sexta-feira, 2 de junho de 2023

Luciferianismo - A Arte De Hermes

Urna das maiores figuras míticas que une o paganismo clássico e a Magia Medieval, ou teurgia, com a tradição Luciferiana é Hermes Trismegisto ou o Trés-Vezes-Grande. O dr. Francés Yates diz: “Grande parte da literatura em grego se desenvolveu sob o nome de Hermes Trismegisto interessado na Astrologia e nas ciências ocultas, com a virtude secreta das plantas e pedras e a magia simpatizante baseada no conhecimento de tais virtudes, com a manufatura de talismãs para sugar o poder das estrelas, e assim por diante ” (1969:2). Essa naturia magia ou magia natural é exatamente o mesmo conhecimento oculto que os anjos caídos concederam aos primeiros seres humanos.

Quem, então, foi Hermes e como ele se transformou na figura que teve tamanha e importante influência na Magia Medieval e renascentista? Originalmente, em sua terra natal, Grécia, Hermes foi uma divindade um tanto quanto primitiva. Suas origens são anteriores ao panteão olímpico, embora ele tenha sido aceito de forma bem-sucedida, ao contrário de outras divindades mais antigas. Diz-se que existem referências a ele na Era Neolítica, e que ele tem suas raízes no culto aos espíritos da terra, que se acreditava habitarem cavernas. Ele também é associado aos três cultos e às ninfas que reinavam sobre bosques e fontes termais sagradas. Ele provavelmente também foi um antigo deus pastoral dos rebanhos, adorado pelos fazendeiros e pastores nómades. Em eras remotas, Hermes foi cruelmente representado como urna pilastra ou pedra fálica que, por vezes, eram entalhadas com seu rosto barbado e sua genitália. Essas “herms”, como eram chamadas, eram erguidas em encruzilhadas, e camponeses deixavam queijo, pão e canecas de vinho como oferendas para o deus. Viajantes de passagem consumiam essas oferendas e, em troca, deixavam moedas antes de prosseguirem suas jomadas. O nome Hermes vem dos montes ou pilhas de pedras que inicialmente eram colocadas nesses santuários nas encruzilhadas.

Em suas manifestações posteriores, Hermes tomou-se a divindade protetora dos comerciantes, mentirosos, ladrões, diplomatas e viajantes. Hoje ele provavelmente é também a divindade protetora dos políticos. Ele é o mestre da palavra escrita e falada e é um trapaceiro, mas também um habilidoso artesão. Quando ele foi aceito no panteão olímpico, se tomou o pai do deus com cabeça de bode Pan. Zeus também o designou como o anjo mensageiro dos deuses. Assim como o romano Mercurius, ou Mercúrio, ele possuía um capacete e sandálias com asas. Nesse papel, ele também se tomou um psicopompo ou guia dos mortos, conhecido como “a companhia da noite escura”. Hermes é a forma pagã do arcanjo Rafael, e eles eram (e são) invocados por magos tentando fazer contato entre os reinos do céu e da terra. Como governante do signo astrológico de Gêmeos, ele domina o comércio, o jornalismo e todas as formas de comunicação. Ele age como mediador entre as polaridades de energias masculinas e femininas e é companheiro da deusa Vênus.

O símbolo primário de Hermes é o caduceu, que pode ter se originado no bastão usado para agrupar rebanhos, bodes e ovelhas ou a herm fálica ou pedra em pé. Uma outra interpretação é que ela era uma “varinha falante” passada adiante em uma reunião tribal para que todos os presentes tivessem a chance de falar enquanto a seguravam. Em termos esotéricos, o caduceu simboliza a natureza andrógina de Hermes. As duas cobras entrelaçadas ao seu redor são as energias solar (masculino) e lunar (feminino) e também representam a kundalini ou a força-serpente. A varinha ou bastão é a coluna vertebral humana, que leva a força da serpente ou do dragão para o cérebro. Por meio desse processo mágico, o Terceiro Olho, ou a glândula pineal, é ativada, e o mago obtém poderes psíquicos e, em seu nível mais elevado, iluminação espiritual. Na tradição Luciferiana, o Terceiro Olho é a esmeralda que caiu da testa de Lúcifer. Ele também está relacionado à Marca de Caim usada astralmente por aqueles com “sangue de bruxo”. De forma significativa, Lilith Babellon disse: “Hermes é o anjo rebelde, aquele impulso da mente que faz a humanidade voltar suas energias para as artes e ofícios”.

Quando os gregos colonizaram o Egito, reconheceram Hermes como sendo Tethuti ou Thoth, o deus egípcio da sabedoria. Cícero disse que Hermes teve de fugir para o Egito após assassinar Argos, o deus de muitos- olhos, que foi transformado por Hera-Juno em um pavão. Hermes então deu ao povo egípcio suas “leis” e recebeu o nome de Thoth. Em uma referência aos Livros de Thoth, Lactantius, um escritor cristão do século IV, tutor na casa do imperador Constantino, o Grande, o descreveu como “três vezes maior”. Esse termo foi usado para expressar que ele possuía todo o conhecimento do mundo. Lactantius afirma que Thoth-Hermes era originalmente um mortal, mas era também de “grande antiguidade” (muito velho) e profundamente versado em todo tipo de arte e ciência. Hermes também escreveu muitos livros sobre a “Gnose e todas as coisas divinas”. Obviamente, o mais famoso dos Livros de Thoth deveria ser o Taró, mas é provável que essa idéia criativa tenha sido inventada por ocultistas do século XVIII. Hermes também recebeu o nome de um antigo faraó do Egito, que ensinou aos nativos a escrita, a Astronomia e a Matemática.

Na mitologia egípcia, Thoth foi um deus pré-dinástico que aparentemente esteve na Terra muito antes da chegada de ísis e Osíris e sua família divina. Diz-se que Thoth e o pássaro Bennu, a fênix egípcia ou o íbis que botou o ovo da criação, chegaram aqui ao mesmo tempo. O íbis era a forma original de Thoth e mais tarde foi adotado como seu pássaro sagrado. Na tradição sabéia, Thoth era representado como Seth-Anubis e Sírio, a estrela-cão. Tanto Thoth-Anubis quanto Hermes possuíam cães e macacos como seus animais sagrados. O historiador grego Heródoto disse que babuínos eram os animais sagrados de Thoth porque eles eram guardiões do tempo, ou seja, a macaca, quando estava menstruando, emitia uivos noturnos no momento da lunação. (Grant, 1994:49)

A Coletânea Hermética diz: “Eles (Osíris e ísis) vão aprender todas as minhas escrituras secretas e distinguir seus significados e irão manter algumas dessas escrituras com eles mesmos, mas algumas delas, como são para o benefício dos mortais, eles entalharão em blocos e obeliscos ”. Hermes entalhou seus segredos em obeliscos e tábuas de pedra, as quais ele escondeu para serem descobertas por gerações futuras. Amais famosa delas foi a Tábua de Esmeralda, contendo o axioma hermético “O que está em cima é como o que está embaixo ”, ou simplesmente “como é acima, assim é abaixo Isso se refere ao mundo como um microcosmo do macrocosmo ou Universo e realça o conceito de correspondências mágicas. Supostamente a Tábua de Esmeralda foi baseada nos Pilares de Seth-Enoch-Noé-Tubalcaim, que Hermes encontrou em uma caverna.

Diz-se que Hermes-Thoth possuía todo o conhecimento secreto da história do mundo em 36.535 rolos de papiro. Eles foram escondidos para uma posterior descoberta por “alguém que fosse merecedor”, que usasse esse conhecimento para o benefício do progresso da humanidade. Alguns ocultistas acreditam que esses documentos estão escondidos em uma “câmara secreta” na Grande Pirâmide de Giza ou na famosa sala de registros sob a Esfinge. Atualmente os arqueólogos estão se esforçando para localizar esse antigo conhecimento acumulado, que eles realmente acreditam existir em termos físicos.

Nas Antigas Leis Fundamentais, Hermes é descrito como um filósofo, rei e pastor do Egito. Ele também é o neto de Cush, que foi o avô de Noé. As Antigas Leis Fundamentais afirmam que Hermes era um astrônomo responsável pela divisão do dia em períodos de 12 horas e do zodíaco em 12 signos. Ele também inventou a escrita e “a ciência dos mergulhadores”. Hermes também era descendente do Titã chamado Atlas e de Prometeu, que roubou o fogo do Paraíso. Essas visões maçônicas de Hermes fornecem mais informações para sugerir que ele era basicamente de natureza Luciferiana e um figura importante em nossa jomada de descobertas dos mistérios Daqueles Que Caíram.

Em meados do século XVI, um manuscrito escrito em grego foi trazido para Florença, no norte da Itália, por um monge Macedónico. Esse monge era um agente contratado por Cosimo de Mediei para procurar documentos históricos raros. O manuscrito que ele apresentou para seu patrão era uma cópia de Corpus Hermeticum, supostamente escrito por Hermes. Era uma tradução em latim do grego e acreditou-se na época que ele tivesse originalmente sido escrito em hieróglifos egípcios. Na verdade, Corpus era uma coletânea de textos Gnósticos que provavelmente foram escritos na Alexandria nos primeiros séculos da Era Cristã.

Os ensinamentos de Hermes apresentados em Corpus Hermética demonstram a natureza da divindade como “oculta, porém obviamente em tudo (...) Ele é a unidade de todas as coisas, então nós devemos conhecê-lo por todos os nomes e chamar tudo de Deus.

Essa é uma visão panteísta do mundo que é muito parecida com as crenças neo-pagãs modernas. Entretanto, a doutrina Hermética também possui uma dimensão Gnóstica ao descrever o luminoso Mundo de Deus ou Logos surgindo das trevas como um filho de Deus. Cellanius disse que Hermes chamou o sol de “deus invisível” e o governante do Universo (Harmônica Macrocosmia, 1660). Há também uma menção a Demiurgo, descrito como deus do fogo, que criou os sete governantes - os regentes angelicais dos sete planetas clássicos.

Na Hermética, uma entidade chamada Pimander aparece em um sonho para Hermes e o instrui sobre a natureza de Deus e seu relacionamento com a humanidade. Pimander diz a Hermes que para se tomar um ser espiritual ele deve “conhecer a si mesmo” porque “aquele que conhece a si mesmo vai além de si mesmo”. Pimander diz que somente um homem (um ser humano) que tenha intelecto pode então conhecer a si mesmo. Essa é a essência da Gnose ou autoconhecimento do Divino expresso por meio dos ensinamentos ocultos das tradições Luciferianas. Ele é resumido pelas palavras entalhadas acima da entrada do oráculo de Delfos: “O, homem, conhece a ti mesmo e conhecerás os deuses

A doutrina Hermética também implica que o Criador do Cosmos, o Ser Supremo, o Deus dos Deuses, não foi responsável pela criação do mundo. Essa foi tarefa de Demiurgo, ou o Filho de Deus, e os sete governantes que ele criou. Em Corpus Hermética: “Adão é mais que humano, ele é divino e pertence à raça dos demônios estrelas, os governantes criados divinamente (...) Diz-se até que ele é o ‘irmão’ do mundo criativo - demiurgo - filho de Deus, o ‘segundo deus’ que move a estrela” (Yates, 1969:27). No Livro De Lumiel, um manuscrito esotérico não publicado distribuído pela Ordem da Estrela da Manhã, Adão e Eva eram os líderes do chamado “povo raio”, de natureza puramente não-material. O Jardim do Éden também não existia no mundo físico, mas estava no plano espiritual. A queda da humanidade foi na verdade a queda de uma raça não- física do espírito para a matéria. O Livro de Lumiel diz como o “povo raio” caído cruzou com os humanos primitivos. Desse cruzamento nasceram os gigantes ou Titãs. Como resultado desses eventos, Lúcifer foi considerado culpado, como o anjo do intelecto, por se intrometer em assuntos humanos, e banido do reino dos céus.

De onde veio a cópia da Hermética levada para a Itália pelo monge grego? Suspeitas apontam para a lendária cidade de Harã, fondada 4 mil anos antes na Mesopotámia, que se acredita ser a cidade bíblica de Ur. Hará foi colonizada pelos assírios e durante muitos séculos foi o centro da adoração do deus da Lúa Sin. Harã também foi uma cidade habitada por muitos sabeus ou adoradores da estrela e no século VI d.C. eles reverenciavam Órion como o “Senhor dos Cães”. Seus habitantes eram pagãos praticantes até o século XII d.C., quando a cidade foi destruída pelas hordas mongóis. Assim como o Corpus Hermética, o Harranites também possuía muitos outros manuscritos gregos sobre Alquimia e Medicina, que os mais velhos haviam traduzido do árabe. Os sabeus de Harã fizeram peregrinações constantes para o Egito para adorar as pirâmides, pois eles acreditavam que elas foram erguidas pelos antigos deuses estrelas. Isso levou alguns escritores a concluir que eles tinham o conhecimento estelar dos egípcios e os segredos astronômicos das pirâmides. (Gilbert, 2000:80)

No século VIII, o muçulmano Califa Umar II fundou uma universidade em Harã, e isso atraiu Hermeticistas da Alexandria. Aparentemente, esses ocultistas eram bastante elitistas, pois se recusavam a revelar seus segredos para qualquer um, exceto para aqueles que tinham sido iniciados, caso seus conhecimentos das artes e ciências fosse adulterado pelo comum. Alguns desses magos até mesmo alegavam serem descendentes diretos de Hermes Três-Vezes-Maior. Eles também alegavam ter escrito os Livros de Edris, o nome muçulmano para o Enoch, que eles identificaram com Hermes. Essa identificação entre Hermes e Enoch levou alguns ocultistas renascentistas a acreditar que a Hermética tinha origens anteriores ao dilúvio. Esses hermeticistas construíram templos “dedicados aos espíritos” e “construções de sabedoria mágica”. Alguns deixaram Harã e viajaram para o oeste, em direção à índia e China, divulgando o evangelho de Hermes.

Uma segunda classe de ocultistas em Harã específicamente se auto intitulava de “Irmandade de Hermes” e eram guardiões da Gnose. Um escritor do início do século XVIII disse: “eles a preservaram, geração após geração, até os dias de hoje Um terceiro grupo alegava ser descendente da irmã de Hermes, que foi chamada de Theodios Trismegistus. Eles “se miscigenaram com alguns estrangeiros”, e seus conhecimentos 

eram assim passados para pessoas fora do grupo. A quarta classe era chamada de “andarilhos” e consistia de estrangeiros que tinham se misturado com “as crianças de Hermes”. Foram eles, provavelmente sabeus nativos e Harranites, que abandonaram a adoração à Alá pela adoração às estrelas e constelações.

Há evidência de que, durante as Cruzadas, cavaleiros cristãos visitaram Harã. Os Cavaleiros Templários certamente ocuparam os arredores de Edessa (uma das cidades supostamente construídas porNimrod). Há também uma capela cristã em Harã de arquitetura cruzada. Ela fica próxima de um mosteiro muçulmano, e os dois prédios compartilham um mesmo hall de entrada. O escritor wicca Donald Hudson Frew viu isso como um exemplo de notável grau de tolerância religiosa em Harã. Foi um lugar onde o paganismo, o Hermeticismo, o Islã e o Cristianismo sobreviveram harmónicamente próximos uns dos outros.

Drew, que escreve para o jornal americano The Pomegranate (fevereiro de 2000), parece acreditar que o neo-platonismo, fundado por Plotino no século III, teve uma influência importante na tradição Hermética em Harã. Ele menciona a teoria de Plotino sobre Aquele de onde emanam todos os seres de uma hierarquia consistindo de mente (demiurgo e os deuses), almas (os Demônios) e finalmente a matéria. De acordo com Plotino, “todas as coisas estão tanto emanando quanto retomando para Aquele e existem simultaneamente em todos os níveis da hierarquia.’ ’ Muitos dos neo-platonistas sintetizaram a adoração aos deuses pagãos e eram devotos dos mistérios de Mitra e ísis. O neo-platonista do século IV Macrobius tentou reconciliar todas as religiões pagãs. Ele também alegava que todos os deuses eram aspectos do deus Sol e todas as deusas eram aspectos da deusa Lua, e eles estavam unidos n’Aquele. Essa visão foi modificada pelo ocultista do século XX Dion Fortune, conhecido por dizer: “Todas os deuses são um deus e todas as deusas são uma deusa ”. Essa idéia foi aceita por muitos Wiccas modernos, que não parecem entender que isso não está relacionado com o deus bruxo e a deusa bruxa, já que eles são divindades específicas.

Nesse artigo, Drew refere-se ao pupilo de Plotino, Iamblichus, que favoreceu a abordagem d’Aquele chamado de “criador de Deuses” ou teurgia. Tratavam-se de rituais mágicos para contatar Deus, e suas fontes incluíam a Hermética, material payri mágico grego e os oráculos caldeus,

que se acreditava terem sido originados com Hécate e outras divindades. Foi creditado ao mago neo-platônico do século II Juliano, que editou e compilou os Oráculos Caldeus de Zoroastro. Foram dados a ele poderes mágicos incríveis, incluindo a habilidade de invocar os deuses, controlar o clima e viajar espiritualmente na forma astral. Essa forma de teurgia se focava em duas formas separadas de “criação de deuses”, possessão por divindades e a manufatura de estátuas ou imagens que pudessem ser animadas por espíritos ou deuses. Diz-se que, quando a Academia em Atenas fechou no século VI d.C., muitos neo-platonistas foram para Harã. Ali eles fundaram uma nova academia, que perdurou pelos seiscentos anos que se seguiram.

É significante o fato de que o imperador Julián, conhecido popularmente como o Apostato, por tentar reviver o paganismo após o Cristianismo ter sido aceito como a religião oficial do Império Romano, tenha visitado Harã em 363. Enquanto esteve na cidade, Julián consultou os oráculos no templo do deus Lua. Ele recebeu o aviso de um desastre iminente, mas ignorou o aviso. Em sua batalha seguinte, ele foi morto por um assassino cristão infiltrado em seu exército. Seu corpo foi carregado por toda Harã, e a cidade foi a única do Império Romano a declarar luto público por sua morte.

A tradição hermética, como foi expressa na Renascença, tem sido descrita como uma mistura entre paganismo, Gnose e magia cerimonial. Os aspectos mágicos vieram de um trabalho chamado O Picatrix, escrito no século XII de fontes árabes. Acredita-se que seja de origem sabéia e provavelmente veio de Harã. Ele lida principalmente com a manufatura de talismãs, mas o seu tema central é a descida forçada dos spiritus (espíritos) em matéria (matéria). Também lista as imagens mágicas dos espíritos planetários e fornece informações sobre correspondências mágicas exigidas para evocá-las. De fato, foi um dos mais completos grimórios da magia prática.

Escritos sobre Hermes Trismegisto, e o fato dele ser frequentemente associado a sociedades secretas, Paris (1990), trazem o seguinte ponto: “Os famosos segredos dos grupos esotéricos não são tão secretos quanto rituais nos quais os não iniciados são trazidos a um certo nível de consciência em que eles podem entender algo até então não 

disponível para suas consciências. Na maior parte do tempo, o segredo não é nada além da habilidade de ver o que já está lá, que é o objetivo da iniciação.

Isso, posto de forma simplificada, é a chave escondida para entender tanto a Hermética quanto as tradições Luciferianas, e como elas estão interligadas pela figura mítica de Hermes-Thoth. O seu objetivo maior é resumido por Pitágoras na frase: ‘‘Livrando-se do corpo mortal, chegarás à mais pura essência, serás um deus, imortal, incorruptível, e a morte não terá poder sobre ti... ”