N'O Livro da Lei, Nuit declara seu número como «seis e cinquenta», 56, que deve ser dividido, adicionado, multiplicado e percebido. Dividindo, o número produzido é 28, o número do ciclo lunar; adicionando 5 e 6 é produzido 11, o número da magia, da Grande Obra, e dos Qliphoth. Multiplicando os números inteiros produzimos 30, o número de dias no mês solar, e de Lamed, a letra de Maät, que fora o título original d'O Livro da Lei. No total, estes números produzem 69 que, interpretado ao pé da letra, se torna Shin e Teth (Seth), a formula da magia sexual oculta por trás do simbolismo da Estela que comporta o āsana bem conhecido soixante-neuf. Entretanto 69 possui outras implicações mais esotéricas. Ele é o número da 'criança', indicando assim, resumidamente, a natureza da transmissão de Nuit a terra e de seu ato de parir Aquele que Sempre Vem. Ele também é o número de dinh, que de acordo com Mead significa o «vórtice do sistema solar», e de akun, «um ponto» (i.e. Hadit), sendo ambos estes conceitos hábeis descrições do relacionamento de Nuit com o filho-sol (Horus) e com Seth (Hadit). É também significativo que 69 é 23+46, pois 23 é o número do secreto caminho de Maät, e 46 é o número de Um, uma forma de Maät associada com os ritos necromanticos de Lêng. Ainda, o 23º Caminho é o do «Homem Pendurado» do Tarot. Este é um símbolo do viparita e do lugar da cruz, ou cruzamento do homem com aquele que se encontra além do homem. Ele é o Caminho da Água ou, em um sentido mágico, do sangue, pois o número 23 oculta a fórmula da Mulher Escarlate: 3 menos 2 = 1; 2 mais 3 = 5; 2 vezes 3 = 6 (i.e. 156 = Babalon). Talvez 25, o número do verso que exibe estas ideias, seja uma chave vital. Ele contém a fórmula viparita do Pentagrama, cuja formulação reversa evoca forças de fora ou detrás da Árvore da Vida. É o método secreto de deslacrar os túneis e de abrir os portais que admitem aquelas forças, pois 5 é o número da Mulher, portanto 5x5 é a mais completa expressão de sua fórmula. 25 também é o número de ChIVA, «A Besta», que aponta mais uma vez para a fórmula de Therion conjugado com a Mulher. A exortação para perceber n'O Livro da Lei pode indicar que estas operações podem ser completamente realizadas somente na zona de poder de Saturno (Seth), que se encontra adjacente à Zona-Malva.
Então se segue uma bela dhyāna do modo de congresso empregado para facilitar esta operação mágica. O sacerdote é banhado com a luz estelar de Nuit (seus kalas) que se manifesta como um «perfume de doce-cheiro de suor». Isto praticamente reproduz as descrições aplicadas pelos tântricos as suvasinis ou «senhoras de doce-cheiro» do Círculo Kaula.
Fonte:http://circulotifoniano.blogspot.com.br/2015/02/fernando-liguori-n-o-livro-da-lei-nuit.html