segunda-feira, 18 de setembro de 2017

LIBER PACTONIS


A ORDEM E A BUSCA

Os segredos da magia são universais e possuem uma natureza física, de tal modo prática que desafia a simples explicação. Aqueles que percebem e praticam tais segredos são considerados como tendo alcançado a condição de mestres. Mestres irão, em diversos momentos da história, inspirar adeptos a criarem ordens mágicas, místicas, religiosas ou mesmo seculares, com o objetivo de conduzir outras pessoas a condição de mestre. Em algumas épocas, tais ordens tem abertamente se auto denominado Illuminati, em outras épocas, a clandestinidade tem sido mais prudente. Os mistérios podem ser preservados unicamente pela revelação constante. Neste sentido, os Iluminados de Thanateros continuam uma tradição de, talvez, sete mil anos atrás, embora a ordem, em seu aspecto externo, não possua história, sendo ela constituída como uma determinação dos Illuminati.
Numa ordem que não tem passado, não há motivo para camuflar o futuro, a partir do presente. Ela toma o seu nome dos deuses do sexo (Eros), e da morte (Thanatos). Além de serem as maiores forças motrizes das obsessões humanas, o sexo e a morte representam os métodos positivo e negativo de alcançar a consciência mágica. A iluminação e a libertação resultam do sucesso na aplicação destes métodos.

O propósito específico de qualquer ordem dos Iluminados de Thanateros é o de ajudar a determinar sob qual forma haverá de se manifestar o quinto AEON, ainda embrionário. Sua tarefa, embora histórica, consiste em disseminar o conhecimento mágico para os indivíduos. Pois nunca houve uma época desde o primeiro AEON, na qual a humanidade esteve tão carente de tais habilidades para ver o caminho adiante.

Não há hierarquia formal nos Iluminados de Thanateros. Existe uma divisão de actividades dependendo das habilidades, na medida em que elas se desenvolvem.

A maioria das tradições ocultas possuem uma complexa e alta organização da cosmologia de outros mundos e teorias metafísicas.
Até então, eles acompanham teorias mágicas frequentemente confusas.

Em contradição com tudo isso, um insight fundamental da CHAOS MAGIC é que a técnica mágica é aguçada, delimitá-la funciona porque o próprio universo é mais confuso do que parece.
Ou talvez, devesse mais respeitosamente dizer que o universo tem a propriedade mágica de configurar a maioria das interpretações ligadas a ele. Ainda que  reciprocamente exclusivas, uma ampla variação de paradigmas metafísicos podem ser feitos para atacá-lo.

Então, para a selecção no supermercado de crenças, o questionamento crítico do caoísmo é:
Qual é a eficiência das técnicas mágicas? Por isso, a magia caótica é caracterizada pela falta de atenção à metafísica e a sua pura devoção à técnica empírica.

Por algum tempo, os caoistas ortodoxos consideraram que a desatenção à metafísica e à mitologia feita por você mesmo, são incompatíveis com a estrutura formal de uma ordem de ensinamentos mágicos.

De qualquer forma, isso não é necessário; apenas a técnica é ensinada e praticada. A experiência mostra que as pessoas se unem em mudanças profundamente produtivas de experiências práticas, e que uma estrutura formal e uma diversidade de tarefas encoraja isso.

O pacto mágico da IOT, ou "The Pact for Short", é uma estrutura organizacional para aqueles que desejam proceder na realização da Magia do Caos, na companhia de pessoas mentalmente afins.

O pacto explora a divisão de uma graduação hierárquica, com uma determinada checagem e equilíbrio, e se agrada em receber candidatos, os quais dirige e inicia à ascensão rápida, direta e estruturada.

Toda reavivação do oculto gera uma ou duas "crianças mágicas" e a magia caoista é a maior síntese para emergir do oculto, renascida dos últimos vinte anos. O pacto está entre os primeiros veículos designados para o desenvolvimento e leva a uma boa síntese para o próximo milénio. É bom que o pacto esteja nascendo na virada do século e que seja, de preferência, mais do que a G.D. foi em seu tempo, no século passado.

Na prática, o número de divisões formais do pacto é tratado até certo ponto, mais como iluminação do que convenções formais escritas podem levar em suposições, com membros estilizando a si próprios com excentricidades como Frater Ausência ou Soror Impropriedade e assim por diante, com deliberada paródia à tradição. A função primária da estrutura de graus é de proteger o mecanismo, com a exclusão de certos psicóticos misantrópicos e neuróticos arrepiantes que, às vezes, são atraídos para tais empreendimentos e para assegurar que qualquer necessidade organizacional seja atendida.

O PACTO MÁGICO DOS ILUMINADOS DE THANATEROS

Desde o início da corrente CHAOS MAGIC, alguns indivíduos escolheram trabalhar sozinhos, enquanto outros escolheram fazê-lo em conjunto, em uma configuração livre de grupos aliados. A ordem mágica dos IOT têm, na prática, funcionado como uma desordem altamente criativa. Esta desordem criativa tem gerado, entre outras coisas, uma estrutura conhecida como "O PACTO". Contrastando com as implicações usuais deste nome, "O PACTO" é uma sociedade de amigos para suporte mútuo e encorajamento no campo da magia. O PACTO mágico dos IOT representa outro aspecto da corrente CHAOS MAGIC, no qual os seus praticantes escolheram trabalhar como uma força integrada.

O pacto é um veículo orientado para a Grande Obra da Magia e para os prazeres e loucuras que fazem parte desta busca. O Pacto também funciona como uma força psico-histórica na batalha pelo AEON.
Historicamente, todas as organizações mágicas e místicas têm usado uma estrutura hierárquica para exercerem pressão por excelência sobre aqueles que trabalham em todos os níveis da hierarquia.
Embora as posições de maestria nestas organizações tenham, freqüentemente, dependido mais de recursos de autoridade questionáveis, emanada de fontes obscuras, do que de uma verdadeira competência técnica, inevitavelmente, esses blefes têm levado à destruição destas organizações. Todavia, este velho mecanismo não deixa de ter seus méritos. O guru e o chela (discípulo) se põem sobre enormes pressões e se o chela finalmente se rebela, ambos vão ganhar muito, embora isso facilmente termine em desastre.

Enquanto a maioria dos indivíduos são relativamente sadios e competentes, a maioria dos organizadores agem como sendo loucos e estúpidos. Isto acontece porque a maioria das organizações permitem, apenas, um embasamento positivo desde baixo.
Deste modo, aqueles que estão no topo são condenados a se banharem nas enganosas reflexões das suas próprias expectativas, ao emitirem diretrizes ainda mais equivocadas.

A estrutura do pacto supre estes problemas tradicionais preservando, ao mesmo tempo, a valiosa pressão criada por uma estrutura hierárquica.
Nos templos do pacto, todos os membros são encorajados a apresentar, voluntariamente, técnicas e conceitos para que sejam experimentados e avaliados, e a estrutura de graus meramente reconhece a competência técnica mágica e a responsabilidade organizacional.

Aqueles de graus mais elevados têm que evitar comentários sobre o estilo de vida, o comportamento pessoal, os gostos e a moralidade dos outros membros. E no entanto, a estrutura do pacto força uma constante corrente do retorno negativo de baixo para cima, institucionalizando, assim, a rebelião no ofício dos Insubordinados. Portanto, tão logo um razoável nível de habilidade técnica e organizacional é alcançado, o Mestre do Templo, o Adepto, ou o Mago tornam-se, repentinamente, sujeitos a intenso criticismo, tanto como professores quanto como indivíduos, isso é considerado uma grande recompensa.

O PACTO é constituído de quatro graus; neófito, iniciado, adepto e mago, numerados respectivamente de 4, 3, 2, 1.

Adicionalmente, existem cinco ofícios.

O SACERDOTE OU SACERDOTISA DO CAOS podem ser tomados como um grau paralelo ao terceiro ou segundo.

O ofício de SUPREMO MAGO é desempenhado pelo cabeça do pacto, é designado grau zero.

O ofício de MESTRE DO TEMPLO designa o coordenador das atividades de um determinado templo, e pode ser desempenhado por qualquer indivíduo acima do terceiro grau.

O ARQUIVISTA é o responsável pelos registros do templo.

O ofício do INSUBORDINADO pode ser desempenhado por qualquer indivíduo do terceiro grau.

O INSUBORDINADO é um assistente pessoal de um outro membro do pacto, e age como crítico, inspetor e aguilhoador daquele membro.

O PACTO é uma oligarquia que se auto perpetua. A ascensão para um grau ocorre mediante convite dos demais indivíduos daquele grau ou de graus superiores.

O MAGO SUPREMO pode ser substituído, apenas, por acção unânime de todos os membros do primeiro grau. O acordo tácito na afiliação ao PACTO é de que os graus superiores forneçam organização, facilidades, instrução e material e, em retorno, os graus inferiores fornecem quaisquer serviços de ordem material, financeira ou mágica, que possam ser razoavelmente pedidos a eles. Em último recurso será apreciado pelo grau zero.

O TEMPLO DO PACTO

O TEMPLO DO PACTO só pode ser fundado por um Adepto ou um Mago, o qual inspeciona, periodicamente, o trabalho do templo. O templo consiste na assembléia dos membros, podendo ser convocada em qualquer espaço fechado ou aberto, onde a privacidade possa ser assegurada. O Mestre do Templo manterá arquivo com os endereços de todos os membros do templo, para que possa contactá-los.

Este arquivo não pode ser mantido de forma que estranhos ao templo tenham a possibilidade de acessar informações a respeito dos membros. O Mestre do Templo também manterá seus superiores no PACTO informados do endereço pelo qual seu templo pode ser contatado, e eles manterão esta informação da mesma forma. Os membros poderão pertencer a mais de um templo. Por exemplo ,um iniciado de um templo "protegido" poderá precisar freqüentar o templo de seu ADEPTO ou MAGO "protetor", para receber treinamento específico e avançar para o próximo grau. Todos os templos adotam um nome característico pelo qual eles são conhecidos no PACTO.

Templos Supervisionados

Pode ocorrer que por algum acidente geográfico um grupo de pessoas que desejem se associar nas formas do Pacto estejam em uma área distante dos centros de actuação. Neste caso um ou mais membros que representem este grupo, devem, de alguma forma, se apresentar pessoalmente perante um Adepto ou Magus do Pacto recebendo para cada membro uma carta escrita a mão ou assinada com os juramentos completos de Neófito, junto com qualquer outra exigência do supervisor. Então de acordo com a avaliação do Adepto ou Magus deve ser dado o 4o e em seguida o 3o dando-lhe o poder de abrir um templo e conduzir o trabalho nestes graus.

O Ofício de Mestre de Templo

As atividades do templo são coordenadas pelo Mestre de Templo, que pode ser indicado por um Adepto ou Magus supervisor do templo ou escolhido pelos mais graduados presentes. O Mestre de Templo tem a responsabilidade de cuidar para que apenas membros do grau apropriado ou candidatos a este grau sejam admitidos nos rituais do Templo. Visitando membros de outros templos deve dar-lhes os sinais e palavras apropriados ao Mestre de Templo em particular. O Mestre de Templo deve delegar um ou mais Mestre de Templo auxiliares.

O Ofício de Arquivista

O Arquivista guarda um registro das actividades do templo. O registro deve usar exclusivamente os nomes mágicos formais ou números dos presentes. Os registros devem detalhar o horário e o local das actividades, seguido de uma breve descrição de quaisquer trabalhos que foram feitos e os resultados alcançados. Se não for possível autorização para registos de informações confidenciais, tais informações devem ser codificadas mas não cifradas, por algum código autorizado pelo Mestre de Templo. O Arquivista é pessoalmente responsável pelos registros, respondendo caso eles venham a ser destruídos, perdidos ou roubados. Os registros do templo devem ser inspeccionados por qualquer iniciado ou grau mais avançado do Templo.

Os Graus e os Rituais de Grau

Candidatos ao grau de Neófito são admitidos na base de entrevistas e conversas com membros do Pacto, por recomendação pessoal ou por pedido enviado ao Pacto. Nenhuma pessoa pode ser admitida em qualquer ritual do pacto sem antes ter se submetido ao ritual de Neófito.

O ritual de Neófito requer que o candidato tome algumas medidas preliminares como, providenciar um manto e um anel que sigam as determinações do Pacto, e tenha demonstrado ser uma pessoa de mente aberta, livre de crenças dogmáticas. A maioria das actividades e dos trabalhos mágicos do Pacto são abertos ao grau de Neófito. O grau de Neófito corresponde a um período em que o Pacto e o Neófito testam seus relacionamentos. O Neófito pode ascender de grau a qualquer  momento como pode se desligar a qualquer momento.

O Ritual de iniciação corresponde a uma aceitação completa do candidato ao Pacto. O Pacto não oferece fronteiras para um Iniciado. As actividades confidenciais e as actividades mágicas são conduzidas com o templo aberto no grau de Iniciado. Os iniciados seguem todas as formas de magia e começam a trabalhar com o Liber kkk, e se desejarem, realizam um trabalho paralelo como Monges ou Monjas do Caos.

O ritual de Adepto marca o momento em que o candidato atinge capacidade mágica e, assume a obrigação de ensinar, de proteger o Pacto, administrar sua estrutura e tradição. Não é necessário abrir o templo neste grau.

Não é apresentado aqui o ritual de reconhecimento de Magus. Este grau é conferido aqueles que alem da habilidade mágica possuem potencial para liderarem dentro do Pacto.

A Insígnia do Pacto

O adorno fundamental de qualquer templo do Pacto, seja ele aberto ou fechado, é a estrela de oito pontas do Caos, colocada proeminentemente.
Ela pode estar representada na forma de uma bandeira, ou na toalha do altar, uma esfera caótica, ou a estrela montada em algum material. Todos os graus devem usar mantos com mangas compridas e capuz. Os mantos são comumente pretos, contudo os templos individualmente podem eleger outra cor para seus membros. O anel da ordem é prata e tem gravado uma estrela de oito pontas do Caos. Ele pode ser usado em qualquer momento, mas não representa em si uma prova de afiliação ao Pacto ou graduação. Os membros escolhem um nome de uma só palavra e um número de três ou quatro dígitos, pelos quais eles serão conhecidos formalmente dentro do Pacto e pelo qual seus feitos e comentários serão registrados nos arquivos do templo. Os membros do sexo feminino serão chamadas de Sor. (Soror ou Irmã), e os do sexo masculino de Fra. (Frater ou Irmão). Desta forma um nome completo formal, seria por exemplo Fra. Aleph 251, 3o IOT.

O Simbolismo dos Rituais de Grau

Os rituais apresentados aqui são o mínimo necessário para se abrir e fechar um templo e se reconhecerem membros no grau de Neófito, Iniciado e Adepto. Os templos podem decidir adicionar material extra a estes rituais. O ritual de Neófito é um casamento com o Pacto, de qualquer forma, em uma tradição moderna, o divórcio é permitido a qualquer tempo. O candidato é perguntado sobre as quatro qualidades da assim chamada pirâmide dos feiticeiros: Saber, Desejar, Ousar e Calar. O candidato é recepcionado com abraços aplausos e gestos de carinho.

O ritual de Iniciado marca uma entrada efetiva no Pacto, e o candidato oferece ao Pacto os poderes que possua nas virtudes mágicas, Desejo, Percepção, Imaginação e Concentração. A seriedade desta submissão é marcada por alguns momentos de profundo silêncio que encerram o ritual.

O ritual de Adepto marca a aceitação por parte do candidato, das responsabilidades e dos poderes executivos com o Pacto. O ritual se resume ao simbolismo das quatro armas elementais que são o Pantáculo, o Cálice, a Espada, e o Cajado. O candidato é recebido com fogo para purificar os votos assumidos.

Os Sinais e as Palavras de Grau

Os sinais e palavras de grau protegem o Pacto de infiltrações e impostores. Elas consistem em gestos e palavras discretas para que possam ser trocadas em contatos sociais sem que se possa parecer que se tratam de sinais para os profanos. Os sinais e palavra são trocadas periodicamente pelo grau 1o.

Notas nos Rituais do Pacto

Os rituais estão representados como sendo liderados pelo MT, eles podem ser liderados por qualquer membro do devido grau que seja designado pelo MT, é normal que o MT delegue funções dentro do Templo para que os membros possam praticar a liderança em rituais.

O Ofício de Insubordinado

Todo MT é assistido pessoalmente por um insubordinado que deve ser escolhido entre os membros do Templo, exceto o MT. Junto a qualquer Adepto ou Mago que esteja liderando um estudo, também deve haver um insubordinado escolhido entre seus estudantes.

Os cinco mandamentos do Insubordinado são:

1) Verificar se todos os ensinamentos e instruções estão sendo são compreensíveis e criticar e pedir explicação sobre os que não são. Este é o mandamento do "Louco", para se desfazer a ignorância ou o fingimento de ignorância, quando os outros fingem que entendem.

2) Para transmitir o "criticismo" com uma certa leviandade. Este é o mandamento do brincalhão, para fazer graça com aquilo que os outros acham melhor ignorar.

3)Para apontar as falhas pessoais e a ignorância.
Este é o mandamento do Capelão, para tratar os problemas pessoais imparcialmente.

4) Para receber comunicados de progressos mágicos, sem que seja necessário comentá-los. Este é o mandamento do confessor, cuja existência é uma salvaguarda contra a preguiça e a complacência.

5) Para deter o poder do veto contra qualquer instrução, e notifica-lo ao 0o ou ao 1o sobre este exercício.

Este é o mandamento do inquisidor, para impedir abuso de autoridade.

Os detentores do ofício de insubordinado escolhem duas palavras como título para caracterizar sua actuação. Tais palavras podem ser escolhidas em qualquer combinação das palavras louco, brincalhão, capelão, confessor, ou inquisidor. Normalmente uma palavra é escolhida, na função em que o candidato está mais inclinado a realizar, e a outra na função menos favorecida. Desta forma, o Insubordinado pode escolher ser intitulado como Inquisidor-Brincalhão, Capelão-Louco, ou Confessor-Inquisidor e assim por diante.

O oficio de insubordinado toma lugar toda vez que um novo insubordinado é apontado para substituir um antigo, ou quando o iniciado detentor do ofício é reconhecido como Adepto.
Alguns templos preferem mudar constantemente a figura do insubordinado em cada encontro, seja randomica ou sucessivamente.
Em outra situações o posto é ocupado definitivamente e as partes envolvidas elegem aquele que será marcado pelo rito do insubordinado. De outra forma o medalhão do insubordinado que é o símbolo de seu ofício, é usado quando o ofício está sendo realizado, passando de um para o outro.

O insubordinado normalmente conduzirá os negócios oficiais com o recipiente da insubordinação em particular. O recipiente pode ser escolhido para levar ao insubordinado de antemão alguma instrução controversa para prevenir o exercício público do veto.

As Actividades do Templo

As actividades do templo vão variar de acordo com a necessidade, circunstâncias e conforme com os graus e a cumplicidade dos presentes. As secções seguintes dão alguma indicação das actividades frequentes do templo e na sequência em que são comumente realizadas.

O Mestre de Templo será responsável pela privacidade do templo, e que qualquer visitante será do grau apropriado. O MT anunciará qualquer teoria para aprofundamento e dar qualquer explicações preliminares necessárias.

Abertura

O templo pode ser aberto com um ritual de Grau ou com o ritual de abertura.

Prática e Treinamento

Vários membros do Pacto, com a descrição do MT, liderarão exercícios particularmente disciplinas mágicas. Isso incluirá exercícios de controle da mente, práticas com técnicas de gnose e práticas com os vários instrumentos mágicos e técnicas. Leituras e demonstrações devem ser dadas e papeis lidos.

Actuação Mágica

Com a discrição do MT, vários feitiços e rituais de evocação, divinação, encantamento, invocação e iluminação de acordo com as necessidades do Pacto, do templo ou individuais. A Missa do Caos deve ser realizada como uma celebração ou para ordenar um sacerdote ou sacerdotisa do Caos ou por algum outro propósito.

Debate

O MT participa de um debate sobre questões administrativas, planejamento, progresso pessoal e pesquisa. Os indivíduos podem reportar seu trabalho com o Liber KKK e outros trabalhos. Publicações e comunicados de outros templos do pacto podem ser revistos.

Fechamento

O templo é fechado com o ritual de fechamento e se necessário aberto em outro grau para propósitos específicos com participantes seleccionados.
É comum que o trabalho do templo seja seguido por uma confraternização.

Assuntos do Pacto

Poucos rituais do Pacto possuem um fechamento escrito. Qualquer ritual que não possa ser memorizado deve ser revisto e simplificado em carácter de urgência. Em geral, quando um exercício ou ritual complexo é realizado, um membro explica detalhadamente aos outros de antemão e lhes guia na sequência a ser seguida, dando instruções para os outros participantes, para que estes dêem sua contribuição no momento apropriado se necessário. O MT precisa da autorização de Magus do Pacto, se o templo empreender trabalho mágico pago em benefício de pessoas de fora ou instituições. A aprovação também é necessária para que seja lançado um ataque mágico, de qualquer forma isso é condenado em circunstâncias que sejam coercivas.

Excomunhão

Caso um membro do Pacto torne-se intolerável, os membros do templo podem forçar uma excomunhão do Pacto por uma simples maioria, o MT tem o voto de Minerva. Caso o membro a ser excomungado seja o MT, o insubordinado tem o voto de Minerva. Os excomungados estão afastados das actividades do templo até segunda ordem e os membros não poderão discutir os assuntos do pacto com eles. Um tratamento mais severo por parte do pacto será tomado em relação ao excomungado, que tenha trazido sérios prejuízos ao pacto.
Nada é verdadeiro, Tudo é permitido.

(autor desconhecido)

Referencia:

http://www.iot-sulamerica.com.br/


Sigilo

Sigilo (magia)

Um sigilo (pl. sigilia ou sigils) é um signo criado para um propósito mágico específico. Um sigilo é geralmente composto por uma combinação complexa de traços ou figuras geométricas, cada uma com um significado ou intenção próprio.

O termo "sigilo" deriva do Latim sigillum, que significa "selo", apesar de também estar relacionado a סגולה, do hebraico (segulah significando "palavra, ação ou item de efeito espiritual"). Um sigilo pode possuir uma forma abstrata, picturial ou semi-abstrata.

Sigilação (Sigilo)

A Sigilação é uma técnica usada na Magia do Caos. Baseia-se no fato de que, se você conseguir atingir seu subconsciente com um desejo, ele se manifestará de modo positivo, ou seja, se realizará. Para enganar o subconsciente, o mago transmuta seu desejo em uma coisa, um símbolo, e o lança em gnose para que este aja no real sensível. Foi aperfeiçoado a partir dos estudos de Austin Osman Spare, principalmente, e Aleister Crowley.

Possui muitas versões diferentes, principalmente em relação ao lançamento, mas em sua maioria são válidas.

Método

Criação

O primeiro passo para a criação do sigilo é resumir seu desejo em uma frase, de forma clara, sem muitos detalhes, como por exemplo: "Quero dinheiro para comprar meu apartamento até meu aniversário em Janeiro de 2011", podemos resumir esta frase para "dinheiro para o apartamento". Agora deve-se retirar as letras repetidas, espaços e acentos, resumindo a frase para "DINHEROPATM". Essas letras então devem ser dispostas de qualquer maneira, a fim de se criar um símbolo elegante, agradável ao magista. O importante é ter afinidade com o sigilo que cria, e não o fazer de qualquer forma. Como em toda a Magia do Caos, o melhor a se fazer é desenvolver uma técnica pessoal para a criação destes sigilos. Pode-se retirar ou modificar o que se quiser no símbolo, primando a perfeição e elegância. É bom frisar que o símbolo não pode ter ligação nenhuma com o intento, já que o objetivo da construção do sigilo é tornar seu desejo algo palpável e que possa passar ao inconsciente sem ser percebido, de modo a modificar a realidade em função do desejo do mago.

No momento da especificação do intento, é bom ser consciente dos meios para obter o resultado desejado. Dessa forma, alterar o intento de "Quero dinheiro para comprar meu apartamento até meu aniversário em Janeiro de 2011" para "Quero dinheiro para comprar meu apartamento com o dinheiro da venda de meus livros até meu aniversário em Janeiro de 2011" pode aumentar a efetividade do sigilo.

Lançamento

Há variadas formas de lançamento de um sigilo, porém a tradicional é feita da seguinte forma: enquanto visualiza o sigilo deve-se afastar da mente todo e qualquer pensamento, principalmente em relação ao desejo e assim criar um "vácuo" em sua mente, isso permitira que o sigilo passe do consciente para o subconsciente de modo despercebido. O lançamento pode ser feito junto com outras atividades como caminhadas, relaxamento ou sexo, mais uma vez lembrando que a experiência pessoal é imprescindível. Após o lançamento, o desejo e a expectativa de resultados devem ser afastados da mente. Evitar a ansiedade constante por resultados pode ser difícil, mas é necessário para que o desejo se manifeste.

Iluminados de Thanateros

Sistema de Magia do Caos (Círculo do Caos - Iluminados de Thanateros) A Magia do Caos tem origem nos trabalhos de Austin Osman Spare, redescobridor do Culto de Priapo. A Magia do Caos é atualmente bastante divulgada por seu organizador Peter James Carroll, além de Adrian Savage. Os praticantes da Magia do Caos consideram-se herdeiros mágicos de Aleister Crowley (e da O.T.O.) e de Austin Osman Spare (e da Zos-Kia-Cultus). Seu sistema procura englobar tudo quanto seja válido e prático em Magia, descartando tudo quanto for mais complexo que o necessário. Caracteriza-se por não ter preconceitos contra nenhuma forma de Magia, desde que funcione. Está se tornando o mais influente Sistema de Magia entre os intelectuais da modernidade. Entre suas práticas mais importantes vale ressaltar o uso da Magia Sexual, em especial dos métodos de mão esquerda. Seus graus mágicos são cinco, em ordem decrescente: 4º, 3º, 2º, 1º e 0º.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Três Amores: Agape, Philos e Eros

O ser humano não precisa de amor, mas de amores. Precisa sim de três: Agape, Eros e Philos, para que seja um ser (quase) completo. Completo como um ente único manifestando três aspectos do amor humano e divino que se complementam e são transferidos para os objetos desses amores, interagindo com outros entes também únicos.


Sem as influências estéreis da maioria dos filósofos acadêmicos, vamos abordar algo sobre esses três amores do ser humano, de maneira inteligível, sintética e prática para que possamos assimilá-los em nossa existência.

Agape, Philos e Eros são fundamentais na vida de qualquer indivíduo e devem ser desenvolvidos por todo aquele que tem consciência desse fato. São também aspectos considerados muito importantes e trabalhados na Via Draconiana. Nessa Via, pouco explorada pela grande maioria, os três amores podem ser tipificados pelos arquétipos de Lucifer (Agape), Sophiae (Philos) e Venus (Eros), entre outras associações e correlações. O leitor verá, pelo que segue, o porquê dessas associações. Contudo, por hora, não abordaremos as extensas implicações desse Caminho. O interessado pode se aprofundar nessa matéria, sem medos infundados, estudando as obras A Cabala Draconiana e A Revolução Luciferiana.

Mas, vamos aos amores da humanidade, amores “doados” por Lúcifer e Vênus para que façamos bom proveito, com discernimento.

As três formas de amor – Agape, Philos e Eros – manifestam-se em três níveis que interagem entre si: Agape é o amor em nível espiritual e universal (coração de Lúcifer); Philos, em nível psicomental (cabeça de Lúcifer); e Eros, em nível etérico-material e sexual (genitália de Lúcifer). É um sistema ternário que funciona no ser humano, sendo cada forma de amor em maior ou menor grau. No humano superior, mais evoluído, em seu estado lux-venusiano, iluminado pela consciência e pela sabedoria, os três amores estão em equilíbrio.

“Agape” em grego significa “amor”. Esse é o amor fraternal e espiritual entre camaradas, irmãos e irmãs, entre a família, entre casais e seus filhos (quando de fato existe o sentimento fraterno, e não uma mera convenção social de fachada). Agape é o amor afetivo isento de conotações sexuais, isento de segundas intenções, isento de malícia e de interesses pessoais. Sendo Agape o amor de afeição, é também amor de satisfação, pois uma fraternidade, quer seja entre irmãos de sangue ou não, quer seja entre esposo e esposa, quer seja entre um núcleo familiar, etc., esse amor satisfaz porque é compartilhado e tem resposta entre todos aqueles que se reúnem para formar uma fraternidade de homens, mulheres e crianças.

A satisfação de Agape também se refere ao prazer por boas comidas e bebidas, por banquetes geralmente alegres e harmoniosos partilhados entre pessoas fraternas e espiritualizadas que se respeitam. Em antigos textos clássicos gregos como o poema épico A Odisséia, de Homero, Agape expressa essa satisfação, esse prazer de compartilhar refeições entre determinada fraternidade, determinado grupo, seja de homens, mulheres, crianças, etc. Ao longo da obra de Homero, Agape pode ser evidentemente percebido nas ações de seus personagens, especialmente entre Odisseus e seus companheiros, bem como entre Odisseus e sua esposa Penélope, entre Odisseus e seu filho Thelêmaco, entre Odisseus e seus empregados, o que é manifestado com notável respeito e admiração. Podemos ver também a satisfação entre esses atos fraternos associados às refeições em diversas circunstâncias descritas ao longo da obra homérica.

Ainda na mitologia grega, Prometheus (uma forma de Lúcifer) é um dos principais exemplos da manifestação de Agape, vindo dos céus, do divino, com sua vontade e amor titânicos, para a humanidade na Terra. A propósito, as palavras gregas Thelema (vontade) e Agape (amor) têm ambas valor numérico 93 (9+3=12; 1+2=3, os três amores fundamentais, Agape, Philos e Eros).

Assim, devido ao seu significado e importância, Agape também existe no interior de ordens maçônicas, ordens ocultistas, ordens esotéricas, ordens draconianas, etc.

Philos (ou phileo, philia), em certo sentido, é também o amor fraternal, manifestado por lealdade, igualdade e mútuo benefício, um amor de dedicação ao objeto amado. Contudo, Philos vai além dessas definições, e a “dedicação” desse amor pode chegar a ser mental, que é um nível abaixo do espiritual e acima do emocional. É o caso do amor pela sabedoria (o objeto amado), ou seja, a filosofia. Esta pode ser um meio de engrandecimento mental, intelectual e cultural, de busca pela verdade das coisas, bem como todo um modo de vida que se adota e que se ama profunda e conscientemente. Philos como amor, dedicação e apreciação, manifesta-se como inquietudes interiores que impulsionam o ser humano à busca da sabedoria que irá torná-lo maior, mais nobre, mais digno de ser amado e mais capaz de amar conscientemente. Manifesta-se também como prazer mental, intelectual e cultural, como prazer e sede por conhecimento e cultura útil, estimulante e construtiva. O benefício mútuo que existe em Philos é o benefício que se tem quando se vai adquirindo sabedoria ao longo da vida, pois quando se ama a sabedoria (Sophia, a Deusa Mãe provedora de virtudes), ela própria nos devolve mais sabedoria em troca de dedicação e adoração.

Nosso terceiro amor, Eros, expressa o amor sexual, sensual, carnal, de atração física com a consumação do prazer, e manifesta o instinto de união e reprodução. Sendo filho de Afrodite (ou Vênus, a deusa da beleza, do amor, do sexo e dos prazeres, um aspecto de Sophia), Eros (Cupido) manifesta o amor em seu nível físico-etérico, no mundo material, com o estímulo dos cinco sentidos físicos e sua gratificação. Eros é o amor que evoca a beleza, o prazer pela beleza e a perigosa obsessão pelo objeto amado e pelo prazer que ele traz. Mas é também o amor essencial da Natureza, a força primitiva da procriação de tudo o que vive, o amor theriônico, bestial, de instinto sexual e de preservação da espécie. Eros deve unir-se com Agape para gerar a beleza do amor romântico e sensual, a princípio, que evolui para o amor de reciprocidade e de desejo mútuo um pelo outro, fluindo em trocas de energias polarizadas entre o homem e a mulher. Tal troca de energias ocorre por meio do sexo, em determinado nível, e por meio das afinidades mentais e espirituais quando desenvolvido em amor completo (Agape-Philos-Eros). Entretanto, Eros representa o amor mais perigoso dos três, pois traz prazer, e (muita) dor se não for devidamente administrado, assimilado e combinado com Agape e também com Philos.

Mas devemos sim buscar o prazer, com o discernimento de epicuristas espiritualizados, pois é um direito da raça humana, um bem de todos aqueles que o merecem. Devemos buscar os prazeres sadios que nos enriquecem, que nos confortam, e que não degradam o espírito, a mente e o corpo, de maneira que nosso esforço para obtê-los não seja maior do que o seu desfrute. A obsessão e o vício doentios não são um prazer, mas dor que leva à própria destruição do ser como um todo, o que não contribui em nada para a evolução. Lúcifer não é debilidade, não é submissão aos vícios, não é escravidão, não é decadência, não é degradação. Quando combinado com Agape e Philos, o prazer erótico luciferiano é essencial para a saúde do corpo e para a saúde do amor romântico (sem vulgarização), entre o homem (Lúcifer) e a mulher (Vênus).

Nesse caso, para nascer uma união ideal ou (quase) perfeita, é preciso de:
-Eros (atração física e desejo);
-Philos (afinidade mental e cultural);
-Agape (afinidade de ideais espirituais e de grau evolutivo).

Assim, se forma a unidade ternária do amor criativo e criador, a inspiração e o estímulo para a Senda da evolução.

Para concluir, fazendo uma outra analogia, no ser humano temos a cabeça (Philos), o coração (Agape) e os genitais (Eros) unidos em um sistema cérebro-cardio-genital que deve funcionar em harmonia. O ser humano deveria se esforçar para unir em si esses três amores para que haja satisfação sadia em suas inter-relações, cada qual no lugar certo e na medida certa, evitando a degeneração em seus vícios opostos (paixonite grosseira, obsessão egoísta e depravação sexual). Tal corrupção dos três amores pode causar uma “perda da alma” e seu conseqüente sofrimento, como podemos facilmente observar ao redor do mundo com sua lastimável “civilização”.

Amar nessas três formas não é sofrer mas sim atingir a paz ataráxica, quer dizer, a paz interior impertubável do espírito auto-consciente, do espírito sábio, desfrutando o prazer sadio e natural da alma, da mente e do corpo, traqüilamente.

Por Fr.’. Adriano Camargo Monteiro
http://br.geocities.com/viadraconiana/tres_amores_luciferianos_agape_philos_er

Os Quatro Grandes Pilares do Conhecimento

Faz parte da busca pelo auto-aperfeiçoamento, pelo auto-conhecimento e pela liberdade psicomental a educação da Vontade, o exercício do livre-pensar, a psiconáutica, a criação visionária. Dentro do contexto draco-luciferiano, o indivíduo procura englobar em sua bagagem cultural superior as Ciências Arcanas e os quatro grandes pilares do conhecimento humano, a saber: Ciência, Religião, Filosofia e Arte em seus aspectos mais ocultos, criativos e práticos para a experiência da consciência individual.


Mas todo o conhecimento adquirido deve ser profundamente compreendido e internalizado para que se torne sabedoria. É importante “filtrar” com discernimento a cultura, o conhecimento, as informações que se adquire, pois todo e qualquer conhecimento internalizado pode ser néctar ou veneno. O néctar proporciona clareza de pensamento, organização intelectual e consciência iluminada (Luxfero); o veneno se espalha na constituição humana, dispersando e confundindo todo o conhecimento não compreendido e não assimilado, distorcendo a realidade, distorcendo o entendimento e podendo causar algum nível de insanidade.

A cultura pessoal de cada indivíduo auto-consciente deveria ser relativamente ampla e abrangente, dentro do possível. Mas não é o que ocorre. Há pessoas, ou grupos, com matéria mental ainda muito crua e rudimentar, mesmo na atualidade na qual existe tecnologia e informação acessíveis a muitos. Por outro lado, há também aqueles de inteligência mediana muito específica, condicionada, um tipo bastante comum de “inteligência de ofício”, útil somente para a atividade profissional estritamente mundana (mas muitos estendem essas características culturais “do trabalho profissional” para todas as esferas da vida, em todos os momentos, o que é muito chato e entediante para os outros).

O verdadeiro influxo mental expandido desce dos planos sutis e invisíveis (pode-se ver a mente?) e se manifesta como avançada compreensão interior naqueles que são naturalmente receptivos devido ao seu próprio grau evolutivo individual. Pessoas tais possuem inquietudes e vontade pelo saber, capacidade de descobrir as coisas por si mesmas e sede por conhecimentos. Essa arte de descobrir, de adquirir conhecimento e experiência, de solucionar problemas, etc., é o que se chama de heurística, seja na Ciência, na Religião, na Filosofia ou na Arte.

Assim, os quatro grandes pilares do conhecimento devem formar um todo na mente e na vida do indivíduo consciente.

O pilar da Ciência, ou Gnosis (Conhecimento), é o fundamento intelectual com a experiência direta das causas e efeitos das coisas, vivenciando as próprias verdades. Teoricamente, a Ciência é um conjunto de conhecimentos organizados e coordenados entre si acerca de determinadas coisas, e, geralmente, considerado como o conhecimento intelectual individual. Mas é também o auto-conhecimento, o verdadeiro Gnosis, o estudo de si mesmo pela contínua e concentrada auto-observação, para além do mero cientificismo “desumano”, mecanóide e materialista. Na Via Draconiana, a Ciência representa a mente elevada, o pensamento livre e esclarecido e o discernimento racional para a aquisição de cultura superior e de conhecimento científico útil e prático para o próprio indivíduo.

O pilar da Religião, ou Agape (Amor), representa a experiência direta da emoção superior consciente, algo apenas vivenciado no interior de cada um. É a união do espírito individual com a essência do universo. É o verdadeiro amor devocional por si mesmo enquanto entidade espiritual auto-consciente. Trata-se de uma experiência supranormal e extemamente marcante vivida e provada para si próprio e mais ninguém. A Religião pode ser considerada também um sistema das relações entre os seres humanos e os seres não-humanos de qualquer categoria divina (incluindo-se os assim chamados daemonos), no qual busca-se uma união espiritual. Na Religião verdadeira e digna busca-se sempre a limpeza do corpo e da alma, a auto-purificação, eliminando as escórias físicas e psicomentais que embotam o despertar da consciência e a evolução interior. A Religião do verdadeiro Agape certamente não é a religião das massas ignorantes; não é a religião do Je$u$ ($alva seu dinheiro) que cobra caro por seus “serviços de salvação”; não é a religião de um deus moribundo, agonizante que instila dor, sofrimento, tristeza e confusão mental em seus cegos cordeirinhos de abate; não é a religião da enfermidade da alma, da estagnação psicomental e da acídia, ou seja, da preguiça e desolação do espírito. Na Via Draconiana, a Religião é a viagem da alma em seu próprio interior, um mergulho em suas próprias emoções primitivas (e divinas!) que jazem no fundo microcósmico espiritual.

O pilar da Filosofia, ou Sophia (Sabedoria), é a busca da verdade individual que só tem fundamento e valor para o próprio buscador; é a busca pela realização do ideal fundamental latente no espírito. Ao contrário de muitos filósofos cartesianos estéreis, aprisionados em seus labirintos intelectuais, o filósofo draconiano pragmático emprega meios tais como sistemas metafísicos, entre outros, para a experiência da consciência, para a aquisição de Sabedoria acerca de si e do universo, na medida em que isso seja possível. Teoricamente, a Filosofia é o sistema que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações. Por meio da reflexão, de questionamentos, de especulações e de análises, estuda os processos do pensamento e sua manifestação. Na Via Draconiana, Sophia conduz à paz ataráxica, impertubável, do espírito, ao bem-estar, à alegria, à satisfação, às dádivas do ideal que busca realizar-se.

O pilar da Arte, ou Thelema (Vontade) é o fundamento das idéias intuitivas, da vontade criadora, do espírito individual criativo e realizador. A Arte só pode expressar a criatividade se houver verdadeira vontade, impulso e ousadia, livre de limitações impostas e oriundas de diversas fontes tais como as repressões sócio-religiosas. Arte é a capacidade de realizar a Obra da Criação sobre si mesmo, de aperfeiçoá-la com vontade forte. Na Via Draconiana, Arte é o conjunto de conhecimentos, capacidades e talento para concretizar idéias, sentimentos e visões de maneira estética e “viva” por meio de imagens, música e literatura. A verdadeira Arte realizada através de Thelema (Vontade) está muito longe da pseudo-arte intelectualóide, moderninha, criativa e tecnicamente tosca, grosseira, anti-estética, de mau gosto e desonesta que “artistas” estereotipados produzem sem nenhuma inspiração autêntica. A verdadeira Arte se realiza sob Vontade para manifestar porções do próprio Ser.

Eis os quatro pilares do conhecimento que sustentam a Via Draconiana e que podem levar o indivíduo ao auto-aprimoramento, ao auto-conhecimento e ao desenvolvimento de poderes latentes em quatro planos de manifestação, o físico, o emocional, o mental e o espiritual.

Fr.’. Adriano Camargo Monteiro
http://br.geocities.com/viadraconiana/os_4_grandes_pilares_do_conhecimento.h

Sagrado, Secreto e Sinistro: 666

O “temível” e suspeito número 666 parece causar muito burburinho quando mencionado em quaisquer lugares. Mas sem divagar demais em muitas teorias e preconceitos religiosos, o número 666 encerra significações cabalísticas draconianas, ocultistas e psicológicas, o que nada tem a ver com o Diabo ou com o mal do mundo.

Seis é o número da esfera do Sol, o que representa, em nível humano, o Eu Superior em seu aspecto luminoso, a inteligência manifestada, a mente expandida. O Sol e o número 6 também podem ser representados pelo hexagrama e pela cruz (um símbolo bastante antigo e pré-cristão), que é desdobrada e desenvolvida a partir do cubo, que é um sólido geométrico de seis lados. Desdobrado na cruz invertida, esta simplesmente representa uma espada apontada para cima, um shiva-linga, quer dizer, um falo (símbolo solar, masculino) unido à vagina (o traço horizontal da cruz).

O Sol está situado – na Árvore da Vida e da Morte cabalística – nas esferas de Tiphareth/Thagirion (a “Beleza” e o “Ardente Sol Negro”), que é um nível de evolução no qual o indivíduo atinge um alto grau de autoconhecimento e autoconsciência. Mas para que a evolução seja completa e a sabedoria seja internalizada, é preciso conhecer o lado sinistro do sagrado e secreto Eu Superior (pois nada existe somente com uma face). E esse lado sinistro do Dragão de Sabedoria, do Eu Superior, é expresso pelo número 666, já que sua multiplicação e soma finalmente resultam sempre no número noturno da Lua, ou seja, 9, que é também o número do leão-serpente (teth, ?), a união entre o masculino e o feminino. A Lua representa a noite, o oculto, o secreto, o subconsciente e o sinistro (sombrio e “esquerdo” como o aspecto feminino e sexual do universo e da psique humana). Entenda-se que “sinistro” não é aquilo que seja maligno nem malévolo, ou coisa semelhante; sinistro é “esquerdo”, e no contexto prático e metafísico draconiano indica a presença de elementos sexuais, femininos poderosos, instintivos e subconscientes (a maior fonte de poder de um iniciado e de um filósofo oculto). Portanto, nada há de maligno nisso nem tem a ver com qualquer fantasia paranoica do Diabo (pois este não existe). Afinal, nós temos o lado direito e esquerdo de nosso corpo, temos a mão direita e a esquerda, o lado direito e esquerdo do cérebro, etc.

Fique só com o lado direito, então, e você verá o quão simétrico, equilibrado, harmonioso e belo você parecerá!
Na prática da filosofia oculta e do draconismo, 666 é o número da força obscura e agressiva do Eu Superior, o número do aspecto sombrio da Inteligência Solar do Daemon individual. Mas é também o número de Sorath, o Espírito do Sol, a força solar agressiva e impetuosa que impulsiona a evolução. Esse número, 666, pode ser extraído do Quadrado Mágico Solar, ou Kamea, que é dividido em 36 partes, ou quadrados menores numerados, cuja soma total é 666, o número do próprio nome de Sorath extraído pelo cálculo de suas letras hebraicas. Desse quadrado, para fins práticos, também é extraído o sigilo de Sorath, ou Deggial, como também é chamado. Sorath-
Deggial é a verdadeira Besta da Revelação, a Besta 666, a correspondente revelação microcósmica do próprio Eu com seu animalismo (não confundir com animismo) natural, primitivo e intrínseco que se torna autoconsciente; é a revelação do conhecimento com compreensão, da Gnose, e da Sabedoria das sombras (o subconsciente e o aspecto feminino, Sophia/Shakti/Shekinah).

O número 36 (3×6, 666) igualmente resulta em 9, a Lua, a consorte do Sol Negro (a Grande Besta, o Dragão de Sabedoria), demonstrando assim o equilíbrio entre as forças duais (como dois pilares) do universo e do ser humano, a união entre o feminino e o masculino, entre as trevas e a luz, entre o subconsciente e o supraconsciente, etc. A Lua é a yoni (vagina) de Shakti, e o Sol Negro é o linga (pênis) de Shiva, e sua união resulta finalmente em 9, a esfera do sexo, não somente o sexo humano, fisiológico e anatômico, mas principalmente o sexo metafísico de todas as forças que são unidas para criar algo no universo e na natureza
visíveis e invisíveis.

Tal união, como toda união entre forças opostas deveria ser, resulta em uma terceira força que é, no ser humano, o nascimento da autoconsciência e o renascimento do autêntico e completo ser humano em seu alto grau evolutivo, ou seja, o Homo veritas (o humano verdadeiro). As forças opostas não se opõem, mas se unem para criar. E o ser humano verdadeiro autoconsciente, não um mero humanoide autômato, cria a si mesmo a cada etapa evolutiva. O número 666, portanto, é o número do Homem, do Anjo Guardião e da Besta (o Eu Superior, o Dragão) com suas forças em equilíbrio e com a sabedoria das Sombras e da Luz.

Contudo, as pessoas cuja compreensão parece não ir além de interpretações limitadas e condicionadas e com base em suas ideias oriundas de dogmas enganosos seculares, há muito tempo acreditam piamente que o número seiscentos e sessenta e seis seja satânico, “sujo” e sinistro. Os textos bíblicos disseminaram muitas ideias que seriam motivo de sarcasmo por parte de Satã, se ele realmente existisse como a maioria das pessoas imagina. Se tal número é da besta, besta é o próprio o homem, segundo o texto bíblico, pois “(…) calcule o número da besta, pois é o número do homem (…)”; em essência, a espécie (besta) humana é obviamente uma espécie animal. Assim, cada indivíduo tem a escolha de buscar ser uma Grande Besta sábia, pois o 666 é a face sagrada, secreta e sinistra do Ser autoconsciente.

Adriano C. Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, membro de diversas Ordens e autor da
Tetralogia Draconiana: http://www.viadraconiana.tk

O Dragão de Sitra Ahra

Sitra Ahra, o “Outro Lado”, o “Lado Sinistro”, é o mundo primordial, o reino das trevas que precedem a luz da Criação, o reino de Shekinah, o mundo dos poderes femininos que criam, que gestam a vida na escuridão; é o útero de toda multiplicidade do universo manifestado, a fonte de toda a existência. Em Sitra Ahra, a “deusa” Shekinah (Sofia, Shakti, Vênus) se une à Luz de seu filho e esposo Lúcifer para criar e para expandir a vida múltipla em todos os planos de existência; Sitra Ahra é, portanto, o plano primevo que precede todos os outros planos do universo.

Em nível humano, Sitra Ahra é reino do subconsciente no qual a sabedoria secreta (Sofia, Shekinah) vem à consciência do indivíduo que atingiu a iluminação do Eu Superior (Lúcifer, Agathodaemon). Tal evento só é possível com a “entrada” do “Ungido” em Sitra Ahra para “resgatar” a Sabedoria lá oculta, quer dizer, quando Lúcifer resgata sua esposa Diana (Sofia, Shekinah). “Ungido” é todo aquele que desperta o Dragão-Serpente de Sabedoria, Kundalini, a força psicossexual e espiritual que sobe até a cabeça e ilumina com Sabedoria a consciência. A unção serpentina e draconiana então purifica o corpo de Adam Belial, ou seja, o ser humano encarnado se transforma fisica e fisiologicamente. Assim, o indivíduo comum se transforma no iniciado, em Ophis-Christos, em Nachash-Messiah, ou seja, a “Serpente Ungida”, o Grande Dragão. O iniciado então se converte no filho e amante de Sofia, o verdadeiro Filósofo, assim como Lúcifer o é.
Pelo que precede, Sitra Ahra é também o reino da Besta, filho e consorte de Sofia. É a Besta iniciadora, o Dragão mestre dos Mistérios das Trevas onde a Sabedoria jaz oculta. Em Sitra Ahra o conhecimento “proibido” e inacessível pode ser buscado e é onde a Árvore do Conhecimento cresce e dá frutos. Simbolicamente, tal árvore do Éden possui onze frutos, onze pomos pertencentes a cada um dos reis de Edom, os reis que governam cada uma das qliphoth de Sitra Ahra (o “Outro Lado”) sob o poder de Shekinah, ou Sofia, a Sabedoria da Serpente do Éden, ou o Dragão-Serpente Lúcifer-Vênus (Abzu-Tiamat, Samael-Lilith, etc). Nesse ponto, é facilmente notável a aproximação linguística entre Eden e Edom, entre os onze frutos da Árvore do Conhecimento e os onze reis de Sitra Ahra, o mundo da Magia Draconiana (cujo o número é 11).
Por ser um reino de trevas criadoras cuja força principal é negativa, feminina e metafisicamente sexual, Sitra Ahra é considerado pelo monoteísmo “da luz patriarcal” como o reino “esquerdo”, sinistro e infernal. Mas isso não signifca que seja um reino maléfico como entendido comumente; afinal, os monoteístas “da luz” parecem sempre amaldiçoar as Trevas necessárias, a multiplicidade e os aspectos femininos da existência. Mas a luz não é o bem absoluto e as trevas não são o mal absoluto; essa dicotomia absurda não existe na “vida prática” da natureza e do universo. A luz somente pode ser perceptível sobre o fundo negro das trevas essenciais das quais surge a própria luz como manifestação do universo vísivel e da vida multifacetada em tons gradativos de luz e escuridão e de muitas cores…
Adriano Camargo Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, Draconismo e de simbologia e mitologia comparadas. É membro de diversas Ordens, possui diversos livros publicados pela Madras Editora e escreve também para a Revista Universo Maçônico, para o site Morte Súbita, para blogs pertinentes e é artista colaborador na Zupi, famosa revista trilíngue de arte e design.

Site do autor:
http://www.geocities.ws/adrianocmonteiro