domingo, 16 de janeiro de 2022

Klipha de Nahemoth

 

Muitos dissertam acerca das emanações provindas de Sitra Ahra

sem ao menos ter o cuidado de estudar acerca das diferenças

entre a evolução espiritual que encontramos à luz da

Chama Negra e o aprisionamento com fins escravizadores

e destrutivos desse Reino Kliphotico.

Uma grotesca confusão paira na mente e no comportamento

daqueles que, supostamente, seguem o “Caminho Sinistro”.

Tentaremos elucidar através desse texto algumas dúvidas

referentes aos conceitos morais e o julgamento ético

imputados às emanações de tal Klipha.

Antes de adentrarmos nas características da

Klipha de Nahemoth devemos esclarecer alguns pontos

fundamentais para a compreensão da mesma:


Os conceitos morais e o julgamento ético

13. “Apenas os subumanos são limitados pela moralidade ilusória e as leis do “status quo”. O satanista que transcendeu tais ilusões encontra-se além do bem e do mal”.  (Aforismos Satânicos- MLO)

A palavra “Moral” explicitamente significa: Costumes. Entendemos, portanto, “Moral” como um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade. Tais normas são frutos da educação, tradição e do próprio cotidiano. Quando lutamos contra tais “Leis” entranhadas no subconsciente, quebramos uma cadeia de julgamentos “internos” e nos libertamos de todo e qualquer modo comportamental aprisionador, ou seja, damos vazão aos nossos desejos desprovidos de qualquer barreira interna que impeça a ascensão do nosso “Eu”. A Moral, por ser um empreendimento social, norteia todos os seres em diversos níveis sócio-religiosos-culturais e é agravada pelo julgamento ético, que nada mais é do que a “regulamentação” da moral. A função da moral e da ética é fazer com que os indivíduos acatem as normas de forma livre e consciente, ou seja, “camufla-se” a escravidão demiurgica numa pluralidade de “conceitos” entranhados nas mais diversas tradições e religiões para que a vida, bem como as atitudes que a fazem proliferar, devam ser enraizadas. A Moral é naturalmente um conceito causal.


Nahemoth


“Qliphots são a realidade que nos recusamos a ver”

-Thomas Karlsson


Em primeiro lugar, vale ressaltar que entre a “Árvore de Vida” e a “Árvore da Morte” existe um ponto de enovelamento de raízes. Na “Árvore da Vida” a sephira chama-se Malkut (o Reino mundano) e na “Árvore da Morte” a klipha chama-se Nahemoth (o anti-mundo).  Namaah, Senhora de Nahemoth, é a regente dos “Portais da Terra”, uma linda e sedutora Princesa Ctônica, ora Titânica e destruidora, que é a própria manifestação ou porta de entrada para o “lado adverso” ou Sitra Ahra. Através dela é que o escolhido será iniciado podendo adentrar no negro ventre de Lilith e atingir os labirintos internos (regiões inconscientes) onde os poderes e habilidades inimagináveis serão aflorados.

Essa “descida” ao submundo pode representar a morte e a ressurreição, principalmente aos adeptos da “Via Sinistra”, haja vista que não se olha para o utópico “céu do Altíssimo” e sim para os milenares tesouros escondidos na Terra. Essa é a verdadeira iniciação, onde toda suposta “Presença de Deus” (Shekinah) é obscurecida e a “Chama Negra” é desperta. Conseqüentemente, podemos dizer que Namaah é o portal para o Caos Gnosticismo e para a compreensão do Satanismo/Luciferianismo.

Na klipha de Nahemoth, algumas emanações são contínuas e exaltadas, tais como a crueldade (física e mágica), a criação de ilusões e o grande poder sexual. Namaah é a grande tecelã de Sitra Ahra e os fios tecidos em sua roca são como “teias de aranha” que raramente libertam os homens. Seus fios, conectados aos poderes ctônicos do submundo, são meios para acorrentar as fagulhas espirituais. Como bela senhora sedutora e fatal, Namaah usa  tais fios para conduzir milhares de seres aos seus domínios, como fantoches sucessíveis aos seus mais obscuros desejos. A sedução de Namaah é apenas uma forma de esconder a crueldade implícita.

Portanto, o ideal de sexualidade de Namaah é o encantamento para que a insanidade seja proliferada na humanidade (Babalon) e que a mesma, através da degeneração, permaneça presa aos impulsos descontrolados deixando de emanar a egrégora necessária para a manutenção da ordem cósmica. Por tal motivo, os impulsos libidinosos nada mais são do que um dos diversos meios para destruir o repulsivo demiurgo através da não-evolução de suas criaturas que se prendem nos “jardins das Delícias” no Reino de Namaah. A depravação sexual é um aprisionamento material e limita a vida aos bestiais mecanismos de fascínio e prazer.

Quando Namaah elege alguma alma, primeiramente desperta para o além- existência, afinal, mesmo que a klipha de Nahemoth possa ser astral, mais densa e palpável, a grande Princesa é a face da Rainha Lilith e eleva os escolhidos aos planos mais surrealistas e bizarros donde as manifestações do amorfo e acausal são mais intensas dentro do ventre lilithiano e no reino da própria morte. Inclusive, no plano onírico, a mente é condicionada a derrotar todas as limitações e medos que os pesadelos demoníacos possuem.

“15. Aprenda a conhecer a si mesmo, pois somente através da identificação de suas próprias limitações aprenderás ultrapassar todas as suas imperfeições. Autoconhecimento é, portanto, a única chave para a perfeição.

18. Ao adentrar sem medo na escuridão do desconhecido vamos encontrar a “Luz Luciferiana” em nosso próprio interior.”


(Aforismos Satânicos- MLO)

Os escolhidos de Namaah não são seres dominados pelas orgias sexuais, traição matrimonial, materialismo e vaidade excessiva, ao contrário, são fortes e cruéis guerreiros que usam da Sabedoria da Princesa para formular seus desejos em conformidade com a Vontade Satânica usando todos os meios para modificar os conceitos morais e aplicar nova jurisprudência diante à ética. O controle material adquirido através do contato com tal força não pode ser usado para adquirir o grilhão da ambição e do ego. A moral, bem como a ética, devem ser dissolvidas internamente a fim de não exercerem embasamentos nos cruéis pesadelos da psique repreendida. 

Namaah não é a porta para a prostituição da carne e sim para o autoconhecimento que prostituirá o mundo da matéria e maculará o tabernáculo de Deus. Namaah é o começo da jornada do Dragão de Sete Cabeças pelos sete pontos energéticos do corpo que abrirá todas as Portas para a ascensão kliphotica.