nossa cultura ensina. Ainda assim, o trabalho pode ser profanado pela atitude de quem o executa. O Gozo é o estado natural da harmonia. Entre o Pomposo e o Libertino há um estado de inocência.

O primeiro efeito a ser notado será uma maior intensidade e duração do orgasmo. Esse nível aumenta gradativamente. Você não deve esperar ficar estupefato com toda experiência. Parece haver um limite para o êxtase , mas o fator do infinito é aproximado por graus.

A mobilidade da sensação é a grande diferença em relação ao sexo puramente animal. Não há lugar na sua aura que não possa ser o sítio do orgasmo. Isso manifesta-se de formas diferentes.

Uma forma linear é frequentemente sentida da ponta dos pés até a coroa, alinhada com a espinha. Isso desenvolve-se do desprendimento da forma astral que energiza o pilar do meio. O Raio Relampejante pode ser confinado a qualquer parte da linha; no trabalho real, restrito à espinha dorsal.

Deve originar-se da base da espinha, como previamente explicado, mas deve ser direcionado para cima, para baixo, ou para ambos. A extensão do Raio Relampejante é projetada através do chakra. Em ambos os casos, ó orgasmo é sentido como uma espécie de fluxo rápido. Se liberado de uma vez só, é como uma faísca. Se liberado gradativamente, você pode vir a conseguir controlar a velocidade de modo que o orgasmo preencha a espinha e o chakra com uma sensação contínua- como a água que flui de um cano.Direcionar o orgasmo para aura carregará a aura, envolvendo o magista na energia colorida pelo chakra da qual é projetada. Dessa forma, a energia não se perde, e por esses meios o vazio de energia pode ser evitado.

Considerando-se as grandes quantidades de energia direcionadas para a sexualidade, a questão do esvaziamento energético torna-se uma preocupação bem real. Discernimento quanto à dieta e saude ajudará a manter sua energia vital. Ainda assim, é melhor que que nenhuma energia seja disperdiçada se isso puder ser evitado.

Projetar a energia além da aura, para o espaço físico, é útil como um meio de energizar um talismã ou um objeto físico. Pode também ser usado como uma doação de energia para outra pessoa. O Chakra Umbilical é adequado para objetos inanimados, o Chakra Cardíaco para pessoas.

Outro tipo de sensação é associado com o modo de invocação. O orgasmo como uma forma distinta pode ser movido para qualquer parte do corpo. Isso dá uma maior duração ao orgasmo, irradiando de um ponto distinto. Toda a sensação é contida naquela forma. Não haverá sensação de orgasmo em nenhum outro lugar. Com a prática, essa forma pode ser movida de acordo com a vontade. É possível movê-la da base da espinha, liberada como uma força projetiva e reunida novamente no Chakra Cardíaco como uma Estrela. O único motivo para fazê-lo seria o gozo da sensação, e isso é já é o suficiente.

Na sua prática real, eu recomendaria simplesmente tentar mover a energia através da espinha o mais alto possível. Ela sairá por variados chakras indistintamente; qual chakra em particular depende da altura a qual você consegue elevar a energia. Uma vez que você for capaz de elevar consistentemente a um ponto em particular ou chakra, a movimentação mais lenta de uma distinta forma de energia será mais fácil de ser realizada.

Essa disciplina, para ser bem sucedida, deve criar uma extensa percepção de Magia (k)/ Misticismo/Sexo Magia(k ) é um caminho de vida. Para que qualquer operação seja bem sucedida, deve haver uma completa harmonia entre o eu interior e exterior do magista (o self indefinido- não o ego). Enquanto tomamos nosso prazer onde, quando e com quem quisermos, a sutil diferença entre profanação e sacramento deve ser entendida. Posso apenas descrevê-la como inocência iluminada.

Trabalhar dessa forma envolve a formula da Grande Obra. Essa é a verdadeira e maior expressão de todo o nosso trabalho. A inabilidade de atingir qualquer um dos chakras mostra um defeito nas percepções do magista.

Você pode tentar adentrar os portões à força, mas diplomacia é a melhor forma. Não há Deus/a para negar-lhe nada. Energia flui pelo seu corpo, através de todos os chakras, o tempo todo. Se não fosse dessa forma, seu corpo morreria. Quando falamos de um chakra bloqueado, é a nossa própria percepção desse aspecto de nós mesmos que está bloqueada. a barreira é posta dentro de nós por nós mesmos. O trabalho envolve muito mais que uma mera canalização de energias.

O trabalho apresentado aqui é puramente uma questão de minha própria experiência. Por essa razão, há uma inclinação a se trabalhar como um casal heterossexual. Trabalhar com os métodos do VIII grau apenas é não somente válido , mas pode ser mais fácil em questão de aprendizado, especialmente nos estágios iniciais. Não vejo razão para acreditar que outros arranjos não seriam eficazes. É tudo. Agarre a essência do trabalho e molde-a de acordo com sua Vontade. Não há fim para esse trabalho, mas se você chegar a esse ponto, você não precisará de ninguém para lhe apontar o caminho adiante.

Satanagrammaton

 

Fogo: Energia

Fogo é o Satanás. Satanás nos meios hebreus é o adversário e acusador.  Satanás representa Fogo no nível elementar de existência. Fogo é tudo aquilo consome, Fogo é a Vontade do Satanista e Mago Negro. A arma Elementar para Satanás é a Vara e a direção dele está dentro o sul. Cosmicamente representa todas as formas de Energia. Sua essência é Masculina em natureza.

Água: Tempo

Água é  Leviatã, a serpente. Leviatã significa serpente ou dragão em hebraico. Leviatã representa água no nível elementar de existência. Água é o combustível acerca de todas as formas de vida; água é a Compreensão do Satanista e Magickian Preto. A arma elementar para Leviatã é o copo ou Cálice e sua direção está no oeste. Cosmicamente representa todas as formas de Tempo. Sua essência é Feminina em Natureza.

Ar: Espaço

Ar é  Lucifer. Lucifer é a estrela d’alva e o iluminado.  Lucifer representa ar no nível elementar de existência. Ar é a respiração da vida e todos os espaços abertos de existência; ar é o raciocínio e esclarecimento do Satanista e Mago Negro. A arma elementar para ar é a espada ou punhal e sua direção está no leste. Cosmicamente representa o espaço. Sua essência é Masculina em natureza.

Terra: Massa

Terra é Belial. Belial quer dizer “sem Deus” em hebreu. Belial representa terra no nível elementar de existência. Terra é a fundação de vida, o Corpo, tudo aquilo é sólido e de assunto. Terra é o Corpo e essência física do Satanista e Mago Negro. A arma elementar de Terra é o disco ou proteção e sua direção está no norte. Cosmicamente representa a Massa no Universo. Sua essência é feminina em natureza.

O quinto aspecto ou elemento é a Chama Negra, o Fogo Vital, este é o elemento do qual condensa todos os anteriores, este elemento ou força é representada por Ra-Hoor-Khuit, a Chama Negra. Esta área interior do reino Cósmico, Mental e elementar é a causa de todas as forças  harmoniosas e contraditórias.

Os Arquétipos Cósmicos

Babalon, TAN e Nuit

Babalon é a prostituta escarlate. O arquétipo de todas as experiências possíveis de desejo e luxuria em todos os níveis; da mente e corpo, como desejar.

TAN é o aspecto cósmico de se tornar tudo aquilo que se deseje e tudo aquilo que possa ser experimentado.

Nuit é o arquétipo de todo o universo e espaço, a Deusa curvada em cima do céu. Ela representa TODAS as experiências e eventos possíveis, todos os reinos de possibilidade. Ela é um nível mais alto de Babalon e Arquétipo do princípio TAN.

A Besta, SAT e Hadit

A Besta é a núcleo da mente, a fonte de Desejo e sem experiência. A essência de consciência em um nível Humano, a chama negra dentro do homem.

SAT é o aspecto cósmico de SER e tudo aquilo pode SER, a essência da vida sem qualquer interação de experiência, a força da consciência.

Hadit é o ponto atômico, o globo alado. Hadit é o Arquétipo do Sol, uma estrela no espaço, simbólico do SER, o princípio de SÁT e um nível mais alto da Besta. O princípio cosmico para todos os desejos e  de experiências por todas as forças ou centros de Ser.

Baphomet, Pan, e Satanás: os Princípios cósmicos e arquétipos em união.

Baphomet é a manifestação e arquétipo de todas as coisas no nível cósmico, elementar e mental. A união e progenitor de todos os opostos. O ponto de Ser experimentando a existência. No Baphomet de nível elementar está a união de todos os cinco aspectos. Suas pernas são terra, suas costelas são água, suas asas são ar, sua cabeça é fogo, e de sua cabeça está em cima a chama negra do fogo vital. No Baphomet de nível Biológico representa toda a vida; as costelas de peixes e répteis, o corpo de  homem e mulher (representando ambos os sexos como um hermafrodita), as asas de um pássaro e a cabeça de uma besta. Aos lados dele estão as luas preta e branca da dualidade e das forças negativas e positivas. Baphomet é a União da força de Nuit e Hadit; Hadit se torna a pessoa com Nuit. Babalon e a besta se tornam um, e o SAT e TAN se tornam SATAN. O ponto e força do SER unindo com experiência para criar a  FORMAÇÃO. O fogo vital dentro de homem que sofre desejo e a experiência de vida. Outro nome para Baphomet é a PAN (Deus grego que representa o todo), A união de todas as coisas pelo Amor-próprio primordial. “Amor é a lei, Amor sob Vontade”

Baphomet é o grande segredo dos Maçons e Rosacruzes, o grande Hermafrodita que procria todas as coisas por união com si mesmo, a reprodução cósmica de todas as celulas, a união sexual em todos os níveis do universo, reinos cósmicos, elementares e mentais trazem.

Quadro de Correspondências Cabalísticas  

Arquétipos KaoSatânicos

0
Nada

00
Caos

000
Escuridão ilimitada

1
Baphomet / Pan / e Satanás

2
A Besta / SAT / Hadit

3
Babalon / TAN / Nuit

4
Forças harmoniosas

5
Forças contraditórias

6
A Chama Negra/Ra-Hoor-Khuit

7
Satanás

8
Leviatã

9
Lucifer

10
Belial

O Satanismo no Islã

 

Eu tinha um amigo em Teerã, ator de vanguarda e membro da seita dos Ahl-i-Haqq (o “Povo da Verdade” ou “Povo de Deus”, sendo haqq um nome divino, a saber, Al-Haqq,  A Verdade, ou Aquele que é Real), que havia viajado para o vale dos adoradores de Satã em meados dos anos 70.

Os Ahl-i-Haqq, uma seita curda influenciada pelo sufismo xiita extremo, pelo gnosticismo iraniano e uma forma local de xamanismo, é composta por vários pequenos grupos, a maioria dos quais são camponeses simples e analfabetos. Não tendo nenhum livro sagrado que una esses grupos isolados em seus vales remotos, eles desenvolveram ao longo do tempo sua própria versão, amplamente divergente, dos mitos e ensinamentos dos Ahl-i-Haqq. Um desses grupos adora Satã. Eu não sei quase nada escrito sobre os Shaitan-parastiyyan ou os “Adoradores de Satã” [1] e nenhum estudo foi feito sobre eles em geral [2]. Muitos segredos permanecem para as pessoas de fora da seita.

Os membros dos Ahl-i-Haqq em Teerã eram liderados por um pîr (um homem santo muçulmano) curdo, Ustad Nur Ali Elahi, um grande músico e professor [3]. Os Alh-i-Haqq mais antigos o consideravam um renegado, pois revelava segredos a estrangeiros, ou seja, não Curdos, e até os publicava em livros. Quando meu amigo perguntou a ele sobre os adoradores de Satã, no entanto, Elahi gentilmente respondeu: “Não se preocupe com Shaitan; Preocupe-se com shay-ye-tan” (literalmente “a coisa no corpo”, a alma encarnada, o ego). Meu amigo ignorou este bom conselho e com seu irmão eles foram para o Curdistão em seu Land Rover.

Você não tem ideia de como partes remotas da Ásia podem ser, a menos que você tenha estado lá; nem mesmo um helicóptero poderia penetrar nesses vales íngremes. Para a última parte de sua expedição, eles contrataram mulas. À medida que se aproximavam de seu objetivo, ouviam cada vez mais sobre os adoradores de Satã, e nada de bom: eram bandidos que comiam carne de porco e bebiam vinho e praticavam “o sopro das lâmpadas” (orgias rituais no escuro).

Quando chegaram, foram recebidos por homens em trajes tradicionais curdos e seus: “Ya! Zat-i-Shaitan!” – “Salve, ó essência de Satã!”.

Comparado com essas boas-vindas, o resto da viagem acabou sendo bastante decepcionante. Os aldeões há muito haviam desistido do banditismo (assim diziam), e é claro que não havia evidência de perversão noturna. Terrivelmente pobres, eles não possuíam nada como um porco ou vinho. De sua religião eles confessaram não saber nada; ou eles estavam tentando proteger segredos ou eles realmente esqueceram. Uma grande parte do conhecimento pode ser perdida em sociedades analfabetas devotadas ao sigilo e isoladas do mundo; líderes podem morrer sem transmitir certos elementos, e aldeias inteiras, atingidas por doenças ou epidemias, podem desaparecer completamente.

Não há dúvida de que os adoradores do diabo sabiam mais do que confessaram aos meus amigos, mas no final eles não pareciam mais sinistros do que outros grupos de Curdos das montanhas, um povo geralmente nobre e hospitaleiro quando não está envolvido em guerras de clãs, vinganças ou guerrilhas.

O que, porém, significa essa “essência de Satã”? Em um livro sobre os ensinamentos de Ustad Elahi [4], supõe-se que Satã exista, prisioneiro e impotente, um mero anjo caído. Além disso, “além do homem, o mal não existe na natureza… “o mal” é simplesmente uma maneira de o eu dominante se expressar em nós… A história de Satã acabou por muito tempo; diz respeito apenas a ele e a Deus”. Em outras palavras, a versão corânica da Tentação e da Queda (muito semelhante à do Gênesis) é literalmente verdadeira, mas irrelevante. O Satã em quem todos os crentes “se refugiam” em oração é, na realidade, uma projeção de sua própria imperfeição espiritual. Desnecessário dizer que isso não é o Islã ortodoxo ou a opinião da maioria dos sufis; é, no entanto, uma solução muito interessante para um espinhoso problema teológico. Dentro de uma religião baseada na unicidade metafísica, na unidade da Realidade (tawhid), como explicar o mal?

O Adversário
O Judaísmo bíblico não conhece nenhum princípio separado do mal. No Livro de Jó, Satã — um mero Adversário, orgulhoso e perverso, mas ainda parte do cosmos de Jeová e colocado em seu poder — é quase um aspecto da divindade.

Em reação ao Gnosticismo (que afirmava que o próprio Jeová era “mau”), o Cristianismo enfatizou a unidade de Deus a tal ponto que, com o tempo, Satã adquiriu uma existência cada vez mais separada e substancial. Na teologia cristã (ou a “teodiceia” para ser mais preciso), o mal permanece relativamente irreal, ou pelo menos secundário; mas na prática cristã, o mal tornou-se o “Príncipe do Mundo”, um poder real, quase um princípio. Por isso, na cultura cristã, o satanismo surgiu como oposição ao bem, ou seja, ao mal. Essa forma de malícia intelectual e ritual descrita em Là Bas de Huysmann ou na Bíblia Satânica de LaVey nunca poderia ter se desenvolvido no Judaísmo, nem é típica na cultura do Islamismo. [5]

Allah é caracterizado por 99 nomes, entre eles o “Tirano” e o “Ardiloso”. Certas qualidades associadas pelos cristãos ao “mal” são assim divinizadas pelo Alcorão como atributos da majestade ou do aspecto “terrível” de Deus. Neste contexto, Satã não pode aspirar a uma autonomia separada ou substancial – seu poder não pode se opor ao de Allah, mas deve, ao contrário, derivar e completá-lo. O Islã não admite nenhum “pecado original”, apenas um esquecimento do Real; da mesma forma, o cosmos/natureza não pode ser considerado “mau” em si mesmo, pois é um reflexo ou um aspecto do Real. Mas, precisamente porque o cosmos/natureza reflete todas as possibilidades divinas, deve incluir também as possibilidades “terríveis” de negação e ilusão e, portanto, a existência de Iblis [6].

No Alcorão e na Tradição (hadiths), Satã é apresentado como constituído de fogo como os gênios (djinns), e não de luz como os anjos. No entanto, o anjo Azazel, o pastor dos anjos desde toda a eternidade, sentou-se sob o trono da Glória. Quando Deus criou a forma de Adão e ordenou que os anjos se submetessem a ele (devido ao fato de que apenas o humano é verdadeiramente cósmico), apenas Azazel recusou. Ele sustentou a orgulhosa superioridade do fogo (o psíquico) sobre a lama (o material). Por isso Deus o amaldiçoa, Azazel tornou-se Iblis e tudo aconteceu mais ou menos como no Gênesis.

Dados os princípios da unidade divina e onisciência, pode-se facilmente detectar uma história oculta por trás desse episódio; que Deus de alguma forma queria que Iblis se tornasse Satã e Adão e Eva caíssem para que o drama da criação e a manifestação de todos os Nomes pudessem entrar em cena na Redenção. Tanto Satã quanto Adão têm um “livre arbítrio”, porém, tudo está escrito, preordenado e conhecido. Claramente, algum segredo faz parte de tudo isso, há significado por baixo do texto (e o Alcorão, de acordo com os ensinamentos ortodoxos, contém pelo menos sete níveis de leitura). É a partir da ciência esotérica da hermenêutica e do Sufismo que é possível uma explicação deste segredo.

Satã, Um Monoteísta Perfeito
Dois dos três sufis mais famosos que defenderam Iblis foram executados por heresia. Ainda hoje eles são amplamente reverenciados por aqueles que consideram o Sufismo o verdadeiro Islã, e são considerados mártires da reação puritana cega.

O primeiro e mais conhecido foi Husayn ibn Mansur al-Hallaj, executado em Bagdá em 922 EC. Em seu livro, o Tawasin [7], ele conta esta história:

[Sayedina Musa (Moisés)] encontrou Iblis nas encostas do Monte Sinai e lhe disse: “Ó Iblis, o que o impediu de se prostrar?” Ele respondeu: “O que me impediu foi minha declaração da Unicidade de Deus, e se eu tivesse me curvado, teria me tornado como você, pois você foi chamado apenas uma vez para “vir e ver a montanha” e você vive. Eu, fui chamado milhares de vezes a Adão e não me prostrei, porque mantenho o compromisso da minha declaração.”

Sayedina Musa disse: “Você desistiu de um Mandamento?” Iblis respondeu: “Foi um teste. Não é um Mandamento”.

Sayedina Musa disse: “Você se lembra Dele agora?” (Iblis respondeu): “Ó Musa, uma mente pura não precisa de memória – por ela eu sou lembrado e Ele é lembrado. Sua memória é minha memória, e minha memória é Sua memória. Como então, lembrando-nos de nós mesmos, podemos nós, que somos dois, ser diferentes de um? Meu serviço hoje é ainda mais puro, meu tempo mais agradável, minha memória mais gloriosa, pois eu O servi absolutamente para minha boa fortuna, e agora O sirvo por Si mesmo.”

Hallaj desculpa Iblis por seu orgulho diante de Deus, fazendo-o dizer:

“Se houvesse um único olhar entre nós, seria o suficiente para me deixar orgulhoso e imperioso, mas sou eu que te conheço no infinito do Tempo”, “sou melhor do que ele” porque tenho servido a Você por mais tempo. Ninguém, nas duas espécies de seres, não Te conhece melhor do que eu! Havia uma intenção Sua em mim e uma intenção minha em Você, e ambas precederam Adão”.

Al-Hallaj diz:

“Existem muitas teorias sobre o status espiritual de Azazyl (Iblis antes de sua queda). Alguns dizem que ele recebeu uma missão no céu e outra na terra. Nos céus ele foi o pastor dos anjos mostrando-lhes boas obras, na terra ele é o pastor dos homens e gênios mostrando-lhes como fazer o mal”.

“Pois ninguém conhece as coisas exceto por seus opostos, como a seda branca e fina que só pode ser tecida com um pano preto por trás – assim o anjo pode mostrar boas ações e dizer simbolicamente “se você fizer essas coisas, será recompensado”. Mas quem não conhece o mal não pode reconhecer o bem.”

Aqui, Hallaj formulou o princípio da complementaridade, ou coincidentia oppositorum (coincidência dos opostos); como no disco de Yin e Yang, de branco e preto abraçando e contendo uma parte do outro dentro dele. Em certo sentido, Deus é tudo e Iblis nada; no entanto, Deus não pode realizar-se como o Amado sem um amante, mesmo e especialmente se for um amante trágico condenado à separação. Esta tragédia em si é o orgulho de Satã.

Hallaj vai ainda mais longe. Ele declara que Iblis e Faraó (considerado o homem mais malvado por ter reivindicado a divindade) são os campeões perfeitos da cavalaria espiritual. “Meu companheiro é Iblis e meu professor é o Faraó. Iblis foi ameaçado de incêndio e não retirou sua alegação. Faraó se afogou no Mar Vermelho sem se retratar ou reconhecer um mediador”. O próprio Hallaj fez a mesma declaração ultrajante: “E eu digo: se você não O conhece, então conheça Seus sinais, eu sou Seu sinal (tajalli) e eu sou a Verdade! E isso porque nunca deixei de perceber a Verdade!” e, como Iblis e Faraó, Hallaj manteve suas declarações e honra, mesmo quando foi crucificado e desmembrado por isso.

O segundo shaykh a defender Satã, Ahmad al-Gazzali, evitou a execução (e execração) tanto pela densidade de sua linguagem mística quanto graças ao seu poderoso irmão, o Imam al-Gazzali, famoso por aperfeiçoar a ortodoxia de seu sufismo. Ahmad al-Gazzali ecoou Hallaj em muitos pontos, dizendo, por exemplo, que “quem não aprende a adesão à Unidade Divina de Iblis, é um incrédulo“, e que “embora Satã tenha sido amaldiçoado e humilhado, ele permanece apesar de tudo um modelo de amantes no sacrifício de si mesmos” [8].

Ahmad al-Gazzali, por sua vez, iniciou e ensinou o terceiro shaykh, Ayn al-Qozat Hamadani. O menos conhecido, mas talvez o mais brilhante, ele foi preso em Bagdá e executado em sua cidade natal de Hamadan (no noroeste do Irã) em 1131 EC aos 33 anos [9]. Ayn al-Qozat disse:

Ponha de lado “o ciúme do amor”, ó meu bom amigo! Você não sabe que um amante louco, a quem você chama de Iblis neste mundo, foi chamado ao mundo divino? Se você soubesse o nome dele, você se consideraria um incrédulo chamando-o por esse nome. Observe o que você ouve! Este amado tolo de Deus. Você sabe o que aconteceu nessa prova de amor? Por um lado, aflição e raiva; do outro, culpa e humilhação. Foi-lhe dito que, se afirmasse amar a Deus, teria que provar isso. O teste de aflição e raiva e culpa e humilhação foi apresentado a ele, e ele aceitou.

Naquela época, este teste revelou que seu amor era verdadeiro. Você não tem ideia do que estou falando! No amor deve haver rejeição e aceitação para que o amante amadureça pela graça e pela ira do Amado; caso contrário, permanece imaturo e improdutivo.

Nem todos podem imaginar que tanto Iblis quanto Muhammad afirmam ser os guias do Caminho. Iblis afasta de Deus, Muhammad guia para Deus. Deus nomeou Iblis como guardião de sua corte, dizendo-lhe: “Meu amante, por causa do seu ciúme amoroso que você tem por mim, não deixe nenhum estranho se aproximar de mim“.

Ayn al-Qozat implica que a separação do amor é, de certa forma, superior à união do amor, porque a primeira é uma condição dinâmica e a segunda é estática. Iblis não é apenas o modelo do Separado, ele também causa essa condição nos amantes humanos – e embora alguns experimentem isso como “mal”, o sufi sabe que é necessário e até bom.

A profissão de fé islâmica diz: “Não há deus (la ilaha) senão Deus (illa’Llah)“. Ayn al-Qozat explica que o incrédulo nunca irá além da mera negação, o la (não), ou alcançará o santuário interior de illa’Llah. O guardião deste reino interior não é outro senão Iblis. Ayn al-Qozat contribui de forma original para a satanologia islâmica ao simbolizar Iblis como guardião através de duas imagens poderosas: a Luz Negra e as tranças negras do amado.

Mais uma vez, a “Luz Negra” sugere uma coincidentia oppositorum (coincidência dos opostos) familiar aos místicos e alquimistas ocidentais em frases como “o Sol à Meia-Noite”. Tal como acontece com as “tranças” que às vezes estão escondidas e às vezes revelam o rosto do Amado, esta imagem sugere o conceito hindu de Maya, a beleza do mundo que pode ser ilusão infernal e graça celestial, e que pode induzir tanto ao esquecimento quanto à memória. Ayn al-Qozat escreve:

Você sabe o que significa a “bochecha” e o “sinal de beleza” do Amado? A Luz Negra acima do Trono não foi explicada a você? É a luz de Iblis, que é como as tranças de Deus; comparado com a Luz Divina é escuridão, mas é uma e a mesma luz.

Sem dúvida, aquele que vê o Amado (como Iblis fez) com “cachos”, “sinais de beleza”, “tranças” e “sobrancelhas” declarará, como Hallaj, “Eu sou Deus”…

As pessoas só ouviram o nome de Iblis e não sabem que ele tinha tanto orgulho de seu amor que não reconheceu nenhum! Você sabe por que ele estava tão orgulhoso? É porque a luz de Iblis (as tranças) está perto das bochechas e do sinal de beleza (a luz de Muhammad). A bochecha e o sinal de beleza podem estar completas sem tranças, sobrancelhas e cabelos? Por Deus, elas nunca estão completas!

Se você não acredita nisso, então ouça a palavra de Deus: “Louvado seja Deus, que criou os céus e a terra e estabeleceu as trevas e a luz” (Alcorão VI, 1). Como o preto seria completo sem o branco, ou o branco sem o preto? Não poderia ser. A Sabedoria Divina foi assim ordenada [10].

Kitâb al-Mawalid, de Abû Ma’shar, século XV. Imagem retirada do site Antiquities of the Illuminati.

O Anjo Pavão
Dentro do Sufismo, a defesa de Iblis permaneceu um problema metafísico e místico interessante, chocante e perigoso. Inevitavelmente, as imagens poderosas e cintilantes usadas para defender Iblis encontraram expressão no culto e no ritual, e tão inevitavelmente essa exteriorização causou uma cisão dentro do corpo do Islã. Embora o Islã possuísse uma elasticidade doutrinária desconhecida para, digamos, o Cristianismo, ainda havia ultrajes que ele não podia aceitar. A adoração ao Diabo é uma delas.

Por volta do ano 1100, um shaykh de Baalbek (Líbano) chamado Adi ibn Musafir chegou a Bagdá e se associou ao Imam al-Gazzali e a Abd al-Qadir Jilani, os grandes sufis ortodoxos. Através deles, ele conheceu as obras de Ahmad Gazzali e Ayn al-Qozat Hamadani. Mais tarde, shaykh Adi retirou-se para um vale remoto em Lalish (Iraque) e lá criou sua própria ordem Sufi entre os camponeses Curdos. Ele foi reconhecido por sua forte ortodoxia sunita e suas práticas ascéticas severas, e todo o seu trabalho prova sua simplicidade piedosa.

Shaykh Adi, no entanto, parece ter um lado oculto. Seus seguidores, conhecidos como Yezidis [11], atribuem a ele (e outros shaykhs de sua ordem) vários textos estranhos nos quais o Diabo aparece como Malek Ta’us, o Anjo Pavão, um grande deus – o Iblis de Hallaj tornado mítico através uma divindade pagã.

Hallaj é reverenciado pelos Yezidis e eles nomearam um de seus grandes ídolos de pavão de bronze (sanjak) em homenagem a ele. Em um poema atribuído a shaykh Adi, ele parece se gabar de sua divindade e se refere à outras “proclamações extáticas” semelhantes feitas por sufis como Hallaj e Bayazid Bastami:

Eu sou Adi de Shams (Damasco), filho de Musafir

 Em verdade, o Misericordioso me deu nomes,

 O Trono Celestial, e o Assento, e os Sete Céus, e a Terra.

 No segredo do meu conhecimento, não há outro deus além de mim…

Louvado seja eu, e todas as coisas são por minha vontade.

 E o universo é iluminado pelos meus dons.

Por muito tempo, o nome dos Yezidis foi percebido (pelos próprios Yezidis) como derivado do malvado e libertino califa Yazid, que, em 690, assassinou al-Husayn, neto do Profeta e Imam dos Xiitas; a defesa de Yazid contra as maldições dos Xiitas pode refletir o sunismo fanático da ordem de shaykh Adi, mas hoje os Yezidis consideram o califa como seu campeão, o inimigo da ortodoxia que os libertou dos rigores da Lei (Sharia). O nome Yezidi, no entanto, provavelmente deriva da antiga palavra persa, yazd ou yazad, que significa “deus” ou “espírito”. Os Curdos de Lalish podem ter mantido crenças “pagãs” pré-islâmicas enraizadas no dualismo do Zoroastrismo que, de certa forma, harmonizava a defesa de Iblis de Hallaj com o culto extremista sunita do califa Yazid. Se o histórico shaykh Adi, cuja tumba em Lalish é agora o centro das devoções dos Yezidis, foi responsável por esse sincretismo ou se ocorreu após sua morte, pouco importa.

Embora os Yezidis devam rejeitar a cultura livresca por princípio (e, de fato, eles são em sua maioria analfabetos), eles na verdade possuem duas “escrituras”, o Livro do Brilho Divino e o Livro Negro (“brilhante” e “negro”) pode nos dar o índice de “Luz Negra”). Eles não adoram o diabo como um princípio do mal, como os satanistas cristãos, mas como um princípio de energia, injustamente condenado pelas religiões ortodoxas. De acordo com o Livro Negro:

No princípio, Deus criou a Pérola Branca de Sua Essência mais preciosa: e criou um pássaro chamado Anfar. E Ele colocou a Pérola em suas costas, e Ele residiu ali por quarenta mil anos. No primeiro dia, domingo, Ele criou um anjo chamado Azazil que é Ta’us Malek (o anjo Pavão), o cabeça de todos.

Então, no Livro do Esplendor Divino, Malek Ta’us nos fala na primeira pessoa:

Eu era, e sou agora, e continuarei por toda a eternidade, governando todas as criaturas e ordenando os negócios e ações daqueles sob meu poder. Agora estou perto de quem tem fé em mim e que me chama em momentos de necessidade, não há lugares vazios de mim onde eu não esteja presente. Estou preocupado com todos os eventos que os estrangeiros chamam de mal porque não são feitos de acordo com seus desejos.

O Livro Negro contém uma série de proibições bastante interessantes. Alfaces e feijões são proibidos; acredita-se que os primeiros contêm uma parcela de “luz pura” (pelos maniqueus) e os últimos contêm almas que empreenderam suas transmigrações (de acordo com os pitagóricos). A carne de peixes, gazelas e pavões é proibida, assim como a cor azul índigo, sem nenhum porque são símbolos de Satã cujo nome não pode ser pronunciado pelos Yezidis. Abóboras, símbolos tradicionais do caos, também são consideradas sagradas demais para serem comidas.

Iblis, A Imaginação
Devemos ignorar essas digressões fascinantes, bem como essas análises antropológicas dos Yezidis, as defesas de Satã no Sufismo tardio, as críticas dirigidas contra o Satanismo por místicos profundos como al-Jili ou Ruzbehan Baqli, o imponente folclore da demonologia ou demonolatria, escatologia (assim como o mapa do submundo de Dante), ou o uso da figura de Iblis como um símbolo para rebeldes como ismaelitas ou esquerdistas contemporâneos. Tudo isso é coberto pelos títulos referenciados nas notas deste artigo. Meu objetivo aqui deve permanecer simplesmente perguntar: o que é essa “Essência de Satã” mencionada pelos adoradores do diabo curdos que meus amigos encontraram [12]?

A resposta é sugerida por certos textos da escola do “grande shaykh” Ibn Arabi, particularmente o tratado de Aziz ad-din Nasafi, o Homem Perfeito:

Deus delegou seu vice-regente para representá-lo neste microcosmo, este divino vice-regente sendo o “intelecto”. Quando o “intelecto” assumiu seu cargo de vice-regente neste microcosmo, todos os anjos se prostraram diante dele, exceto a “imaginação” que se recusou a se curvar, assim como Iblis se recusou a fazê-lo antes de Adão assumir a vice-regência. macrocosmo…

Seis pessoas emergiram do terceiro céu: Adão, Eva, Satã, Iblis, o Pavão e a Serpente.

Adão é o espírito, Eva o corpo, Satã a natureza, Iblis a imaginação, o Pavão o desejo e a Serpente a ira. Quando Adão se aproximou da árvore do intelecto, ele deixou o terceiro céu e entrou no quarto. Todos os anjos se prostraram diante de Adão, exceto Iblis, que recusou. Ou seja, todos os poderes, espirituais e físicos, submetidos ao espírito, exceto a imaginação.

A palavra usada aqui é wahm, que pode ser traduzida como “imaginação”, em oposição a khyyal, ou imaginação como uma faculdade. Mas na escola de Ibn Arabi os termos às vezes são trocados, pois na verdade a imaginação (como as tranças do Amado) tanto dissipa como concentra a faculdade de lembrar, e induz tanto ao “pecado e rebelião” quanto à visão do divino no mundo. Segundo o próprio Ibn Arabi, sem imagens não pode haver realização espiritual, porque a unidade indiferenciada do Real só pode ser experimentada através de suas manifestações como a multiplicidade da criação.

Satã é o guardião do limiar, como explicou Ayn al-Qozat, e uma passagem é um istmo, um espaço entre mundos, um não-lugar ambíguo e liminar, uma terra da imaginação [13]. No Ocidente, apenas William Blake reconhecia o Diabo como imaginação; no Sufismo essa identidade era muito clara pelo menos desde o século X. Os Sufis que defendiam Satã não estavam defendendo ou desculpando o mal, mas estavam contando um segredo: “o diabo” tem apenas uma existência relativa e ele é “apenas humano”. É o “Shaitan” em cada um de nós que devemos nos converter ao Islã, como o Profeta nos diz. Mas, os próprios meios que utilizamos nesta alquimia do eu são regidos por esta mesma força, o poder da nossa imaginação iluminada pelos paradoxais raios lunares da Luz Negra – o próprio Iblis.

Notas:

[1] Nada em inglês, pelo menos. Menciono-os, no entanto, em meu Scandal: Essays in Islamic Heresy (Brooklyn, N.Y.: Autonomedia, 1988).

[2] Ver V. Ivanov, Truth-worshippers of Kurdestan: Ahl-i Haqq Texts (Bombaim: Ismaili Text Society). De acordo com meus informantes dentro do culto, este trabalho é praticamente inútil. Veja o artigo de Minorsky “Ahl-i Haqq” na Encyclopedia of Islam.

[3] Veja Scandal: Essays In Islamic Heresy (Brooklyn, NY.: Autonomedia, 1988)

[4] Doutor Bahram Elahi (filho de Ustad Nur Ali Elahi), The Path of Perfection, traduzido por James Morris da versão francesa por Jean During (Londres, Rider Books, 1987). Na página 28, Elahi faz uma observação que poderia se referir aos “Shaïtan-parastiyyan”: “Algumas mentes equivocadas chegam a dizer que “já que em todos os casos Deus é bom e misericordioso, não temos necessidade de nos preocupar com ele: mas como nossos sofrimentos vêm do mal e do deus do mal, devemos nos preocupar em obter seus favores”. E assim eles acabam adorando o diabo.”

 [5] Isso não significa dizer que não existem judeus ou muçulmanos maus ou que essas culturas estão livres de toda “magia negra”, mas nenhuma delas deu origem ao mal satânico organizado. Com exceção dos Shaitans parastiyyan, a adoração de Satã no Islã (como veremos no caso dos Yezidis ou de alguns sufis) considera o mal como secretamente bom.

[6] “Satã” é um título que significa “o Adversário”; “Iblis”, derivado do grego diabolos, é o seu nome.

[7] Le Tawasin de Mansur al-Hallaj, tradução de Aisha at-Tarjumana (Berkeley e Londres: Diwan Press, 1974).

[8] De uma compilação de materiais sufis sobre o diabo pelo mestre sufi contemporâneo Javad Nurbakhsh: The Great Satan “Eblis” (Londres: Khaniqah-i Nimatullahi). Ver também Ahmad Ghazzali, Sawanih: Inspirations from the World of Pure Spirits, tradução N. Pourjavady (Londres: KPI, 1986).

[9] Ver A Sufi Martyr, Apologie de Hamadani composée en prison, tradução de A.J. Arberry (Londres: Allen & Unwin, 1969), que inclui um apêndice contendo passagens satânicas de outras obras. Veja também Nurbakhsh para uma grande seleção e Satan’s Tragedy and Redemption: Iblis in sufi Psychology de Peter J. Awn (Leiden: E. J. Brill, 1982), muito útil por seu grande número de citações de autores sufis. N. Pourjavady e eu incluímos algumas quadras encantadoras em nosso Drunken Universe: An anthology of Persian sufi Poetry (Grand Rapids, Michigan: Phanes Press, 1987).

[10] Hamadani, op. cit.

[11] O seguinte é inspirado no estudo de John Guest: The Yezidis (Londres e Nova York, KPI, 1987).

[12] Parece que os Shaitan-parastiyyan dos Ahl-i-Haqq podem estar “relacionados” de alguma forma com os Yezidis da fronteira do Curdistão iraquiano. Alguns estudiosos (como C. Glasse em sua The Concise Encyclopedia of Islam) sustentaram isso, mas não tenho provas.

[13] Henry Corbin, Creative Imagination in the Sufism of Ibn ‘Arabi, (Princeton: Princeton University Press, 1969).