sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O Princípio Feminino Opositor



“Nada é mais bonito que o homem: e mais bonito do
que tudo é a mulher.” – Livro Negro de Satã, Order of Nine Angles.

É um fato frequentemente omitido que a mulher, dentro do Satanismo Tradicional exerce um papel fundamental – tanto quanto o homem. Isso elimina qualquer forma de sexismo dentro da doutrina, onde masculino e feminino não estão competindo por nada, nem almejando direitos/deveres uns sobre os outros. Tais competições fúteis pertencem somente a existência mundana e serão totalmente ignoradas aqui, pois sequer deveriam existir.


Um Satanista deve começar tendo em mente que a distinção sexual é física e energética – mas causal. A essência, a Anima de todos os seres é estritamente Acausal, portanto não depende de gênero ou opção sexual o seu potencial para estagnar ou vir a tornar-se futuramente um ser superior. É a forma como você usa ou não a energia interna que afeta o seu destino final.

Diz-se que a energia Acausal denominada Satan, ao adentrar no plano Causal sofreu uma cisão. Desprendeu-se em si mesmo, gerando outra energia com polaridade oposta, mas diametralmente semelhante. Como entes conscientes, mas separados, Satan e sua consorte viram um no outro sua própria escuridão interna, a Chama Negra ardente – e apaixonaram-se. Através de seus Nexions e manifestações dentro do Causal, eles se uniram, formando novamente a energia Caótica Primal, uma energia mais poderosa que Satan, capaz de atrair outros Deuses Negros ainda mais poderosos e causar mudanças de forma ainda mais forte. Essa energia foi denominada na Alquimia Negra de “Pedra Filosofal” ou Lapis Philosophicus. O Diamante Negro da Sabedoria.

A fórmula desta união se manifesta no plano físico através dos fluídos sexuais e suas combinações, e dentro das diversas culturas espalhadas pela terra como os pares de deidades “Shiva-Shakti”, Ahriman – Az Jeh, Samael-Lilith, Hades-Perséfone, Satan – Baphometh entre muitos outros. O princípio feminino não se limita, ao contrário do que se pensa atualmente no meio “LHP” , a presença de Lilith.  Na verdade ela seria somente o princípio caótico anti-vida, o aborto, rebeldia feminina e predação vampírica/ noturna, aspecto fortemente presente nas origens dos mitos de “Lilitu/Ardat Lilith” na suméria e como mãe dos Demônios (Lilins) nos textos judaicos.

A mulher e os aspectos femininos opositores a ordem são aqueles que completam a energia masculina. Força sem direção é força desperdiçada e somente de mãos dadas ambos conseguem focar-se em tornarem-se algo além. Daí a importância de ter-se domínio sobre a magia sexual e alinhamento de energia com alguém do sexo oposto (que pode envolver magicka sem envolver sexo, apenas alinhando-se com a pessoa).

O feminino no Satanismo é a água, cujo útero (no sentido de energia geradora, não necessariamente literal) é simbolizado pela taça/recipiente. É o princípio passivo que é estimulado pelo fogo ativo do homem. É o momento onde a Espada toca o fundo da Taça (seja isso uma alegoria ao sexo ou um simbolismo ritualístico), provocando o Caos nas Águas geradoras, cujo turbilhão gerou os Deuses, como por exemplo no mito de Tiamat – onde ela e seu marido emergem das águas turbulentas do Caos, portando ainda estes princípios consigo.

O princípio satânico feminino é também influenciado pela Terra, o corpo Carnal. A sacerdotisa é a mestra da Carne, enquanto o aspecto masculino é o Ar que a fecunda. A união dos quatro resulta no quinto, o Espírito Acausal. A quinta ponta do pentagrama invertido, voltada para baixo, fora da Causalidade.

A energia Acausal se manifestando no princípio feminino é a Lua, a menstruação (o dom concedido por Ahriman no Zoroastrismo), a Hékate que rege a magia e direciona as energias pelos caminhos Qliphóticos e o útero do conceito manifestado como “Lilith” dentro da Cabalah Qliphotica, a porta para fora da causalidade, chamada dentro da doutrina da árvore da Morte de “Sitra Ahra”.  É a porta que o princípio masculino abre e sem ele nada poderá ser feito.

É válido lembrar também que todo ser é dual, pois é manifestação Acausal dentro da matéria. Ou seja, quando me refiro ao opositor feminino, não me refiro somente ao gênero feminino, mas também a carga feminina que existe dentro do masculino (assim como o contrário também é existente). Portanto, antes de conhecer uma parceira para rituais sexuais, e por em prática a União Sagrada entre as energias opositoras é necessário entender como esta energia se aplica em você mesmo primeiro. Lembrando que “princípio de gênero” não influi em sexualidade, deixando as ideias “mundanas” de lado. Falamos aqui de polaridades energéticas.

Algo que vale a pena ser considerado antes de ler os textos relacionados a “magicka sexual” presentes neste blog ou estudar sobre a mesma a fundo para por em prática.

O Acausal e os Nexions



O Acausal

O termo Acausal  se refere a tudo aquilo que está fora do “plano causal”. Nós identificamos o plano causal como aquele percebido pelos sentidos do corpo físico e justificado pelas ciências “causais”, como a geometria, física e química. Através da empatia e das sensações geradas fora da racionalidade “comum” que a ciência convencional não explica, nós somos levados a conhecer um plano fora deste “causal”, constituído do tempo-espaço acausal.

A ciência biológica pode explicar como um corpo vive, mas não explica sua racionalidade. A mera observância das liberações/interações bio-químicas não são suficientes para justificar a existência e o comportamento da vida, muito menos do ser humano complexo e caótico. Portanto, passa a haver a teoria de que a Vida em si seria internamente composta de energia Acausal, e que um plano feito somente desta energia existiria fora daquilo que conhecemos como “criação”, habitado por seres totalmente livre da “causalidade”.

E o que seria esta “Causalidade”? Não haveria tempo da forma linear a qual concebemos, nem espaço geométrico, nem relações diretas de causa-efeito, sendo impossível descrevê-lo dentro das três dimensões físicas e da dimensão temporal. Tudo que haveria seria a energia infinita (e Acausal), possibilidades infinitas e a liberdade infinita do Cosmos e do Caos, sem nenhum aprisionamento ou limitação.

Impossível de definir matematicamente, o Acausal seria ainda constituído de infinitas dimensões, linhas temporais, planos manifestando-se simultâneamente e não se manifestando ao mesmo tempo. Os símbolos encontrados para representar o Acausal são o tetraedro, a árvore da Wyrd e os Nove Ângulos. No entanto são símbolos limitados em duas dimensões, melhorados quando feitos em três dimensões, aproximados quando os encontramos na quarta dimensão (fluindo através da magia aeonica) mas somente totalmente compreendidos através dos Nexions (veja abaixo) e do Star Game/Jogo Estelar – absorvendo seus significados e praticando-o constantemente para entendê-lo.

Somente assim pode-se compreender estas “pentadimensões”, difíceis de explicar em palavras e matemática “comum”, mas possível de ser experiênciada através do Caminho Setenário de forma intensa, através da “Empatia” e – quando essas energias manifestam-se no Causal, mesmo através de sensações físicas.

E dentro das infinitas possibilidades do Caos Primordial, temos a existência de seres Acausais, denominados Deuses Negros. Estes seres, feitos de pura energia, realizariam de tempos em tempos incursões dentro do Causal que conhecemos, causando Caos, movimento, contra-reações e consequentemente mudanças drásticas no mundo, nos indivíduos e nas Eras (Aeons). Tais Deuses Negros podem ser canalizados para auxiliar no desenvolvimento do Adepto, até que o mesmo transcenda o Causal e alcance sua própria Divindade, um dia (e através de muito esforço).

Entretanto as manifestações e influencias desses sereis Caóticos em nosso mundo não ocorre de qualquer forma, mas sim através de “Nexions”.

Os Nexions

A palavra “Nexion” vem da abreviação de “Conexion” e foi utilizada por Anton Long para definir uma conexão entre aquilo que é Acausal e aquilo que é Causal. Todo indivíduo, sendo portador de energia Acausal internamente é naturalmente um Nexion, no entanto somente ele escolherá utilizar de seu potencial ou se tornar apegado a coisas “mundanas/materiais” e ignorar todo o seu potencial evolutivo.  Ou seja, um Nexion é um PORTAL que faz com que energia flua através de si. Uma porta ligando dois mundos de realidades totalmente diferentes em essência. E como uma porta, pode ser acessado de ambos os lados.

Aqueles que escolhem exercer conscientemente seu potencial, organizam-se em grupos ou “tribos” para realizar rituais com a finalidade de evolução e de trazer as energias do Caos para dentro do plano Causal – entre outros objetivos também de cunho pessoal. É aqui que a “Magicka” e o Satanismo se encontram, sendo esta uma ferramenta do Adepto para realização de seus  intentos e desejos.

Os Nexions também servem como conexão para os Deuses Negros poderem se manifestar e transitar neste Aeon. São o canal de comunicação entre nós e seres os quais temos ainda pouca noção da realidade no estado em que nos encontramos, mas que entendemos cada vez mais através do tempo e durante a nossa própria Alquimia Negra Interna. São seres sem nome, conhecidos apenas por suas vibrações, e sem forma, muitas vezes representados por meras situações (como Karu Samsu é a junção do sacerdote e sacerdotisa) e indescritíveis de forma “física”.

Sendo desprovidos de forma, estes seres se manifestam para mudar o mundo em várias culturas, de várias formas, sob várias máscaras diferentes. Assim como Shiva, Satan, Fenrir, Exu… e inúmeros outros. Estes agentes de entropia – esses Deuses Negros, não devem ser confundidos com entidades maléficas, mas meramente como seres responsáveis pela mudança e não-estagnação Universal.

Além dos Nexions individuais e das Tribos, existem ainda os Nexions naturais, que normalmente ficam em determinados locais, como montanhas, florestas, rios, lagos, cachoeiras, locais naturais em geral e fora da Terra, no próprio Espaço, como Estrelas (Naos, Sirius, Mira, Algol… entre outras) e os próprios Planetas da Árvore de Wyrd.

Os principais métodos de trabalho com Nexions, além do Star Game, seriam os Cânticos que trazem vibrações ligadas aos Deuses Negros, o desenvolvimento da “Empatia” e do pensamento Acausal, e os rituais de Invocação/Convocação destes entes, com uma grande lista de cerimônias envolvidas.

O que deve ser entendido aqui por você, neste momento é que esta doutrina denominada exotericamente como “Satanismo” está muito além de um “Cristianismo invertido” ou uma contra-cultura cristã. É uma cultura própria, viva e mutável, adaptável externamente, mas construída sobre a mesma fundação.

Não se trata de “adoração a Satã”, mas de trabalho com as energias Acausais mais puras, direcionadas para a Alquimia Interna do Adepto e sua evolução, transitando de Homo “Sapiens” para Homo Gálata, o “Ubermensch” mencionado por Nietzsche em seus tratados. A liberação de um ser preso ao Causal Mundano para algo além, uma consciência mais capaz… para somente então pensar no próximo passo evolutivo.

Introdução a Magicka Aeonica



Para entender a magicka Aeonica, é necessário primeiro entender que o Universo divide-se em dois: O Causal e Acausal. Dentro do Plano Causal, o Tempo corre de forma linear, indo sempre em um único sentido. É um tempo “limitado”, assim como a matéria, e tudo mais presente dentro deste plano de Causalidades, formado por quatro dimensões básicas (as 3 ângulares e o tempo). Enquanto o Acausal não pode ser medido pela física normal e nem pela ciência convencional.


Dentro destes conceitos, um Aeon é uma determinada expressão evolutiva dentro do plano Causal, ligado fortemente a uma Grande Civilização histórica, a um Ethos (conjunto de tradições de um povo) em particular. Essa expressão evolutiva é uma manifestação de forças Acausais dentro do Causal, de forma mais expressiva.

Um conjunto de forças Acausais nutre a Civilização em sua Ascenção e seu Apogeu e durante seu declínio. Dessa forma, cada trecho histórico da Humanidade está ligado diretamente a uma energia Caótica. Por cerca de 2.000 anos essa energia é manifestada com sua totalidade, até começar a decair e ser substituída por outra, dando lugar a outro povo e a um novo Ethos. É essa raíz no Acausal que determina as ações e o modo de reação de cada grande povo – e também o seu Destino. Ou seja, analisando por este lado, todos os indivíduos daquele grupo estão fadados ao mesmo Destino, como um coletivo. Um único ser orgânico formado por partículas menores, como células. A única forma de escapar deste Destino coletivo, sendo a Introspecção, tornado-se um Adepto e esmagando as correntes que o prendem – para que o Indivíduo então evolua de forma mas avançada e crie seu próprio Destino, diferente dos demais de seu povo.

Um Aeon é também ligado diretamente a uma determinada Área geográfica onde determinado povo reside. Um exemplo é o Aeon Ocidental o qual vivenciamos agora, presente no Ocidente em geral da terra. Isso devido a presença de algum Nexion próximo a área ou pela área estar presenciando de forma intensa uma corrente derivada de um Nexion.

Cada grande civilização que não seja diretamente ligada a outra e que tenha primeiramente renovado o Ethos, é ligada a um Aeon e uma corrente de energia. Tradicionalmente, convencionou-se que Sete destes Aeons são os mais influentes e principais dentro da Magicka Aeonica (embora existam outros diversos), sendo eles:

Primal – Nenhuma civilização

Hiperbóreo – Albion

Sumério – Sumérios

Hellenico – Gregos

Thorian (Ocidental) – Civilizações Ocidentais em geral

Galático – Desconhecida

 Junto com a civilização, mudaria também o Ethos. E com o Ethos, também se altera a forma de Mágicka dominante durante este Aeon. Um dos pontos principais é alterar a ritualística e simbologia do atual Aeon Thorian para o Galático, onde domina a Alquimia e os símbolos do Star Game (o Jogo Estelar da ONA – uma ferramenta mágicka descrita no livro NAOS). E com isso, exaltar o Homo Gálata, em detrimento (ou total desaparecimento) do Homo Hubris (os mundanos – falhos em caráter, em honra e em mentalidade/espiritualidade). Dessa forma seria instaurado um real Império “Galático” (referindo-se ao Homo Gálata), onde o Übermensch seria dominante e formaria uma civilização evoluída.

 A Mágicka Aeonica deve sempre ter um objetivo bem demarcado, como por exemplo: Criar um novo Aeon, Destruir o Aeon presente para dar caminho ao próximo, afetar um coletivo de pessoas, parte de uma civilização, afetar um indivíduo, libertar-se da “Wyrd coletiva” (Destino) e criar a sua própria teia de Wyrd, livre das influências do Aeon presente, ou outros objetivos que o Adepto tenha.  Vale lembrar que quando voltado a indivíduos, a mudança pode ser brusca. Mas a um coletivo de pessoas (tal como uma cidade – país ou toda raça humana), a mudança pode levar séculos. Magicka Aeonica é então um trabalho a longo prazo, quando feito em larga escala.

  A forma pela qual estas energias fluem no Causal, é através dos Nexions, já tratados aqui. Um nexion pode ser geográfico, natural, aberto intencionalmente, ou até um indivíduo criativo, capaz de grandes mudanças (Como os grandes líderes, governantes, ou figuras históricas influentes que tenham mudado de fato o curso da história). Para abrir um Nexion, é necessário utilizar determinados simbolismos, tal como as figuras Alquímicas da Alquimia Negra (e consequentemente do Jogo Estrelar), e determinados rituais. Dentro do Ethos da ONA, a cerimônia dos 9 ângulos e o ritual de Chamada são exemplos de abertura de Nexions – embora outras tradições dentro do Satanismo também lidem com magia Aeonica, como a corrente 218, possuindo suas próprias formas de lidar com Nexions dentro de suas Egrégoras.

 A magicka Aeonica é uma das formas mais complexas de Magicka presentes dentro do Satanismo. Exige um alto nível de preparo, introspecção e sabedoria para ser utilizada – e também requer muita prática. Ela é melhor tratada no livro NAOS: Um Guia Prático para Mágicka Moderna, e está diretamente ligada aos conceitos da ONA, que a sistematizou pela primeira vez. Futuramente, talvez, eu descreva aqui no blog alguns rituais e formas de prática desta complexa arte mágicka presente no Satanismo – que visa alterar não somente os indivíduos, mas civilizações inteiras para trazer o Ocaso das civilizações Ocidentais e a Emersão de um novo Aeon/Império Galático. Este é um dos principais objetivos dentro do Satanismo Tradicional.

Os três tipos de Magicka Negra Luciferiana



As seguintes conceituações são adaptações genéricas daquilo que é exposto na “Bible of the Adversary”, um dos livros modernos mais bem trabalhados dentro do Caminho da Mão Esquerda Ocidental e dentro da The Order of Phosphorus.


Para os Luciferianistas em especial, a Magicka se divide em três tipos diferenciados entre si, conforme seu uso e energias participativas nos rituais realizados em cada um. Pode-se dizer, dentro do contexto do post anterior sobre magicka negra como forma de evolução interna, que estes três tipos se encaixam dentro desta categoria de magicka, pois visam a evolução do próprio indivíduo – sendo interessante frisar que essas formas de magia NÂO servem somente para prejudicar terceiros ou obter desejos materiais, embora isto, a determinado nível de desenvolvimento do mago, também seja possível de ser conquistado.

O que há em vista de principal aqui, é o auto desenvolvimento e superação do “Self”.

Primeira forma: Magicka Luciferiana

Consiste em trabalhos de transformação pessoal, utilizando-se principalmente dos Deuses e Egrégoras Luciferianos. Deuses pagãos como Apolo, Phosphorus/Eósphorus, Heliel Ben Sachar, Prometeus, Azazel e os Nephilim. Os Anjos “Caídos” e reerguidos servindo como máscaras a serem invocadas e exemplos de vivência. Aqueles que caíram, devem se reerguer.

É a “alta magia” do LHP, consistindo no desenvolvimento do “Corpo de Luz”, a verdadeira Luz Interna do Adepto, dissoludora de Ilusões e que traz a Ascenção do Espírito. É o contato com o Sagrado Anjo Guardião, desperto através da energia dos Arcontes Luciferianos, os Observadores (Watchers) do culto dos Nephilins (descendentes dos Anjos da segunda rebelião, liderados por Azazel e Shamyaza com humanas).

Segunda forma: Magicka Therionicka (Magicka Bestial)

Esta segunda forma lida com nosso lado animalesco. O Ser Humano é um Animal, nos esquecemos disso apenas por nos trancarmos em cidades. No entanto, temos preservado dentro de nosso interior aquilo que possuímos de Bestial.

A Magicka Therionica lida com as entidades que se manifestam através de aspectos animalescos, garras, presas, cabeças de animais e com os instintos mais básicos do ser humano. A magia sexual e feitiços poderosos de ataque e defesa estão presentes, bem como o uso de características animais como foco para desenvolver atributos (Magia Licantrópica – aquela onde se absorve características dos animais, não associar por favor aos seres da fantasia que de fato se transmutam fisicamente em um) símbolos daquele animal. É o seu lado mais “humano” e ligado a matéria fisica.

 Terceira forma: Feitiçaria das Sombras

O autor da bibliografia citada limita um pouco esta esfera de magia em seu livro, ao citá-la somente como “Magia Yatukih” (Feitiçaria Persa, baseada no culto a Ahriman). Eu ouso complementar a informação, extendendo o conceito da toda Demonologia, a feitiçaria Goétia, sistemas de evocação de entidades de baixa frequencia, trabalho com Exus/Malandros e toda sorte de entidade que lide com os aspectos da Sombra do ser humano – ainda que isto não os torne necessariamente “maléficos”, mas oriundos do nosso Abismo interno.

É a relação do Adepto com sua Chama Negra Interna, e com aquilo que o torna rebelado por natureza, sua Vontade de imergir no Chaos. Para ser bem sucedido nesta forma de magicka, é necessário alinhar o Chaos de seu Abismo Interno com aquele Chaos externo primordial, presente no Acausal.



É através do domínio sobre estas 3 chaves ritualísticas/magickas que o Adepto une as Trevas e a verdadeira Luz interna, tornando-se completo e não se cegando com ilusões provocadas pelo Ego ou submetidas por agentes externos limitadores.



Ba Nãm I Âhriman!

O Ethos Sinistro



Quando falamos em “Mão Esquerda”, temos que ter consciência de que tratamos de um tema bem complicado. Não há um padrão ou “forma real” deste caminho, pois tentar limitá-lo é como tentar conter o Caos em si. O Caminho da Mão Esquerda consiste na Evolução do “Self” até se ter a capacidade de obter a verdadeira Liberdade presente no Caos Primevo.

Apesar de a nomenclatura ser a mesma, o Caminho da Mão Esquerda presente no Ocidente não é ligado ou diretamente relacionado à trilha oriental (mais precisamente hinduísta) conhecida como Vamamarga, embora possuam a mesma base. A Mão Esquerda preza pela quebra de paradigmas sociais e libertação do “Self”, o “Eu Interno” junto ao controle do Ego, ou “Eu Externo”, rompendo as limitações do Adepto.

O CME (Caminho da Mão Esquerda) ou Left Hand Path (LHP) possui como base um “Ethos Sinistro”, divinamente (Numinamente) inspirado. “Ethos” provém do conceito grego antigo de ‘htós, palavra grega significando “Moradia”, em um sentido profundo de “habitat” do Espírito humano (o Humanum). O “Ethos” é a fonte primeira da “Moralidade” divinamente inspirada através de leis “numinosas” e não codificadas, mas que descreviam o que um homem ético deveria ou não fazer em relação a suas ações.

Para um seguidor da senda da Via Sinistra (Esquerda), este “Ethos” é inspirado pelas divindades do Caos, que criam uma Moral própria, voltada pra evolução do “Self” e libertação do Subconsciente. Ou seja, uma “Amoralidade” em relação aos conceitos dominantes atualmente,mas não uma ausência total de moral (Imoralidade).

Ainda para os Gregos, o Homem possuía em sua consciência duas entidades: O Agathos Daemon (Bom Espírito) e o Kako Damon (Mal Espírito), habitando dentro de si. Essa ideia é preservada ainda atualmente, com a dicotomia entre o SAG (Sagrado Anjo Guardião) e o DG (Demônio Guardião). Mas ao invés da dualidade Maniqueísta herdada pelas religiões Abraamicas, a visão da Mão Esquerda é de mera diferença de vibrações e atuações. Enquanto o SAG atua de forma Racional, representando o Ego (Eu Cósmico), o DG atua através dos Instintos Primais, representando o Self (Eu Caótico).

Diferente do Caminho da Mão Direita que é Teocêntrico, o LHP possui seu foco no “Abismo Interno” do Homem, que deve entrar em alinhamento com o Abismo Externo proveniente no Caos Primevo, para ser elevado e o Indivíduo alcançar uma liberdade plena no Caos, rompendo as amarras e formas da realidade em que vivemos, transcendendo verdadeiramente em seu caminho.

LHP e Magicka Negra

“Magia Negra” é um termo atualmente corrompido, ligado quase sempre a ritos voltados a causar danos ou malefícios/maldições a terceiros. Isso não corresponde a visão em questão – a menos que tal malefício seja utilizado para autodefesa, preservando a integridade. O real sentido de “Magia Negra” vem da língua árabe, onde a raiz para “Carvão/Negro” era “Fehm” e para “Sabedoria” era “Fahm”, isso fez com que a “magia negra” Sufi fosse na verdade ligada a obtenção de conhecimento, sabedoria e desenvolvimento. Por isso a “Magia Negra” é uma das quatro ferramentas do LHP, sendo:

1) Auto Deificação, obtendo conhecimento e existindo de forma independente como consciência e intelecto;

2) Individualismo – não se submetendo a uma “vontade divina” ou ordem externa, mas utilizando as deidades e suas “máscaras” como ferramentas para sua própria evolução focada no “Self”;

3) Iniciação – observância dos Mistérios e Manifestações do Caos, alinhando seu espírito/Chama Negra Interior com o Caos Primordial externo a existência;

4) Magicka Negra – ferramenta de imposição e trabalho da Vontade Real e pessoal, evolução do Subconsciente, trabalhos Internos e Externos para Despertar seu “Self” e seu DG.

Os conceitos aqui citados serão trabalhados individualmente, dentro de diversas perspectivas e cultos Antigos diferentes e eu tentarei esclarecer um pouco pra vocês (na medida do que eu puder) sobre eles, pra melhor compreensão real dessa Via Evolutiva tão incompreendida (e por vezes distorcida) atualmente – mas que com certeza possuí sua grande utilidade, podendo ser uma poderosa ferramenta de Ascensão.

“Ba Nam I Ahriman!”

Luciferianismo: Ideologia dos Deuses (por Michael W. Ford)



Luciferianismo é a ideologia, filosofia e realização mágicka do conhecimento e poder interno através do Caminho da Mão Esquerda.

O tipo de conhecimento buscado é primeiramente o do “Self”: Forças, fraquezas e tudo que nos torna “individuais” A Iniciação ou revelação do conhecimento se dá através do estudo, prática da Magicka/Feitiçaria do Adversário e da contínua luta por auto-aprimoramento através  da rebelião espiritual.

O Caminho da Mão Esquerda para os Luciferianistas não é uma doutrina específica, mas um conhecimento claro de quem nós somos. Luciferianistas são contra o conceito social de “Deus” e “religião” por serem ambos doutrinas criadoras de ovelhas que suprimem o conhecimento, recompensam a fraqueza e a apatia e dão lugar a expectativas fora da realidade para os indivíduos, que esperam uma “recompensa futura” que não existe. Luciferianistas não aceitam o conceito dualista de “bem” e “mal”; nós mantemos a opinião de que como na natureza, trevas fortalecem a luz e luz estabelece crescimento e renovação. Luciferianistas não crêem na “vida após a morte” como descrita pelos Judaico-Cristãos. Isso não insinua que os Luciferianistas não creiam em uma pós-vida,apenas não há necessidade de crer nos absolutismos judaico-cristãos como o de um paraíso feliz e algum lugar de horrível sofrimento onde demônios terríveis continuamente torturam aqueles que não reconhecem o criminoso executado – transformado em criador e seu “Pai”. Em resumo, você terá trabalho para achar um Luciferianista que creia em “diabo” e “inferno”. Antes, era a raiva de um tempo onde as massas não possuiam habilidades literárias, pouca ciência e mestres arrogantes, agora, em nossa era moderna de possibilidades as luzes brilham em áreas de conhecimento onde os cristãos certamente nos queimariam agora se pudessem.

Lucifer é Pré-Cristão:

Eu tenho percebido que os mais adaptáveis ao Luciferianismo em um sentido real são na verdade os estudantes bíblicos e os estudiosos cristãos de inteligência avançada. Uma consideração estranha, mas muitos desses jovens tem questões que ainda não foram amordaçadas pela vida e ainda podem se adaptar a diferentes paradigmas baseados em conhecimento. Muitos são capazes de se adaptarem bem a Magicka uma vez que entendam que ela vem da Vontade canalizada. Essa mudança não ocorre com eles descobrindo o Lucifer “literal”, mas encontrando elementos que alimentem essa manifestação moderna e a essência revelada.

O conceito Judaico-Cristão de “Satan” não é necessariamente um símbolo utilizado na cultura Luciferianista como representação da ideologia. Considerando que “Lúcifer” é um termo latino, como pode ser um epíteto “Judaico-Cristão” para “Satan”?

Lucifer, “Portador da Luz” é um termo descrevendo as estrelas da manhã e da noite, Eosphorus e Hespheros. A Artemis grega (associada a Hékate), que é uma variação das deusas Ishtar e Inanna, é a estrela da Manhã, Vênus. Artemis é representada geralmente segurando uma tocha, como Hékate que trazem a luz, igualmente aqueles que trazem a noite. Claramente visto que estes deuses e deusas não são “maus”, mas equilibrados em seus papéis. Como humanos, eles são capazes de atos bons e maléficos.

Uma das origens primárias do mito de Lucifer como forma do Adversário está presente nos mitos Ugaríticos-Caanitas de Baal e Attar (Ashtar). Na mitologia Hurriana, Ashtar é representada como Venus, Estrela da Manhã. Um dos precursores dos mitos Enochianos dos “Vigias”, Ashtar, o rebelde, é a estrela da manhã que assim como os reis posteriores da Babilônia e Tyre, ascende de forma rebelde contra a ordem natural. Este é um ponto no qual o Adversário ou rebelde, representa a mente vivída e convicta que utiliza as leis naturais para ascenção. Em um sentido astral, Venus, Estrela da Manhã é a psiquê iluminada que pensa e brilha, inspirando um Sol ciumento a se erguer e tentar removê-la da luz.

“Ashtar, o Rebelde subiu aos limites de Zaphon. Ele senta no trono de Aliytan Baal…” – Cosmic Mountain, Clifford.

Ashtar, associado com Sharu e Salimu sendo a Estrela da Manhã e a Estrela da Noite, Portador da Luz e da Noite, são paralelos com o mito de Anat lutando contra Tannanu ou Leviathan.

“Na terra de Mhnm o dragão açoitou os mares, sua língua bifurcada lambeu os céus, suas caudas gêmeas agitaram o oceano. Ela fixou o dragão inquieto, prendendo ele nas alturas de Lebanon.” – `PRU, Cosmic Montain.

Yamm ou Judge Nahar, o Lotan/Litan ou Dragão de Sete Cabeças do abismo, representa a mente subconsciente, a psiquê liberta e relutante em aderir a ordem percebida. A função necessária do Adversário é a vitalidade que chamamos de vida, a fricção contra os opostos que inspira a evolução para um estado superior de Ser. O mundo é moldado pela Vontade – Luciferianistas com a mente bem direcionada consideram a magicka um processo de contínuo auto-aprimoramento, fortalecimento, e obtenção de conhecimento pelo caminho escolhido para iniciação. Rituais são uma pequena marca neste processo, representando “sinais na estrada” que auxiliam o adepto em seu próprio caminho espiritual e físico. Luciferianistas consideram esse equilíbrio uma interação entre o espiritual e o físico como condutor para a sabedoria e experiência, e por fim ao poder. Forçando esses laços, o Luciferianista pode “ascender” como os Deuses.

A teoria da magicka ritualistica é que o Luciferianista entende os “deuses” e “espíritos” como arquétipos da humanidade; e nosso subconsciente alimenta o tipo de energia onde esses seres existem de fato. Luciferianismo é a forma mais avançada de espiritualidade, por focar no crescimento e expansão do indivíduo em um sentido racional no aqui e agora, mas ainda explorando o campo espiritual. Luciferianistas tem os simbolos de deuses demoníacos como “máscaras deificas”, representações de um poder,fenômeno natural ou interno a mente. É a “ponte” entre ambos, a iniciação que revela a sabedoria das trevas. Luciferianistas consideram a Chama Negra, ou “Melammu”, o poder dos deuses e demônios, como sendo a essência divina da consciência. Isso é visualizado dentro das meditações e trabalhos oníricos e projeções astrais. A Chama negra é o fogo interno da mente, dado a humanidade pelos “Vigias” ou “Anjos Caídos”. Na Mesopotâmia antiga, Melammu é o dom divino possuído por Tiamat, a deusa das trevas (ver: Maskim Hul, Magicka  Babilônica).

Muitos perguntam, “o que significa ser seu próprio deus?” Minha resposta é que ser seu deus é entender que você deve ser capaz de identificar sua espiritualidade vindo de dentro; que você fortalece qualquer deus ou demônio que você trazer a seu templo e que você sozinho é responsável por suas conquistas e falhas. Se você é o princípio ou fonte de sua espiritualidade, a força que você possui será maior que qualquer outra, permitindo que você adentre o caminho realmente satânico e Luciferiano. Como você pode ver, isso não tem nada a ver com a ideologia Cristã, além da “máscara do adversário” utilizada. Os arquétipos, símbolos e máscaras representarão para você o que eles significam e o que você eventualmente conquistou com eles, uma vez removendo a máscara ou símbolo, a energia que alimentou sua conquista deriva de sua mente e Vontade.

Para ser um deus é necessário saber que aquilo que você faz afeta seu futuro dias a frente. Para ser um deus é necessário tomar atitudes que façam seu futuro se manifestar da forma mais razoável de acordo com sua Vontade. Para ser um deus deve-se chamar por outras máscaras deificas e demoníacas quando você buscar um tipo de conhecimento, e então usar elas como parte de você. Para ser o mais produtivo com essa ideologia, você deve pesquisar e buscar o conhecimento da história dos arquétipos e inimigos que você deseja superar. Aprender as origens de Yahweh é um excelente meio de começar: Você jamais verá o Cristianismo da mesma forma novamente. Ele parecerá ainda mais patético. Os mitos e símbolos antigos são potentes “combustíveis” para a imaginação luciferiana, aqueles que entendem que sua grandeza está dentro de si, se limitam somente por seu entendimento de como o mundo funciona, sua Vontade e habilidade de reconhecer seus erros que restringem o sucesso.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Magia do Caos



O conceito de magia do caos (caoismo) é relativamente recente, tendo tido origem em West Yorkshire, em Inglaterra, nos anos 70 do século XX. Influenciada pelas práticas thelémicas de Aleister Crowley e Austin Osman Spare, a magia do caos é primeiramente uma prática abordada na prática de magia. Trata-se de uma das tendências modernas em ocultismo, em construção na rejeição de qualquer forma de dogmatismo e a primazia da experiência mágica pessoal. movimento Magia do Caos originou no final de 1970 na Inglaterra até a década de 1990 permaneceu no meio underground; a sua ocorrência está associada ao crescimento do interesse no oculto entre as comunidades de jovens e subcultura contra britânicos. A máxima central deste tipo de prática é "se funciona, usa-a". A magia do caos usa o estado de gnose, através de práticas como meditação, música, dança, uso de ervas, dor, ou orgasmos, como forma de incumbir em práticas divinatórias. Os magos do caos acreditam que conseguem moldar a realidade, acedendo a estes estados de consciência e projecto imagens, pensamentos. Apesar de algumas práticas serem únicas à magia do caos (tal como o uso de formas mágicas de nome sigils), este tipo de práticas são normalmente baseados em sistemas de crenças individuais, e de base adogmática. Alguns magos do caos acreditam que alguma desta prática é uma forma de paradigma de pirataria. Algumas fontes comuns neste tipo de inspiração incluem coisas diversas como ficção científica, teorias científicas, teorias da conspiração, shamanismo, filosofia oriental, religiões do mundo, e experiências individuais. Apesar de enorme variação, os magos do caos frequentemente trabalham com paradigmas caóticos, e humorísticos. Para a magia do caos é caracterizada pelo uso de ambas as técnicas tradicionais tiradas de sistemas místicas orientais e ocidentais já existentes e novoizobretonnyh. Entre estes últimos (o anterior não era), deve-se notar método sigilizatsii Austin Spare, "linguagem oranichesky" e bastante uma formação peculiar de símbolos mágicos (estrela de caracteres Caos probabilísticos e imutabilidade, e outros.). Outra característica, de acordo com os próprios declarações seguidores de religiões - o amplo uso de estados alterados de consciência, incluindo trance e alguns estado de êxtase que os proponentes da Magia do Caos é chamado de "gnosis" (não confundir compreensão haositskoe do termo com a sua interpretação tradicional hermético). Para atingir este estado representantes de fluxo pode utilizar drogas ou contactos sexuais.

Princípios gerais

Mesmo que poucas técnicas sejam exclusivas da Magia do Caos, ela é frequentemente altamente individual e toma emprestado deliberadamente de outros sistemas de crenças, devido à crença central de que a crença é um instrumento. Algumas fontes comuns de inspiração incluem diversas áreas como ficção científica, teorias científicas, magia cerimonial tradicional, neoxamanismo, filosofia oriental, religiões e experimentações individuais. Não obstante a tremenda variação individual, os magos do caos frequentemente trabalham com paradigmas caóticos e humorísticos, como Hundun do taoísmo e Éris do discordianismo.

Magos do caos frequentemente são vistos por outros ocultistas como perigosos ou preocupantes revolucionários.

História

Austin Osman Spare era inicialmente envolvido com a Ordem da Golden Dawn, e por fora também com ordens como a O.T.O e a Astrum Argentum de Aleister Crowley; porém, mais tarde se afastou delas para trabalhar independentemente.

Dali em diante ele iria desenvolver práticas e teorias que iriam, após a sua morte, influenciar profundamente a I.O.T.. Especificamente, Spare desenvolveu o uso de sigilos, e técnicas envolvendo estados de êxtase para dar poder a estes sigilos. Spare também foi pioneiro no desenvolvimento de um "alfabeto sagrado pessoal", e, sendo um artista plástico talentoso, usou imagens como parte de sua técnica de magia. A maior parte dos trabalhos recentes em sigilos remete ao trabalho de Spare: a construção de uma frase detalhando o intento mágico, seguida da eliminação de letras repetidas e a recombinação artística (normalmente simétrica) das letras restantes em uma só imagem formando o sigilo.

Embora ele não tenha originado o termo, e talvez não aprovasse o mesmo, hoje ele é visto como o primeiro Magista do Caos.

Após a morte de Aleister Crowley (e a do então obscuro Spare), a magia praticada pelos ocultistas remanescentes no Reino Unido tendeu a se tornar cada vez mais experimentalista, pessoal, e bem menos ligada às tradições mágicas estabelecidas pelas ordens. Reações a isso incluem a disponibilidade pública de informações secretas antes do século XX (especialmente nos trabalhos publicados por Crowley e Israel Regardie), o Zos Kia Cultus (nome do estilo de magia radicalmente inortodoxa de Austin Osman Spare), a influência do Discordianismo e seu popularizador Robert Anton Wilson, o Dadaísmo, e a grande popularização da magia causada por cultos folcloristas embasados em sistemas mágicos de Crowley, como a Wicca, e o uso de drogas psicodélicas.

Toda uma série de músicos e artistas relacionados com a prática do rock and roll, e da música pop, viriam a ser influenciados pelo pensamento de Aleister Crowley, a saber, entre os mais conhecidos: os Beatles, Black Sabbath, Led Zeppelin, ou mesmo Sonic Youth, entre as mais conhecidas. No brasil, nomes como Zé do Caixão, ou Raul Seixas, viriam a ser altamente influenciados, pelo pensamento do mago que se auto-denominava, como a grande besta 666 (Fernando Pessoa telo-á feito ver que a leitura do mapa astral que o fazia ver isto em si estava, afinal, errada, nomeadamente no âmbito da sua correspondência com o mago oculista, e posteriormente, no seu encontro na boca do inferno em Sintra).

O termo Magia do Caos apareceu pela primeira vez no Liber 0 (também chamado Liber Null) de Peter Carroll, publicado pela primeira vez em 1978. Nele, Carrol formulou vários conceitos de magia radicalmente diferentes daqueles considerados "mistérios mágicos" na época de Crowley. Este livro, junto ao Psychonaut (1981) do mesmo autor, mantém importantes fontes. magistas que se alinham a estas ideias costumam se chamar de várias formas, evitando repetir a mesma. Algumas destas formas de nomenclatura são: "Caoísta", "Caota", "Magista do Caos", "Caoticista", "Eriano", "Discordista", "Caoseiro", dentre outros tantos nomes - por vezes muito bem humorados e/ou pouco polidos.

Carroll também co-fundou com Ray Sherwin O Pacto Mágico dos Illuminates of Thanateros, ou, na abreviatura mais conhecida, I.O.T., uma organização que continua a pesquisa e desenvolvimento da Magia do Caos hoje em dia. A maior parte dos autores e praticantes renomados de Magia do Caos mencionam afiliação ou algum grau de influência a esta. Porém, a Magia do Caos tem como característica marcante ser uma das vertentes de magia menos organizadas do mundo, fazendo isso propositalmente.

O nome coas, e consequentemente estrela do caos, forma extraídos de um romance de Carroll: Michael Moorcock's "Elric of Melniboné - The Sage From the end of time ". No entanto, Carroll não o definiu como o ponto de origem para o seu simbolismo. No seu trabalho tardio"Liber Kaos(...)" (German 1994), ele apresentou um sistema de magia baseado no "The Color of Magic" (1983) ) de Terry Pratchett's. Desta vez, ele apontou para a originem numa nota de rodapé e para a literatura.

Quebra de Paradigma Mágico - ou "Quebrar o Ego"

Uma das mais curiosas questões da Magia do Caos é o conceito de Quebra (ou Troca) de Paradígma Mágico, ou "Quebra do Ego". Usando o termo de Thomas Kuhn, Carroll criou a técnica de arbitrariamente modificar o modelo (ou paradigma) de magia das pessoas, uma questão principal na Magia do Caos. Através desta, o magista busca por trocar constantemente a crença em um paradigma, não apenas de forma linear como é visto nas outras pessoas, mas de forma objetiva e proposital, ziguezagueando entre crenças diferentes (e geralmente contraditórias) e "se aproveitando" dos resultados que elas geram sem ficar preso a nenhuma.

Esta quebra é encontrada não apenas em ritos, mas também no dia a dia, através da chamada "quebra do ego".

Muitos caoístas uniram a Magia do Caos ao uso de diversas ciências modernas, entre elas a Psicologia e a Psicanálise.

Como a base de trabalho dos ritos caoístas consiste na total desconstrução de tudo rumo ao Caos (daí o nome Caoísmo), uma técnica muito utilizada no treinamento pessoal dos caoístas é a chamada "quebra do ego", que consiste em negar e trocar gostos pessoais como uma forma de banimento pessoal, indo contra tudo aquilo que o ego acredita como pessoa, gerando em si mesmo a desconstrução buscada pela Magia do Caos. Um exemplo de quebra do ego é por exemplo, um vegetariano comer carne. Aqui cabe imaginação ao magista, para aplicar estes exercícios em âmbitos profissionais, sexuais, familiares, gregários, entre outros, e conseguir permanecer são - podendo ser até este conceito questionado.

O principal mote da Magia do Caos é: Nada é verdadeiro, tudo é permitido - atribuído a Hassan i Sabbah - O Velho da Montanha, líder da Ordem dos Hashishins que impôs seu poderio no Oriente Médio medieval, influenciando os Templários, e consequentemente as ordens de magia contemporâneas que neles se inspiraram.

Como o "Fazes o que tu queres há de ser toda a Lei" de Crowley, essa frase é por vezes mal compreendida e interpretada de forma literal como "Não há verdade, então faça o que você quiser", quando "Nada é verdadeiro, tudo é permitido" significa algo como "Não existe uma verdade objetiva fora da percepção pessoal; assim sendo, qualquer coisa pode ser verdadeira e possível".

A ideia é que a crença é uma ferramenta que pode ser aplicada à vontade de formas conscientes. Alguns magistas do caos creem que ter crenças inusuais e por vezes bizarras é interessante como uma forma de considerar a flexibilidade de crenças e utilizá-las a seu dispor.

Magia do Caos no Brasil

A cada ano, novos magistas se tornam adeptos deste meta-sistema mágicko, especialmente no Brasil.

Encontra-se em plena atividade a sede sul-americana da I.O.T. com reuniões no Rio de Janeiro, e magistas independentes trabalham na divulgação da Magia do Caos, mesmo não pertencendo à I.O.T.